Hermione levantou-se, chamando a atenção de todos os presentes. Não entendia porque estava sentindo-se tão desesperada. Não entendia o motivo pela qual precisava tanto ver o loiro.

— Vai atrás dele. – Ginny falou, após desligar o celular da castanha. Depois da amiga ter entrado em choque, a ruiva tinha pego o aparelho e conversado com Narcissa. – Eles vão embarcar para os EUA em breve.

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A Granger fitou as amigas e assentiu, rumando para a saída e pegando sua bolsa e celular no processo. Internamente e do fundo do seu coração, torcia para que nada de grave tivesse acontecido com Draco.

—-x—

— Senhor Malfoy, deve sentir-se muito sortudo. Apesar do choque contra o carro, o se-

— DRACO! POR MERLIN, VOCÊ ESTÁ BEM? - Narcissa adentrou o quarto do hospital, interrompendo o médico e praticamente pulando no filho. – COMO VOCÊ ATRAVESSA A RUA SEM OLHAR PARA OS LADOS, SEU IMBECIL?!

O loiro fez uma careta. Mesmo quase tendo morrido, ainda levava bronca da mãe. Arregalou os olhos, sentindo seu coração palpitar ao ver mais alguém entrando no aposento.

— Granger...? – sussurrou, incrédulo. Não imaginava que a garota iria até ali. Embora, estivesse sentindo-se incrivelmente feliz em vê-la.

— Eu só vim para comprovar que vaso ruim não quebra tão fácil. – a castanha declarou, tentando parecer indiferente. Ainda que seu interior estivesse vibrando de alívio.

— Eu sei que você me ama. – o Malfoy encolheu os ombros e um sorriso de canto surgiu em seus lábios.

Hermione revirou os olhos, porém não respondeu-o. Logo, Lucius chegou também e o quarto transformou-se em um caos.

E em meio as inúmeras perguntas que Narcissa e Lucius faziam ao médico, Hermione e Draco não conseguiam tirar seus olhos um do outro.

—-x—

Após todo o alvoroço inicial passar, o loiro viu-se sozinho no quarto novamente. Sua mente borbulhava em perguntas.

— Ela não poderia gostar de mim, poderia...? – murmurou para si mesmo. Não queria sentir expectativas, não queria ter esperanças.

Ele já tinha sentido aquilo uma vez e não almejava sentir novamente.

— Falando sozinho, Malfoy? A pancada deve ter atingido sua cabeça. – virou-se para a porta, deparando-se com Hermione. Ela estava encostada no batente e fitava-o com um esboço de sorriso. – O que te deu para atravessar sem olhar para os lados?

— Eu só estava distraído. – resmungou, desviando o olhar. Não iria admitir nunca, mas os olhos dela tinham um poder sobrenatural nele.

— Você podia ter morrido. Tem noção disso? – A garota aproximou-se, parando na ponta da cama. Sua expressão estava séria.

— Preocupada comigo, Granger? – Draco não pôde evitar. Um sorriso de canto surgiu em seus lábios.

Hermione revirou os olhos, novamente.

— Você é muito convencido, sabia? É claro que não estou preocupada com você.

Draco sorriu mais ainda ao ver o rosto da jovem corar levemente.

— Tem certeza que não vai dar pro-

O telefone de Hermione começou a tocar, interrompendo o loiro. A castanha pegou-o, curiosa sobre quem poderia ser.

Franziu o cenho ao ver o número restrito.

— Alô? – atendeu, ainda desconfiada.

— Eu não vou te dar uma segunda chance, sangue-ruim. Afaste-se de Draco.

— O quê? – sentiu seu coração falhar uma batida. A voz do outro lado da linha era sinistra, embora parecesse familiar.

— É isso mesmo que escutou. Draco é meu e de mais ninguém. Isso é um aviso. Não queira arrepender-se depois.

— Alô? Alô? ALÔ? – Hermione ofegou com o som indicando o fim da chamada. Sua mente rodava. O que foi aquilo?

— O que foi? – Draco indagou, assustado com a reação da garota.

— Eu preciso ir embora. – declarou, após alguns segundos de silêncio. Saiu do quarto, atordoada. O loiro permaneceu fitando-a, sem entender o que diabos tinha acontecido.

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Sentou em um dos bancos da recepção do hospital. Sentia seus batimentos cardíacos acelerarem e suas pernas fraquejarem. Os flashs da conversa ainda vinham com tudo em sua mente. Cerrou os punhos com força.

Virou-se para o lado, escutando um choro infantil. Era um menino, não parecia ter mais de seis anos. Aproximou-se mais para ver do que se tratava.

— Eu não quero ir! Eu quero a minha mãe! – exclamou em meio as lágrimas. Hermione viu uma das enfermeiras tentando lhe explicar algo.

— Você precisa ir com eles, meu bem. A sua mãe não vai mais voltar.

— É mentira! A mamãe disse que não ia me abandonar! – sentou no chão, intensificando seu choro. Mais e mais pessoas aglomeravam-se ao redor do pequeno. Os seguranças e os profissionais do hospital não sabiam o que fazer.

Mordeu o lábio inferior com força. Queria ajudá-lo, ainda que não conseguisse nem ajudar a si mesma.

— Eu vou cuidar dele. – arregalou os olhos ao escutar a voz de Draco. Ele estava um pouco afastado do tumulto, sendo ajudado por Narcissa.

— O senhor não po-

— Ele não iria para o orfanato de qualquer jeito? – o loiro interrompeu a enfermeira que apenas assentiu, concordando. – Então, não vejo qual é o problema.

Viu o menino levantar-se do piso e andar até o Malfoy. As lágrimas parando de cair aos poucos.

— Você parece com o meu irmão mais velho. – apontou para Draco com um pequeno sorriso.

— Se você quiser, eu posso ser ele. – encolheu os ombros. Arregalou os olhos levemente ao sentir a criança abraçando suas pernas, no entanto, sorriu de canto em seguida. – Parece que ele já escolheu.

Narcissa sorriu, alegre, por ter mais um integrante na família e logo viu-se pegando o pequeno no colo.

Hermione sorriu também. Enquanto fitava os três, percebeu ser incapaz de afastar-se de Draco. Percebeu que não poderia mais viver sem o loiro lhe perturbando.

—-x—

Era noite e os corredores do hospital estavam silenciosos; bem diferente de como eram de dia.

Adentrou o quarto de forma cautelosa, encontrando-o em um sono tranquilo. A expressão serena e a respiração calma.

Parou ao lado da cama, fitando-o. Um pequeno sorriso emoldurava seus lábios. Sabia que estava entrando em um campo perigoso, sabia que podia machucar-se, sabia que estava apaixonando-se pelo loiro.

— Se eu não te conhecesse, diria que está apaixonada por mim. – levou um leve susto ao escutá-lo e vê-lo abrir seus olhos.

Aqueles olhos tão peculiares e intensos.

Aqueles olhos que poderiam enlouquecê-la sem qualquer esforço.

Aqueles olhos que ela sentiu medo de nunca mais poder ver.

Aqueles olhos que fazia seu coração aquecer e acelerar ao mesmo tempo.

Aqueles olhos viciantes e apaixonantes.

Aqueles olhos que ela começou a amar.

— E se eu estiver?

For your eyes only

(Apenas para os seus olhos)

I show you my heart

(Eu mostrei meu coração)

For when you're lonely and forget who you are

(Quando você estiver se sentindo sozinho, esqueça quem você é)

I'm missing half of me, when we're apart

(Eu sinto falta da minha metade quando não estamos juntos)

Now you know me

(Agora que você me conhece)

For your eyes only

(Apenas para os seus olhos)