Uma semana após ter encontrado a primeira divisão dos White Tigers, Shirokiba foi levado para Tóquio, onde ficava a base central da gangue, a grande Mansão Branca.

“Este lugar é enorme.” Comentou Shirokiba encarando a gigantesca mansão ocidental.

“Já faz mais de um mês que não colocamos os pés aqui.” Comentou Tasuku abrindo o portão. “Anda, Shiro, vou-te apresentar ao resto do pessoal.”

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“Já disse para não me chamar assim.” Respondeu o garoto mal-humorado. “E eu não quero conhecer ninguém.”

“Vamos, vamos, dizes isso, mas vieste conosco o caminho todo, não foi?” Falou Mayuko entrando no recinto da mansão. “Já está quase na hora do almoço.”

“Pois claro que vim… Você pegaram em mim enquanto dormia e me arrastaram junto com vocês.” Pensou Shirokiba com uma veia pulsando na testa. “Além disso, sinto que não seria boa ideia fugir de uma gangue tão conhecida e temida como os White Tigers, o melhor será aproveitar-me da sua gentileza por agora.”

Enquanto pensava, Shirokiba chocou contra alguém e caiu. Ao tentar levantar-se, teve uma lança medieval apontada à sua cabeça.

"Quem é você e o que pretende aqui?" Questionou um jovem bem alto, de cabelo negro e olhos azuis, devia ter uns 17 anos.

"Como assim?" Indagou Shirokiba com um olhar hostil.

"Eu, Mukawa Yamanosuke, não permitirei a entrada a invasores!" Declarou ele de forma imponente.

"Calma aí, Yama." Falou Tasuku pousando a mão no ombro do guarda. "Ele é dos nossos, eu é que trouxe."

"Oh, entendo." Respondeu Mukawa recuando a lança e estendendo a sua mão para a criança no chão. "Perdoe a minha rudeza, seja bem vindo."

"Tch, não preciso da sua ajuda." Respondeu Shirokiba afastando a mão do Yakuza e levantando-se por si próprio.

"Não leves a mal a atitude dele, parece ter passado por muita coisa." Desculpou-se Tasuku com um suspiro. “Ainda vai demorar para se enturmar.”

“Ele tem um espírito orgulhoso.” Comentou Mukawa com um ligeiro sorriso observando o garoto andando em direção à mansão. “Ele vai dar-se bem neste lugar.”

“Tens razão.” Gargalhou o albino.

“Tasuku, vamos, o Oyabun está esperando.” Chamou Mayuko frente à porta da mansão com Shirokiba.

“Sim, sim, já vou.” Respondeu ele indo até os dois.

“O Toragami-sama deve ficar feliz com a volta deles.” Pensou Mukawa voltando a vigiar o portão, enquanto o resto dos subordinados de Tasuku passavam por ele.

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Shirokiba foi levado para uma sala com um estilo completamente nipônico, contrastando completamente com o estilo ocidental da mansão, nem parecia que tal sala pertencia ao edifício. O chão era coberto por tatamis de cor castanho-claro e uma parte da divisão era um pouco mais elevada, como se fosse um pequeno palco.

Nessa elevação, sentado imponentemente de pernas cruzadas, estava um enorme homem musculoso, já devia ter uns 50 anos, o seu cabelo era branco e os seus olhos dourados, a sua barba era grande e arrepiada, o seu olhar era bem feroz e tinha um rosto robusto. Vestia um kimono branco com padrões de tigre. A sua mera presença era esmagadora.

Sentados de joelhos frente a ele estavam Mayuko, Tasuku e Shirokiba.

“Este velho tem uma presença incrível.” Pensou Shirokiba suando frio e engolindo em seco. “Então este é que é o tal Oyabun dos White Tigers.”

“Tasuku.” Chamou o Oyabun com voz rouca e imponente. “Como correu a tua jornada pelo país?”

“Mais 4 cidades foram conquistadas em nome dos White Tigers.” Respondeu ele de forma orgulhosa. “Tivemos alguns confrontos com a Jinnlóng e os Brave Warriors, mas não foram problema. Se continuarmos assim, vamos conseguir conquistar o país.”

