Nossa Canção

Capítulo 28


— Edward – Tento segurar seu braço, mas ele se afasto. Saiu da cama, quase caindo por conta dos lençóis que engancharam em meus pés, e vou para perto dele – Por favor, você precisa me ouvir.

— Ouvir? Bella, você tem noção de como fiquei quando vi essa merda de foto? Eu quase mato todos que tentaram me impedir de chamar o meu jatinho para vir até você. Cancelei o show que teria hoje. Você estava doente demais para viajar comigo, mas boa o suficiente para sair com outro? Qual o seu problema, se não quiser nada comigo é só dizer.

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— Pelo amor de Deus, deixa eu te explicar.

— Eu não sei se quero te ouvir, eu nem sei porque vim. Você merece todo meu ódio e desprezo.

— Não, eu não fiz por mal, eu juro. Edward, eu te amo.

— Ama? - Grita em minha cara – Que porra de amor é esse, Bella? Em, me diz! Nem a dignidade de dizer que você ia sair com ele, você teve. Eu te liguei a tarde, te liguei depois e você não me contou nada.

— Eu ia contar, mas sempre esquecia. Pelo amor de Deus, Edward, eu não tinha a menor ideia de que tudo isso ia acontecer. Eu só aceitei sair com o Sebastian porque antes de… - Calo a boca no mesmo instante. Se ele souber que eu e ele já fomos mais que amigos, nosso namoro já era.

— Antes de o que, Bella? - Seus olhos me fitam com tanta raiva que me encolho. Nem meu pai me olhou assim um dia.

— Esquece isso…

— Fala, agora – Diz entre dentes. Eu o olho assustada. Se ele souber, as coisas vão ficar muito mais feias – Ele é alguma ex-foda sua, é isso? - Como eu não nego, ele toma isso como um sim. Seu rosto fica mais vermelho do que já estava e ele chuta a mesinha de centro, fazendo os vidros estraçalharem ao cair no chão. Meu corpo treme com tamanha brutalidade vinda de sua parte.

— Edward!

— Vocês são uns malditos, você me apunhalou pelas costas, Bella. Justo você! - Aponta o dedo em minha face – Maldita!

— Não, Edward, eu juro. Eu não sinto nada por ele, prometo. Confesso que fiquei confusa quando o vi, ele tinha sido alguém importante na minha vida, mas ele não é você. Eu logo percebi que não passava de carinho de amiga, acredite em mim, por favor.

Ele começa a andar de lado para o outro, desesperado. Dava para ver a fumaça saindo de sua cabeça, ele estava muito puto comigo e eu não o culpo.

— Escuta-me, senta aqui – Estico minha mão para segurar seu braço, e ele o puxa bruscamente.

— Não me toca! Estou com tanto ódio de você, Bella, que nem sei o que fazer.

— Por favor, você está perdendo a cabeça. Escuta-me, eu te imploro.

— Com quantas mais ex-fodas suas eu vou ter que lidar? - Auch, essa doeu.

— Não sou uma puta, Edward, veja como você fala comigo. Não é como se fosse eu que tivesse milhares de fãs doidas para abrir as pernas para mim – Eu estou errada na história, mas não aceito que me desmoralizem.

— Isso não é sobre mim – Muda de assunto.

— Não, não é. É sobre mim tentando te dizer que eu não te traí e muito menos fiz isso por mal. Você nunca ficou bêbado, alto, na sua vida? Porque senão, desculpe por atrapalhar sua vida tão perfeita.

— Você poderia ter evitado tudo isso, poderia não ter ido com ele.

— Mas ele é meu amigo – Falo exasperada – Entende isso, Edward. Ele não sabia que eu tinha namorado, ele fez essa besteira porque não sabia de nada.

— Ele não assisti TV, não vê revistas, ele mora em que planeta?

— Ele não presta atenção nessas coisas, sempre foi assim. Esse mundo não interessa a ele.

— E você continua o defendendo.

— Meu Deus – É impressão minha ou o ar aqui está diminuindo? Puxa uma grande lufada de ar e reprimo a tontura que me ocorre. Não posso ter uma crise de asma agora, por favor.

— Edward, você não está facilitando…

— E por que eu deveria, você fez a cagada e agora quer que eu alivie para você?

— Só quero, preciso que você me dê uma chance para explicar – Ele caminhou até a janela e ficou olhando para a rua. Minha falta de ar estava se intensificando, mas não dou a miníma. Não posso perdê-lo.

