Não Me Deixe Ir

Você teria acreditado em mim?


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I was painting a picture

The picture was a painting of you and

For a moment I thought you were there

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But then again, it wasn't true

Runaway— Aurora

— Não abra a boca para falar do meu pai! - senti minhas bochechas arderem - Você não tem esse direito sendo filho de quem é! - eu estava avançando contra ele, chegando cada vez mais perto.

— Vai me dar um tapa de novo? - ele sustentou o olhar - Você está fora de si, Claire. Todos esses anos não serviram para nada, você não sabe seguir em frente, deixar o passado no passado.

— E você, James? Sabe? - conseguia sentir sua respiração ofegante - Você consegue dormir a noite sem lembrar de tudo que aconteceu? Você nunca se perguntou o que teria acontecido se ainda estivéssemos juntos? - havia uma mecha de cabelo em seu rosto, mas eu conseguia ver bem seus olhos verdes.

— Que cena mais comovente. - virei para a porta. Ótimo, mais uma visita e logo no primeiro dia.

— O que faz aqui, Mike? - James perguntou antes que eu o fizesse.

— Bom te ver também, James, mas preciso falar uma palavrinha com a Claire. - me encarou - Onde está a minha mulher?

(...)

— Não temos nada para conversar, Mike. Achei que tudo tinha ficado bem claro ontem a noite. - ele usava óculos escuros, provavelmente para esconder os hematomas.

— Você não tinha nada que se meter na minha vida, Walsh.

— Quando falamos sobre violência doméstica, sim, eu tenho. É meu dever como mulher e advogada. - ele foi se aproximando, mas James o conteve.

— Do que a Claire está falando, Mike? - ele riu fraco.

— Ela acha que sabe das coisas, mas tudo que saí da boca dela é mentira. - Ri irônica - Cadê a minha mulher?

Parei para analisa-lo, ele estava irrequieto, parecia estar falando a verdade.

— Como eu vou saber disso? Você acha que eu a sequestrei?

— Depois de todas as caraminholas que você colocou na cabeça dela, Tory fugiu essa madrugada com nosso filho. - ele apontou o dedo em minha direção - Você sabe aonde ela está e é melhor me contar.. - empurrou a mesa, me pressionando contra a parede.

— Mike! - James o empurrou para o outro lado - Você já foi a polícia? - riu alto.

— Você é mais otário do que eu pensei, Cameron. - me encarou - Eu nunca entendi o que você viu nesse cara, Walsh. Juro.

— Me insultar nesse momento não vai ajudar em nada, amigo. Eu vou ligar para polícia. - assim que ele tirou o celular do bolso, Mike tomou-o nas mãos e o jogou na rua.

— James, o Mike bate na mulher. - encarei-o - Tory fugiu porque dentro de casa ele é um covarde que para se autoafirmar gosta de usar violência. Ele não sabe o que a palavra “NÃO” significa.

— Cala a boca! - sua veia pulsava no pescoço.

— Nesse caso eu mesmo vou te segurar enquanto a Claire liga para polícia. - disse incrédulo.

— James, isso não tem nada a ver com você, cara. Qual é, você me conhece! - sorriu amarelo - Eu amo a minha esposa.

Comecei a aplaudi-lo.

— Comovente, Mike. Como você é um bom ator! - seu olhar se voltou a mim.

— Eu não tenho culpa da sua vida ser miserável, Claire. Você voltou para Madison para nos afogar junto nesse mar de lama em que se meteu. Comigo não.

Senti a raiva me consumindo, suas palavras me atingiram como uma flecha certeira. Em um impulso levei minha mão até seu rosto, mas ele a conteve.

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— Você é podre! - gritei.

— Você sabe o quanto eu gosto de ter ver assim. - sorriu cínico.

— Chega! - Senti as mãos de James me puxando para longe.

Respirei fundo, ambos em silêncio.

— Ele não sabe.. - Mike começou a rir - Você nunca contou a ele, não foi? - me encarou.

