"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."Friedrich Nietzsche

Após Acaz ser atingido por um feitiço não verbal do ruivo, onde não esperava ser acertado logo de primeira, sem chance de reação, o auror continuava desacordado sobre os destroços do piano. Harry, depois de travar uma luta interna com sigo mesmo, decidiu ouvir a voz da razão. E agir com racionalidade.

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Um fleche de luz vermelho saiu da ponta de sua varinha, indo rumo ao seu amigo, em um simples movimento o mesmo bloqueou o ataque. O feitiço ricocheteou na lareira ornamentada com o brasão da família Malfoy, a própria rompeu em pedaços, arrancando mais xingamentos do velho Abraxas.

Harry voltou a atacar. Uma, duas, três vezes seguidas. E o bruxo se defendia de todas as investidas do amigo.

–Você já foi melhor que isso. - Disse Rony irônico.

–Só estou me aquecendo.

–Não parece. Deixe-me mostrar como se duela de verdade. - Falou com um sorriso divertido dos lábios.

Um jato amarelo avançou em direção de Harry. Quando a luz estava a poucos metros, ela, para a sua surpresa, se dividiu em cinco pontos brilhantes diferentes. Todos indo para ele.

Com dificuldade, conseguiu se proteger, mas o bruxo não esperava o elemento surpresa de Rony. O qual não obteve sucesso.

Estrategicamente, ele havia preparado uma armadilha para Harry, cujo não tinha cogitado a possibilidade de tal maestria. Ele foi atingido pelos escombros da lareira, um pedaço, visualmente grande o atingiu na cabeça. O deixando, também, inconsciente.

Draco sentiu um frio na espinha ao olhar para o corpo inerte do mais recente amigo caído no chão. Ele agarrou-se com força a varinha em sua mão, não acreditava que o Weasley havia derrotado dois aurores de alto nível em poucos minutos.

Se Harry não teve oportunidade em detê-lo, por que ele teria?!

O bruxo calculava as suas chances contra o ruivo. Em rápidos segundos, já havia chegado a um resultado, e não era nada animador. Pois tinha dado negativo.

–Olha só o me sobrou, a doninha assustada. - Comentou transbordando de alegria. –Espero que você me entrei-a mais que esses dois.

Draco engoliu em seco, entretanto, não se moveu. Seus pensamentos estavam direcionados diretamente para sua mulher e filha. Ele não iria permitir que o Weasley prosseguisse para fazer algum ardiloso mal a elas. Lutaria para protegê-las. Mesmo que houvesse que morrer ou matar, para conseguir.

O ruivo deu alguns passos para frente, encurtando a distância entre eles, o que deixou Draco mais tenso. Infelizmente, seu adversário percebeu essa fraqueza.

–O que foi?! Está com medo de mim?! –Provocou. –Uma vez covarde, sempre covarde. Inacreditável!

Incerto de seus atos, ele mexeu seu pés, desafiando o Weasley. Segurou com mais firmeza o pedaço de madeira em sua mão pálida, listando mentalmente os feitiços de ataque e de proteção que conhecia, se preparando para alguma ebulição emocional de um dos lados.

A sala de estar da Mansão Malfoy nunca esteve tão iluminada e brilhante há anos, parecia que os gêmeos Weasley tinham passado por ali e soltado alguns fogos de artifícios. O teto coloria-se de diversas cores, refletindo nos olhos dos dois bruxos que duelavam como se suas vidas dependessem daquele instante. Talvez dependesse.

Havia sido o ruivo que tinha iniciado o combate, lançando logo de cara um feitiço estuporante, porém Draco agiu rápido. Bloqueou o ataque. Em seguida atirou um feitiço contra o bruxo, qual conseguiu desviar.

Todavia, a ofensiva só passou de raspão.

Ferindo o braço de Ronald.

O loiro o olhou surpreso, tinha atingido o Weasley na sua primeira tentativa. Uma sensação de confiança de apoderou se deu corpo, como se houvesse tomado uma dose de Felix Felicis. Automaticamente sorriu ao ver a expressão de desgosto no rosto do bruxo.

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O mesmo mirou Malfoy com ódio, segurando o braço machucado, verificando qual tinha sido a gravidade do ferimento.

–Nada mal. - Comentou inexpressível.

Prontamente Rony voltou atacar. Eles duelaram por volta de uns vinte minutos, entre investidas e bloqueios. No entanto, para os dois pareceram horas.