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— Já que você não quer sentar e me escutar, eu vou falar mesmo assim. Vou te contar tudo desde o começo – Respiro fundo.

Caramba, o apartamento está ficando escuro.

— Assim que eu sai do aeroporto, eu esbarrei com o Sebastian. Conversamos pouco, eu estava com pressa para ir buscar a Lyne, você sabe. Então ele me convidou para jantar com ele e assim a gente colocaria o papo em dia. Eu juro que não ia esconder de você. Eu e a Lyne fomos na escola e fizemos a matrícula dela, e você sabe como ela expulsa o inferno para fora de mim com aquela rebeldia dela, e minha cabeça embaralha toda e eu surto. Você então ligou e eu ia te contar, mas a conversa que tivemos me distraiu e eu acabei esquecendo mais uma vez. Eu e a Lyne fomos almoçar e o dia passou tão rápido e quando eu vi, já tinha acontecido essa merda – Fito suas costas e não sei dizer se ele está prestando atenção no que falo.

— Se eu soubesse que isso ia acontecer, eu nunca teria ido, Edward. Confie em mim, eu te amo. Você é o amor da minha vida, eu tenho certeza disso. Por favor – Vejo que seu corpo muda um pouco de postura, mas ele não se vira – Eu preciso de você, preciso que confie em mim. Eu jamais, em toda minha vida, te trairia – Falo arfando.

Ando um pouco até ele, penso em tocar suas costas, mas respeito seu espaço.

— Você me ouviu? - Quando ele vira, vejo que seu rosto está molhado. Não, meu amor, não chore. Estou me segurando para não desmoronar.

— Bella – Sua voz agora está mais suave – Mas que droga – Segura meu rosto e encosta sua testa na minha. Acho que ele vai me beijar, mas não o faz – Eu te amo demais, não imagino minha vida sem você – Escuto um soluço sair de sua boca – Mas isso tudo é muito ferrado, é demais para assimilar.

— O que você quer dizer? - Faço que vou me aproximar de sua boca, mas ele segura minha cabeça no lugar.

— Eu te amo demais e quero mesmo acreditar nisso, mas não posso. Não agora – Meu coração começa a perder o controle das batidas.

— Pelo amor de Deus, não faz isso comigo, Edward. Eu estou te implorando.

— Bella, eu só preciso de um tempo, eu não posso fazer isso agora. Estou muito magoado, muito mesmo. Eu juro, quero acreditar em você, mas agora não dá.

— Claro que dá, é só você me ouvir com atenção – Ele começa a fazer seu caminho até a porta.

— Onde você vai? - Entro em desespero.

— Preciso me afastar, passar um tempo só.

— O quê? Não, não faz isso. Eu faço o que você quiser – Suplico.

— Bella, para com isso – Abre a porta e não aguento mais. Tanto pelo desespero quanto por minhas pernas estarem falhando por falta de ar, caiu de joelhos em sua frente e me agarro em sua perna.

— Não, não vá. Fique aqui comigo e vamos fazer isso juntos, podemos consertar isso – Ele segura meus braços e tenta me levantar.

— Levanta, o que você está fazendo?

— Não posso deixar você ir – Então, por ele ser mais forte e eu estar tão fraca, ele consegue se soltar de mim e caminhou para o elevador.

— Não é uma escolha sua – Fala frio.

— Edward, por favor – Grito agoniada. Ele continua me ignorando – Você me fez prometer que eu não iria desistir de você, que eu lutaria por nós. Mas você está fazendo totalmente o contrário, você está desistindo de mim – Grito e ele estanca no lugar.

— Nunca diga que eu não luto por nós, que eu estou desistindo. Só Deus sabe pelo que estou passando – O elevador se abre e tirando forças do além, corro até lá, mas as portas já tinham fechado.

— Edward – Bato na porta – Edward, volta. Por favor, volta – Minha vista escurece e escorrego pela porta do elevador. Não consigo respirar, não consigo respirar!

A porta do lado ao do meu apartamento é aberta e Sra. Bernadete sai ao meu encontro.

— Bella, que gritaria é essa, o que está acontecendo?

— Edward… embora… respirar – Falo entre grandes arfadas.

— Seus lábios estão ficando roxos, o que você tem? - Fala alarmada.

— Falta… ar… bombinha…

— Você está tento crise de asma? - Faço que sim – Onde está sua bombinha?

