POV LUDMILA

–O que foi meu amor? –o Federico não entendeu o porque da minha cara.

–Nada Federico, mas me diz, você está bem? Não esqueceu de nada? –perguntei colocando a Emily no chão.

–Estou um pouco cansado mas estou bem, e sim, esqueci uma coisa. –ele se aproximou de mim.

Ele ia me beijar mas virei o rosto.

–O que foi?

–Você não está sentindo falta de nada? –continuei a perguntar.

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Ele negou.

–Você é um idiota. –dei vários socos em seu peitoral.

–Ei, o que foi? –ele não estava compreendendo.

–Sério Federico, não está sentindo falta de nada? –tentei me controlar.

–Não meu amor. –ele respondeu.

–E onde estão a Luly e o Jordan? –cruzei os braços.

–Ai não. –ele coçou a nuca.

–Vai, agora! –apontei para a porta.

–Beijo de despedida? –ele perguntou.

–AGORA! –continuei apontando para a porta.

–Tá. –ele se rendeu.

Ele andou até a porta e saiu correndo ao fechar a porta. Ouvi o carro sair então suspirei.

–Seu pai. –bufei. –Irresponsável.

Olhei em volta e procurei pela Emily.

–Emily? –olhei pela sala. –Ai, não. Emily... –comecei a chama-la. –Emily!

Comecei a procura-la pela casa. Tenho que aprender a olhar minha filha. Parei para pensar um pouco.

–Emily, vamos no shopping? –perguntei esperando uma resposta. Esperei um pouco até ver uma coisinha loira vir andando quase caindo. Ela chegou perto de mim e sorriu com a mão na boca.

–Tira a mão da boca. –tirei a mão dela da boca. –Onde você estava?

Ela gargalhou.

–Você é igualzinha a mamãe, adora shopping. –fiquei olhando-a.

–Mamae! -ela esticou os braços.

Pequei-a no colo. Ela me encarava fixamente com aqueles olhinhos castanhos.

–Minha princesa!

POV CAMILA

–Melody amor, você tem que dormir. –estava chamando a Melody para dormir.

–Querida você viu o Miguel? –o Broduey apareceu me dando um selinho.

–Não, meu amor. –respondi.

–Vamos mamãe. –a Melody me chamou.

–Broduey, leva ela pra cama que eu procuro o Miguel. –falei dando outro selinho no Broduey.

–Boa noite mamãe! –a Melody pulou em mim e eu a segurei se não ela iria cair.

–Boa noite, Mel. –beijei sua bochecha.

Eles saíram andando e eu fui procurar o Miguel. Comecei a andar pela casa de cômodo, em cômodo. Ele tem só dois anos, quase três mas são dois ainda, mas quando quer sumir ele sabe.

–Miguel! Querido, vamos, hora de dormir. –tentava chama-lo.

Resolvi ir para o jardim, talvez ele estivesse lá. Comecei a andar e nada, me sentei no banco e suspirei, ouvi alguém fungando, era o Miguel, ele estava chorando. Se ouço uma criança chorando, principalmente meus filhos, eu entro em desespero. Fui até o Playground que tem aqui em casa.

–Miguel. Vem cá filho. – chamei-o.

Nada aconteceu.

–Filho, eu não quero subir aí. –falei séria.

Novamente nenhum movimento ou palavra.

Comecei a subir e quando cheguei ele estava encolhido em um canto chorando baixo.

–O que foi querido? –me aproximei dele colocando-o em meu colo.

Reparei que ele estava com a mão pousada sobre o joelho direito. Levantei a barra da calça do pijama dele até coxa, tendo visão de seu joelho que estava machucado.

–O que aconteceu? –perguntei preocupada.

Ele negou.

–Filho, me conta! –mandei.

–Na...da. –ele respondeu entre choros.

–Filho, eu te amo muito, muito, muito e muito. Quero te ajudar, amor. –falei.

Ele tem dois anos, não vai saber explicar, ele é muito novo.

–Se não quer me contar, tudo bem, mas vamos dormir tá?

