Nove Meses

Sexto mês


Sexto Mês

No sexto mês, ela sentiu desejos

A primeira gravidez é sempre cheia de novidades. Os pais nunca sabem o que esperar, e também não sabem bem como reagir, essa é a verdade. Hinata cresceu com uma irmã mais nova, a quem sempre tentou cuidar, mas não havia como negar que era completamente diferente do que sentia agora, especialmente porque carregava aquela vida dentro de si.

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Naruto ficava ainda mais perdido do que ela. Ao contrário de Hinata, que assim que descobriu sobre sua gravidez começou a pesquisar sobre, e, até mesmo foi atrás de Kurenai para ter algumas informações com a antiga sensei, o Uzumaki não o fez e, por nunca ter tido o contato com ninguém que já tivesse passado por isso, ele estava no escuro, aprendendo com seu filho e com Hinata, que sempre tinha muita paciência para lhe explicar diversas coisas.

Mas uma coisa ninguém poderia negar. Quando o sexto mês de gestação chegou, a barriga de Hinata era o destaque de seu corpo e Naruto, é claro, não parava de lhe acariciar ali. Sempre que estavam só os dois, ele se aproximava e começava a conversar tanto com a esposa, quanto com o filho. As mãos ficavam na barriga, sentindo o mexer do filho sempre que acontecia e reagindo como uma criança surpresa com algo completamente novo. Ele nunca pararia de se admirar com a vida que Hinata carregava, com aquela parte dele ali.

A novidade daquele mês foram os desejos. Hinata sabia que eles poderiam aparecer em algum momento, da mesma forma como podia não sentir nada. Nem ela nem Naruto tiveram tal sorte.

A primeira vez que ela tivera desejo era noite. Algumas lojas já estavam fechadas, mesmo não sendo muito tarde. O casal estava sentado no sofá da sala. Naruto deitado sobre as pernas de Hinata, acariciando sua barriga.

— Naruto... Será que a loja de dangos está aberta?

— Hm... Acho um pouco difícil, eles costumam fechar cedo. — Ele se levantou e a olhou com curiosidade. Hinata não costumava comer tão tarde. — Se quiser, posso comprar amanhã.

— Ah... estou com vontade de comer dangos... com filetes de porco — a fala de Hinata saiu baixa, e ela desviou o olhar do dele, envergonhada.

Naruto fez uma careta ao imaginar o doce junto com o salgado. Eles, definitivamente, não se completavam. Por que Hinata queria aquilo?

— Tem certeza? Isso não parece ser muito bom. Acho que vai te dar dor de barriga. — Assim que ouviu ele dizendo aquilo, Hinata corou, mas logo riu e ele a acompanhou.

— Eu não sei explicar, mas estou com uma vontade desesperada de comer isso. É como se caso eu não coma, eu não conseguirei dormir.

Os olhos de Naruto de arregalaram. Ele lembrava bem da última consulta ao médico, Hinata precisava dormir bem para o bebê e por ela. E agora? Ele conseguiria arrumar dangos com filetes de porco?

— Volto logo, tudo bem? — Ele não desistiria enquanto não arrumasse o que ela desejava, nem que tivesse que pedir alguém para fazer esses doces.

E não foi fácil. Naruto acabou parando na casa do dono da loja de dangos que Hinata comia de vez em quando. Implorou e pediu desculpas, mas, o final, bastou ele dizer que sua esposa estava grávida, que o homem decidiu lhe vender alguns doces. Ele era, afinal, o herói da vila e sua esposa, a princesa Hyuuga, como negar tal pedido ao bebê deles.

— Boa sorte com os desejos — disse o homem a Naruto quando estavam se despedindo.

Por um instante, Naruto ficou olhando para a porta fechada, imaginando o que aquele homem quis dizer com aquilo. Mas logo se lembrou que não havia terminado sua “missão” e saiu apressado até o restaurante, antes que fechasse também.

A segunda parte foi mais fácil de conseguir e quando chegou em casa com as duas sacolas, Hinata já o esperava, ansiosa. Ela lhe deu um beijo rápido e, pegando as sacolas, foi até a cozinha. Enrolou os dangos com filetes de carne de porco e, imediatamente, levou à boca, mastigando e gemendo de prazer. Ela se sentia no céu.

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À porta, Naruto observava a cena, achando, ainda, a combinação bem nojenta, mas feliz por saber que ela conseguiria dormir após matar aquele “desejo”.

Ledo engano, claro. Depois que Hinata comeu tudo o que tinha levado, eles se aprontaram para dormir. Mas Hinata correu par ao banheiro e colocou tudo para fora. Ele ficou preocupado, pois os enjoos já haviam passado. Ela estaria doente?

Mas bastou que Hinata colocasse seu jantar para fora, ela se sentiu melhor e dormiu muito bem. Mesmo afirmando estar ótima, porém, foi levada ao médico pelo marido no dia seguinte, que descobriu que isso era normal quando aconteciam desejos.

Se antes ele já achava tudo muito nojento, agora ele tinha mais certeza ainda.

O problema é que esses desejos não passaram. Eles foram ficando piores. Às vezes Hinata acordava de madrugada com vontade de comer hambúrgueres, algo que ela nunca gostou muito. E lá ia Naruto, cambaleando pela rua a procura de algum lugar que vendesse essa comida tão “moderna”. Esse desejo era tão comum que, quando encontrou alguns vendendo no mercado, praticamente prontos, ele comprou e deixou em casa. Quando Hinata acordava de madrugada, ele fazia, lhe dava e esperava os poucos instantes depois, que sabia que ela colocaria tudo para fora.

Essa foi a época em que sua esposa mais comeu, porém, também foi quando mais ficou magra. A barriga ficou mais aparente, especialmente nas roupas mais informais que ela usava em casa, ou mesmo em sua camisola, e seus braços e rosto mostravam como ela emagrecera. Seu filho já lhe sugava.

Naruto era visto com olheiras pela vila e, quando indagado, ele apenas respondia “desejo de grávida”. Alguns entendiam, mas não seus amigos. Shikamaru até mesmo arriscou um sorriso malicioso, entendendo completamente errado o que ele disse. Nessa ocasião, Naruto riu do amigo, mas não negou ou confirmou, apenas apoiou as mãos em seus ombros e disse de forma animada:

— Espero que Temari também tenha, assim poderá experimentar algo único em sua vida.

E era único. Pois mesmo quando acordava de madrugada, mesmo quando Hinata não mais pediu hambúrgueres para ele, pois sabia que tinha em casa, ele levantava e ficava com ela. Fazia questão de passar cada momento que podia daquelas experiências com ela. Precisava estar ali por Hinata, mesmo que passasse o resto do dia parecendo um zumbi.

Quando ele olhava para aqueles lindos olhos, para aquele sorriso feliz, quando percebia a alegria que tomava conta de Hinata por tê-lo ao seu lado, tudo valia a pena, até mesmo a preocupação em lhe ver colocando tudo que tanto desejara para fora.

Eles teriam história para contar ao filho. Mais do que isso... Eles sabiam que estavam criando um laço único e inquebrável compartilhando esses momentos. Naruto não trocaria nenhum deles por nada.