Não Olhe Para Trás
Você só pode estar brincando
- Chuta isso direito Mia! – Christian manda.
Encaro-o e coloco mais força em meus movimentos. Me ajeito e chuto com vontade. Estou há cerca de meia hora deferindo socos e pontapés contra um boneco, na sala de musculação de Christian.
- Eu deveria fazer isso há mais tempo. – Digo ofegante.
- Concordo, assim gastaria essa energia toda que tem. – Ele diz.
Reviro os olhos para ele, mas não interrompo meu ritmo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Escuto a porta se abrir.
- Bom dia! – Ana fala.
Ameaço me virar para falar com ela.
- Foco Mia. – Christian impede. – Bom dia baby! – Diz a Ana.
- O que estão fazendo? – Ela pergunta.
- Mia está tendo aulas de luta, estou só vendo o quanto ela já aprendeu. – Fala. – Chega por hoje!
Finalmente ele me libera. Estou exausta.
- Onde está Ted? – Pergunto.
- Com a minha mãe. – Ana conta. – A moça que a mãe de Kate mandou chega em meia hora. – Avisa.
Vamos fazer os últimos ajustes nos vestidos.
- Vou lá ver Ted e deixar vocês vendo essas coisas chatas. – Christian fala enquanto deixa a sala.
- E você precisa de um banho. – Ana diz para mim.
- Podemos conversar antes? – Pergunto a ela.
Ana nem me responde, ela senta-se ao meu lado e fica pronta para me ouvir.
- Eu preciso saber se estou exagerando com Ethan. – Falo.
- Eu não sou a melhor conselheira, mas dou minha opinião se quiser.
- Ta. Preciso que se imagine em uma situação. – Digo. – Vamos supor que Christian tivesse uma ex que de alguma forma fez mal para ele. E depois dela e por causa dela ele tivesse optado por relacionamentos impessoais, até conhecer você.
Pauso para ver se Ana está atenta, ela parece concentrada.
- Então você meio que o ajuda a superar isso. – Continuo. – Mas de repente vocês se afastam e ele corre de volta para ela. O que você pensaria disto?
Ana solta a respiração, parece estar incomodada.
- Algum tempo atrás eu acharia que na verdade ele nunca tinha mudado ou que nunca tivesse se afastado de verdade do que o ligava a ela. – Ela diz.
- É isso que eu penso. – Digo.
- Mas eu mudei meu jeito de pensar. – Fala. – Provavelmente ela foi a maior ou única forma de amor que ele conheceu antes de te conhecer, então quando ele achou que tinha te perdido esta pareceu a única saída. – Opina.
Ela fala como se tivesse conhecimento de causa, o que é bem estranho, já que Christian não tinha nenhuma ex para ela se preocupar, pelo menos não que eu conhecesse.
- E o que eu faço? – Pergunto.
- Você quer deixar ele se envolver com ela ou quer lutar por ele? – Ana questiona. – Eu particularmente não deixaria alguém que amo nas mãos de uma pessoa que eu considerasse prejudicial a ele.
Penso nisso por um instante, talvez ela tivesse razão. Se Ethan não conseguia enxergar que ela não merecia uma segunda chance e que ela não era a mulher certa, eu teria que fazer algo.
- Então, o que me aconselha? Encarar ela e dizer: Sai porque ele é meu. – Brinco.
- É. – Ana se empolga. – Não!
- Sim ou não Ana?
- Eu não sei. O que sei é que tem que fazer ele, e ela também, notar que você está ali pronta para reconquistá-lo.
Aceito o conselho de Ana. Já que ficar com raiva dele era impossível eu ia a luta.
O celular chama. Uma. Duas. Três. Quatro vezes.
- Oi. – Ethan não é muito cordial. Ele sabe que sou eu.
- Oi. – Digo enquanto procuro palavras. – Só liguei pára perguntar se você pode esquecer o meu stress do outro dia.
- Você não está mais brava comigo? – Ele pergunta.
- Um pouco. – Assumo. – A verdade é que eu desaprovo e não compreendo o que você fez, mas não vou falar mais nada. Só não quero te perder.
- É bom ouvir isso. É muito importante ter você na minha vida Mia. – Ele diz.
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- Até mais baby.
É eu posso dar uma de amiga de Ethan, pelo menos por enquanto.
Depois de desligar volto para dentro do bistrô para verificar a entrega dos móveis. Esse lugar está uma bagunça.
Odeio ter que fazer isso sozinha.
Os rapazes terminam de colocar as coisas onde recomendo e logo fico sozinha.
Quando estou me preparando para sair uma mulher entra.
- Mia? – Ela pergunta.
- Isso. – Confirmo. – Você é de alguma empresa de artigos de decoração? Combinamos para amanhã não foi? Quando a decoradora estiver aqui.
- Eu não sou de nenhuma empresa. – Ela diz.
Está me analisando, isso me deixa desconfortável e assustada.
- Meu nome é Rose. – Se apresenta.
- Olá. Pode me dizer o que quer, porque eu já estava de saída.
Os gestos dela denunciam um certo nervosismo.
- Sei que vai parecer estranho. – Ela começa. Mas vou ser direta. Mia eu sou sua irmã.
- Só tenho dois irmãos, homens. – Respondo automaticamente.
A situação estava cada vez mais estranha.
- Adotivos. – Ela me corrige. Dá a entender que ela sabe coisas sobre mim. O que era bem estranho e medonho. Minha vontade é sair dali correndo.
- Mia não fica com medo. – Ela pede. – Só quero conversar com você, conhecer minha irmã biológica.
Fico sem reação com o que ela diz. Tenho vontade de mandá-la calar a boca, mas não consigo.
- Você nunca teve curiosidade de saber sobre sua família biológica? – Pergunta.
- Não! – Grito. – Sai daqui! Mesmo que isso fosse verdade eu não faço questão de saber.
- É a sua história, sua família, você deveria ter curiosidade, pelo menos. – Ela diz.
- Minha família são os Grey e minha história começou com eles. – Digo. – Agora sai daqui. – mando.
- Mia a gente deveria conversar... – Ela sugere.
- Eu disse para sair! – Grito
Ela não insiste mais e começa andar até a saída.
- Se tudo isso é porque você tem duvidas sobre quem sou, pergunta para a sua mãe o nome da sua mãe biológica e onde ela a conheceu. – Diz antes de sair. – Eu posso adiantar a reposta. O nome dela é Lindsay e elas se conhecerem quando ela estava presa.
- Eu não quero saber. – Volto a dizer.
- Você vai querer então me liga. – Ela deixa um cartão sobre a mesa e sai.
Puxo uma cadeira e sento. Estou irritada e também insegura.
Por que isso estava acontecendo comigo?
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