— Bolsa… closet – Ela não espera eu terminar, sai em disparada para dentro do meu apartamento. Minha visão está ficando turva, cada vez mais difícil de enxergar ao meu redor. O ar está preso em meus pulmões, o puxo, mas como um bom rebelde, ele não quer me obedecer.

Sinto meu corpo pender um pouco para o lado, e então a Sra. Bernadete volta correndo, suspende meu tronco e com quase nada de força, abro a boca e ela espirra o líquido nela.

No mesmo instante, já sinto meus pulmões se deixarem ser disciplinados pelo remédio e já posso respirar um pouco melhor.

— Mais? - Afirmo. Ela espirra mais uma vez e meu corpo já vai voltando a vida.

— Obrigada – Digo já me levantando e pegando a bombinha. Ela me ajuda a me equilibrar e sorriu para ela.

— Você quer que eu te leve ao hospital ou te leve para casa dos seus pais?

— Não, não será preciso. Eu já me sinto melhor, só preciso deitar um pouco.

— Tem certeza? Você ainda está bem pálida – A fito.

— Eu vou ficar bem, acredite – Caminho até meu apartamento – Obrigada pela sua ajuda, Bernadete. Fico te devendo essa – Lhe desejo bom dia e fecho a porta atrás de mim.

Assim que sinto o conforto do meu sofá, desabo em meu choro a muito preso em minha garganta. Choro alto, grito por dentro e bato em minha cabeça repetidas vezes.

— Burra, burra, burra! - Ele não me quer, nunca mais vai me querer. O que eu devo fazer?

Deus, isso dói muito, não quero sentir isso. Faz parar, por favor. Ando até meu quarto e faço o favor de me cortar nos cacos de vidro quebrados agora a pouco. Corro até o banheiro e faço um curativo qualquer em meu pé. Nada faria diferença, porque o lugar que mais está machucado, eu não posso fazer nenhum curativo.

Tomo um susto quando meu celular começa a tocar.

— Edward? - Atendo agitada.

— Não, é o papai – Diz Charlie e sinto vontade chorar mais ainda – Bella, a Bernadete me ligou e disse que você não estava muito bem. Teve uma crise de asma, o que aconteceu? Você só tem crises quando está passando por algo muito ruim.

— Não é nada, pai – Prendo o choro.

— Como nada? Eu te conheço Bella, você não tem crises por coisas bobas. Conta-me o que está acontecendo.

— Eu vou ficar bem, pai. Prometo, é só uma fase – Falo.

— Filha, quer que eu vá ficar com você? - Ele já entendeu que não vou mesmo falar.

— Eu vou ficar bem – Repito. Escuto seu longo e pesado suspiro.

— Tomou seus remédios? Por favor, não esqueça, você precisa se cuidar.

— Vou tomar agora mesmo, pode ficar tranquilo – Vem em minha mente a imagem de Edward entrando em meu quarto, carregando um copo com água e me oferecendo com a medicação e meus olhos voltam a transbordar em silêncio.

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— Eu te amo, filha. Ligue-me se precisar de alguma coisa.

— Irei, te amo – Desligo e ando vagarosamente até a cozinha para fazer o que meu pai pediu.

Me sinto doente, acho que vou passar o dia todo na cama. Meu baixo ventre está protestando com pontadas agudas e meu pulmão ainda não está 100% bom. Rastejo até meu quarto e me cubro até o alto do meu peito e fico olhando para o teto.

Mas uma crise de choro me acompanha e não tento disfarçar meus gemidos e soluços altos de sofrimento.

Espera, eu não posso desistir assim tão fácil. Ficar aqui e chorar o dia todo não vai ajudar a solucionar os problemas. Eu preciso insistir, preciso fazer com que ele me escute.

Levanto rapidamente e nem me preocupo em trocar de roupa. Quer dizer, ponho uma calça e um casaco e limpo o rosto antes de sair. Sequer me preocupo em fechar a porto, aperto o botão do elevador repetidas vezes até ele apitar e as portas se abrirem para mim.

Adentro e clico mais vezes para as portas fecharem e ele descer. Droga, por que isso está demorando tanto?

Passo voando pela portaria, escuto o porteiro me desejando bom dia, mas não sou capaz de parar e responder. Corro até o prédio vizinho e ao subir os degraus, me deparo com a porta trancada.

— Olá – Bato sem paciência – Oi, pode abrir a porta? - Como é mesmo o nome desse homem?

— Bom dia, senhorita – Se aproxima – Com quem deseja falar? - O olho sem entender.

— Qual é, você me conhece. Abre logo, é urgente – Ele suspira.

