Not That Simple Maid

Capítulo 8 - A Festa


Riley entrou pela casa como se fosse um bandido prestes a encenar um crime: morrendo de medo de ser pega.

A primeira coisa que notou foi a música, sendo bombeada das enormes caixas de som nos cantos, que fazia com que o chão e seus pés vibrassem. Bem à sua frente estendia-se uma gigantesca sala de estar, com diversos sofás de veludo chique e vasos caros, e mais à frente a espaçosa cozinha de inox, e a sacada ao fundo. O miolo estava bufando de gente, que dançava, bebia e se esfregava tudo ao mesmo tempo; pelas paredes repletas de obras de arte e ao lado da enorme lareira decorativa, casais se engoliam aos beijos. Não conseguiu distinguir muito do jardim ou da sacada além de uma jacuzzi redonda e pessoas de biquínis, e voltou sua atenção para o que veio fazer. “As escadas.”

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Girou nos calcanhares e, sorrateiramente, se dirigiu até elas, não antes de se afastar de algumas pessoas no caminho. Ela notou as roupas curtíssimas das garotas, e seus decotes profundos, e sentiu um certo alívio. “Hanna tinha razão: usando essa coisa indecente, ninguém me nota.”

E mal sabia o quanto estava errada.

– Olha o que temos aqui....

Subitamente, Dimitri se pôs bem a sua frente, apoiando-se na parede. Ele estava visivelmente bêbado, o cabelo loiríssimo espetado estava molhado, e estava usando uma regata branca justa nos músculos do seu peitoral. “Não acredito nesse otário,” rolou os olhos. “Está tão bêbado que nem me reconheceu como a garota que o mandou calar a boca o outro dia!”

– Me deixa passar!...

Riley contornou o garoto, mas não esperava que ele a puxasse forte pelo braço e a prendesse na parede com os braços.

– Adoro as difíceis.... – passou o dedo pelo rosto dela, seu hálito forte de álcool deixando-a nauseada, e desceu a mão para sua cintura, comendo-a com os olhos. - .... e gostosas...

“Ah, não, já aguentei esse idiota tempo demais!” Olhou ao seu redor primeiro, e viu que havia muita gente bêbada para reparar quando ela pegou a mão de Dimitri e rodou o braço dele, fazendo-o gritar e depois cair no chão. Ele ficou lá, tentando se levantar, com pouco sucesso. “Humpf! Aquelas aulas de judô realmente valeram a pena!”

Finalmente, Riley pôde subir as escadas. Era uma moderna escadaria de mármore elaborada em metal, que girava no canto da sala até o segundo andar. Lá em cima, a música estava um pouco mais abafada, mas as vibrações ainda chegavam fortes aos pés da garota.

Havia um corredor de paredes envolvidas com papel de parede vermelho onde diversas portas estavam enfileiradas. Caminhou silenciosamente até o final, com receio de que poderia haver alguém dentro daqueles quartos. Abriu a última porta, e o quarto estava completamente escuro, exceto pela fraca luz da lua e dos postes de iluminação que transpassavam pela janela no fundo do quarto.

Pegou seu celular, e procurou na agenda o número de Ward. Quando ele atendeu, sua voz soou tranquila como sempre, porém Riley pensou distinguir um certo nervosismo.

– Já estou aqui em cima.

– Ok, abra a janela que eu estou subindo.

Riley acende a luz do quarto, e automaticamente se dá conta de que está no quarto de Dimitri. Olha brevemente os pôsteres de mulheres nas paredes e a bagunça nos cantos, antes de puxar as portas de vidro da pequena sacada para dentro. As cortinas se agitaram, e Riley se precipita para a grade da sacada, observando uma certa aparição esguia e loura cortando caminho pelas ruas sombrias e desviando da agitação da entrada. Ward andou rapidamente até parar exatamente embaixo dela, com um sorriso maroto que Riley não consegue distinguir muito bem. “Como ele vai fazer para subir, agora?”

Mas então notou que pelas paredes da mansão, inúmeras ranhuras em alto relevo proporcionavam suporte a plantas trepadeiras. E assim que Ward começou a se agarrar aos galhos, para subir os três metros de altura, pensou como era hilário a posição dos dois: ela, no balcão, como Julieta, e ele, escalando a maldita da parede, como Romeu.

Embora algumas folhas estavam grudando no seu cabelo, Ward já estava quase alcançando o topo, quando de repente o garoto move bruscamente, perdendo o equilíbrio por uma batida de coração.

