O Amor Em Preto E Branco
Lembranças em cores
Estava no meu escritório, terminando os croquis para o meu primeiro desfile. Conseguira realizar meu sonho de cursar moda, criara uma marca de roupas femininas, abrira uma loja na, tão sonhada, cidade luz. Agora estava a desenhar os modelos do primeiro desfile da minha marca, que, aos poucos, foi adquirindo fama.
Olhando para meus lápis de cor, tão iguais à minha visão, sendo diferenciados apenas por etiquetas com os nomes de cada cor, lembrei-me do dia em que "aprendera" as cores...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!A campainha tocou, sai do meu quarto e desci as escadas correndo para atender, não faziam dez minutos que meus pais haviam saído. Christopher estava parado ali, em frente a minha casa, com uma caixa fina e comprida nas mãos.
—O que é isso? –perguntei de imediato.
—Oi para você também. –ironizou, passando pela soleira da porta e me dando um beijo demorado, como se não me visse há meses.
—O que é isso? –repeti a pergunta.
—Lápis de cor. –ele respondeu, estendendo a caixa para mim.
—Para quê...?
—Você não quer fazer moda? Então, vai ter que aprender as cores.
Fiquei, ao mesmo tempo, encantada e confusa. Como ele poderia me ensinar as cores?
Ele espalhou os lápis pela mesa, cada um tinha uma etiqueta com o nome da respectiva cor.
—Escolhe um. –ele disse, apontando para os lápis.
Peguei um, a etiqueta dizia "azul".
—Azul é a cor do céu quando está ensolarado, a cor do mar e dessa parede aqui. –ele explicou, apontando para a parede atrás de nós.
—E esse aqui? –peguei outro lápis, começando a me empolgar com essa ideia.
—Verde é a cor da grama e das folhas das árvores no verão e na primavera –explicou mais uma vez, e acrescentou– E é minha cor preferida.
—Por quê? –eu quis saber, curiosa.
—É a cor dos seus olhos.
Não pude evitar um sorriso, que foi correspondido por ele. E passamos a tarde assim, ele me ensinando, eu descobrindo cada cor.
Fazia seis anos que eu não o via. Christopher conseguira entrar em Cambridge e tivera que se mudar para Londres, enquanto eu ia para a França.
Namoramos por quase três anos, até que chegou o momento de cursar a faculdade, vendo que teríamos que nos separar, sem previsão de reencontro, terminamos o namoro. Chorei por quase uma semana, pensava nele todos os dias e me perguntava se ele pensava em mim também.
Tinha mandado um convite do meu desfile para ele, um ótimo pretexto para revê-lo. E tinha esperanças de que ele fosse e também quisesse me ver novamente.
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