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“É bom ouvir isso.” O Oyabun deu um leve sorriso, revelando os seus dois caninos tão afiados como os de um predador. “Você e o seu batalhão fizeram um bom trabalho, Tasuku.”

“Obrigado, pai.” Agradeceu o General se curvando.

“Pai? Então este é que é o homem que conquistou Tóquio numa única noite?” Pensou Shirokiba surpreso.

“Então, quem é esta criança?” Questionou o Oyabun dirigindo o seu olhar feroz para Shirokiba, que estremeceu ao sentir o peso desse olhar.

“Eu encontrei-o no meio do confronto contra a Jinnlóng.” Respondeu Tasuku com um olhar firme. “Ele não tem família ou alguém que cuide dele, então trouxe-o conosco.”

“O que sabes sobre ele?” Questionou o Oyabun com um tom desafiante.

“Nada.”

“Podes assegurar que podemos confiar nele?”

“Não.”

“Ele veio por vontade própria?”

“Eu o arrastei comigo.”

“Isso foi algo bem egoísta.”

“Eu sei.”

“Entendo...” Suspirou o Oyabun, antes de começar a rir de forma semelhante a um rugido. “RAH RAH RAH RAH RAH RAH! Só podia ser o meu filho. Não consegue ignorar gatos de rua.”

“O quê?” Pensou Shirokiba Confuso.

“E qual é o teu nome, moleque.” Perguntou o Oyabun de forma amigável, pousando a sua grande mão na cabeça no garoto. “Eu sou Toragami Takumi, o Oyabun dos White Tigers.”

“Eu me chamo S-Shirokiba Katou.” Respondeu o grisalho ainda intimidado pelo Oyabun.

“RAH RAH RAH RAH! Mas que nome peculiar.” Gargalhou Takumi bagunçado o cabelo do rapaz. “Sê bem vindo, gato de rua. Espero que você vire um bom tigre.”

“Eu não entendo esta gente.” Pensou Shirokiba sem dizer nada.

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“Que bom que o Oyabun gostou de você, Shiro-chan.” Comentou Mayuko depois que os três saíram da sala.

“Parecia era que ele não me levava a sério.” Respondeu Shirokiba rudemente. “Que conversa é essa de gato de rua?”

“O Oyabun tem o hábito de recolher crianças em situações desfavoráveis e cuidar delas para que se tornem guerreiros.” Explicou Mayuko.

“Até mesmo um gato de rua pode virar um tigre, é nisso que o meu velho acredita.” Comentou Tasuku olhando para o vasto seu azul ao passarem pelo jardim traseiro do mansão, que era imenso. “Não sei se é assim com ele também, mas no meu caso não consigo ignorar alguém que esteja só.”

“Vocês tentam passar a imagem de gente boa, mas não deixam de ser Yakuzas.” Respondeu Shirokiba com um olhar hostil. “Podem até salvar pessoas de vez em quando, mas o número de mortes causadas por vocês é superior.”

“Isso é verdade.” Falou Tasuku com um sorriso gentil. “Mas nunca dissemos que eramos a gente boa. Na verdade, numa era em que está todo o mundo em guerra, alguém pode mesmo ser considerado estar do lado do bem? Acho que a resposta só poderá vir de quem vencer esta guerra.”

Shirokiba observou em silêncio o General, por alguma razão, as suas palavras chamavam a sua atenção .

“Já está na hora de almoçar.” Comentou Mayuko. “Acho que hoje é Katsudon.”

“O quê? Vamos rápido para o refeitório!” Falou Tasuku animado. “Não como Katsudon há meses!”

“Sinceramente, não sei o que achar deste cara.” Murmurou Shirokiba enquanto o albino corria para o refeitório da mansão.

“Vamos, você também deve estar com fome, não?” Questionou Mayuko, logo após isso o estômago do rapaz começou a roncar.

“Bem… Realmente já está na hora de almoço.” Respondeu Shirokiba tentando disfarçar o constrangimento.

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O refeitório dos White Tigers era bem amplo, com tantas mesas quanto um restaurante e estavam todas decoradas requintadamente. No centro havia uma gigantesca mesa rectangular com onze cadeiras.

“Vocês são tão ricos que assusta.” Comentou Shirokiba sentado numa mesa com Tasuku e Mayuko, observando em redor. “Aquela mesa do centro parece retirada de um castelo ocidental.”

