Boromir murmurou em voz baixa, mas o eco da rocha amplificou o som para um sussurro alto que todos pudemos escutar:

—Nos lugares profundos do mundo! É para ali que estamos indo, contra minha vontade. Quem agora vai nos guiar nessa escuridão mortal?

—Eu. -disse Gandalf. -E Gimli deve caminhar ao meu lado. Sigam meu cajado! -quando o mago avançou subindo os degraus largos, ergueu seu cajado, cuja ponta emanou uma irradiação fraca. A ampla escada era segura e não estava danificada. Contei duzentos degraus, largos e rasos, mas por fim no topo encontramos uma passagem em arco, sobre um chão plano conduzindo para dentro da escuridão ainda maior.

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Quando um luz brilhou iluminando o caminho eu olhei para sua fonte e vi o velho mago assoprado a pedra de seu cajado, e a luz neste aumentando como se aquela luz fosse parte do seu sopro de vida.

Me aconcheguei mais tentando diminuir o frio e Aragorn me apertou contra si para me esquentar, porém quando levantei a cabeça pra agradecê-lo meu coração disparou.

—Você está bem? Está com muito frio? -o elfo me perguntava preocupado fazendo todos me olharem.

Eu olhei para frente e vi Aragorn ao lado de Frodo, e depois me voltei para o elfo imaginando se meu cérebro tinha algo de errado.

—Eu peguei você quando estava colocando a manta, para que Aragorn pudesse avaliar o caminho. -ele respondeu minha pergunta muda.

—Vamos nos sentar para descansar e comer alguma coisa, aqui neste patamar, já que não achamos uma sala de jantar. -disse Frodo, que agora parava de tremer do susto, e subitamente parecia sentir uma fome enorme.

—Ótima ideia Frodo, depois do susto que passamos nada melhor do que uma boa comida para acalmar os nervos. -o mago me olhou. -Aura você precisa descansar, foi muito imprudente da sua parte usar aquele feitiço, se eu não tivesse ajudado, você teria se esgotado completamente. -abaixei a cabeça culpada. -Mas nenhum de nós pode deixar de dizer que foi um grande feitiço, e na hora certa. -ele sorriu travesso.

Legolas me colocou cuidadosamente no chão, e eu senti falta rapidamente de seu calor, me enrolando ainda mais com a manta.

—Se tinha tanto poder deveria ter nos ajudado antes. -Boromir murmurou.

—Feitiços não devem ser usados levianamente Boromir, eles esgotam muito o feiticeiro, e Aura mal aprendeu a usá-los ainda. -falou um altivo Gandalf.

—Mas aquele dragão de fogo e água foi incrível, nunca tinha visto nada assim na vida. -comentou um animado Merry.

—Teve aquele dragão do fogo do Gandalf que explodimos, mas nada assim. -Pippin disse, e eles acabaram entrando em uma conversa sobre os fogos de artifício que Gandalf levava para a vila dos Hobbits quando os visitava.

—Estou bem, só um pouco cansada e com frio. -respondi a Legolas finalmente, e ele me avaliou.

—Coma então, e depois durma um pouco, eu vou carregar você por enquanto. -eu iria argumentar mas ele me olhou sério. -Não está em condições de andar. Se não fosse por Aragorn estar tão perto, você poderia ter se afogado naquele lago. -engoli em seco com suas palavras.

—Desculpe, não queria dar trabalho. -ele suspirou e logo começou a tirar suas coisas sentando ao meu lado.

—Não precisa se desculpar Aura, não falei para que se sentisse mal, e se minhas palavras soaram duras demais perdoe-me. -estávamos agora sentados lado a lado, e eu me encostei minha cabeça no braço dele, me sentindo confortável. -O que eu quis dizer é que você precisa tomar mais cuidado, não usar demasiadamente seus poderes, mesmo que seja para nós ajudar. -ele tocou de leve minha cabeça fazendo um carinho ali.

—Certo, tentarei tomar mais cuidado.

—Rum. -o Anão que estava próximo pigarreou chamando nossa atenção, e eu me senti envergonhada por estar novamente naquela situação.

Todos nos olhavam de forma estranha e os sorrisos de Aragorn e Gandalf eram os que mais me assustavam. Legolas virou a cabeça para o lado, e parecia que também tinha ficado envergonhado, mas em nenhum momento tinha saído de perto de mim.

—Na escuridão eu vou reinar, e sua alma arrastar. Use-me e caminhos jamais imaginados poderá trilhar, use-me, e sua jornada eu irei acabar. Use-me, e a todos você irá conquistar. -olhei para Frodo, sentindo que minhas forças diminuírem ainda mais. -Eu lhe darei o poder, eu sou o poder. Use-me e verás.

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—Aura o que houve? -olhei para Aragorn que se aproximava. -Você está pálida.

—Aura não... - não ouvi o final do que Gandalf disse, mas ouvi ao longe o grito de alguém.