Draco conseguiu atingi-lo mais cinco vezes, o que deixava o ruivo mais enfurecido. Por fim, o Weasley o prendeu em uma armadilha. Deixou-se ser atingido propositalmente, somente para ter a oportunidade de responder ao ataque logo em seguida.

O lampejo azul que saiu da ponta da varinha do bruxo, acertou diretamente o peito do loiro, o fazendo soltar a varinha e cair de joelhos no chão. O bruxo sentia seus pulmões incharem em buscar desesperada de ar, sentia seu canal respiratório ardem quando conseguiu respirar com dificuldade, e reconhecem o gosto ferroso de sangue em sua boca.

Draco apoiou suas mãos no chão, ficando de quadro, sentiu a cabeça zonza e sua vista escurecer. Ele ouviu Ronald rir, logo os sapatos gastos de segunda mão entraram em seu campo de visão.

O loiro não conseguiu levantar os olhos para encara-lo. Tentou pegar sua varinha, tateando o chão de mármore gélido. O ruivo continuava a rir, chutando o pedaço de madeira para o outro lado da sala. O bruxo tentou se por de pé, e enfrentar seu adversário como um verdadeiro homem, sem a necessidade do uso da magia. E sim de forma física.

Mas, não conseguiu, seus músculos se contraíram em dor, o negando de qualquer movimento.

–Sinceramente esperava mais de você, contudo, parece que continua o inútil se sempre – Disse Rony rindo- A única vantagem de se ir para Azkaban, é que lá se aprende feitiços que não se ensinam em Hogwarts,

Mal havia terminado sua frase, ele atingiu Draco fortemente com um chute na cabeça, o fazendo desmaiar. O ruivo sorriu diabolicamente, se sentindo vivo e revigorado. Seus olhos almejaram a grandiosa escada que o levava ao andar superior. Avançou sem presa os degraus, se decidindo em como acabaria com a vida da mulher que tanto amou. Mata-la rapidamente, ou tortura-la a ponto de suplicar pela morte? O homem voltou a sorrir.

A segunda opção era bem mais tentadora.

(...)

O corpo avelhantado de Narcisa estremecia a cada luminosidade que vinha da sala de estar de sua casa. Ouvir objetos se quebrando e urros de raiva e de dor, não a ajudava nada em controlar sua vontade de descer até lá e ver se Draco estava bem.

Ela tinha montado guarda diante da porta do quarto do casal, falando para Hermione e Tayla fugirem, aparatasse para longe dali. Senhora Malfoy havia lançado um feitiço para que fortalecesse a resistência da porta, tendo assim uma vantagem para atrasar o Weasley. A bruxa esperava, fielmente, em não ter que precisar dele.

Ansiava que seu filho e os dois aurores destece-o, afim, de não precisar duelar, se precisasse, com o bruxo.

De repente a casa se calou em um silêncio mortífero. As luzes dos feitiços ricocheteando pela sala toda, e sons de pertences da família Malfoy sendo destruídos, sessou.

A mulher apurou os ouvidos para ver se conseguia escutar algo, contudo, o que ouviu foi só o eco da quietude do lugar. Narcisa esperou alguns longos segundos antes de avançar pelo corredor, após verificar que estava seguro descer. Ela deixou seu posto. Entretanto, parou quase na metade do caminho quando avistou uma alta e consistente massa negra se formar a sua frente. O alvoroço de sombra se estabilizou, dando a nítida percepção de que era Ronald Weasley que estava parado ali.

O coração cansado da senhora Malfoy palpitou, temendo o que tinha acontecido no andar de baixo. A bruxa covardemente agitou sua varinha, conjurando uma parede de pedra, separando ele de Narcisa.

O silêncio permaneceu o mesmo por alguns minutos, até ser rompido por uma rajada de bombardeamento contra a barreira sólida. Senhora Malfoy dava leves estremecimentos involuntários de susto, cada vez que o ruivo golpeava o muro de pedra, fazendo-o desintegrar com o impacto.

A bruxa tentava repara o estrago que o ruivo causava, porém seus feitiços não estavam adiantando muita coisa, logo a parede irei ruir. A mulher aguardou isso acontecer.

