POV LILY

Confusa, triste e decepcionada, era assim que eu estava me sentindo.

Confusa, por que eu não sabia ao certo o que eu sentia por James. Triste, por que tudo era muito novo e era muita informação pra uma cabeça só e decepcionada, por que eu simplesmente FUGI e deixe meu filho praticamente falando com as paredes.

Cadê a sua coragem grifinória, Lilian? Uma vozinha irritante soava em minha cabeça, Provavelmente está perdida por aí, respondi. Ótimo, agora eu estou discutindo comigo mesmo, eu vou acabar ficando louca desse jeito!

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Eu estava na Sala Precisa, nunca achei que essa sala ia ser útil para mim, mas estava sendo. Havia apenas uma pequena poltrona e uma mesinha com um pacote de lencinhos para que eu pudesse enxugar o meu rosto. Eu estava sentada e, aos meus pés, vários papeizinhos estavam jogados.

Quando eu estava prestes a me levantar, ouvi uma batida na porta: “Quem será que é?”, pensei e passei a mão pelo rosto, agora as lágrimas não caiam mais.

– Quem está aí? – perguntei tentando controlar a minha voz, que estava fanha.

– Somos nós Lily – uma pessoa respondeu e eu percebi que era Lene – Podemos entrar?

Eu hesitei por um minuto antes de finalmente abrir a porta.

– Lily, você está bem? – Lene me abraçou com força – Nunca mais suma desse jeito, ouviu mocinha? Você deu um susto e tanto na gente!

– Me desculpa, eu só...

– Precisava de um tempo sozinha – Harry, meu filho, completou. Ele me olhava meio temeroso, como se tivesse medo que eu sumisse mais uma vez diante de seus olhos.

– Harry, me desculpa, eu não devia ter saído correndo, eu...

– Relaxa – ele sorriu carinhosamente – eu sei que tudo isso está sendo muito difícil para você.

Eu assenti, agradecendo por ele ter compreendido. De repende a ideia de ter Harry como filho não parecia ser uma coisa tão assombrosa assim. Olhei para ele e dei o meu melhor sorriso (porque, cá entre nós, eu não estava nas minhas melhores condições, eu devia estar parecendo um dragão).

Senti um tremor percorrer meu corpo, parecia que eu estava sendo observada e, de fato, estava. Virei-me e vi James encostado na parede, ele estava com as mãos nos bolsos da calça e seus olhos demonstravam tristeza, mas ao mesmo tempo alegria, provavelmente por ver que eu estava bem.

Nós ficamos nos encarando por alguns minutos, sem dizer nenhuma palavra sequer. Meus pensamentos estavam a mil naquela hora.


Flashback on

Lago da Lula Gigante:

– Ah, qual é ruivinha, um encontro só! – Potter disse sorrindo enquanto se sentava ao meu lado, eu estava debaixo de uma árvore, lendo.

– Quando você vai entender que eu NUNCA vou sair com você – olhei mortalmente para ele.

– Nunca diga nunca, Lírio – e não é que ele ainda estava sorrindo? Argh! Será que não cansava de levar foras?

Flashback off

Pensando bem, eu fui muito dura com ele todos esses anos... mas ele mereceu! Afinal, ele estava sempre se agarrando com um monte de garotas pelo castelo!


Flashback on

Salão Comunal:

Eu tinha acabado de almoçar e queria estudar um pouco antes da próxima aula começar. Quando eu entrei no Salão Comunal, me deparei com uma cena que não me surpreendeU: o Potter e a Bonnie, aquela vadia, estavam na maior pegação. E ele ainda tinha me convidado pra sair naquela manhã. Eu tinha nojo dele e dessas atitudes estúpidas que ele tinha.

– Vão arranjar um quarto – disse seca e subi as escadas, quando estava prestes a entrar no meu quarto, me virei e vi que Bonnie me encarava com raiva e Potter me olhava como se aquilo fosse um grande mal entendido.

Flashback off

– Gente, vamos deixar os dois conversando sozinhos – Lene disse quebrando aquele silêncio e começando a empurrar todo mundo pra fora da sala. Antes que todos eles saíssem, eu disse ao meu filho:

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– Harry, será que depois eu posso falar com você? – perguntei e ele assentiu, sorrindo, depois se virou e eu estava sozinha... com ele.

POV JAMES

Lene teve a magnífica ideia de me deixar sozinho com a minha Lily, tenho que agradecer ela depois (LENEZINHA, EU TE AMO! E Sirius, não fique com ciúmes, ela é toda sua).

Eu achei que a ruiva ia retrucar, dizer que não queria ficar na minha presença, mas ela apenas concordou e abaixou a cabeça. Seu rosto ainda estava meio vermelho, devido ao choro, sua maquiagem estava um pouco borrada, seus olhos inchados e seus cabelos bagunçados, mas mesmo nesse estado, eu não conseguia deixar de amá-la.

– Lily... – comecei.

– Me deixa falar – ela me cortou e levantou o rosto. Eu assenti, esperando o que ela tinha para dizer – Eu... me desculpa, James - Levantei as minhas sobrancelhas sugestivamente, eu não sabia se estava mais surpreso com o pedido de desculpas ou por ela ter de chamado de James, e não de Potter – Eu... eu fui muito dura com você todos esses anos e eu queria me desculpar – ela me olhou, com os seus grandes orbes verdes lacrimejando.