“É a mesa onde os 10 Generais se sentam com o Oyabun.” Explicou Mayuko.

“Então você não devia estar sentado lá?” Questionou o rapaz para Tasuku que já estava na sua terceira tijela de Katsudon.

“Eu prefiro comer com a minha esposa e amigos do que com um bando de velhos carrancudos.” Respondeu o General terminando a sua terceira tijela.

“Mesmo assim, por que é que ela está vazia?” Inquiriu Shirokiba com curiosidade.

“Olha só, parece que alguém está demonstrando interesse na gangue.” Comentou Tasuku com um tom provocador.

“Quando se é arrastado para um local desconhecido, o normal é querer reunir o máximo de informação possível.” Retorquiu o jovem cruzando os braços e desviando o olhar.

“O Oyabun provavelmente já comeu, quanto aos outros Generais, todos ainda devem estar nas suas missões de conquista, parece que o nosso grupo foi o primeiro a chegar.” Explicou Mayuko também terminando o seu prato.

“Então é por isso que tem pouca gente nesta mansão tão grande.” Compreendeu Shirokiba. “Por falar nisso, ela é bem estranha. Parece uma grande mistura de estilos orientais e ocidentais.”

“Ah, isso era porque a mãe do meu velho era uma estrangeira. Aí, quando remodelaram a mansão, adicionaram elementos do país dela.” Respondeu Tasuku levantando-se. “Que tal uma visita guiada?”

“Oh, então o General mais irresponsável já voltou.” Comentou um homem baixo aproximando-se deles, apesar da sua baixa estatura, devia ter vinte e poucos anos.

“Takao, para de criticar o Tasuku apenas porque ele foi promovido primeiro.” Falou Mayuko levantando-se também.

“Como ser o filho do Oyabun não tivesse qualquer relação com ser o General mais novo promovido.” Respondeu Takao num tom provocador, encolhendo os ombros. “Mas eu não me importo com isso, graças à minha eficácia, em poucos anos eu também serei promovido a general.”

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“Este cara parece ser bem chato.” Pensou Shirokiba apenas observando.

“Takao.” Falou Tasuku posando a sua mão no ombro do homem baixo, e depois mostrando-lhe um sorriso sincero. “Continua a esforçar-te e assim conseguirás virar um general um dia também.”

“Hmm, não preciso que me digas isso.” Respondeu Takao enxotando a mão do 1º General no seu ombro e virando-se. “Agora, se me dão licença, tenho mais coisas que fazer.”

“Não suporto aquele cara.” Comentou Mayuko irritada, enquanto o Yakuza se ia embora.

“Então, Shiro, pronto para a visita guiada?” Perguntou Tasuku animadamente.

“Pode ser.” Respondeu Shirokiba levantando-se da sua cadeira.

Tasuku e Mayuko fizeram uma visita guiada completa à Mansão Branca com Shirokiba, o que levou a tarde toda. O rapaz conheceu mais alguns membros da gangue, mas aparentemente a maioria dos grandes nomes se encontrava fora em suas missões de conquista.

Ao pôr-do-sol, Shirokiba se sentou no soalho do jardim traseiro da mansão, era um jardim bem oriental, contrastando mais uma vez com a visão da Mansão e também era bem grande, tinha algumas ârvores de Sakura, umas pedras ornamentais e um pequeno lago com carpas.

“Este lugar tem contraste demais.” Pensou Shirokiba enquanto suspirava e admirava o pôr-do-sol. “É a primeira vez que me tratam tão bem desde que a minha família se desfez, talvez não fosse tão ruim ficar por aqui… Não. Não me posso apegar a esta situação, posso utilizá-los para conseguir habitação e comida, mas não posso baixar a minha guarda tão facilmente. Nesta guerra não se pode confiar 100% em alguém, vou apenas ficar enquanto a situação me favorece.”

Enquanto estava focado nos seus pensamentos, Shirokiba ouviu um som brusco e procurou pela sua origem. Foi então que viu Mukawa dando poderosos socos num pneu de trator atado a uma das ârvores. Sempre que lhe acertava, o gigantesco pneu balançava para trás e voltava em direção ao Yakuza com força e o mesmo, em vez de desviar, respondia com outro soco que levantava ainda mais o pneu.