Ele assentiu.

–Então vamos. –falei sorridente.

Desci primeiro e depois pequei ele quando já estava lá em baixo. Levei-o para cama e fiquei lá com ele até ele dormir tranquilo. Quando ele dormiu, dei um beijo em sua testa e me retirei do quarto com um enorme, gigantesco peso nas costas. Cheguei em meu quarto onde encontrei o Broduey lendo. Ele me olhou e me analisou.

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–O que foi? –ele me perguntou.

–O Miguel está macucado. –falei me deitando.

–O que aconteceu? –ele ficou preocupado.

–Eu não sei! –respondi brava.

–Isso que eu adoro em você, quando você fica brava por não conseguir o que queria. –ele me beijou.

–Eu queria saber porque ele está machucado, ele tem só dois anos. –falei batendo na cama.

–Mas você lembra da Melody, ela vivia machucada quando tinha dois anos, ela corria pra lá e pra cá e sempre estava machucada. –ele lembrou.

–Eu sei...

* Três meses depois

POV ANGIE

–Minha menina! –estava com a Julietta no colo.

–Vamos mamãe, vamos por favor! –ela estava implorando.

A Julietta está o mês todo me implorando para nós irmos em um parque aquático e como agora eles estão de férias ela não me deixa.

–Acho que ouvi seu pai me chamando. –coloquei-a no chão e tentei sair andando, mas ela segurou minha mão.

–Vamos mãe, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor... –ela começou a repetir várias vezes bem rápido.

–Tá bom. –bufei sorrindo.

–EEEHHHH!!!! –ela comemorou.

–Mas você tem que convencer seu pai.

–Eu consigo, o papai se derrete por mim. –ela saiu gargalhando.

Fiquei olhando-a desaparecer do meu ponto de vista.

–Essa Julietta. –ri.

Saí do meu quarto e fui na direção do quarto do David na esperança de que ele estivesse lá, e sim, ele estava lá.

–Oi amor. –falei me encostando na porta.

–Oi mamãe. –ele parou de brincar e olhou pra mim sorridente.

–O que você está fazendo? –não me movi, apenas pronunciei.

–Tô bincado. –ele respondeu.

–Interessante. –respondi e ele sorriu. –Mas sabe de uma coisa, tem um monstro que quer te pegar, ele até perguntou de você. –falei ainda imóvel.

–Qui motlo? –ele se assutou.

–Eu! –corri na direção dele e pequei ele no colo logo em seguida fazendo-o gargalhar. Joguei ele na cama e comecei a fazer cocegas nele.

–Nãu mamãe, pala mamãe... –ele implorava já com lagrimas nos olhos de tanto rir.

–Tudo bem. –parei e me sentei na cama ao lado dele.

–Eu te amo, meu loirinho lindo. –baguncei o cabelo dele.

–Eu também, mamãe. –ele me abraçou.

–Vamos lá em baixo ver como sua irmã está?

Ele assentiu.

Pequei-o no colo e descemos nós dois indo na direção do quarto da Giovanna. Nós chegamos no quarto da Giovanna onde a encontramos mexendo no celular, como sempre. Adentrei ao quarto e ela nem percebeu, me aproximei e nada. Tirei o celular da mão dela.

–Ei! –ela reclamou.

–Oi, Giovanna. –falei guardando o celular dela no meu bolso.

–Oi, mãe. Me dá meu celular. –ela pediu esticando o braço e abrindo a mão.

–Não sei, vou pensar. –falei séria.

–Gi, Gi... –o David pediu colo para a Giovanna.

–Não, David. Não quero –ela respondeu seca.

Ele fez bico e começou a chorar.

–Giovanna! Ele é seu irmão. –briguei com ela.

–Eu não tenho pegar ele, você é a mãe dele, quem mandou ter mais filhos. –ela falou grossa.

–Giovanna!

–Mamãe... –o David me abraçou chorando.

–Sh, sh, sh, sh... –comecei a nina-lo. –Pronto.

–Pode me dar o celular agora? –ela pediu de saco cheio.