– Lily, não precisa se desculpar... – disse gentilmente.

– Preciso sim! – percebi que ela se segurava muito para não começar a chorar – Eu te tratei muito mal todos esses anos! Você não... você não merecia! – ela colocou as mãos nos olhos e eu a abracei. Senti que ela tremia e isso me deixou meio mal. Eu comecei a acariciar os seus cabelos e o cheiro do seu perfume adentrava pelas minhas narinas.

– Lily, não chora... não precisa se desculpar, está tudo bem... ei, olha pra mim – eu coloquei as minhas mãos no seu rosto e o levantei. O olhar dela era de dar dó pra qualquer um, acho que até um sonserino ficaria com pena dela se a visse daquele jeito.

Eu estava segurando suas bochechas delicadamente e estava encarando os seus olhos verdes.

– Lílian Evans, minha ruivinha, meu Lírio, minha Lily... – suspirei e sorri – Eu também tenho que te pedir desculpas. Eu agi feito um idiota todos esses anos, dizia que eu te amava, mas ficava com outras garotas, então... me desculpa – sorri meio envergonhado.

– Você está pedindo desculpas para mim? – ela perguntou surpresa e eu sorri, abaixando os olhos.

– Você é uma garota incrível, a pessoa mais gentil, simpática e inteligente que eu conheci; um pouco brava às vezes, mas ainda assim maravilhosa, Lily – ela ouvia tudo, completamente quieta – Eu não vou negar que no começo eu só queria ficar com você por ficar, mas agora... Lilian, agora tudo que eu sinto por você é diferente. Você mexe comigo de um jeito que ninguém mais mexe; você faz com que eu me sinta feliz, apenas por te ver; me enlouquece, me deixa com ciúmes, me arrepia; eu fico triste quando não te encontro ou quando eu vejo você saindo com outros caras. E sabe por que você me deixa assim? Por que eu estou completamente apaixonado por você – ela ia dizer alguma coisa, mas eu a contive – Quando eu descobri que Harry era nosso filho, eu me senti o cara mais sortudo do mundo, porque eu soube que, finalmente, eu ia ter você pra mim, pra mim. E hoje na enfermaria quando você saiu correndo eu senti como se eu não tivesse mais chão, por que eu senti que a garota que eu amo não queria ficar comigo – senti meus olhos lacrimejarem e antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ela me beijou.

Ela me beijou, ela me beijou!!! Pela primeira vez na minha vida, eu não precisei dar o primeiro passo! No começo eu não correspondi, estava tentando processar tudo que estava acontecendo e depois, quando eu me dei conta, comecei a beija-la na mesma intensidade. O beijo era rápido e mostrava o quanto nos dois queríamos aquilo.

Eu segurava a sua cintura, com medo que ela fosse desaparecer e ela bagunçava meus cabelos. Com certeza era o melhor momento da minha vida, muito melhor do que ter ganhado a Taça das Casas de Quadribol, só de pensar que a garota que eu mais admirava no planeta estava na minha frente... eu nem conseguia acreditar!

Nós fomos diminuindo a velocidade e então paramos (por causa do maldito fôlego!). Nós dois estávamos ofegantes e ela, pelo que eu pude ver, estava de olhos fechados.

Uma das coisas que eu sempre quis fazer era poder ler a mente das pessoas, principalmente das garotas, era muito complicado entendê-las e o que eu mais queria saber no momento era o que ela estava pensando.

Eu estava começando a ficar preocupado, por que ela não estava dizendo nada?

De repente ela abriu os olhos e me encarou.

– Lily? – perguntei.

Então ela abriu um sorriso e esticou os braços na minha direção, me envolvendo num forte e delicioso abraço. E qual foi a minha reação? Sorri abobado e, é lógico, retribui.

– Eu... – ela disse me soltando (mas já? Podia ter ficado mais um pouquinho...) – Eu nunca pensei que iria dizer isso, mas... eu te amo, James Potter – Lily abriu um sorriso ainda maior e eu também sorri. Definitivamente, MELHOR DIA DA MINHA VIDA!

– Eu te amo, Lily – disse passando a mão em seu rosto – Será que a gente pode se beijar de novo agora? – perguntei maroto. Torci pra que ela não ficasse brava e ela não ficou, ao contrário, começou a gargalhar.

– Você não toma jeito – disse balançando a cabeça negativamente – Vem, o resto do pessoal deve estar esperando – e puxou a minha mão, me guiando para a porta.

Eu soltei um muxoxo, queria mais, poxa! Mas tudo bem, pelo menos as coisas estavam começando a se acertar e eu estava com ela.

Nós dois saímos de mãos dadas, sorrindo. Eu estava pronto para dizer ao pessoal o que tinha acontecido, mas a cena com quem eu me deparei não foi exatamente a que eu esperava: Sirius segurava um jornal amassado nas mãos e parecia meio desconcertado, Remo encarava Harry (como um professor pedindo explicações ao um aluno), Lene estava sentada e parecia confusa e Harry, bom... eu podia facilmente confundi-lo com um papel de tão pálido que ele estava.

– O que está acontecendo?