Nossas Crianças - Dramione

Capítulo 11 - Segredos Revelados


Nossas Crianças – Dramione / Capítulo 11 – Segredos Revelados

*-*

Blásio Zabini

– Pelo seu desespero contido no telefone, o casal vai passar a noite fora.

– Não duvido muito – Eu passei a mão na nuca devidamente constrangido.

– Vai me convidar para entrar ou não? – Gina cruzou os braços com a expressão séria, apesar de eu saber que ela estava brincando.

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Eu não pude conter um sorriso enquanto abria espaço para ela passar.

– Mas é claro minha linda, eu já estava para fazer isso.

Ela murmurou um ‘sei’ descrente enquanto eu fechava a porta e ela observava a casa com curiosidade.

– Quem foi o demente que achou que você poderia cuidar de dois bebês? – Ela ergueu uma sobrancelha com um sorriso perverso.

– Acredite – Eu a guiei até o andar de cima – Eu tentei avisa-lo.

– Sabe que não vou passar a noite toda aqui né Blás? Eu ainda tenho que voltar para casa para-

Eu coloquei o dedo indicador frente aos lábios pedindo que ela fizesse silêncio. Ela estreitou os olhos, odiava receber ordens minhas. Mas sua expressão fechada logo passou quando pegou a garotinha loira no colo, e mais extasiada ainda com o menino.

– Qual o nome deles? – Perguntou, os olhos brilhando com o garoto no colo.

– Helena e Willian, mas não são irmãos de sangue.

– Como assim? – Franziu o cenho.

– Se eu contar para você quem são os pais deles você não vai fazer escândalo vai? Porque quando essa menina começa a chorar nem-

– Para de enrolação Zabini! – Esbravejou, e para minha infelicidade foi o menino que começou a chorar.

Suspirei, ótimo.

– Segura aqui – Ela esticou a menina para mim. E eu recuei o corpo assustado.

– Não, ficou louca?

– Por que não?

– E se eu deixar ela cair?! – Exclamei desesperado.

Ela sorriu de forma mágica.

Essa era uma das ótimas vantagens da amizade de Gina Weasley, além dela jogar na sua cara quando você estava errado e ser cínica 50% das vezes, o sorriso dela abria portas. Pequenas rugas se formavam em volta dos olhos brilhantes, e as sardas ganhavam um certo charme.

– Tá bom, eu vou ensinar só uma vez – Advertiu-me, tirando de meus devaneios – Você segura aqui, e aqui, e deixa a cabeça dela perto do seu peito para que ela se sinta segura. Desce jeito está vendo? – Ela revezou olhares entre nós dois.

Eu balancei a cabeça em positivo.

Eu ainda estava sem jeito, mas dava pro gasto. Ela pegou o garoto, e começou a falar com ele como se ele fosse entender.

Mulheres.

Ela disse que ele estava com fome – eu não sei como ela descobriu isso – e saiu do quarto descendo as escadas e indo em direção as escadas como se morasse ali.

Eu apenas a acompanhei calado.

– O que vai fazer? – Perguntei.

Ela colocou o garoto em cima da mesa e indicou para que eu ficasse de olho.

– Como eu não sei o que a mãe dele está dando pra ele comer, vou fazer leite quente com chocolate. Deve ter uma mamadeira aqui em algum lugar, procura para mim? – Ela virou o rosto na minha direção enquanto tirava o leite da geladeira. Com aquele olhar de ‘ por favorzinho?

Eu suspirei acomodando melhor Helena no braço e vasculhando os armários de baixo, quando encontrei a finada da mamadeira G disse o leite já estava quente. Ela explicou como eu deveria fazer para saber se estava quente demais ou frio, e sentou-se para dar de comer pro garotinho.

Eu me sentei a sua frente.

– Quando vai acabar esse seu rolo sem fim com o Potter?

Ela suspirou, mas não respondeu e não olhou pra mim.

Aquilo já estava me dando nos nervos, deveria ser a terceira vez que nós estávamos naquele assunto, só esperava que não terminasse de forma drástica que nem da outra vez.

– Eu te fiz uma pergunta G.

– E eu escutei – Deu de ombros.

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– Não vai me responder?

Ela suspirou outra vez.

