Acordei por volta das 10h00 da manhã com Lucy pulando na minha cama, gritando muito, mais muito mesmo.

– VAMO GABRIELLA! LEVANTA DESSA CAMA MENINA! VAI FICA AÍ O DIA INTEIRO? – Ela me balançava de um lado pro outro

– Por mim eu ficava, deixa eu dormir vai Lucy.

– Ah não Gabs! Vamos dar uma volta, levanta essa bunda gorda que a gente vai sair. – Ela disse saindo do quarto

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– Você vai ver, vou catar o Tobby. – Sentei-me na cama e sorri malandra, Lucy ouviu e voltou na hora

– Você não faria isso.

Tobby é um rinoceronte de pelúcia que Lucy tem desde os 5 anos de idade, ela leva ele pra tudo quanto é lugar. Ela já o levou até na escola! Ninguém, mais ninguém mesmo podia tocar nele, ela o matinha guardado num baú cheio de tralhas.

– Não duvide de mim, Lucy. – Levantei-me e escovei os dentes, peguei uma roupa (http://data.whicdn.com/images/31980208/tumblr_m6nywvc4ij1r7dttno1_500_large.jpg) uma sapatilha preta, tomei banho, vesti-me e desci. Lucy estava comendo cereal na cozinha encostada na pia. Peguei um copo de suco e tomei.

– Aonde vamos? – Perguntei tirando o pote de cereal dela e comendo

– Ei, devolve é meu! – Ela tomou de volta de mim e eu ri – Sei lá, vamos andar por aí, quem sabe arrumar um emprego.

– Verdade. Vamos.

Peguei minha bolsa, celular, e a Canon. Lucy trancou o apartamento certinho, pegamos o elevador até o hall de entrada e saímos. Fomos andando por várias ruas, eu tirava foto de tudo, pessoas, passarinhos, crianças, parques. Compramos um sorvete pra cada e sentamos em um banco que havia ali.

– Achou algo? – Perguntei

– Tinha um estúdio, com uns anúncios pra uma peça de teatro e estavam procurando atores.

– Lucy, é a sua chance! Porque você não volta lá e tenta?

– Não sei Gabs, eu não vou conseguir... – ela abaixou o olhar

– Consegue sim! Por isso, você vai voltar lá agora e vai pedir as informações direito do dia do teste, ok? – Ela assentiu, fiquei esperando ela se levantar pra ir e nada – Vai Lucy!

– Agora? – Ela olhou pra mim com os olhos arregalados e com a boca toda suja de sorvete

– Claro né. – revirei os olhos

– Mas e você? – Ela perguntou

– Vou atrás de alguma coisa também, se eu quero ser cantora, tenho que correr atrás né. – Suspirei

– Tudo bem, nos encontramos em casa? – Assenti, levantamos e dei um abraço nela desejando-a boa sorte. Ela virou as costas e eu a chamei.

– Ou, limpa a boca. – Ri, ela me deu o dedo e saiu.

Fui andando por várias outras ruas, confesso que já não tinha esperança alguma, estava cansada e faminta. Avistei uma Starbucks, entrei e por sorte a fila estava pequena. Parei em frente ao balcão, pedi meus Muffins e fiquei observando o lugar com os olhos. Até que os passo por um papel branco que dizia: ‘’Procuramos alguém que possa lavar os mictórios e atender no balcão!’’ No momento em que terminei de ler soltei um grito esquecendo totalmente em que estava em um local comercial.

– É PERFEITO! – as pessoas olharam pra mim sem entender nada, apenas abaixei o olhar, peguei meus Muffins, sentei-me e em menos de 5 minutos estava atrás do ‘’gerente. ’’

– Moça, pode me ajudar? – Perguntei a uma menina, que trabalhava ali, ela aparentava ter 16 anos

– Claro – sorriu

– Eu vi que estão procurando alguém pra lavar os mictórios – ok, era nojento, super nojento. Mais se eu queria investir na carreira de cantora, tinha que começar de algum lugar – e atender no balcão.

– Ah sim, venha vou te levar até o subgerente.

Conversei com o subgerente que era super simpático, e graças a Deus, consegui o emprego. O salário não era lá aquelas coisas mais se eu juntasse por mês, daqui a algum tempo, conseguiria fazer meu estúdio dentro do AP. Bom, são coisas simples, no mínimo 2 placas de som, microfone daqueles profissionais e uma mesa de som. Pelo menos em 5 meses eu tenho que conseguir comprar isso. Peguei um táxi de volta pra casa e não encontrei Lucy lá.

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Deve estar no estúdio – pensei dando ombros

Peguei meu antigo violão, eu a chamava de Charllote. Ganhei quando tinha 10 anos, antes de minha mãe morrer. Peguei também meu caderno de composições sentei-me na ponta da cama e comecei com uma melodia qualquer. Era como se as letras aparecessem diante dos meus olhos e eu as escrevia rapidamente, para que não sumissem. Quando já tinha a música inteira composta, a cantei.

I'm holding on your rope

Got me 10 feet off the ground

I'm hearin' what you say but i just can't make a sound

You tell me that you need me then you go and cut me down

But wait

You tell me that you're sorry

Didn't think i'd turn around and say:(that)

It's too late to apologize

It's too late

I said it's too late to apologize

It's too late

I'd take another chance, take a fall, take a shot for you

I need you like a heart needs a beat,but it's nothing new

Yeah

I loved you with a fire red now it's turning blue

And you say

"Sorry" like the angel

heaven let me think was you

But i'm afraid

It's too late to apologize

It's too late

I said it's too late to apologize

It's too late

It's too late to apologize

It's too late

I said it's too late to apologize

It's too late

It's too late to apologize

It's too late

I said it's too late to apologize

It's too late

I'm holding on your rope

Got me 10 feet off... the ground

Dei-a o nome de Apologize. Guardei minhas coisas, e ouvi Lucy chegar.

– Como foi Lucy? – Perguntei entusiasmada, ela tinha um papel nas mãos

– Me selecionaram para o teste da co-protagonista! – Ela disse quase pulando e eu lhe dei um abraço

– Que ótimo Lucy! Eu disse que você ia conseguir.

– E você? Como foi?

– Consegui um emprego no Starbucks. –Disse sorrindo, eu realmente estava animada com a idéia

– Vai trazer café pra mim todos os dias né?

– Talvez – rimos

Ficamos assistindo até a noite, pedimos pizza na janta, comemos e nos jogamos no sofá.

– O Zayn ligou?

– Não.

– Ele vai ligar!

Sorri sem muita vontade, dei boa noite a Lucy e fui deitar. Antes de cair no sono, fiquei pensando, como seria minha vida daqui pra frente. Nisso, pensei numa frase que minha mãe sempre me dizia:

‘’Não desanime diante as dificuldades, obstáculos existem para serem superados.’’

Sorri ao lembrar de sua voz, e uma lágrima caiu, ardendo meus olhos e corroendo minha alma.



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