Mas aquela voz, aquela que parecia trazer malícia a cada palavra, uma tentação aos menos justos continuou por um tempo ainda em minha cabeça.

Mas então ela parou, sendo substituída pela voz do meu sonho.

I amar prestar aen, han mathon ne nem, han mathon ne chae, a han noston ned. -eu sabia exatamente o que ela dizia: O mundo mudou, posso sentir na água, posso sentir na terra, posso cheirar no ar. -mas assim como começou ela parou, e tudo ficou silencioso.

Abri os olhos e tentei me levantar, mas uma tontura seguida por um enjôo me fez continuar deitada. Mas a voz do elfo verdadeiramente feliz me fez sentir um pouco melhor, segura.

—Gandalf, ela acordou. -disse ele.

—Afastem-se todos eu preciso falar com ela. -pediu Gandalf e eu logo ouvi passos se afastando. -Muito bem, vamos dá uma olhada antes de tudo. -ele tocou minha testa e me avaliou, depois puxou a garrafa de miruvor e me deu um gole, me fazendo sentir rapidamente melhor. -Não se preocupe, todos já bebemos um pouco também. -o mago me ajudou a me sentar e eu vi todos arrumando as coisas ao longe. Mas o elfo parecia nos olhar de rabo de olho. -Ele não saiu de perto de você desde que você desmaiou. -o velho riu ao me dizer aquilo. -Mas todos ficamos preocupados. -ele parou um minuto me avaliando novamente e por fim falou. -Eu sei que sentiu a força do anel.

—Eu ouvi sua gana na verdade. Eu acho que ele tentou "me tentar". -eu expliquei o que achava ser verdade.

—Você podê ouvi-ló? -fiz que sim. -Não acho que o que ouviu foi para você, posso estar errado mas o que você ouviu foi ele tentando abrir espaço no coração de Frodo. -o olhei abismada.

—Então por que eu o ouvi? -o mago se remexeu desconfortável.

—Só posso supor que no momento em que você ficou mais frágil, sua alma não pode mais te proteger, você usou seu poder demais. -ele suspirou cansado. -Eu posso sentir o poder dele crescendo Aura, e não consigo imaginar quanta força de vontade Frodo tem para carrega-lo, mas a partir de agora você deve tomar mais cuidado.

—Sim. -suspirei cansada. -Imagino que agora irei senti-lo com mais frequência não é? -ele afirmou preocupado. -Tudo bem, vou tomar mais cuidado, obrigada por me explicar Gandalf. -ele pareceu ficar mais calmo por eu ter entendido. -Mas não vamos contar ao Frodo, ele não precisa de mais essa preocupação. -ele afirmou se levantando.

Ele foi até os outros e logo depois todos se aproximaram preocupados, mas Legolas foi o único a não falar nada apenas me olhou e deu um leve sorriso. Depois do alvoroço, Aragorn me deu um prato de comida que avidamente eu comi, e então estávamos prontos para ir novamente, mas antes eu pedi licença para me trocar, e todos foram a frente me deixando ali nas escadas com a pouca luz do longínquo cajado de Gandalf. Escolhi uma roupa mais leva, uma calça e uma blusa de couro de dragão que mestre Elrond havia me presenteado, dizendo-me que me protegeria da maioria dos golpes. Coloquei uma bota leve e sorri ao ver o cordão brilhando em meu pescoço, toquei-o animada antes de ir, fazendo um rabo de cavalo no cabelo.

—Obrigada por me esperar. -eles me olharam curiosos.

—Uma mulher usando calça é algo realmente estranho. -Pippin e os outros Hobbits concordaram.

—É algo...

—Ficou muito bom em você. -Legolas disse me fazendo sorrir.

—Sim , muito bom. -Gimli concordou.

—De onde venho, usar calças é uma coisa normal, por isso mestre Elrond mandou fazer para mim. -expliquei e depois disso ninguém falou mais sobre esse assunto.

—Aqui, sua espada Aura. -Aragorn me entregou a espada, e eu carinhosamente a guardei na bainha agradecendo a ele, pois achei que a tinha perdido.

—Não me agradeça, foi Gimli quem a pegou quando você caiu.

—Muito obrigada Gimli. -me abaixei o abraçando, e ele sorriu um pouco de lado, resmungando algo, e eu ri.

Depois disso passamos a caminhar.

—Em breve mestre Elfo, você provará a lendária hospitalidade dos anões. -Gimli dizia feliz a Legolas na minha frente. -Fogo crepitante, cerveja de malte, e carne feita nas brasas temperadas ainda no osso. -Gandalf e Aragorn que iam mais a frente pararam, e Boromir que vinha atrás da comitiva passou a minha frente apressado, me assustando. -Este meu amigo, é o lar de meu primo Balin. E chama isso de mina.

—Isso não é uma mina. -Boromir deu um passo para trás enquanto falava. -É um túmulo.