— Do que ele está falando, Claire? - James indagou. Senti meus olhos marejando, eu não queria falar sobre isso com ele.

— Logo depois que vocês terminaram, eu e ela.. nos quase.. você sabe.. - levantou o óculos, piscando.

James se voltou a mim, seu olhar estava confuso, decepcionado.

— Isso é verdade? - minha visão já estava embaçada.

— Não. - fitei o chão - Mike tentou me forçar.. - era tarde demais - Mesmo eu dizendo não o tempo inteiro. - encarei-o, sentindo o peso em minhas costas indo embora. A culpa que eu sentia era inexistente. Eu fui a vítima. Eu. Não era por estar usando roupas sensuais ou flertando com ele que eu estava pedindo.

— Isso é mentira! Eu sei que você estava curtindo.. - Mike abriu a boca, mas foi calado por um soco de James, que fitou o punho, dando conta do que havia feito. Ele então voltou-se em minha direção e nada disse, apenas me encarou.

Seu olhar estava sem rumo.

— Eu estou cansado desses seus defensores, Claire… - Mike limpou o sangue da boca, o rosto com mais um hematoma - Uma vez vadia, sempre vadia, não é? Cada dia um macho diferente. - riu fraco - Não se sinta especial, James.

— Esse é o problema, não é? Você queria ser um deles.- ri irônica - Eu odeio você, Mike. - me aproximei dele, colocando o dedo sobre seu peito - No que Tory precisar de mim para coloca-lo na cadeia, eu vou ajudar. Quero ter o gosto de te ver atrás das grades. - vi meu reflexo em seu olhar.

— Você vai aprender a ficar longe da minha família, Claire. - segurou meus braços - Nem que seja na marra! - e me jogou contra a parede.

Ouvi o barulho dos meus ossos tocando o concreto de forma bruta. Minha cabeça latejou e me senti zonza, perdendo o controle sobre meu corpo. Caí no chão com as mãos na cabeça, o vermelho do sangue tingindo minha pele branca de novo. Os cortes da noite anterior ainda ardiam, mas nada comparado a agora. Meu ouvido estava trancado, e a única coisa que escutava era um zumbido forte.

Encostada na parede observei James arremessando Mike para fora do escritório em câmera lenta, como uma cena de filme. Era surreal imaginar que isso estava acontecendo de novo, menos de 24 horas depois de Adam ter se metido em uma briga com ele.

James ficou estático me observando.

— O que ele fez com você? - se abaixou, ficando da mesma altura em que eu estava.

— Está tudo bem. - notei que ele fitou meus dedos, vermelhos de sangue, balançando a cabeça.

— Você pode ter saído daqui e se tornado essa mulher da cidade grande, mas eu conheço esse olhar. - senti que ele me encarava, mas me limitei a fitar minhas mãos - Não está nada bem, Claire. O que acabou de acontecer aqui? Nunca vi Mike perdendo a cabeça desse jeito..

— Ele mostrou quem realmente é. - apoiei a palma da mão no chão frio, tentando me levantar sem jeito - Mas vou entender se não acreditar em mim, você sempre faz isso.

Ele segurou meu braço, me puxando para cima. Pela primeira vez fitei seu olhos.

— Por que você nunca me contou? - agora ele fitava o chão, sem coragem de me encarar.

Você teria acreditado em mim? — disse sem pensar, de certa forma amargurada por tudo que aconteceu - Sério, James. Olha pra mim.. - peguei em sua mão, quente, contrastando com a minha - Você teria acreditado?

Sua respiração estava ofegante, pude senti-la de tão perto em que estávamos.

— Eu.. - gaguejou.

Fomos interrompidos pelo toque do meu celular. Larguei a mão dele abruptamente, correndo até a tomada. Tirei o celular do conector, encarando um número desconhecido no visor.

— Alô?

Claire, sou eu.— a voz feminina disse rápido, o DDD era de Madison.

