Nosso Amor Único

Capítulo 12


CHRISTIAN

SETE MESES DEPOIS

— Eu ainda não acredito que já estamos completando sete meses de namoro, amor – Ana comentou sorrindo, fazendo-me sorrir também à medida que terminávamos de jantar em um aconchegante restaurante italiano – Logo logo completaremos um ano.

— Verdade – murmurei, tentando deixar o nervosismo um pouco de lado, pois estava chegando a hora de fazer o que eu tinha planejado a uma semana.

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— Eu acho que a pizza daqui é a melhor da cidade.

— Concordo totalmente com você, ursinha. É muito boa mesmo – falei, dando-lhe um sorriso – Amor? – a chamei, segundos depois, e a mesma ergueu o olhar, encarando-me.

— Oi, ursão. O que foi?

Antes de respondê-la, chamei o garçom e pedi que o mesmo trouxesse a sobremesa especial, que eu havia vindo mais cedo e pedido que eles fizessem para mim para essa noite.

— Ui, uma sobremesa especial! – exclamou Anastasia.

Sorri e peguei suas mãos por sobre a mesa, assim que o rapaz saiu.

— Amor... Hoje completamos nossos primeiros 07 meses juntos, e eu só posso agradecer. Agradeço por você me fazer tão feliz. Por estar sempre ao meu lado, compartilhando tantas alegrias comigo e me apoiando em meus projetos de vida. Amo muito você, minha ursinha linda...

— Também te amo muito, ursão – ela disse, interrompendo-me e sorrindo, com os olhos já marejados – É com você que eu quero dividir todos os meus dias felizes, e tristes também, para sempre.

— Eu também desejo muito ficar para sempre ao seu lado, meu amor. Tanto que quero oficializar o nosso namoro – informei ao ver o garçom se aproximando novamente.

— Oficializar? – Ana indagou, fazendo uma cara de confusa.

— Isso mesmo.

O garçom parou rente a nossa mesa e colocou sobre a mesma um bolo de chocolate, no estilo Naked Cake, em forma de coração vazado, contendo ao centro dele uma linda caixinha vermelha, também em forma de coração.

Agradeci ao rapaz e assim que o mesmo saiu, eu peguei a caixinha contendo as duas alianças e um anel solitário e a abri, encarando a Anastasia, que se encontrava ainda surpresa.

— Ai que lindo, amor! – ela exclamou, assim que eu terminei de colocar os anéis em seu dedo – Eu amei. Te amo, ursão.

— Também te amo, ursinha.

Após comermos o bolo, pedimos a conta e enquanto esperávamos o garçom retornar, Ana quis tirar uma foto de nossas mãos com as alianças de namoro, para que a mesma pudesse mandar para a mãe dela.

— Ficou perfeita, amor. Pronto, mandei. Ela deve responder mais tarde, quando o plantão folgar um pouco.

Assenti, já vendo o garçom voltar, então após pagarmos a conta, saímos do restaurante e caminhamos de mãos dadas até próximo da esquina, onde eu havia estacionado o carro. Mal paramos perto da porta do passageiro, quando escutamos um grito, meio abafado.

— Para, por favor!

— Ouviu isso, amor? – Anastasia me perguntou e eu concordei com a cabeça.

— O que será que está acontece?

— Você vai aprender a ser homem de verdade!

Escutamos a voz bem alta de um homem e o mesmo parecia muito bravo, mas acabou por nos dar a localização deles. O casal se encontrava no parque que ficava ao lado da quadra do restaurante. Resolvemos então nos aproximar um pouco e vimos um cara chutando uma mulher caída no chão.

— Por favor! Eu sou mulher! Me deixa em paz!

— Amor, é melhor a gente ligar para a polícia – Ana ressaltou e eu assenti, já pegando o meu celular.

911, qual sua emergência?

— Oi, boa noite. Tem um homem agredindo uma mulher no Parque Victor Steinbrueck.

Ok, senhor. O cara está portando algum tipo de arma?

— Não dá para ver de onde eu e a minha namorada estamos. A mulher está caída no chão e ele está agredindo ela com chutes e socos. Por favor, manda alguém rápido para cá.

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Tudo bem, senhor. Fique calmo e não vá confrontar o agressor. Uma viatura da polícia já está à caminho.

— Eu vou te matar sua aberração! Onde já se viu um homem se vestir de mulher?! – ouvimos o cara gritar, então encerrei a chamada da emergência.

— Meu Deus! Será que ela é trans? – Anastasia indagou, assustada.

— Ou um travesti. Fica aqui, ursinha – falei, começando a me afastar dela.

Ouvi a mesma me chamar, tentando segurar meu braço para me fazer parar, mas eu tinha que impedir o cara de matar aquela mulher.

— Ei, cara! Deixa a mulher em paz! – gritei, chamando a atenção do homem, que parou de agredir a moça e me encarou.

— Mulher?! Não vê que isso aqui é uma aberração?! Mulher não tem pau, cara!

— Eu sou... mulher... – escutei a moça balbuciar, encolhida no chão, quando me aproximei mais, com Ana em meu encalço.

Anastasia se agachou para ajudar a moça e logo percebendo que a mesma era uma trans, em transição, pois ela ainda continha alguns traços faciais masculinos. Aquilo me deixou muito revoltado, então parti para cima do cara.

— Seu idiota! – gritei, o empurrando para longe da mulher – Qual é o seu problema?! Não sabe respeitar outro ser humano não?!

— Que foi?! São iguais a essa aberração?! Por isso estão defendendo essa cria do demônio?!

— E se fossemos, não seria problema seu!

— Meu Deus! É uma infestação! Eu vou acabar com você, seu viado! Depois vou dar uma lição naqueles dois travestis.

— Pode vir! Sou mais macho que você! – gritei, mostrando minhas mãos em punho.

Ele avançou para cima de mim, dando-me um soco, ao qual logo revidei, nos levando ao chão, atracados. Eu ouvia Ana gritar para o cara parar enquanto o mesmo se encontrava por cima de mim, tentando acertar meu rosto, à medida que eu contra atacava, dando murros nele onde eu consegui atingir.

De repente, ele foi tirado de cima de mim por um policial e o outro me ajudou a levantar do chão, já perguntando o que estava acontecendo ali enquanto eu cuspia o sangue que se instalava em minha boca, devido ao corte no lábio.

— Essas aberrações estão tomando conta da cidade! – gritou o homem.

— Aberração? Olha o que você fez com aquela mulher, seu monstro! – exclamei, apontando para o banco onde a moça se encontrava sentada, meio encolhida, com a Anastasia ao lado dela – Nós não somos a aberração aqui!

— Esse projeto de homem... – ele disse apontando para mim e olhando para o policial que se encontrava a frente dele – ...me atacou por eu ensinar um homem a ser homem!

— Ok. Os quatro vão nos acompanhar até delegacia para esclarecermos melhor os fatos.

— Delegacia? Que absurdo! – o cara grita, parecendo mais assustado do que indignado, e logo sai correndo, fazendo um dos policiais ir atrás dele.

O mesmo com certeza não iria muito longe, pois eu havia dado alguns socos nas costelas dele, então o cara iria ficar sem fôlego rapidinho.

— Bem, isso deixa claro que o senhor é a vítima aqui. Vai querer prestar uma queixa?

— Sim. Mas a denúncia maior será daquela moça ali que estava sendo agredida pelo cara quando nos aproximamos.

O policial assentiu e começou a pegar nossos depoimentos à medida que a ambulância chegava e os paramédicos começavam a socorrer a mulher ferida.