Olhei para o chão assim como os Hobbits e o que vimos ao nosso redor foram diversos esqueletos de armaduras no chão, nos fazendo pular assustados. Bati em Frodo e acabamos nos dando as mãos, procurando apoio um no outro.

Gandalf levantou o cajado acima de sua cabeça, aumentando o nosso campo de visão. Era perceptível pelos corpos que ali havia ocorrido uma batalha, e por só haverem esqueletos, foi deduzido que não fora a pouco, e que a maioria morreu por flechadas. Legolas se abaixou pegando uma das flechas e a analisando.

—NÃO. -Gimli gritou triste e furioso, pulando entre os diversos corpos.

—Gobilis. -disse Legolas puto jogando a flecha no chão e preparando seu arco. E todos seguiram seu exemplo puxando suas armas, eu e Frodo soltamos nossas mãos assustados para pegar nossas espadas, mas ambos ficamos mais que aliviados ao ver que sua espada ainda não brilhava.

—Deveríamos ter ido pelo Desfiladeiro de Rohan, nunca deveríamos te vindo por aqui. -rosnou Boromir.

—Agora o caminho não é uma escolha Boromir. Esses anões não morreram aqui por acaso, provavelmente não conseguiram sair por causa do mostro no lago. -ponderou Aragorn, enquanto Gimli continuava a chorar.

—Precisamos encarar a longa escuridão de Moria. -disse Gandalf. -Fiquem alertas, a coisas mais velhas e repugnantes que gobelins e orcs nas profundezas do mundo.

Ma aproximei do Anão que chorava.

—Não há palavras que eu possa dizer para diminuir sua dor mestre anão. -Gimli me olhou com lágrimas nos olhos.

Todos estavam cautelosos, mas um a um se aproximaram para falar com Gimli, tentando reconforta-lo, mas foi Legolas a quem ele pareceu ouvir.

Gandalf e Aragorn começaram a discutir o que fazer então me concentrei procurando os inimigos naquele lugar, recitando as palavras a mim ensinadas por meu mestre. Podia sentir milhares de Gobilins e outros seres com sede de sangue ao fundo, mas ao vasculhar mais senti meu corpo esquentar e um medo profundo tentou me dominar. Parei com aquilo no mesmo momento colocando a mão no peito, tentando me agarrar a algo.

—O que você fez? -Gandalf sibilou puxando meu ombros, mas eu não conseguia responder. -Aura.

Fëanya ná úpalpima, orenya ná úrácima. -recitei o encanto para tentar me acalmar. Disse várias vezes em élfico as palavras:Meu espírito é imbatível, meu coração (mente interior) é inquebrável.

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Quando enfim consegui me acalmar, eu já sabia que todos me olhavam preocupados.

—Eu só tentei descobrir o que está ao nosso redor. -minha cabeça trabalhou rápido para explicar o que senti e entendi. -Sou a única que podia, e isso usaria pouca magia, já que é algo inerente a mim.

—Então o que houve, porque ficou assim? -perguntou Sam preocupado.

—O que descobriu, estamos cercados? -Boromir quase pulou em cima de mim.

—O que eu sei é que à diversas criaturas mais a baixo de nós, contudo elas estão longe. -tentei colocar tudo em palavras, mas quanto mais falava, mais eu entendia e explicava, como se o raciocínio se construísse em minha mente. -Eles não nos perceberam aqui, acho que não imaginaram que alguém de fora conhecesse essa passagem e que soubesse as palavras para entrar, e mesmo se fosse o caso, ainda existia o monstro no lago, o que provavelmente impediu que os anões saíssem e morressem lutando aqui.

—O que Aura diz faz sentido. -ponderou Gandalf.

—Podemos passar despercebidos por eles se não fizermos barulho. -Aragorn continuou na mesma linha de raciocínio.

—Sim, nosso caminho é subindo, eu posso guia-los mesmo pela escuridão. -Gandalf sorriu, fazendo os outros se alegrarem. -Agora que sabemos que o inimigo não sabe de nós. Só podemos rezar para passar despercebidos.

—Aura. -Gimli se aproximou esperançoso, e eu só pude negar a sua pergunta implícita.

—Sinto muito, mas eu não senti nenhum Anão mestre Gimli. -apertei as mãos que tremiam ainda, mas vê-lo chorar silencioso me fez sentir tristeza, e logo esse sentimento superou meu medo.

—Vamos em frente então, e guardem suas armas, por enquanto estamos seguros. -disse Gandalf.

Seguimos o mago em silêncio, apenas alguns de nos conversavam em sussurros ocasionalmente.

Uma mão quente tocou a minha, e eu me virei para o elfo que me olhava preocupado.

Manen nát? —ele me perguntou preocupado, querendo saber se eu estava bem.

Nanyë már. -"eu estou bem", lhe respondi apertando sua mão e sorrindo. -Obrigada por se preocupar.