— Tory, é você? - era uma opção distante, mas torci para que fosse a verdadeira.

Peguei seu cartão ontem a noite, enquanto Mike, bem, você sabe..— ficou em silêncio - Você disse que podia me ajudar, por favor.— ela estava desesperada.

— Você está bem? Ele fez alguma coisa contra você? - o estado em que ele chegou ao escritório me fez tremer.

Não, mas fiquei com medo que fizesse algo contra você, Claire.— sua voz estava embargada - Ontem a noite ele não parava de falar sobre a raiva que sente de você e eu finalmente percebi o quão perigoso ele pode ser.— ouvi um barulho de sirene ao fundo.

— Tory?

Estou bem.— me tranquilizou - Aluguei um carro e estou prestes a ir embora daqui, mas é uma questão de tempo até Mike descobrir. Preciso que me ajude.

— Fique tranquila que vou te ajudar, mas antes de tudo você precisa denuncia-lo. Vocês tem um filho juntos e ele pode te obrigar a voltar por cause dele.

Eu não vou abandonar meu filho com esse monstro, Liam vai comigo!

— Sei disso, Tory.

Eu corri para cá assim que fugi, esperei você chegar no escritório para conversarmos..— ficou em silêncio - Eu vi o que ele fez com você, Claire.

— Você está aqui? - fui até a porta, procurando ela entre os carros estacionados.

Estou com medo.— ela estava chorando.

— Calma. - respirei fundo - Vamos nos encontrar em outro lugar, tudo bem?

S-sim.

— Tory, você precisa se acalmar. Seu filho está com você, então pense nele. Você precisa ser forte agora.

Você está certa.

— Mike deve estar louco atrás de você pela cidade. - isso me preocupou.

Eu não tenho aonde ir.

— Vá até a rua Radley, número 44, algumas quadras depois da casa de Jenny. O lugar parece abandonado, mas por dentro está conservado. Eu estou indo para lá.

Que lugar é esse?

— Minha casa. - e desliguei.

Peguei minha bolsa na mesa, procurando minhas chaves.

— Você só pode estar louca! - James gritou.

— Por dizer que a casa é minha? - disse irônica.

— Por compactuar com isso. Tory precisa ir para uma delegacia!- disse exaltado - Assim como você.

— Você acha que foi fácil para ela tomar essa decisão? Tory não precisa de ninguém dizendo o que deve ou não fazer, Mike faz isso, não eu. Vou conversar com ela antes de pedir que me acompanhe até a polícia. - fitei-o - Sou advogada, James. Você não precisa me dizer como fazer meu trabalho.

Fiz sinal para que ele saísse.

— Será que depois de todos esses anos você não escuta ninguém? - Fechei a porta, colocando o cadeado - Claire! - segurou meu braço - Você viu o estado em que Mike chegou aqui, ele está desequilibrado.

— Sim. - disse firme - E se eu não ajudar Tory, ele pode fazer algo muito pior com ela, James. - me desvencilhei dele, sentindo o chão se mover. Parei aonde estava, fitando meus pés. A tontura tinha voltado

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— Você não consegue dirigir nesse estado. - tirou a chave de mim.

— O que você está fazendo? - tentei pega-la de volta, mas ele colocou-a no bolso, tirando a dele.

— Vamos. - andou até uma caminhonete preta estacionada em frente a porta do escritório - Eu sei o caminho.

Continuei imóvel.

— Não. - ele parou - Você não tem nada a ver com isso.

Ele balançou a cabeça, voltando em minha direção.

— Depois do que eu vi Mike fazendo? Sim, eu tenho. - abriu a porta do caroneiro - Não estou fazendo isso por você, Claire. Tenho uma irmã, uma mãe - parou por um instante - uma noiva. Então faça o favor de entrar na droga do carro! Por favor.

Revirei os olhos, mas fiz o que ele disse. James arrancou em silêncio e eu fiz o mesmo, não dizendo uma palavra.

Peguei o celular em mãos.