“O que ele está fazendo?” Questionou Shirokiba observando-o.

“É o treino diário do Yama.” Respondeu Tasuku aparecendo atrás do garoto, surpreendendo-o. “Ele treina rigorosamente todos os dias para se tornar um general um dia.”

“É a primeira vez que vejo um treino assim.” Comentou Shirokiba com uma gota de suor atrás da cabeça. “Aquele tamanho de pneu é um exagero.”

“Ele é o mesmo que tu, Shiro.” Falou o albino se sentando ao seu lado.

“Hã?” Indagou o rapaz não entendendo.

“Ele é um gato de rua que o meu velho trouxe há uns anos.” Explicou Tasuku com uma expressão nostálgica. “Tal como você, ele não tinha família e vivia da própria força. Vocês dois vão se dar bem.”

Mukawa acertou mais uma vez no gigantesco pneu, porém a força exercida neste último golpe quebrou o ramo a que o pneu estava atado, jogando-o para longe.

“Sinto muito tê-la machucado, ârvore-dono.” Desculpou-se ele respeitosamente juntando as mãos e curvando-se ligeiramente.

“Duvido dar-me bem com esse cara.” Comentou Shirokiba com um olha cínico.

“Ei, Yama!” Chamou Tasuku repentinamente. “O Shiro tem vergonha demais para ser teu amigo.”

“Hã?” Questionou Mukawa se virado para eles.

“Do que você está falando?” Indagou Shirokiba constrangido.

“O que vos parece um duelo entre os dois gatos de rua?” Propôs Tasuku se levantando. “Não tem forma melhor de se conhecer.”

“O quê?” Inquiriu o rapaz confuso.

“Interessante.” Respondeu Mukawa sorrindo. “Tinha vontade de testar a força do novato. Mas será um duelo justo colocar uma criança contra mim?”

“Ei, não me subestime pela minha idade, grandão.” Retorquiu o grisalho se virando para o Yakuza com um olhar sério. “Eu estive vivendo por mim mesmo durante esta guerra, sei lidar até com adultos.”

“Ora, ora, parece que o pequeno Shiro ficou animado.” Pensou o General com um leve sorriso de satisfação.

“Sendo assim, aceito o duelo.” Falou Mukawa animado.

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Os três foram para o dojo interior da mansão, tinha o tamanho de um dojo profissional, todo revestido de madeira e numa das paredes tinha uma gigantesca tela branca com o kanji de Tigre pintado à mão.

Mukawa aguardava num lado, enquanto Shirokiba ficava no lado oposto, no centro e encostado à parede estava Tasuku observando.

“Ouvi dizer que iam utilizar o dojo, então vim ver se ia acontecer alguma coisa interessante.” Comentou Takumi entrando no dojo. “E parece que vai mesmo.”

“Toragami-sama.” Reparou Mukawa se curvando. “Obrigado por nos presentear com a sua presença no nosso duelo.”

“O Oyabun.” Pensou Shirokiba com um olhar cauteloso.

“Já disse que não precisas de ser tão formal, Yamanosuke.” Respondeu o velho sentando-se de pernas cruzadas ao lado do seu filho. “Não se importem comigo, apenas demonstrem do que são capazes.”

“Você está bem animado, pai.” Comentou Tasuku com um sorriso de canto.

“Claro, afinal é um duelo entre o gato de rua que eu acolhi contra o gato de rua que o meu filho acolheu.” Explicou Takumi com um sorriso confiante e um olhar desafiador. “Não podia perder algo assim.”

“Então você quer competir para ver quem vai fazer o melhor tigre, velho danado… Vamos a isso.” Respondeu Tasuku com um sorriso animado, enquanto faíscas saltavam entre o seu olhar e o do seu pai. “Agora vou explicar as regras. É permitido qualquer estilo de luta. Ataques às zonas viris não serão permitidos. Morder também está fora de questão. A condição de vitória será colocar o adversário no chão. Aos seus postos… Comecem!”

Assim que o sinal foi dado, Shirokiba foi em direção a Mukawa, velozmente.

“Sem hesitação, interessante.” Comentou Takumi coçando a sua barba.