Caminhamos assim por horas, ele não soutou minha mão nem eu a sua, me sentia muito melhor com ele ali ao meu lado, e sua mão quente ajuda a esquentar meu coração e a afastar todo o medo e tristeza desse.

Não havia ruído além do ruído de meus próprios pés, os passos pesados, arrastados e tristes das botas de Gimli, o pisar forte de Boromir, os passos leves de Legolas ao meu lado, as batidas suaves, quase inaudíveis dos pés dos hobbits, e atrás os pés lentos e firmes de Aragorn, com seu passo largo. Quando eles paravam por uns instantes, não se ouvia nada, a não ser ocasionalmente o ruído distante de água correndo ou gotejando, invisível. Mesmo assim, eu comecei a sentir uma presença e a ouvir, ou a imaginar que ouvia, alguma outra coisa, semelhante a passos de pés macios e descalços.

O som nunca estava alto o suficiente, nem próximo o suficiente, para que eu tivesse certeza do que escutava, mas, uma vez começado, nunca cessava, enquanto nós estivéssemos em movimento. Mas não era um eco, pois quando parávamos o som dos passos continuava por uns instantes, sozinho, e então silenciava.

Já era noite quando entramos nas Minas. E agora tínhamos caminhado por várias horas, fazendo apenas paradas rápidas para comer, quando Gandalf se deparou com seu primeiro grande teste.

Diante de nós estava um arco amplo e escuro, que se abria para três passagens, todas conduziam mais ou menos para a mesma direção, o Leste, mas a passagem à esquerda descia vertiginosamente, enquanto a da direita subia, e o caminho do meio parecia continuar, suave e plano, mas muito estreito.

—Não me lembro de modo algum deste lugar! -disse Gandalf parando indeciso sob o arco. Levantou o cajado na provável esperança de haver alguma marca ou inscrição que pudesse ajudá-lo em sua escolha, mas nada disso apareceu. -Estou cansado demais para decidir. -disse ele, balançando a cabeça. -Suponho que todos vocês estejam tão cansados quanto eu, ou ainda mais cansados. É melhor pararmos aqui pelo resto da noite. Sabem o que quero dizer! Aqui está sempre escuro, mas lá fora a lua tardia já se dirige para o Oeste, e a meia-noite já passou. -eu realmente não sabia dizer que horas eram, passar tanto tempo no escuro fez com que eu perdesse a noção do tempo.

—Pobre Bill! -disse Sam. -Fico imaginando onde estará. Espero que aqueles lobos ainda não o tenham capturado.

—Não se preocupe Sam, Bill é um animal esperto. -Frodo tentou anima-ló.

Começamos a nos sentar ali mesmo, nos amontoando juntos para descansar, cantis com água e um pão foram passados para que cada um bebesse e comece um pouco.

—Um fatia de queijo, era tudo que eu desejaria agora para comer com esse pão. -disse Pippin azedo.

—Que modesta meu amigo. -falei rindo. -Um bom vinho para esquentar a garganta seria perfeito.

—Oras que tal um carneiro na brasa? -Aragorn entrou na conversa.

—Uma boa salada e frutas não seriam ruim. -foi a vez de Legolas.

—Se estão falando de carne e vinho, por que esqueceram da cerveja? -Gimli perguntou, nos fazendo rir.

—Fumar meu cachimbo, mas uma boa mesa de comida é sempre bem-vinda. -Gandalf comentou se recostando na parede.

—Nada como as tortas de carnes dos salões de minha casa. -comentou um sonhador Boromir.

E assim todos continuamos comendo o pão e sonhando com outras coisas, e esse passou a ter um sabor melhor.

—Se dependesse de vocês e de suas comidas, eu com toda certeza seria o leitão na brasa de tão gorda que estaria. -todos riram com a piada.

Depois de comer eu me ofereci para pegar o primeiro turno da vigia, já que não estava com sono, e todos aceitaram de bom grado.

Observei tudo, não sentia medo, o escuro nunca fora me inimigo, então por um bom tempo fiquei ali lembrando de minha casa e minha avó. Não sentia saudades de casa, e de minha avó, só ficou um sentimento bom no meu coração, lembrar da velha senhora me deixava feliz. Mas não tive muito tempo para pensar nisso, pois o mago logo se levantou e se aproximou de mim.

—Vá para um canto e durma um pouco, Aura. -disse ele num tom gentil. -Suponho que você precisa dormir. Não consigo pegar no sono, então é melhor eu fazer a guarda. -ele disse calmo.

—Obrigada Gandalf. -ele me sorriu.

—Só uma última coisa. -ele me avaliou de cima a baixo. -O que mais você sentiu quando avaliou o lugar. -engoli em seco.