No instante seguinte que o bruxo passou pelos escombros de pedra, carregando uma carranca de poucos amigos, Narcisa prontamente atacou. Lançando Rony a alguns metros para traz, dando-lhe mais tempo de reconstruir a barreira, todavia, no minuto que ela levantou a varinha para reerguer a parede, longos galhos secos, ou algo parecidos com cipós, a atingiu. Cercando seu corpo, e a imobilizando. Aquelas cordas verdes que parecia ter vida própria, apertava-lhe o corpo, a impedindo de fazer qualquer movimento que for, ou até mesmo a frustrando em realizar algum feitiço.

A bruxa viu ele se aproximar, fez um simples gesto com a varinha, e uma das pontas daquela corda verde envolveu o pescoço da mulher. Como uma serpente obediente ao mestre.

Narcisa engoliu seco, sentindo a garganta arder, o ar lhe pesar.

–O que foi?! Não consegue respirar?! Relaxa!- Falou sem emoção- Daqui a pouco seus ossos estarão todos quebrados, a menos se você ficar sem oxigênio primeiro.

O ruivo passou por ela, enquanto começava a agonizar lentamente. Ele se fez indiferente a isso, pois a morte fazia parte de si agora.

Ele tocou a álgida maçaneta prateada, e como imaginava a porta estava trancada.

Allorromora!

Esperou. No entanto a porta ainda continuava trancada. O ruivo de afastou alguns passos, apontou a varinha para a madeira a sua frente, e murmurou:

Bombarda!

A porta foi explodida com êxito, pode-se ouvir a castanha gritar assustada de dentro do quarto.

O bruxo entrou no cômodo sem cerimonia, trazendo mais pavor a mulher. Hermione estava em um canto, encolhida, empunhando sua varinha em suas mãos tremulas. Ele gostou de vê-la assim.

–S-Se afaste, n-não de mais nenhum passo- Ordenou a castanha.

–Querida, você não é capaz de machucar nenhuma mosca, porque acha que vou fazer o que quer?

–E-Estou dizendo serio, s-se afaste, se n-não...

–Se não o que?! Irá fazer o que? Harry e o outro auror estão lá embaixo desacordados, junto com o patético que você chama de marido, sua sogra deve estar morta nesse exato momento, estrangulada no corredor atrás de mim- Falou na maior calma possível- Agora, é só você e eu.

A bruxa tinha a sensação de sentir seu coração se quebrar em mil pedaços, e como cacos afiados, a cortarem cada vez que ousava respirar.

Em sua mente, a imagem de um pequeno ruivo atrapalhado surgiu, todos em ocasiões felizes, deu lugar a um homem cego por uma vingança insaciável. Ela sentiu seus olhos queimarem, não sabia o que tinha acontecido com eles.

Por mais que odiasse Rony, por todo o mal que lhe causou durante esses últimos longos anos, não conseguiria faze-lhe mal.

Hermione via sua morte se aproximar lentamente. Sem afobação. Causando mais pânico e dor plausível.

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Ela – o anjo negro ceifador –, lhe sorria insanamente.

–N-Não precisa ser assim- Disse ao ruivo.

–Foi você que fez isso acontecer, e agora não há mais volta.

Ela tentou falar algo, mas sua voz não saiu, suas palavras tinham morrido em sua garganta. A bruxa se desesperou, tentou sair correndo dali, contudo, o homem a impediu. Com a mão agarrada aos seus longos cabelos, Rony a puxou com força, fazendo Hermione soltar um grito de dor.

Suas costas bateram contra o corpo dele, lhe causando um efeito enjoado como a sua proximidade. O ruivo a puxou mais uma vez seus cachos, extasiado pelo prazer que o grito da bruxa lhe causava.

Hermione ficou com o queixo inclinado para cima, enquanto o bruxo acariciava seu pescoço denudo. Ela se sentiu suja quando as mãos grotescas do homem tocou sua pele. Os dedos de Rony se afrouxaram em torno do emaranhado de cabelos da castanha, ao mesmo tempo em que sua outra mão afagava um de seus seios sobre o fino tecido da camisola que vestia. A bruxa prometeu amaldiçoa-se se seu corpo respondesse aos toques imundos dele. Estaria “traindo” Draco e a si mesma.

Em uma reação desesperada, a mulher tentou correr novamente, empurrando o ruivo para longe. Entretanto, foi novamente inibida. O bruxo a trouxe mais uma vez para si.

Porém, durante a trajetória que o corpo frágil de Hermione fazia até o do homem, ela foi golpeada sem dó, por um violento tapa no rosto. A agressão foi tão impactante que a lançou em direção ao chão, fazendo, ainda por cima, Rony ficar com uma considerável quantidade de fios de cabelos em sua mão.