Mukawa aguardou pelos movimentos do seu adversário. Quando Shirokiba estava próximo, o moreno preparou-se para o golpe, no entanto, o jovem deslizou por baixo da suas pernas agilmente como um gato.

Ficando atrás de Mukawa, Shirokiba atacou com cotovelada bem no centro da coluna do seu adversário.

“Os movimentos rápidos e golpes calculados dele são típicos de alguém que aprendeu a lutar para sobreviver. Nada maus.” Avaliou Takumi coçando a sua barba. “Porém, o adversário dele é o Yamanosuke.”

“Então você é do tipo que ataca pelas costas.” Murmurou Mukawa virando levemente a cabeça e observando o pequeno grisalho por cima do ombro.

“Ele não sentiu nada?” Questionou Shirokiba no pensamento, enquanto ficava momentaneamente paralisado pelo olhar imponente do Yakuza.

Antes que pudesse reagir, Mukawa virou-se rapidamente e com um único chute acertou-lhe bem no estômago, jogando-o contra a parede do dojo e quase fazendo-o deitar o almoço de antes fora.

“Entendo que você tenha passado por muitas injustiças e que atacar pelas costas seja um jeito eficaz para vencer.” Falou Mukawa com um olhar em chamas. “Mas nada disso importa! Um homem de verdade deve sempre atacar de frente! Isso é… SER JUSTO!!!”

“Ele entrou no modo sangue quente.” Comentou Tasuku com uma gota de suor atrás da cabeça.

“RAH RAH RAH RAH! Verdade.” Riu Takumi de forma entusiasmada. “Ele não consegue se conter assim. Talvez tenha sido demais para o moleque.”

“Mais… Uma… Vez.” Falou Shirokiba se levantando com alguma dificuldade e com um fio de baba saindo-lhe do canto da boca que ele logo limpou com a manga. “Vamos lutar mais uma vez.”

“Oh, parece que ele não gosta de perder.” Comentou Takumi interessado.

“Ele tem um espirito de tigre.” Completou Tasuku com um olhar orgulhoso. “Se ele desistisse com isto, significaria que ele não se encaixaria na gangue.”

“Shirokiba-dono.” Chamou Mukawa encarando o olhar firme do garoto. “Eu aceito o seu desafio.”

“Aos seus postos… Comecem!” Tasuku deu novamente o sinal.

Shirokiba foi novamente o primeiro a começar, correndo em direção a Mukawa, o rapaz saltou e tentou acertar o Yakuza com um chute no rosto, porém o seu pé foi parado pela mão de Mukawa que o segurou e o arremessou contra o chão.

“E mais um ponto para o Yama.” Anunciou Tasuku.

“Desta vez atacou de frente, hein.” Pensou Takumi observando o rapaz estendido no chão com uma expressão de dor.

“Outra vez.” Falou o garoto se levantando novamente.

Porém fora derrotado de novo.

“Revanche.” Pediu Shirokiba.

Sendo mais uma vez derrotado.

“Agora vou conseguir acertar.” Falou o grisalho antes de ser derrotado de novo.

“Estou apenas aquecendo.” Afirmou ele sendo derrotado logo depois.

“Agora é que é.” Decidiu Shirokiba antes de mais uma derrota.

O padrão se repetiu por mais algum tempo, até que…

“43 vitórias para o Yama e 0 para o Shiro.” Anunciou Tasuku na última queda do garoto.

“Este cara parece um muro.” Murmurou Shirokiba com respiração ofegante e coberto de suor.

“Não via alguém tão persistente como você há muito tempo.” Comentou Mukawa também mostrando cansaço e estendendo a sua mão para o rapaz. “Shirokiba-dono, você tem o meu respeito. Se torne num forte tigre.”

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Shirokiba encarou a mão do seu adversário por uns momentos com um ar sério, depois suspirou, deu um sorriso bem leve e aceitou a ajuda para ser levantar.

“RAH RAH RAH RAH! Foi algo muito divertido de se ver.” Gargalhou o Oyabun se levantando. “Você encontrou um bom tigre, filho.”

“Até eu estou surpreso com ele. Nem sei se ele é determinado ou apenas teimoso.” Comentou Tasuku se espreguiçando. “Muito bem, que tal um banho agora, pessoal? Vocês dois estão precisando e bem.”

