Paulina: Noelia?

Noelia: Sim, desculpa estar incomodando. Você deve estar muito ocupada.

Paulina: Não, não tem problema.

Noelia: É que eu liguei para saber se podemos sair para conversar?

Paulina: Claro, mas pode ser amanhã? Eu estou um pouco atarefada.

Noelia: É que o que eu preciso falar com você, é urgente, eu fiquei me perguntando do porque de nossa semelhança, e resolvi investigar. Preciso lhe mostrar o que encontrei.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Paulina: Você está me assustando. Façamos assim, me encontre dentro de uma hora no café que fica próximo ao restaurante do seu marido, sabe qual é?

Noelia: Sei sim. Perfeito, dentro de uma hora eu lhe encontro lá. Até logo.

Paulina: Até logo.

Carlos Daniel já havia acabado sua vistoria na fábrica, e foi até sua sala. Logo que entrou viu que a sua esposa estava falando no telefone com alguém, sua expressão era uma mescla de preocupação e angustia. Ela estava tão focada no teor daquela conversa que nem percebeu o marido entrando no escritório.

Paulina: CARLOS DANIEL! Que susto, não vi você entrando.

CD: Foi, você parecia estar muito concentrada na sua conversa. Com quem falava?

Paulina: Com a Noelia.

CD: Noelia Villareal?

Paulina: Ela mesma.

CD: E o que ela queria?

Paulina: Ela me ligou pra dizer que encontrou algo que pode explicar nossa semelhança. E quer que eu veja. Combinamos de nos encontrar daqui a uma hora no Café O sabor da vida

CD: Quer que eu vá com você?

Paulina: Não meu amor, você tem que tomar conta da fábrica. Além do mais, não acredito que a conversa vá demorar.

CD: Não sei não Paulina, você não acha arriscado. Mal conhecemos essa mulher.

Paulina: Calma meu amor, não tem porque se preocupar. Vamos estar em um local publico, cheio de gente. Além do mais, ela me parece ser uma boa pessoa. Sua preocupação não tem fundamentos, eu sei me cuidar.

CD: Eu sei Paulina, é que ela não me inspira confiança. Bom, deve ser coisa da minha cabeça, devo estar projetando a Paola nela e a julgando por isso.

Paulina: É meu amor, não se preocupe, vou ficar bem.

Depois de um tempo, Paulina despediu-se do marido e foi em direção ao ponto de encontro. Estava nervosa, queria saber o que Noelia havia descoberto. “Será que ela seria mesmo sua irmã?” “E se fossem, porque sua mãe não lhe falou dela na carta que escreveu antes de morrer?” “Será que ela, Paola e Noelia seriam trigêmeas mesmo?” Todas as cogitações imperavam em sua mente, buscava entender aquela situação, mas era em vão. Resolveu então se acalmar e esperar para ver o que a Noelia iria lhe falar, afinal uma preocupação não faria bem a sua gestação.

Ao chegar no local, logo avistou Noelia sentada em uma mesa perto da janela, a mesma não percebeu a chegada de Paulina, sua atenção estava voltada para papeis presentes em suas mãos.

Paulina: Oi Noelia.

Noelia: Oi Paulina, desculpe, não vi você chegar.

Paulina: Não se preocupe com isso, então, o que você encontrou?

Noelia: É melhor você se sentar, não quero que as notícias interfiram na sua gravidez.

Paulina: Noelia, todo esse mistério está me deixando mais angustiada.

Noelia: Tudo bem, eu vou ser objetiva.

Paulina: Por favor.

Noelia: Desde aquele dia que nos encontramos fiquei atônita com a nossa semelhança. Eu precisava descobrir o porque disso. Então, essa semana eu viajei a Cancun e descobrir algo fantástico e ao mesmo tempo sombrio. Eu voltei ao orfanato onde fui deixada para verificar os meus registros lá. E analisando os documentos, eu descobrir que no mesmo dia que eu fui deixada na porta do orfanato, aconteceu algo estranho em um hospital de redondeza.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Paulina: O que aconteceu?

Noelia: Uma mulher que deu a luz a três meninas, horas depois do parto foi informada que uma das crianças havia morrido. Mas como ainda estava se recuperando, a senhora não pode ver o corpo do bebê. Sendo assim, o velório e enterro, foi organizado pelo seu esposo.

Paulina: Ai meu deus Noelia, será que esse fato tem alguma referencia com a nossa semelhança? Será que a verdade é que o bebê não teria morrido? Ai meu deus

Noelia: Calma Paulina, não fique nervosa, não vai fazer bem para a sua gravidez. Tudo isso são suposições. Não sabemos se é verdade ou não.

Paulina: Onde você encontrou esse fato?

Noelia: Foi em um jornal antigo, olhe, aqui está uma cópia dele.

Paulina pegou rapidamente a folha de papel, naquele instante mil coisas passavam pela sua cabeça. Aquela historia absolutamente surreal poderia ser realmente verdade. Ela analisava o documento com muito cuidado, mas apesar de toda a concentração, ela tinha muitas vezes que reler a mesma frase duas ou três vezes. O nervosismo estava dominando seu corpo, suas mãos não paravam de tremer e seu coração batera de forma extremamente acelerada.

Ao passar os olhos pelo papel, viu algo que lhe chamou atenção. O hospital onde tudo aconteceu era o mesmo onde sua mãe havia dado a luz, e o que mais lhe impressionou foi que a data do ocorrido, era a data de seu aniversario. Ou seja, tudo aconteceu, no mesmo lugar e no mesmo dia. “Não pode ser coincidência, não pode ser” Era só o que conseguia pensar naquele momento, lágrimas começaram a sair pelos seus olhos, e seu nervosismo só aumentou. Ela não conseguia dizer nada, nenhuma palavra foi proferida. Apenas olhava para aquele papel e para Noelia, a qual tinha a preocupação estampada no rosto.

Noelia: Paulina, pelo amor de Deus, você está me deixando preocupada. Por favor, se acalme.

Paulina: Desculpe reagir assim Noelia, mas esta história foi impactante demais. Eu tenho quase certeza de que o bebê daquela senhora, não morreu na verdade.

Noelia: Você está querendo dizer que ...

Paulina: Sim, Noelia tudo faz sentido agora. Tudo aconteceu na mesma data e no mesmo dia, foi nesse hospital que a minha mãe foi dar a luz, foi nesta mesma data que eu e Paola nascemos. E nessa mesma data, você foi deixada em um orfanato. Não pode ser coincidência. Nossa semelhança impressionante não pode ser mera causalidade.

Noelia: Paulina você está me dizendo que somos...

Paulina: Sim Noélia, tenho quase certeza. Somos irmãs, irmãs gêmeas.