— Senhorita, o senhor Cullen me deu ordens para não deixar a senhorita passar.

— Mas é urgente, você precisa me deixar entrar. Por favor – Junto minhas mãos a sua frente em sinal de súplica.

— São ordens, não posso desobedecê-las. Perdoe-me – Afasta-se.

— Eu vou… - Chuto a porta e solto um praguejo.

Desço os degraus e olho para cima. Eu poderia subir pelas escadas de incêndio!

— Senhor, não me deixe cair dali. Odeio aquelas malditas escadas – Minhas pernas já começam a ficar bambas desde já.

Agradeço a Deus pelas escadas de incêndio serem para fora do prédio, me dando uma vantagem na vida pelo menos uma vez. Ando silenciosamente para o beco e procuro pelo começo da escada.

— Claro – Falo um pouco já sem fôlego – Por que ela não está no chão? Odeio quem vez isso.

Abaixo-me um pouco para pegar impulso e pulo tentando agarra a escada.

Droga! Muito alta…

Olho para o chão e procuro algo que possa me ajudar. Nada.

Vejo a caçamba de lixo e tenho uma ideia. Posiciono-me do seu lado e começo a empurrá-la para debaixo da escada.

— Jesus, que negócio pesado – Solto um suspiro cansado.

De algum jeito, eu consigo subir encima da caçamba e avanço para a escada. Yes! Eu consegui puxá-la para baixo. Começo a escalar e procuro saber qual é a janela dele.

Olho de um lado para o outro e lembro que uma vez ele me mostrou que seu apartamento fico um andar a cima do meu. Ando então até a janela e bato. Ninguém vem até ela.

Forço um pouco e ela está aberta. Abro com tudo e entro no apartamento.

— Ai meu Deus! - Um casal que está se pegando no sofá grita ao me verem.

— Jesus amado, desculpem. Apartamento errado – Saiu correndo dali e pulo para fora de novo.

Deve ser a outra janela.

Pulo para o outro lado da escada e bato na janela. Fico de graça porque ninguém vem ver o que acontece. Bato mais forte e meu coração quase sai do meu peito e sai gritando para casa, gritando igual um cachorro assustado.

Ele me olha com cara de assustado e ao mesmo tempo sem entender nada. Faço sinal para que ele abra a janela e ele faz que não com a cabeça.

— Abre essa porra, Edward! - Grito e começo a forçar a janela.

— Eu vou chamar o porteiro – Fala.

— Chama e eu faço um escândalo. Só saiu daqui quando a gente fizer as pazes.

— Então vai ficar ai por um bom tempo.

— Tudo bem, eu já fiz amizade com os pombos mesmo, posso conviver aqui com eles numa boa.

Coloco minha bunda no parapeito da janela e fico o encarando. Depois de algum tempo, sério, muito tempo mesmo, ele parece se compadecer e vem abrir.

— Amém! - Jogo-me para dentro antes que ele mude de ideia e bato a sujeira da minha roupa – Obrigada.

— Fala logo o que você quer e vai embora – Seco como o vento.

— Na verdade – Tomo fôlego – Agora que cheguei aqui as palavras me fugiram – Ele bufa e vai sentar no sofá.

— Então pode ir.

— Não! - Falo impaciente – Edward, pelo amor de Deus, eu já falei tudo o que tinha que falar. Eu fui sincera com você, falei toda a verdade. Não sei mais o que você espera que eu diga.

Ele apoia a cabeça entre suas mãos e fica assim por um tempo. Caminho até ele e me ajoelho a sua frente.

— Perdoa-me, Edward, eu não quis fazer mal algum a você. Minha intenção nunca foi te machucar, por favor, fica comigo. Por tudo quanto é mais sagrado, acredita em mim. Eu te amo com todo meu coração.

Empurro sua cabeça para cima e ele vagarosamente abre os olhos e me encara.

— Só me diga o que tenho que fazer para que fique comigo.

— Eu não preciso de nada, Bella. Eu acredito em você, eu só…

Levanta e o sigo. Seguro em seu braço e quando ele fica de frente para mim, passo meus braços ao redor da sua cintura.

— Olha para mim – Ele o faz – Fica comigo – Peço. Foi a vez dele levantar minha cabeça e me encarar.

— Bella, eu te mato se você um dia mentir para mim. Você me promete que não aconteceu nada demais entre vocês dois? Que foi apenas um jantar e depois um grande engano?

— Você tem a minha palavra – Sorriu.

— Eu te odeio, você sabe disso, não é?