“Pode ser.” Respondeu Shirokiba cheirando a seu braço e percebendo que estava fedendo.

“Parece uma boa ideia.” Concordou Mukawa.

“O que dizes, pai? Juntas-te a nós?” Questionou Tasuku virando-se para o Oyabun.

“Foi mal, mas tenho coisas que fazer agora.” Respondeu Takumi dirigindo-se para porta do dojo. “Fica para uma próxima vez.”

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A mansão também tinha um balneário semelhante a uma casa de banhos onde os Yakuzas se banhavam, consistia em duas metades, um lado para os homens e outro para as mulheres, apesar da gangue ter bem mais homens que mulheres.

“É como ir a uma casa de banhos.” Comentou Shirokiba vestido apenas com uma toalha à cintura, entrando com Tasuku e Mukawa que estavam vestidos da mesma forma.

Foi então que avistaram um monte Yakuzas subordinados do Tasuku reunidos em volta de uma das paredes

“O que está acontecendo lá?” Questionou o pequeno grisalho.

“Provavelmente devem estar a tentar fazer um buraco para o lado das mulheres.” Supôs Tasuku tentando conter o riso. “Que infantis.”

“Não nos zoe, general!” Falou um deles. “Isto faz parte dos instintos masculinos!”

“Isso mesmo! Faz parte da natureza humana!” Falou outro.

“Vocês deviam ter vergonha.” Afirmou Mukawa autoritariamente. “Um homem deve atacar de frente! Se querem tanto vê-las, entrem diretamente no lado feminino!!!”

“Espera, esse linha de pensamento também não parece muito correta.” Comentou Shirokiba.

“Você também já deve ter feito algo assim, general.” Falou mais um dos Yakuzas.

“Hehe. Eu não preciso de algo assim, meus caros.” Respondeu Tasuku colocando um pé em cima de um banco balnear, uma mão no queixo e com brilhos rodeado o seu rosto. “Afinal… Eu já sou presenteado com o corpo nu da minha querida esposa todas as noites.”

“Maldito!”

“Vá para o inferno com a sua felicidade pessoal!”

“Morra!”

“Fique impotente!”

Gritavam os Yakuzas entre outras coisas, enquanto atiravam, furiosos, produtos balneares para acertar no seu general.

“Hahaha! As palavras de uns solteirões não me atingem.” Riu-se o general de forma orgulhosa enquanto desviava dos “projéteis” dos seus subordinados, até que um balde arremessado por eles lhe acertou na cabeça.

“Esta água quente é bem relaxante.” Comentou Mukawa já numa das banheiras.

“Verdade.” Concordou Shirokiba a seu lado.

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Duas semanas se passaram. Durante esse tempo, mais Generais haviam voltado com os seus esquadrões e Shirokiba pôde conhecer mais membros da gangue.

Todos os dias tinha uma sequência de duelos com Mukawa, porém, nesse dia, Shirokiba não avistara o seu rival em lado algum da mansão. Procurou-o por algum tempo até que chegou a um quarto onde avistou Mayuko aplicando umas bandagens em partes do corpo de Mukawa.

“Você devia ir ao Mazara-Sensei quando é ferido.” Falou Mayuko acabando de tratar do Yakuza. “Ele é mais qualificado que eu.”

“Ele iria brigar comigo de novo.” Suspirou Mukawa.

“E com razão.” Concordou Mayuko batendo levemente no ferimento dele, fazendo-o gemer de dor. “Você está sempre se machucando porque usa o seu corpo como escudo para proteger o resto do grupo. Isso é bem imprudente.”

“Não posso evitar, sou assim mesmo.” Respondeu Mukawa com um tom de teimosia, cruzando os braços.

“Mas se vais continuar a fazer isso, devias no mínimo usar uma armadura ou algo assim, pelo menos ficavas mais protegido.” Aconselhou ela guardado o equipamento de primeiros socorros.

“Você acha?” Questionou Mukawa pensativo.

“Então era aqui que você estava.” Falou Shirokiba entrando.

“Oh, Shirokiba-dono.” Falou o moreno se levantando. “Pronto para o duelo de hoje?”