“Helen, não vá para o escritório. Antes vou resolver alguns assuntos pessoais e quero você me esperando”.

Não tive tempo de guarda-lo de volta na bolsa.

“Você vai demorar muito para chegar em casa?”

Estranhei a pergunta. Ela sabe que quando vou resolver assuntos pessoais não tenho horário. As coisas estão diferentes agora, dividimos um apartamento, devo alguma satisfação.

“Não sei, mas qualquer coisa te ligo”.

Ela não respondeu de volta. Fitei a estrada, um arrepio percorrendo minha espinha.

— Posso ligar o aquecedor se quiser. - James havia percebido.

— Estou bem assim. - assenti.

Notei que um celular vibrava ao seu lado.

— É a Elle. - disse, como se eu precisasse de alguma explicação - Ela deve estar preocupada com a demora.

— Hum. - fique quieta, fique quieta - Vocês moram juntos? - droga.

— Não. - balançou a cabeça - Só..

— Depois do casamento. - ri.

— Pode parecer antiquado pra você, mas continuo acreditando que para dividir uma casa com alguém é para sempre. - falou na defensiva.

— Eu não disse nada. - não precisava ter me explicado, como se a opinião dele sobre mim fosse importante.

— Vamos almoçar com a família dela.

— Carola e Dex.

— É. - franziu o cenho, confuso.

— Voamos para Madison juntos, depois Gabrielle me deu uma carona. Foi assim que nos conhecemos.

— Ah. Fiquei surpreso quando ela nos apresentou, você sabe.. - ri fraca.

— Digo o mesmo. - ele continuou dirigindo em silêncio. Estávamos perto da casa, pude notar pela vizinhança - Ela é uma boa garota, James. - sorri sincera.

— Eu sei. - e permaneceu com os olhos fixados no voltante até estacionarmos.

Abri a porta do carro devagar, observando cada detalhe da arquitetura - agora caindo aos pedaços - da casa. Da última vez em que estive aqui não pude ve-la desse jeito, estava escuro demais.

Respirei fundo. Pelo menos a cor amarela das paredes permanecia intacta.

— Vamos? - James me encarou, estava a minha frente.

Não tinha sentido esse vazio da outra vez, como se a ficha tivesse caído de que tudo acabou, e eu estava sozinha. A memória da minha família é a casa, mas fora isso, eu não tenho nada.

— Eu sei que é difícil, Claire, mas você precisa entrar. Tory está ali dentro e você é a única que pode ajuda-la. Ela precisa de você. - mordi a bochecha de novo, ela ainda estava machucada da noite anterior, o que aumentou a dor. Fitei James, seu olhar me passava segurança, mas ao mesmo tempo sua presença ali não parecia certo.

Passei em sua frente, abrindo a porta com cuidado. Tory estava sentada no sofá da sala com Liam ao seu lado.

— Essa moça é a dona da casa, querido. - disse ao filho.

— Sua casa é mal assombrada. - falou ingênuo.

— Pois saiba que no quintal tem uma floresta mágica. - sorri para ele - Posso te contar um segredo? - me aproximei, Liam prestando atenção curioso - Quando eu era criança meu pai me disse que se eu fosse uma boa menina fadas iriam aparecer pra mim.

— É mentira. - riu, encarando o mãe.

— Você acha mesmo? - franzi o cenho - Se você é um bom menino, não custa nada ir até lá. - ele me olhou confuso, mas Tory assentiu para que ele fosse - Se elas aparecerem pra você, não me conte. Não quero pensar que fui má. - ele riu - Pode seguir por aquela porta. - apontei para o final da cozinha, ele me seguindo.

— Obrigada. - Tory disse nervosa. Virei para trás procurando James, que me encarava. Não consegui decifrar seu olhar, mas ele parecia surpreso.

— Liam parece ser um bom garoto. - sentei ao seu lado.

— Ele é, nada parecido com Mike. - sorriu fraca - O que eu vou fazer? - ela começou a chorar.