— Por hoje eu deixo você me odiar, mas amanhã sei que serei seu amor novamente.

Estamos parados em frente a casa do Sam, decidimos fazer algo para nos distrairmos e Sam nos convidou para virmos para a casa dele.

Abro o portão e adentro com meu carro até a garagem. Pego as sacolas que trouxe do mercado e bato na porta.

— Tia Bella, você sabe que não precisa bater – Britt abre a porta para mim. Ela encara Edward e sorri sem graça – Oi, não sabia que você vinha.

— Oi, querida, não sabia que já tinha voltado do seu mochilão – Depósito as sacolas no balcão da cozinha. Edward a cumprimenta e vem atrás de mim.

— Ah, sabe como é. Foi divertido e tudo o mais, mas senti saudades de casa – Dá de ombros.

— Fico feliz que tenha voltado – Agora com os braços livres, eu a abraço – E sã e salva – Friso e ela ri.

— Você e meu pai são um pé no saco – Beija meu rosto – Te amo, coisa chata.

— Te amo, coisa chatinha – Ela ri.

— O que trouxe de bom para nós?

— Dá uma olhada – E é o que ela faz – Vem cá, cadê o seu pai?

— Se já tiver saído do banho, deve estar pendurado no telefone com a Patty – Reviro os olhos e Ed ri.

— Esses dois são um horror. Parecem casal de adolescentes se descobrindo – Edward comenta. Britt faz cara de tédio.

— Tia, namorar, às vezes, é um pé no saco – Já viram que ela gosta de falar muito isso.

— Sim, às vezes – Encaro meu namorado lindo – Mas é bom ter um pé no saco com a pessoa certa – Completo.

— Babona! - Britt fala em meio a uma tosse forçada.

Então Sam entra na cozinha.

— Bella, desculpa a demora, estava falando com a Patty.

— Não te disse? - Britt revira os olhos.

— Edward, que bom que veio – Vai para perto dele.

— Adolescentes a flor da pele – Debocho e ele nos mostra a língua.

— Pai, a tia trouxe sorvete e chocolate – Olho para a Britt com cara feia. Caramba, peguei a sacola errada.

— Puta merda, Bella, me diz que você não estava comendo essas coisas antes de eu te liberar – Encolho meus ombros entregando a culpa – Você é surreal – Bate os braços ao lado do corpo – Só vai sossegar quando precisar fazer uma cirurgia ou até mesmo morrer – Dramático!

— Edward, o que anda fazendo que não está de olho nessa delinquente?

— Nossa, quanto amor – O olho atravessado.

— Desculpe Sam, as coisas estavam um pouco complicadas por esses dias.

— Se serve de consolo, eu ainda não comi hoje – Ele me fuzila com os olhos.

— Outra coisa: para de trazer comida para minha casa, odeio quando faz isso. Já temos tudo o que precisamos.

— Desculpe, Sr. independente, eu não sabia que a Britt já tinha voltado para casa.

— Saberia se saísse mais daquele apartamento e vivesse sua vida.

— Não ferra, Sam. Pau pequeno – O xingo.

— Jesus! - Britt grita horrorizada – Vocês são ridículos.

— Desculpa – Falo entediada. Ela balança a cabeça e sai do seu lugar.

— Pai, tia, eu vou dar uma saída, vou encontrar uns colegas antigos. Tia, vou te ver quando voltar? Você poderia dormir aqui.

— Não sei, amore. Mas se eu não estiver, marcamos outro dia – Ela vem até mim e deposita um beijo em minha bochecha.

— Até mais, pai. Tchau, Edward! Boa sorte com esses dois – Pega as chaves.

— Já estou acostumado, não se preocupe.

— E deixem um pouco de comida para mim – Grita já saindo.

Sam levanta e guarda as coisas que eu trouxe, pega uma panela e enche de água e põe no fogão.

— Vamos conversar um pouco – Puxa um banco para perto de mim. O analiso pela primeira vez. É tão estranho ver o Sam assim, todo largado, sem sua roupa branca de médico. Não que não já tenha visto o bastante, mas é que nunca me acostumo.

Ele está vestindo uma calça larga de moletom, uma blusa preta de manga cumprida e o cabelo bagunçado. Meu amigo lindo.

— Ah Sam, eu não quero começar a chorar. Estou fazendo um bom trabalho até agora. Estamos bem, Edward conseguiu superar aquela merda de história e é isso que importa. Não é mesmo, amor? - Acaricio seu rosto.