—Mais abaixo, onde as criaturas negras não ousam se aproximar, eu senti um mal profundo, com um calor imenso. -respirei fundo. -Não sei bem como explicar, mas parecia que queria me consumir com fogo. Não tive coragem de contar a vocês, me desculpe.

—Fez o certo, com sorte passaremos despercebidos por essas criatura. -ele segurou com força seu cajado. -Manter nossos coração leves nessa escuridão é o melhor a fazermos. Não precisamos aumentar seus medos, por algo que não sabemos se vamos encontrar. -fiz que sim.

—Gandalf, eu sinto que todos aqui serão testados. Cedo ou tarde. -respirei fundo.

—Eu também sinto isso. Todos temos temores que serão usados contra nós nessa guerra Aura, e como agiremos nesses momentos poderá definir o futuro deste mundo. -ele me olhou profundamente. -Agora vá e descanse, você é a que mais precisa disso no momento. -agradeci-o mais uma vez me afastando.

Procurei um canto para dormir e logo vi o elfo se mexendo e me abrindo espaço entre ele e Gimli.

—Deveria estar descansando. -sibilei para ele, e este me sorriu forrando o lugar ao seu lado para eu me deitar. -Obrigada.

Deitei ao seu ledo procurando uma posição boa, mas meu pescoço me incomodava, então ele estirou o braço e eu coloquei a cabeça ali encaixando perfeitamente.

Hantalë. -eu o agradeci.

Nas alassenya. -ele disse algo que eu traduzi como "Feliz em te ajudar".

Me aconcheguei nele sentindo o calor de seu corpo, e ao longe a ultima coisa que vi antes de adormecer foi a figura escura do velho mago agachado no chão, protegendo com as mãos nodosas uma chama entre os joelhos. A centelha mostrou por um momento seu nariz pontudo, e a baforada de fumaça.

Foi Gandalf quem nos acordou pelo que eu supunha ser de manhã. Provavelmente tinha ficado sentado, fazendo a guarda sozinho nos deixando deixando descansar.

Legolas abraçava minha cintura e eu estava completamente aconchegada a ele quando acordamos. Sorte que ele tinha os sentidos mais aguçados e antes que alguém notasse ele já estava se levantando.

Eu tinha dormido tão bem, que ao levantar dei alguns pulinhos me alongando, fazendo os Hobbits rirem.

—Eu durante a guarda tomei minha decisão. -disse o mago. -Não tenho vontade de ir pelo caminho do meio, e não gostei do cheiro do caminho à esquerda, há um ar pestilento lá embaixo, ou então não sou um guia. Escolhi a passagem da direita. Está na hora de começarmos a subir outra vez.

Comemos rapidamente, e assim seguimos mais uma vez, por oito horas escuras, sem contar duas breves paradas, marchamos adiante, e em nenhum momento encontramos algum perigo, nem escutamos nada, mas também não vimos nada a não ser o brilho apagado da luz do mago, brilhando como fogo-fátuo na frente nós.

O corredor que tinha sido escolhido e a cada vez mais para cima. E pelo que eu podia julgar, subia em grandes curvas, e conforme, íamos subindo, a passagem ficava mais alta e larga. Agora não havia outras aberturas para outras galerias ou túneis dos dois lados, e o chão era plano e seguro, sem poços ou rachaduras.

Evidentemente, tínhamos tomado o que outrora tinha sido uma estrada importante. Avançávamos mais rápido agora que na primeira marcha.

Conforme a estrada subia, o ânimo de todos aumentou um pouco, mas eu ainda me sentia oprimida, e ainda ouvia algumas vezes, ou pensava ouvir, bem atrás da Comitiva e distante do som dos passos do grupo, passadas que nos seguiam, e que não eram um eco.

Tínhamos andado o máximo que os hobbits podiam aguentar sem descanso, e estavam todos pensando num lugar onde pudéssemos dormir, quando de repente as paredes à direita e à esquerda desapareceram. Parecia que tínhamos passado através de algum arco, entrando num espaço negro e vazio. Atrás de nós vinha uma forte corrente de ar mais quente, e na frente sentíamos a escuridão fria sobre os rostos. Paramos e nos juntamos, cheios de ansiedade.

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Gandalf parecia satisfeito.

—Escolhi o caminho certo. -disse ele. -Finalmente estamos chegando às partes habitáveis, e acho que não estamos longe do lado Leste. Mas estamos num ponto muito elevado, bem acima do Portão do Riacho Escuro, a não ser que eu esteja enganado. Pelo ar que estou sentindo, diria que estamos num salão amplo. Agora vou arriscar um pouco de luz de verdade.

Levantou o cajado, e por um breve instante houve um clarão, como um relâmpago. Sombras grandes saltaram e fugiram, e por um segundo nós vimos um teto amplo acima de nossas cabeças, apoiado em muitos pilares feitos de pedra. Adiante, e dos dois lados, se espalhava um enorme salão vazio, as paredes negras, polidas e lisas como vidro, brilhavam e faiscavam. Enxergamos outras três entradas, arcos negros e escuros: um diretamente à frente, rumando para o Leste, e um de cada lado. Depois disso, a luz se apagou.

