North

Capítulo V


Emergi das águas, subindo o enorme paredão do penhasco com movimentos cuidadosos. Assim que cheguei no topo, joguei-me a grama, completamente cansada. Um tempo depois, levantei-me para observar a vista, e ao longe, vi o navio de Sasuke afastar-se.

–*-

Sasuke olhou-me sério. “De fato, não estou”, murmurei com um tom levemente apreensivo. “Quero informá-lhe de meus próximos passos”, disse em fim.

“Achei que ficaria com Naruto”, comentou não muito surpreso. “Naruto sabe se cuidar”, comentei sentando ao seu lado. “Irei cuidar para que ele fique longe de Yahiko, mas partirei assim que o fizer”, olhei-o ao dizer.

“O que fará?”, perguntou-me sério. “Há alguém que desejo matar”, suspirei ao dizer a próxima sentença. “O mesmo alguém que você está atrás por oito anos”.

–*-

“Ah!”, gritou o loiro ao terminar de subir o penhasco. Olhei com o mais puro sarcasmo. “Você precisava mesmo, mesmo escolher o lugar mais difícil?!”, disse indignado. Assenti sorrindo.

“Depois que se tornou General, você ficou mais preguiçoso, Naruto”, sorri em sarcasmo. Ele me olhou indignado, apontando o dedo para mim ao responder: “Não estou mais preguiçoso, apenas desacostumado”. Olhei-o em ironia, e ele bufou murmurando alguma coisa.

Peguei algumas roupas limpas e caminhei até o rio que corria até a cachoeira. Naruto me seguiu, fazendo o mesmo processo. Entramos na água apenas com as roupas íntimas, lavando-nos o mais rápido possível.

Naruto, envergonhado, não olhava-me. Gargalhei ao vê-lo corado, e o mesmo jogou água em mim. Ao sairmos, colocamos as roupas e um capuz para cobrir nossos rostos, e fomos em direção a cidadela, há sete quilômetros de nossa atual localização.

Ainda não chegamos ao País da Água, e os mantimentos de Sasuke estavam ao fim. Por isso, ele decidiu cobrar tributos de uma cidadela em seu poder. Cobrando mantimentos, que nos ajudará em nossa viagem e também, descansando seus homens, que precisam se divertir e descansar para sobreviver ao mar.

Ao anoitecer, atravessamos os portões da cidadela. A população assustada, não reparou em duas figuras encapuzadas adentrando seu lar.

Como um pirata respeitado, Sasuke tinha que ser rígido em seu comando, na maioria dos casos, mesmo sendo misericordioso em outros.

Naruto e eu, entramos em um beco para verificar o caminho do nosso ponto de encontro. “Temos mais quatro ruas até a casa principal”, disse Naruto apontando para esquerda. Assenti e seguimos caminho.

Ao encontrar a casa principal, caminhamos em direção a parte de trás, onde Juugo esperava-nos. A casa, cercada de piratas e os oficiais da cidadela, servindo ao comando de Sasuke, ignoraram nossa presença.

Senti-me incomodada com a situação, eu estava acostumada a passagens secretas para chegar a Sala do Trono, caminhos ocultos para chegar a Casa de Descanso do Rei, noites frias e sombrias aguardando a hora certa para assassinar alguém e chegar em casa, às escondidas, com Kyo ao meu aguardo.

Entretanto, ter tantas pessoas ao meu redor, mesmo tentando ignorar minha presença, me incomodava. Eu não estava acostumada a isso.

Juugo levou-nos até a sala de Sasuke, antes de entrar, bateu na porta três vezes lentamente e uma última rápida, abrindo a porta em seguida. Observei que cada batida levava de 5 a 2 segundos uma das outras, intercaladas.

Sasuke olhou-nos e sorriu minimamente, antes de dispensar o oficial que ali estava. “Como foi a viagem?”, perguntou ao sentar-se em sua poltrona. “Sakura incomodou-me o caminho todo”, emburrado, murmurou a Sasuke.

O loiro jogou-se na poltrona em frente a Sasuke e serviu-se da bebida que o moreno degustava. Sasuke olhou-me divertido, e eu dei de ombros. “Não tenho culpa se Naruto nunca viu uma mulher seminua”, comentei vendo o arquear de sobrancelha de Sasuke.

“Não só vi uma seminua, como nua também!”, disse irritado. “Então por que não parava de corar depois que me viu tomando banho?”, perguntei sentando-me na mesa de Sasuke, quase deitando ali.

“Você é minha irmã, é claro que eu ia corar!”, respondeu-me após saborear a bebida. Eu ri e virei-me para Sasuke que nos observava seriamente. “Banharam-se juntos?”, perguntou intercalando olhares a Naruto e a mim.