— Ela consegue ser bem convincente e carinhosa quando quer.

— Vocês precisam aprender a se resolver sem causar uma guerra. Seu pai ligou para mim suplicando que eu fosse até a sua casa porque você tinha passado mal.

— Você passou mal? - Edward pergunta.

— Foi só uma pequena falta de ar.

— Pequena falta de ar? Sua vizinha quase te encontrou desfalecida perto do elevador. Sua asma é grave, Bella.

— Não sabia que tinha acontecido isso. Por que não me contou?

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— Porque não importa mais, gente. Eu não quero ficar remoendo essa história porque ainda me doe só em pensar em como poderia ter acabado. Por favor, vamos esquecer isso – Eles me encaram por um tempo, até Sam concordar.

— Você tem certeza que não está sentindo mais nada, certo?

— Sim, papai – O tédio me toma.

— Não exatamente, mas caramba, deixa isso para lá. Prometo que vou andar com minha bombinha sempre pertinho. Qualquer coisa é só eu usá-la, tudo bem?

— Bella, eu vou confiar em você – Aponta o dedo para mim.

— Chato! Parou ou vou embora – Ameaço – Vai terminar nossa comida que estou morrendo de fome.

— Sam – Lá vem – Você poderia examiná-la e ver se ela já pode ser liberada para se entupir de chocolate? Eu bem sei que vou ter que ficar escutando resmungos a semana toda - Ele me estende a mão e me leva até seu consultório improvisado que ele tem em casa, no sótão.

Deito na maca e ele começa a apertar meu ventre, perguntando se eu sentia algum incomodo. Depois fez mais algumas outras coisas e me liberou.

— Ainda não está 100% curada, mas vou liberar para você tomar sorvete de chocolate e não comer chocolate. Esperemos até a semana que vem, pelo menos – Não era o que eu queria ouvir, mas já posso me conformar com isso.

— Posso viver com isso, eu acho – Voltamos para a cozinha.

Cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi ligar o notebook e procurar sobre notícias do Edward. Todas as novidades que apareceram, era como o Sam tinha dito, fotos e mais fotos dele entrando em bares e logo saindo deles sendo carregado.

Faz duas semanas que Edward teve que viajar as pressas para alguns shows de última hora que a produção dele fechou. Fiquei bem puta da vida, porque sinceramente eu fico indignada como eles pensam que o Edward é uma máquina de trabalho.

Estou preocupada com ele nos últimos tempos, ele tem trabalhado demais, percebi que está mais magro e que anda muito por bares.

Seu rosto estava caído, não nega que tudo isso, toda essa correria está o matando de cansaço.

— Alô?

— Oi, Bella, tudo bem? - Rose fala do outro lado.

— Oi, Rose – Respondo - Que surpresa.

— Eu sei, não temos nos falado muito, mas sinto sua falta.

— Também. E a do Dior também, claro.

— Ele está dormindo, mas aposto que se ouvir seu nome, acorda louco da vida – Rimos.

— Rose, pode falar o que quer falar – Eu sei bem que ela não ligou só por sentir minha falta.

— Eu só… eu vi a foto que as pessoas divulgaram. Está tudo bem entre você e o Edward?

— Sem xingamentos? Não vai me chamar de vagabunda, me ameaçar por ter traído seu irmão?

— Qual é Bella, te conheço pouco, mas sei que você não seria capaz de fazer aquilo. Meu Deus, só basta ver seu olhar babão para o Edward e nada mais importa. Até a Esme não acreditou nem um pouco em toda essa besteira.

— A Esme também não está brava? - Agora sim isso foi uma surpresa. Achei que ela seria a primeira a me crucificar.

— Está, muito zangada. Mas não com você, e sim com a mídia. Ela sempre diz para o Edward: a mídia é um maldito abatedouro e os famosos seus abatidos. Eles não tem piedade, te dão uma marretada na cabeça quando você menos espera. E se você não cair na primeira vez, eles continuam te massacrando até você se entregar.

Isso foi profundo!

— A Esme também só está preocupada com o Edward, porque ele anda trabalhando demais e isso pode fazer com que ele…

— O que, Rose?

— Isso não é uma história para ser contada por telefone, querida. Uma outra hora, sim?

— Eu não sei o que pode ser tão ruim, mas prometo que vou fazer o possível para tentar ajudá-lo e mantê-lo na linha.

— Acreditamos nisso, e sabemos que ele faria qualquer coisa por você.

Também espero que sim. Penso enquanto me arrepio toda.