—Isso é tudo que vou arriscar por enquanto. -disse Gandalf. -Costumava haver grandes janelas na encosta da montanha, e aberturas conduzindo para a luz, nos pontos mais altos das Minas. Acho que as atingimos agora, mas lá fora é noite outra vez, e não podemos ter certeza até amanhã cedo. Se estou certo, amanhã poderemos realmente ver o dia nascendo, espiando aqui dentro. Mas enquanto isso é melhor não avançarmos mais. Vamos descansar, se pudermos. As coisas estão indo bem até agora, e a maior parte da estrada escura já passou. Mas ainda não atravessamos as Minas, e há um bom caminho até os Portões que lá embaixo que se abrem para o mundo.

Descansamos ali mesmo, e parecia que a maioria de nós estava animada demais para simplesmente dormir. Comemos calmamente e conversamos aos sussurros, ouvi Gimli contar mais histórias sobre os Anões e até Legolas parecia interessado, fazendo perguntas ao Anão, que ficava feliz com o ouvinte curioso.

Gimli se empolgou um pouco e cantou uma das canções de seu povo, e eu me senti mais leve com isso.

—Gostei! -disse Sam. -Gostaria de aprendê-la. Em Moria, em Khazad-dûm! Mas parece que com essa canção a escuridão fica mais pesada, pensando em todas aquelas luzes (disse ele se referindo a música que contava como os salões antigamente eram iluminados). Existem ainda montes de jóias e ouro espalhados por aqui?

Gimli ficou em silêncio. Tendo cantado sua canção, não restava mais nada a dizer.

—Montes de jóias? -disse Gandalf. -Não. Os orcs sempre saqueavam Moria, não existe mais nada nos salões superiores. E desde que os anões fugiram, ninguém mais ousa procurar as passagens e as tesourarias nos lugares mais fundos, agora estão cobertas pela água, ou por uma sombra de medo.

—Então por que os anões querem voltar? -perguntou Merry curioso.

—Por causa do mithril. -respondeu Gandalf. -A riqueza de Moria não estava no ouro ou nas pedras preciosas: estes eram brinquedos para os anões. Nem no ferro, seu servo. Essas coisas se encontram aqui, sem dúvida, especialmente o ferro, mas não precisavam escavar para encontrá-las: todas as coisas que desejavam podiam ser obtidas através do comércio. Pois aqui é o único lugar do mundo onde existia a prata de Moria, ou a prata verdadeira, como alguns chamaram: mithril é o nome élfico. Os anões têm um nome que não revelam. O valor desse metal era dez vezes maior que o do ouro, e agora é incalculável: pois resta muito pouco mithril acima do solo, e nem mesmo os orcs não ousam escavar aqui à procura dele. Os veios vão em direção ao Norte e a Caradhras, e descem para a escuridão. Os anões não dizem nada, mas do mesmo modo que o mithril foi a base de sua riqueza, também foi a sua destruição: escavaram com muita ganância, e muito fundo, e descobriram aquilo de que fugiam, a Ruína de Durin. Do metal que trouxeram à luz, os orcs levaram quase tudo, entregando-o em tributo a Sauron, que o cobiça. -o mago ponderou um pouco, como se buscasse algo em sua memória. -Mithril! Todos os povos o desejavam. Podia ser moldado como o cobre, e polido como o vidro. Os anões podiam transformá-lo num metal leve, e no entanto mais resistente que aço temperado. Sua beleza era semelhante à da prata comum, mas a beleza do mithril não se o pacificava ou perdia o brilho. Os elfos o adoravam, e entre muitos outros usos fizeram com ele o ithildin, a lua-estrela, que vocês viram sobre as portas. Bilbo tinha um colete de anéis de mithril que Thorin deu a ele. Fico imaginando o que aconteceu com esse colete. Suponho que ainda esteja acumulando poeira na Casa mathom de Grã Cava.

—O quê? -gritou Gimli, despertando do silêncio em que se encontrava. -Um colete de prata de Moria? Foi um presente de rei!

Frodo não disse nada, mas eu vi quando ele colocou a mão embaixo da túnica e tocou os anéis de seu colete de malha.

Nada mais foi comentado depois disso, e só então eles começaram a se dispersar e conversas paralelas surgiram. Gimli e Legolas falavam sobre armas e qual era melhor (homens), Boromir e Aragorn discutiam sobre as vastas terras desse mundo, e Merry, Pippin e Sam resolveram explorar ao nosso redor.

Mas foi a conversa de Frodo e Gandalf que me chamou a atenção, pois esses estavam no canto, não como se nos evitasses, mas conversavam baixo para não chamar atenção, contudo ouvi algo que também me interessava, então curiosamente fiquei ali sentada ouvindo, mesmo sabendo que isso não era certo.