Dei de ombros, levantando-me da mesa. “Tínhamos que poupar tempo Teme”, explicou Naruto enchendo a taça novamente. “Onde posso dormir?”, perguntei para Sasuke bocejando.

“Eu te mostro”, disse levantando-se. Naruto disse que ficaria ali por um tempo, e depois pedia para alguém o levar. Após me despedir do loiro, acompanhei Sasuke pelos corredores da Casa.

Ele estava quieto, os ombros um pouco tensos e andava meio apressado. Ele estava perdido em pensamentos, mesmo seu corpo caminhando em postura ereta ao nosso destino.

Percebi, ainda na sala, que ele tinha os olhos cansados. Talvez, muitos problemas ao chegar na cidadela?

Depois de virar dois corredores, chegamos ao quarto. Sasuke abriu a porta entrando em seguida. Entrei e encostei a porta atrás de mim. “Está de seu agrado Milady?”, abriu os braços mostrando o quarto de forma brincalhona.

Observei o aposento, uma janela ao lado da cama enorme, um guarda-roupas mediano, uma porta com, provavelmente, um banheiro, e um lustre de velas pendurado no teto.

Sorri a Sasuke indicando a cama. Ele me olhou sem entender, franzindo as sobrancelhas. “Você está muito tenso, vai atrapalhar seu desempenho quando for lutar”, disse calmamente tirando minhas botas e subindo na cama para ajoelhar-me.

“Deite-se”, mandei sendo observada pelas orbes negras dele. Ele negou com a cabeça, talvez espantando algum pensamento, e por fim, tirou seus sapatos, deitando-se de bruços.

“Ajude-me a relaxar então”, com a voz abafada e um pouco cansada, ele fechou os olhos ao dizer. Senti uma frieza no estômago, como se mil borboletas voassem por ela. Mesmo não intencionalmente, Sasuke soou eroticamente.

Puxei levemente o ar, dando início ao meu plano inicial: aliviar a tensão muscular de Sasuke. Conforme minhas mãos deslizavam por seus ombros, pescoço e costas, ele gemia suavemente, tentando esconder o prazer de uma massagem.

Infelizmente, ou não, acabei lembrando-me de oito anos atrás e perguntei-me se Sasuke estava tão bom como antigamente, sexualmente falando.

Fazia tempo que não sentia o prazer de um orgasmo, dias aliás. Yahiko fora meu último, e não sabia que sentia tanta falta assim. Mas ver Sasuke ali, parecia que há anos não tinha tal prazer.

oOo

Sasuke tinha negócios a tratar na cidadela, aparentemente um grupo revoltoso que não queria estar sob o comando de piratas. Naruto, Gaara e eu fomos juntos dos piratas, queríamos um pouco de ação afinal.

Sasuke descobriu que eles estavam acampando na floresta ao redor da cidadela. Então, ordenou ao moradores a entrarem e trancarem suas casas. Quem aparecesse na rua, seria considerado um revoltoso e seria morto.

Um grupo liderado por Suigetsu ficou dentro da cidadela, e o restante acompanhou Sasuke. Ao encontrarmos o grupo de revoltosos, os piratas atacaram sem misericórdia os oficiais e moradores da cidadela.

Naruto, matava somente os oficiais, desviando da poucas mulheres e outros camponeses dali. Ele não possuía nenhuma dificuldade em seus movimentos, sua destreza com a espada era notável, porém não surpreendente. Ele treinava desde pirralho, e se tornou um General afinal.

Em contrapartida, Gaara matava que aparecesse em seu caminho. Não tinha alguém forte o suficiente para pará-lo do grupo adversário. Ele era frio ao usar sua espada, o inimigo pode ser quem for, criança, mulher ou adulto, mas não passa de um inimigo.

Talvez, qualquer um o vê como alguém cruel, mas não é assim. A misericórdia está a um passo da ruína. Se eu matar uma família e ter pena de uma criança, eu criarei um ciclo de vingança e ódio por meio da criança, que crescerá e se tornará forte e tentará vingar-se.

Não precisavam de mim ali, os piratas, Sasuke, Naruto e Gaara davam conta por si só. Então, encostei-me na árvore atrás de mim, e os observei lutar e matar.

Ao longe, entre um caminho estreito nas árvores, eu o vi, um Aoi monsutã. Ele me encarava, eu sei que sim. Corri, desviando-me dos corpos, das lutas e segui únicamente até ele.

Vendo-me ir ao seu encontro, ele foi-se caminhando para mais longe. O segui até que ele parou, por um erro de atenção, me perdi de meu caminho inicial.