— Está tudo bem. - entrei em pânico, não sabia o que fazer. Eu deveria abraça-la? Não temos intimidade para isso. Droga. Optei por segurar sua mão.

— Tory, você precisa ir até a polícia. - James sentou próximo a ela - É o mais sensato a se fazer. Pense no seu filho.

— É exatamente o que eu estou fazendo, ou você acha que eu quero que meu filho saiba que o pai é um cretino? - disse exaltada.

Fiquei estática.

Entendi completamente o que ela fez, todos esses anos de omissão, de silêncio. Tory não pensou somente nela, mas em Liam, assim como pensei em James quando fui embora. Preferi não estragar a imagem do pai perfeito, ele não suportaria.

— Entendo o que quer dizer, Tory, e respeito você por isso. - encarei James, mas ele fitava o chão, pensativo.

— As marcas vão cicatrizar - mostrou os pulsos - mas a culpa pela decepção de Liam ao saber que o pai é um monstro vai me assombrar pelo resto da vida. - ela respirou fundo - Não é de hoje que penso em fugir de Madison, mas tive medo de que ninguém acreditasse em mim. - seu olhar estava assustado - Você sabe como o Mike é manipulador. - assenti - Sei que ele fez algo contra você no passado, mas não o denunciou. Claire, você sabe do que eu estou falando. As pessoas não acreditariam que ele é um cara mau.

— Mas eu acredito em você. - sorri.

— Por isso preciso de sua ajuda. Quero me separar de Mike, mas não quero denuncia-lo. Por Liam. - apertei ainda mais sua mão. Isso era uma ato de amor de verdade.

— Tory.. - James começou a falar, mas o interrompi.

— Vou dar entrada no processo de separação hoje mesmo, assim como o pedido de guarda do Liam. - ela não conteve a emoção.

— Obrigada. - me abraçou.

— Você vai poder pensar com calma se quer ou não denuncia-lo por agressão, mas acredito que uma medida de proteção seja necessária.

— Tudo bem. - assentiu, limpando as lágrimas.

— Vá ficar um pouco com seu filho, - me levantei - já chamo vocês para irmos até meu apartamento. De lá providenciaremos um lugar para vocês ficarem.

— Obrigada, Claire. De verdade. - senti sinceridade em sua voz. Tory seguiu para o quintal ao encontro de Liam.

James estava de pé observando a vista pela janela.

— Sei o que ela quis dizer. - virou em minha direção - Eu faria o mesmo por Connor.

Assenti, colocando minhas mãos no bolso.

— Só o amor justifica esse tipo de ato. - sorri fraca.

— É. Só o amor. -

Andei até a cozinha sentindo seu olhar sobre mim. Ele ainda me fitava, eu tinha certeza.

*****

— Obrigada. - disse enquanto fechava a porta do carona. Tory e Liam já haviam saído e me esperavam na entrada do prédio, mas ele permaneceu calado. Me afastei do carro indo embora, quando ouvi meu nome.

— Claire! - fitei-o - Eu..

— Não, está tudo bem. - sorri fraca - Gabrielle deve estar morrendo de preocupação, ligue para ela. - ele assentiu - Tchau, James.

Dessa vez não olhei para trás.

— Vamos lá? - disse a eles. Segui pelo corredor apertando o botão para que o elevador descesse - Você vai gostar da vista, Liam. É linda. - o garoto continuava desconfiado, mas Tory tentava tranquiliza-lo. Eram muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

Revirei a bolsa a procura das chaves, tirando tudo de dentro para encontra-las ao fundo.

— Pronto. - abri a porta.

— Pai! - meus olhos correram para onde Liam olhava, passando para a cara de aterrorizada de Helen sentada no sofá.

— Gostou da surpresa, filhão? - sorriu - Ou devo dizer, gostaram? - Mike me fitou.

Não conseguia encara-lo.

A única coisa que prendia minha atenção era a faca em sua mão.

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