–Não, agora vai ficar sem celular. Você tem 11 anos e só fica nesse celular. –reclamei.

–Você não pode dizer o que devo fazer. –ela falou convencida.

Me abaixei ficando de joelho no chão.

–Meu amor, vai lá com o seu pai, vai. –beijei a bochecha do David que me obedeceu e foi na direção da sala.

Esperei que ele estivesse bem longe.

–Eu sou sua mãe, sei o que você pode e deve fazer. –falei me levantando.

–Não pode não! –ela aumentou o tom.

–Quer ver então, vou sair e te deixar de castigo no quarto e você não pode fazer nada. –falei e saí sorrindo.

Ouvi ela rosnar de raiva.

Eu estou cansada, não tem um dia que a Giovanna não arruma confusão comigo. Fui para a sala onde encontrei o Germán ninando o David que ainda estava com o rosto vermelho, e a Julietta falando com o Germán.

–O que aconteceu com ele? Ele apareceu aqui na sala me chamando com o rosto vermelho e chorando. –o Germán me perguntou.

–Não foi nada. –respondi.

–Mãe, fala com o papai. –a Julietta se sentou em meu colo.

–O quê? –não estava entendendo.

–Sobre o parque. –ela falou.

–Ah Julie, isso não é comigo filha, falei que você tem que convence-lo. –ri.

–Mas ele não deixa. –ela reclamou.

–Então te desejo boa sorte...

POV FRANCESCA

–DIEGO!!! AHHHH!!!! –minha bolsa acabou de estourar.

Eu estava no quarto sozinha, mas logo já estava rodeada pelo Diego, pela Bella é pelo Diogo que não estava entendendo.

–Bella, pega a bolsa do bebê por favor. –o Diego pediu enquanto me ajudava a sentar.

–Onde está pai? –ela perguntou preocupada.

–No quarto dele. –o Diego respondeu.

O Diogo foi com a Bella, ele sempre vai, ele é o chiclete da Bella.

–Você consegue andar, meu amor? –o Diego me perguntou.

–Acho que sim. –respondi com a respiração pesada.

O Diego me ajudou a andar até o carro e depois voltou para pegar minha bolsa, a Bella apareceu no carro junto com o Diogo, ela colocou e bolsa do Matheus no porta-malas e voltou para o banco de trás.

–Filha... –parei para respirar. –Consegue prender, seu irmão na cadeirinha? –falei entre contrações.

–Consigo. –ela assentiu e prendeu o Diogo na cadeirinha dele.

O Diego apareceu rapidamente ligando o carro e começando a dirigir rapidamente na direção do hospital. Ele dirigia rapidamente, e olha que não é primeiro parto que ele acompanha meu. Chegamos no hospital, me levaram para a sala, pedi para que ele ficasse na sala de espera com as crianças e para que ligasse para alguém.

Me levaram para a sala de parto onde me vestiram com aquela camisola de hospital e pediram para esperar que o médico estava vindo.

Vi o Diego entrar pela porta com um lindo sorriso no rosto.

–Chegou a hora, Francesca. –ele me beijou.

–Mais um. Depois desse chega, tudo bem? –falei rindo mesmo com dor.

–Eu adoraria ter outra menina, só tenho uma. –ele falou.

–E eu?

–A Bella e você, mas queria mais uma menininha. –ele pediu.

–Depois resolvemos isso, tá. Agora a dor me deixa pensar muito bem. –ri fraca.

O doutor entrou já com luvas, preparado para fazer o parto.

Como qualquer médico, ele me pediu para fazer força, e é o que eu estava fazendo. Eu fazia o maior esforço do mundo para que eu trouxesse meu filho ao mundo, eu me esforçava apertando a mão do Diego que não parava de me apoiar sempre me incentivando. Eu tentei mas não conseguia, não estava dando certo.

–Diego, não consigo... –respirei com a dor.

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–Vamos meu amor, você consegue. –ele me incentivou.

Senti uma dor mais forte.

–AAHHHH!!! –berrei. –Não consigo, está doendo muito.