Tirei minha espada da bainha tão rápido como um raio e da mesma forma, o ataquei. Um tintilar soou no silêncio da floresta. Uma mulher branca, de olhos azuis como os de Naruto e cabelos tão claros como os dele, bloqueou meu ataque ao monstro.

Ela o defendia? Por quê?!

Ataquei com mais força, e a mulher foi jogada para trás. Porém, antes de atingir o chão, o monstro a segurou.

“Não era a recepção que eu esperava, Sakura”, disse com um sorriso irônico na face. Arqueei uma sobrancelha, ela sabe meu nome?

“Quem é você?”, perguntei sentindo o ódio inflar em meu peito e em minha voz. “Yamanaka Ino, um prazer finalmente conhecê-la”, tirou o sorriso irônico, por um amigável. “Um prazer, agora, sinto mas já teremos que nos despedir”, disse sarcasticamente.

Rapidamente a ataquei novamente, mas o Aoi monsutã a protegeu com um abraço. Minha espada quebrou-se em pedaços ao atingir a casca grossa de seus braços.

Droga! Droga, droga, droga. “Sai não me disse que você era tão agressiva assim. Bom, na verdade ele disse”, murmurou para si.

Espera, Sai? Ela o conhece?

“Como o conhece?”, perguntei apontando-a o resto que sobrou da espada. Ela riu debochada. “Eu tenho um Aoi monsutã me protegendo, e você me ameaça com um toco de espada?! Você é mesmo incrível, ou estúpida”, disse ainda em deboche.

Sorri ao dizer-lhe: “Já matei mais, com menos”. Ela tremeu levemente, a assustei? “Sai é meu marido, por assim dizer. Ele mandou-me ao seu encontro, caso eu precisasse de ajuda”, explicou pacientemente.

A encarei minuciosamente, Sai não se casaria, ainda mais com alguém que tem um Aoi monsutã como bichinho de estimação. De uma forma mágica, minha atenção foi prendida a uma marca entre seus seios. A marca consistia em uma flor de lótus negra.

Aproximei-me até a tocar, sentindo a apreensão da mulher e o aproximar do monstro para protegê-la. “Isso…”, murmurei perdida. “O reconhece, não? Você tem um igual, em seu quadril, no lado direito”, disse com um sorriso vazio.

“Sai está vivo?”, perguntei-a preocupada. “Eu espero que sim”, disse-me compartilhando minha preocupação. “Disse que precisa de mim”, relembrei o que ela disse. Ela assentiu e abriu sua capa, revelando sua barriga grande.

“Querem meu filho e de Sai”, disse acariciando sua barriga. Agora, fazia sentido o porque do monstro a proteger, e o porque Sai a mandar até a mim.

“Vou protegê-la”, afirmei a ela vendo seu sorriso aliviado. Ao longe, ouvi gritarem meu nome. “Encontre-me ao anoitecer perto do penhasco ao sul”, mandei saindo dali. “Certo”, ouvi sua voz ao longe.

A criança, não acredito que ele fez isso! Definitivamente, irei matá-lo. Só preciso da ajuda de Sasuke e Naruto.

oOo

“Onde você estava?!”, Sasuke gritou irado. Percebi seus piratas encolherem-se, alguns levemente, outros não. Respirei fundo, Sasuke estava tornando-se possessivo. Não, acho que não seja a palavra certa. Obsessivo, talvez?

“Vi alguns escaparem, e fui atrás. Qual o problema?”, perguntei despreocupada. “Nenhum”, afirmou irritado. “Jiraya, prepare a população. Irei dar um recado ao povo e ao Senhor Feudal Substituto”, o pirata assentiu em um respirar profundo e saiu em seguida.

Sasuke caminhou até mim, até parar a um palmo de distância. “Não desapareça mais”, disse para então caminhar pelo mesmo caminho que Jiraya. Ao dar sete passos, parou e virou-se para encarar-me. “Vamos?”, disse, um pouco, mais calmo.

oOo

Sasuke tinha ido dar seu aviso ao povo, Naruto aproveitou para acabar com o estoque de bebida, Gaara foi paquerar alguma mulher no meio da multidão e eu, estou a caminho do meu encontro com aquela mulher.

Naruto, ao chegarmos, bronqueou-me também pelo sumiço. Tsc, os dois estavam sendo extremamente cuidadosos.

Eu os entendia, como Karin me disse, eu quebrei Sasuke, e Naruto também. Agora, os cacos estão ao chão, e eles estão juntando-os aos poucos. Bom, pelo menos Naruto sim, mas Sasuke não.

Ele está machucado, e não está tratando das feridas. Seu cuidado obsessivo é como uma proteção para si mesmo, ele não está me protegendo, e sim a si mesmo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.