– WARD!!

Quando se dá por si novamente, está agachada no chão da sacada, segurando com ambas mãos o punho de Ward. Tinha se jogado para frente quando percebeu que ele poderia cair, e mal conseguia distinguir som algum além de seus batimentos cardíacos descontrolados.

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– Ward, você está bem?!

O garoto também levou um susto, mas logo recuperou o apoio e fazia força para passar para dentro da sacada. Instantes depois, os dois estavam no chão da sacada, ofegantes como se tivessem corrido a maratona.

– Acho... acho que sim.

E seus olhos verdes deram de cara com os olhos castanhos claros dela, que agora expressavam terror. Percebendo o quanto estavam próximos um do outro, Riley foi a primeira a se afastar, e estendeu a mão para ele se levantar também. Ward sacode a blusa, e repara finalmente em Riley.

– Sabe, - Ward começa, olhando-a de baixo a cima. - essa é a segunda vez que te vejo de vestido.....

Ela enrubesceu instantaneamente, se lembrando do traje que usava.

– AHHH!! MAS PORQUE VOCÊ SÓ ME VÊ EM ROUPAS INDECENTES??!!

Riley não sabia como agir. Puxava o vestido para baixo, para cobrir suas coxas, mas quando o fazia acabava aumentando o seu decote. Ward percebeu, e silenciosamente puxou sua camiseta.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!

– Relaxa...

– RELAXAR? COMO VOCÊ QUER QUE EU RELAXE QUANDO UM CARA COMEÇA A FAZER STRIP-TEASE AQUI DENTRO?!

Acidentalmente, ele acabou tirando a segunda blusa que vestia, ao invés de apenas a malha branca, revelando seu tórax incrivelmente definido e braços fortes. Riley virou de costas, encabulada, e logo sentiu a malha branca roçando seu ombro.

– Se você quisesse um strip-tease, você podia ter pedido antes... – Ele disse, a voz brincalhona e maliciosa, enquanto recolocava a outra camiseta, uma preta de gola em V.

– Eu vou ignorar esse comentário... – Riley respondeu, tomando a camiseta branca extra-larga na mão. Ela observou Ward enquanto ele começava a revirar silenciosamente as gavetas de Dimitri, a escrivaninha, e o criado mudo ao lado da cama de solteiro.

Nesse momento, ouviram passos ecoando como estrondos vindos da escada, que rapidamente avançavam para o corredor.

– Se esconde! – Ward sussurrou, já agachado ao pé da cama, no vão perto da janela. Riley estava se precipitando ao seu encontro quando a porta se escancarou.

– Então você está aqui!.... – antes mesmo de se virar Riley sabia que aquela voz pertencia ao bêbado desprezível de antes. E Dimitri parecia mais bêbado do que antes, mal conseguindo ficar de pé. – Eu sabia... cedo ou tarde elas sempre acabam na minha cama...

E se atirou em Riley, caindo os dois na cama. Dimitri enfiava a língua na boca de Riley, e mesmo que a garota tentasse gritar e empurrá-lo, parecia inútil.

Então pelo canto dos olhos viu um vulto agarrando Dimitri pela gola da camisa e deferindo-lhe um belo de um soco no olho direito. O bêbado caiu com um estrondo no chão, e lá ficou.

– Você está bem? – Ward virou para erguê-la, e seu rosto estava repleto de preocupação e raiva. Riley nunca vira emoções tão bem demarcadas no rosto do garoto antes, e segurou o susto.

– Estou, só muito enojada, mas bem. Argh! – ela limpou a boca, que respingava a saliva sabor álcool de Dimitri.

O caído resmungou um pouco, e tentou se mover, mas acabou desistindo. Ward aproximou-se e cutucou-o com o pé.

– Ele vai ficar bem?

– Você está preocupada com o cara que acabou de tentar te violentar? – Ward ergueu as sobrancelhas, recuperando o seu tom indiferente e tranquilo na voz.

– Ele é seu melhor amigo, não é? – ela deu de ombros.

– Mas merecia uma surra. – Ward o encara antes de virar para ver seu rosto, levemente avermelhado. – Ele não a machucou de verdade, não é?

– Não se preocupe. – e vestiu a malha branca, por um instante esquecida em sua mão. Olhou em direção ao corpo caído no canto do quarto, que parecia roncar num sono profundo. “Impressionante, esse idiota. Só bastava um soco para faze-lo dormir.”