—Há algo lá em baixo Gandalf, eu vi seus olhos, posso jurar. -disse um Frodo assustado.

—É o Gollum. -ele suspirou. -Aura também o sentiu. Não foi Aura? -ele perguntou mais alto e eu me assustei como uma criança pega no flagra.

—Sim. -disse me juntado a eles. -Desculpem, mas estava curiosa sobre isso. -Frodo riu de mim.

—Gollum, ele escapou dos calabouços de Barad-Dûr? -Frodo perguntou agora aflito.

—Escapou. -o mago falou um pouso sinistro. -Ou foi solto. Agora, o Anel o trouxe aqui. Ele jamais vai deixar de precisar dele. Ele odeia e ama o Anel, assim como odeia e ama assim mesmo. Ousam-me, a vida de Smeagol é uma história triste. Sim, ele foi chamado de Smeagol. -ele disse fitando Frodo, como se o nome pudesse lhe lembrar algo. -Antes que o Anel o encontrasse. Antes que ele o levasse à loucura.

—Pena que Bilbo não o matou, quando teve a chance. -Frodo proferiu com raiva.

—Pena? -rugiu o mago. -Foi a pena que parou a mão de Bilbo? -ele perguntou sério. -Muitos que vivem merecem morrer. Alguns que morreram merecem a vida. Você pode dar-lhes a vida Frodo? -Frodo o olhou perdido e assustado. -Então, não seja tão ávido para julgar e condenar à morte. Mesmo os mais sábios não conseguem enxergar tudo. -ele olhou para mim e depois se voltou para Frodo. -Meu coração diz que Gollum ainda tem um papel a desempenhar, para o bem ou para o mal, antes disso acabar. A pena de Bilbo pode decidir o destino de muitos.

—Eu queria que o Anel nunca tivesse vindo a mim. -disse um Frodo choroso. -Queria que nada disso tivesse acontecido.

—Como todos que vivem para ver tempos assim. -falou simplesmente o mago. -Mas não cabe a eles decidir. -ele sorriu. -Temos que decidir apenas o que fazer com o tempo que nos é dado. Há outras forças agindo nesse mundo, Frodo, além da vontade do mal. -ele olhou para mim, e Frodo também, parecendo um pouco mais calmo. -Bilbo estava destinado a encontrar o Anel. Nesse caso, você também estava designado a possuí-lo. Há encontrar Aura e ajuda-lá, e a conhecer todos os outros, e viajar com a Comitiva. E esse é um pensamento encorajador.

—Venham ver, achamos o que parece ser uma sala. -os Hobbits voltaram correndo e todos os seguimos, pegando o que havíamos trazido.

À esquerda do grande arco, encontraram uma porta dupla de pedra, estava parcialmente fechada, mas se abriu facilmente a um leve empurrão. Atrás dela parecia haver um quarto, cortado na rocha.

—Calma! Calma! -gritou Gandalf, quando Merry e Pippin empurraram a porta para frente, felizes por encontrar um lugar onde poderiam descansar com pelo menos um pouco mais de sensação de abrigo do que na passagem aberta. -Calma! Vocês ainda não sabem o que está aí dentro. Vou na frente.

Entrou com cuidado, e nós fizeram uma fila atrás.

—Aí está! -Disse ele apontando com o cajado para um ponto no meio do chão. Diante deles, viram um buraco grande e redondo, como a boca de um poço. Correntes quebradas e enferrujadas estavam caídas sobre a borda, e desciam pelo poço negro. Ao redor estavam fragmentos de pedra.

—Um de vocês poderia ter caído, e agora ainda estaria imaginando quando iria chegar ao fundo. -disse Aragorn para Merry. -Deixem que o guia vá na frente, enquanto vocês ainda têm um.

A sala estava fracamente iluminado, mas nossos olhos precisavam se acostumar novamente a luz, depois de tanto tempo na escuridão, esta parecia de uma luminosidade ofuscante; Meus olhos piscaram repetidas vezes no momento em que entrei.

Meus pés pisaram uma grande camada de poeira sobre o chão, e tropecei em coisas que estavam na passagem, cujas formas eu não pude distinguir num primeiro momento. Mas logo percebi que eram novamente cadáveres, e eles estava amontoados por todo o lugar.

Vi que cômodo era iluminado por uma grande abertura na parede Leste, mais à frente.

A luz batia diretamente numa mesa no meio da sala: um único bloco retangular, de cerca de sessenta centímetros de altura, sobre o qual fora assentada uma grande laje de pedra branca.

—Parece um túmulo. -murmurou Frodo, inclinando-se para olhar mais de perto, com uma estranha sensação de mau presságio. Gandalf veio rapidamente para o lado dele.