“Ele pode estar pronto, mas você não.” Falou Mayuko autoritariamente. “Você tem de descansar pelo menos um dia.”

“Mas…” Murmurou Mukawa pesadamente.

“Sem mas.” Ordenou Mayuko com as mãos na sua espada.

“Sim, Mayuko-dono.” Respondeu ele fazendo continência.

“Bom garoto.” Elogiou ela com um sorriso gentil.

“Esta mulher sabe bem como intimidar.” Pensou Shirokiba arrepiado.

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“Então sem duelos por hoje.” Murmurou Shirokiba sentado no soalho do jardim, ao lado de Mukawa. Os dois estavam bebendo chá e comento Nikumans (N/a: Bolinhos de carne).

“É…” Respondeu Mukawa com um ar entediado.

“Ei, Mukawa… Posso saber como você entrou na gangue?” Perguntou o mais novo com um ar de curiosidade.

“É uma história bem simples.” Respondeu o mais velho bebendo um pouco do chá. “Eu nasci numa pequena vila nas montanhas, ambos os meus pais morreram por doença. Como era um lugar bem isolado, conseguir medicamentos era algo bem caro. Então fortaleci o meu corpo para que não sofresse o mesmo destino que os meus pais. Quando dei por mim, já estava desafiando viajantes para provar a minha força. Foi então que encontrei o Toragami-sama, desafiei-o para um duelo e ele me venceu sem esforço, foi então que ele me acolheu.”

“Entendo, esse tipo de história combina com você.” Comentou Shirokiba encarando o seu reflexo no chá.

“Você deve ter passado por coisas bem piores.” Observou Mukawa preocupado.

“É, talvez…” Respondeu Shirokiba levantando a cabeça. “Mas sabe, Yakuzas sempre foram a origem do meu sofrimento, mas por alguma razão… Sinto-me tão confortável aqui, é estranho. Não sei o que pensar desta gente.”

“Deve ser porque os White Tigers são uma família Yakuza do tipo protetor.” Falou Mukawa com um leve sorriso.

“Tipo protetor?” Questionou o grisalho confuso.

“Com o começo desta guerra, a definição de Yakuza teve algumas mudanças. Tudo depende da razão pela qual se quer aumentar o seu território.” Explicou Mukawa. “Há Yakuzas que querem expandir o seu território para conseguirem dinheiro das pessoas que lá vivem, seja por extorsão ou trafico de drogas e alguns casos até de humanos, esse são o tipo ganancioso. Depois há aqueles que simplesmente querem se sentir como reis, controlando o território como se fossem verdadeiros ditadores, o tipo ditador, não são muito diferentes do tipo ganancioso, há casos em que famílias Yakuza são os dois tipos. Depois temos o tipo protetor, são Yakuzas que protegem a gente do seu território e conquistam para evitar que mais territórios caiam nas mãos dos outros dois tipos. Por isso é que esta guerra se prolonga tanto.”

“Não fazia ideia que existiam esses tipos de Yakuzas.” Murmurou Shirokiba surpreso.

“Sim, no entanto, uma família Yakuza é composta por diversos membros e nem todos partilham a mesma ideologia.” Esclareceu Mukawa pensativo. “Existem rumores que se estão formando algumas fações na White Tigers que são mais a favor dos outros dois tipos secretamente.”

“Sério?” Indagou o rapaz ainda mais surpreso.

“Oh, vocês não vão lutar hoje?” Questionou Tasuku passando por eles.

“A Mayuko-dono me proibiu porque eu me feri na última missão.” Respondeu Mukawa num suspiro.

“Outra vez? Tens de começar a pensar mais em ti, Yama.” Aconselhou Tasuku coçando a cabeça. “Então, Shiro, isso quer dizer que não tens nada para fazer agora?”

“Acho que sim.” Respondeu ele estranhando a pergunta do general.

“O que achas de eu te treinar, hein?” Propôs o albino apontando para si mesmo com o polegar, com um sorriso confiante. “Afinal, queres ser capaz de vencer o Yama, nê?”

“Sério?” Questionou Shirokiba se levantando. “Você não se importa, Mukawa?”