–Vamos senhora Hernandez. –o médico pediu.

Tentei fazer a maior força possível mas nada acontecia. Ficamos um tempão no parto mas nada acontecia, minha dor só aumentava e o bebê não saía.

–Levem-na para a sala de cirurgia, vamos fazer uma cesariana de emergência. -o médico disse.

–O quê? -eu não estava entendendo.

–Vai ficar tudo bem. –o médico garantiu.

Me levaram rapidamente para outra sala onde me deram a epidural (anestesia) e começaram a fazer a cirurgia. O Diego entrou na sala depois de um tempo. Ele beijou minha mão e disse que ficaria tudo bem, comigo e com o bebê.

Quando finalmente tudo acabou eu não ouvi o bebê chorar, o que me preocupou.

Me levaram para o quarto separado, o Diego não me deixou por um minuto. Quando chegamos no quarto fiz um pedido.

–Quero ver a Bella. –pedi.

–A Bella?

–Sim, a Bella minha filha. –falei.

–Por quê? –ele estava muito curioso.

–Por nada Diego!

Ele saiu da sala me deixando sozinha pensando. Já quase perdi a Bella quando ela nasceu, por isso quando estou nervosa gosto de falar com ela. Vi o Diego entrar pela porta com o Diogo dormindo em seu colo, e a Bella ao lado do Diego.

–Mãe. –a Bella correu até mim e me abraçou.

–Oi querida. –abracei-a. –Vem cá.

Ajudei-a a subir na cama e se deitar ao meu lado encostando a cabeça em meu ombro.

–Com quem vocês estavam lá fora? –perguntei.

–Com o vovô –ela respondeu.

–O Gregório. –falei.

–Onde tá o bebê? –ela perguntou olhando fixamente para seus olhos. -O papai falou que você queria falar comigo. –ela falou.

Ela assentiu.

–É, queria te contar uma história.

–Vai ser bom, estou com sono. –ela sorriu.

–Então te conto. –falei. –Quando você era bem pequenininha, bem pequeninha mesmo, você era uma bebezinha você me deu um susto bem grande. –comecei.

–Por quê? –ela perguntou.

–Teve uma noite que eu acordei com você chorando no seu berço, eu me levantei e fui até seu quarto. –percebi que o Diego também me ouvia atentamente. –Cheguei perto do seu berço e vi que você estava toda vermelha mexendo os braços e as pernas. Eu te pequei no colo com muito cuidado, e percebi que você estava doente, não estava bem, eu chamei meu pai e ele apareceu correndo preocupado... –olhei para a Bella que estava quase dormindo.

Eu mexia no cabelo dela e contava calmamente.

–Meu pai mandou eu correr para o carro que ele ia te levar para o hospital, Eu estava superpreocupada, não parava de chorar de preocupação. Nós chegamos no hospital, então... –vi que ela dormia calmamente ao meu lado.

Parei de falar ao perceber que ela tinha dormido.

–Continua. –o Diego pediu.

Neguei.

–Francesca, me conta. O que aconteceu, eu tenho que saber. –ele se levantou.

Ele se levantou da poltrona e foi até o sofá, arrumou uma almofada e colocou o Diogo lá, deitadinho enquanto dormia calmamente. Ele se aproximou de mim e me deu um selinho.

–Me conta. –ele pediu.

–Depois. –falei.

Vi um médico entrar com uma cara não muito boa.

–Boa noite, sou o médico Juan. –ele cumprimentou o Diego que está de pé. –E quem são essas duas criança lindas? –ele perguntou sorrindo.

–Nossos filhos. –falei.

–Vim falar sobre o bebê. –o médico falou.

–Como ele está? –perguntei preocupada.

–Ele não sobreviveu. Ele sufocou antes de nascer, ele ficou preso com o cordão umbilical enrolado no pescoço e não conseguiu respirar, ele não suportou, eu sinto muito. –o médico falou tristonho.

Senti meu coração se despedaçar. Meu filho que carreguei durante 9 meses está morto.

–Não...