Na laje havia runas, gravadas a fundo:

—Estas são Runas de Daeron, como as que eram usadas antigamente em Moria. -disse Gandalf, -Aqui está escrito, nas línguas dos homens e anões: BALIN, FILHO DE FUNDIN, SENHOR DE MORIA.

—Então ele está morto. -disse Frodo. -Receava que fosse verdade. -Gimli cobriu o rosto com o capuz e chorou quieto.

Talvez fosse os diversos cadáveres que me assustavam, mas algo ali me fazia sentir mal, então recuei um pouco e olhei para Legolas segurando sua mão.

—Precisamos seguir em frente, não podemos demorar aqui. -o elfo sussurrou para Aragorn, que também parecia preocupado.

Havia várias reentrâncias cortadas na rocha das paredes, e nelas estavam grandes arcas de madeira com braçadeiras de ferro. Todas tinham sido quebradas e saqueadas, mas ao lado da tampa despedaçada de uma das arcas estavam os restos de um livro. Tinha sido perfurado e rasgado, e parcialmente queimado, e estava tão manchado com marcas negras e outras semelhantes a sangue envelhecido, que pouca coisa podia ser lida. Gandalf o ergueu com cuidado, mas as folhas estalaram e se partiram quando o mago o colocou sobre a laje. Estudou o livro por um tempo sem dizer nada. Parados ao lado dele, Frodo e Gimli puderam ver, enquanto Gandalf virava cuidadosamente as folhas, que o livro tinha sido escrito por varias mãos diferentes, em runas, tanto de Moria quanto de Valle (explicou-me Aragorn), e alguns trechos com inscrições élficas.

Finalmente, Gandalf desviou os olhos do livro.

—Parece ser um registro do destino do povo de Balin. -disse ele. -Acho que o livro começava com a chegada deles ao Vale do Riacho Escuro, cerca de trinta anos atrás: as Páginas parecem ter números referentes às datas de sua chegada. A primeira Página está marcada com um-três, o que mostra que devem faltar pelo menos duas no início. Escutem isto! -o mago começou a ler. -Eles tomaram a Ponte e o segundo salão. Nós obstruímos os portões, mas não podemos segurá-los por muito tempo. O chão treme. Tambores, tambores nas profundezas. Não podemos escapar. Uma sombra se move nas trevas. Não podemos escapar. Eles estão vindo.

Um ar frio pareceu bater em meu rosto, subindo de profundezas invisíveis. E eu procurei ao redor o que poderia tê-lo causado, e vi Pippin, seguindo para o poço.

Movido pelo que parecia ser um súbito impulso, ele tateou o chão procurando uma pedra solta, e antes que eu pudesse gritar, ele deixando-a cair no poço. Senti meu o coração bater muitas vezes antes que se ouvisse qualquer som. Então, lá embaixo, como se a pedra tivesse caído em águas profundas, num lugar cavernoso, ouvimos um ruído bem distante, mas amplificado e repetido no poço oco.

Todos olharam para Pipin e depois uns para os outros assustados.

—Seu Túk tolo! -rosnou o mago. -Esta é uma viagem séria, não um piquenique de hobbits. Atire-se da próxima vez, e então não vai mais atrapalhar. Agora, fique quieto!

Nada mais ouvimos por alguns segundos, mas depois, das profundezas, vieram batidas fracas: tum-tá, tá-tum. Pararam, e quando os ecos silenciaram, as batidas se repetiram: tá-tum, tum-tá, tá-tá, tum. Soavam como sinais de algum tipo, e provocaram inquietação em todos, pequenos chiados de gargantas pequenas, e Sam olhou assustado para Frodo.

—Frodo. -ele apontou para espada, e Frodo a desembainhou nos mostrando seu brilho.

Gritos de guerra agora mais alto e mais perto puderam ser ouvidos.

—Orcs. -cuspiu Legolas, e me olhou.

Boromir correu para fechar a porta e quase foi atingido por duas flechas no rosto.

—Recuem, fiquem perto de Gandalf. -Aragorn comandou, eu assenti para Legolas o soltando e indo para o trás do mago.

Aragorn correu para ajudar Boromir a fechar as portas, enquanto Legolas e Gimli lhe davam machados para ajuda-lós a bloquear a porta.

Mas logo um grito oco pode ser ouvido.

—Eles tem um Troll das cavernas. -desse um Boromir sarcástico.

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Todos se afastaram da porta tomando suas posições e puxando suas espadas, mas foi só quando o mago gritou, que tanto eu, quanto os Hobbits ao meu lado sacamos nossas armas.

Então, as primeiras batidas nas portas começaram tentando derrubá-las.

Estávamos todos preparados, pois aquele seria o primeiro embate da comitiva. Encontrávamos agora encurralados, e precisávamos lutar para sair dali, e eu mentiria se dissesse que não estava com medo, pois cada batida naquelas portas me fazia tremer, mas eu segurei firme a espada, eu não iria morrer ali, e não deixaria nenhum deles morrer.