–Vadia!

Ele xingou, não escondendo a raiva. A bruxa o encarrou tristonha. Não era a primeira vez que as mãos do ruivo a tratavam com tamanha agressividade. A mulher levou a mão tremula ao rosto, pondo sobre o contorno vermelho dos dedos dele. Achou um milagre não ter quebrado o maxilar.

–Vamos acabar logo com isso- Disse apontando a varinha para Hermione.

Inesperadamente, a pequena Tayla saiu correndo do closet dos pais, indo diretamente para a castanha. Ela a abraçou com força. Hermione pode ver finas lágrimas escorrendo pelo rosto angelical da filha.

–O que está fazendo aqui? Mandei ficar escondida até estar seguro.

A criança não respondeu, chorava abraçada a mãe.

–Não seja dura com ela, assim eu posso matar dois coelhos com um feitiço só.- Comentou o homem.

A ponta de sua varinha se pôs a ficar verde, enquanto – para Hermione – seus lábios se moviam em câmera lenta, no momento em que dizia “Avada Kedavra”. Ela fechou os olhos, apertando Tayla em seus braços, na esperança de protegê-la.

Inútil.

Lembrou-se de Harry e sua mãe, Lilian, que nunca conheceu. E a forma heroicamente trágica que morreu. A castanha tinha esperança que seu amor fosse suficiente para criar a mesma proteção que Lilian criou para o filho. A bruxa esperou acontecer.

Não sabia qual era a percepção da morte, nunca havia lido sobre o assunto, no entanto, imaginava-a como um espectro acolhedor, frio e silencioso.

Mas ela não veio.

Ainda podia sentir sua respiração descompassada e seu coração batendo acelerado. Receosa, abriu os olhos, viu Rony ainda em pé. Ainda segurando a varinha.

Ele observava algo depositado ao lado de Hermione, curiosa, seguiu seus olhos. Surpresa foi ao se deparar com o corpo avelhantado de Narcisa sem vida. A castanha reprimiu um grito, o que chamou a atenção da filha.

A menina olhou para o que tinha assustado sua mãe, então gritou, por Hermione e por si.

–Vovó! Vovó!

Tayla se colocou ao seu lado, apenas repetindo a mesma palavra, “vovó”. Acariciava sua face marcada pelo tempo, seus olhos estavam opacos, como se a vida houvesse sido roubada deles. E foram...

A castanha permitiu, enfim, as lágrimas, há muito tempo seguradas, caírem.

Sua sogra estava morta, a pessoa que mais repudiava seu existência – por nascer trouxa -, que ajudou a irmã em sua tortura, a bruxa que não aceitava seu relacionamento com Draco, e que a maltratou desde então, tinha se sacrificado para salvar a sua vida e de sua filha.

Narcisa Malfoy naquela noite havia ganhado seu respeito e admiração, infelizmente, precisou de algo funesto para que isso fosse reconhecido.

Um gemido fraco do ruivo lhe trouxe de volta a realidade, seus olhos se viraram para o bruxo, o mesmo fazia uma expressão de desgosto, enquanto sua mão livre ia para traz de seu corpo, ela logo se apresentou com sangue, e também trazia em punhal.

Rony mirou Hermione assustado, e ela viu seu medo se apossar de seu corpo.

Ele caiu de joelhos.

Hermione precisou de só alguns segundos para compreender o que tinha acontecido.

Sua sogra havia apunhalado o ruivo pelas costas, literalmente, e nisso foi atingida pela maldição da morte.

O olhar piedoso do bruxo deu lugar a uma ira desacordada até agora, Rony voltou a apontar a varinha para ela, não desistindo de mata-la.

Mas a bruxa foi mais inteligente rápida – como sempre -, bateu na mão dele, fazendo com que sua varinha, que segurava com dificuldade, voa-se longe.

Hermione tomou o punhal de sua outra mão, cravando fundo em seu peito, mais objetivamente e intencionalmente em seu coração.

–H-Her... Mione- Disse com dificuldade.

–M-Me desculpe, sinto muito, não queria que chegasse a essa ponto- Falou chorando.

O ruivo caiu no chão. Sem vida.

Ela olhou para suas mãos ensanguentadas, mãos manchadas pelo sangue de Rony, mão manchadas pela responsabilidade se sua morte.