– Não sei o que está esperando que eu responda, você sabe que não.

– Olha G – Eu massageei as têmporas, me controlando para não fazer um escândalo. – Você não sabe como me dá nos nervos quando eu acordo de manhã e surge aquelas fotos suas e do Potter.

– Não é como se eu gostasse das suas. Cada dia em um evento diferente, com uma garota diferente. – Ralhou.

– Você sabe que é só fachada! – Bati com a mão livre sobre a mesa e Helena começou a chorar no meu colo.

– Viu o que você fez! – Ela me fuzilou com os olhos – Você só sabe fazer bobagem. – Ela tirou a garota do meu colo e começou a se afastar.

E eu fui atrás.

– Eu só faço bobagem? Você sabe, eu sei, nós dois sabemos que aquilo que Potter diz para todo mundo que existe entre vocês dois é puramente da boca para fora!

– E desde quando isso importa? – Ela abriu a porta do quarto das crianças.

– Importa para mim Weasley – Ela sabia que eu só a chamava pelo sobrenome quando já tinha perdido completamente a paciência – Sou eu quem passa as noites sozinho, eu não tenho nada, não tenho ninguém, tenho que ficar esperando quando você pode escapar da sua vida perfeita para lembrar que eu existo!

– E o que espera que eu faça? – Ela se virou, vermelha de raiva, as crianças já nos berços. – Que eu largue tudo que eu levei uma vida inteira para construir e corra até você? Quer que eu levante um dia de manhã e pense ‘hoje eu vou fugir com o Blás? Sinto muito, mas não é tão fácil assim!

Nós saímos do quarto, surpreendentemente havia ficado um silêncio, os dois tinham simplesmente apagados.

– Então o que vem te impedindo G? – Eu a segurei pelos ombros – Nós já tínhamos planejado isso antes, ia dar tudo certo. Por que você mudou de ideia?

Ela mordeu o lábio inferior, e eu soube que tinha alguma coisa errada.

– O que está escondendo de mim? Você nunca esconde nada de mim.

Ela recuou um passo, meio zonza, o olhar preso ao chão, algo não característico dela.

– Eu acho que... Acho que estou grávida... – Ela levantou a cabeça para olhar pro teto – Mas ainda não tenho certeza, eu marquei o médico para esse final de semana.

Eu levei uma das mãos ao rosto, podia sentir o suor me escorrer a cabeça, minha boca estava seca.

– É dele?

– Não – Respondeu mais rápido do que eu poderia imaginar, olhando para a porta no andar de baixo como se ansiasse que alguém passasse por ela, seus olhos estavam rasos e ela se recusava a olhar para mim a todo custo. – Eu sei que não é, mas eu não queria falar para você porque eu achei, acho que não saberia o que fazer. - Eu realmente não sabia. – Tive medo que, você fugisse, fosse embora.

Eu abri a boca para responder, mas nenhum som saiu.

Era bem a minha cara mesmo. A fama de Blásio Zabini não se aplicava a uma família estabilizada, filhos e um exemplo da sociedade, todo o meu histórico familiar se baseava em alianças com pessoas erradas, traições, desconfianças, escândalos e brigas, então de certa forma eu até a compreendia, mas me sentia um tanto aborrecido por ela me generalizar com meus parentes.

Eu tentei responde-la outra vez, mas escutamos o barulho da porta abrindo e Granger anunciou a chegada. Eu vi G empalidecer, Granger era melhor amiga de Potter e se ela descobrisse o que nós dois tínhamos não seria algo nada bom. Nada bom pra mim, nada bom pra ela, nada bom para a amizade das duas, nada bom para Potter.

Draco surgiu segundos depois, jogando um dos braços por cima dos ombros dela e erguendo a cabeça pra cima. Nossos olhares se encontraram e eu estremeci.

Estávamos todos com segredos ali. G e eu tínhamos um caso, G era casada com o melhor amigo de Granger, eu não havia contado sobre mim e G para Draco, G não sabia que os dois estavam juntos e com certeza ficaria revoltada por eu tê-la chamado para cuidar da filha de Malfoy e do sobrinho dela, que por acaso, ela nem conhecia desde a morte do irmão.

A noite ia ser longa.