“Nem um pouco. Além disso, você vai precisar de toda a ajuda possível se me quer vencer numa luta justa.” Respondeu Mukawa também com um sorriso confiante. “Veremos o quão você evolui nas mãos do Tasuku-dono que foi treinado pessoalmente pelo Toragami-sama como eu.”

“Tasuku, vamos a isso.” Falou o jovem decidido.

“Gosto de ver esse entusiasmo.” Respondeu Tasuku animado.

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Três anos e meio já se haviam passado, o jovem Shirokiba alongava-se num lado do dojo, enquanto Mukawa fazia o mesmo no lado oposto.

“Aos seus postos… Comecem!” Tasuku deu então o sinal.

Os dois Yakuzas avançaram ao mesmo tempo. Shirokiba tentou dar um chute rotativo no seu adversário, porém o moreno conseguiu esquivar e tentou agarrar a perna do grisalho. No entanto, Shirokiba conseguiu recolher a perna a tempo e saltou para trás para aumentar a distancia entre o seu adversário.

Mukawa tentou então acertar no seu rival com uma sequência de socos poderosos. Graças à sua agilidade superior, Shirokiba conseguiu evitar ser atingido, foi então que agarrou o braço direito do moreno, deu-lhe um golpe nas pernas para o desequilibrar, fê-lo girar por si mesmo usando o braço como eixo e derrubou-o no chão.

“Usar o tamanho e peso do inimigo contra ele.” Pensou Shirokiba com respiração ofegante.

“Ponto para o Shiro!” Anunciou Tasuku animado.

“Nada mal, Shirokiba-dono.” Elogiou Mukawa com um sorriso orgulhoso. “Você me surpreendeu.”

“Mas ainda estou bem atrás no marcador.” Respondeu Shirokiba também sorrindo e estendendo a mão para o seu rival se levantar.

“Ele evoluiu bastante rápido.” Pensou Tasuku também orgulhoso. “Neste ritmo talvez me supere dentro de uns anos.”

“Tasuku, o Oyabun mandou chamar.” Falou Mayuko entrando no dojo, a mesma estava grávida de 3 meses.

“Vou já.” Respondeu Tasuku acompanhando a sua mulher, enquanto Shirokiba olhava curioso.

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Na sala do Oyabun encontrava-se o próprio, de pernas cruzadas, com Tasuku e Mayuko sentados de joelhos à sua frente, além de Shirokiba que observava curiosamente a conversa por uma ligeira abertura na porta.

“Parece que a Jinnlóng está expandido bem o seu território a uma grande velocidade recentemente.” Falou Takumi com uma expressão séria. “Estimamos que cheguem a Chiba, fronteira com o nosso território, em 6 meses.”

“É uma velocidade impressionante se compararmos os seus movimentos anteriores.” Comentou Mayuko impressionada.

“Será por causa das tais armas amaldiçoadas?” Questionou Tasuku pensativo.

“Tem havido rumores de estranhas armas que têm sido distribuídas por esta guerra, as chamadas armas amaldiçoadas… É uma possibilidade.” Concordou Takumi coçando a sua barba. “Isso explicaria a grande atividade repentina da Jinnlóng.”

“Mas será que existem mesmo armas dessas como os rumores falam?” Indagou Mayuko em dúvida. “Parecem algo bem surreal, como se fossem retiradas de uma obra de fantasia.”

“Bem, se existirem e a Jinnlóng possuir alguma delas, isso significa que estamos em desvantagem.” Concluiu Tasuku ainda pensativo.

“Mas bem, não foi para discutirmos isso que quis que viesses aqui, Tasuku.” Falou Takumi seriamente. “É provável que tenhamos de confrontar a Jinnlóng daqui a 6 meses. Eu queria poder contar contigo na linha da frente.”

“Daqui a 6 meses?” Indagou Mayuko preocupada levando as mãos para a sua barriga.

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“Sim, nessa altura o bebê pode já ter nascido ou estar para nascer.” Afirmou o Oyabun com um suspiro. “Eu entendo perfeitamente se você quiser estar afastado do campo de batalha nessa altura, meu filho.”

“Eu não seria capaz de encarar o meu bebê sabendo que não participei de uma batalha tão importante.” Respondeu Tasuku com um olhar firme. “Mayuko… Me perdoe.”

“Você não seria o homem com que me casei se tivesse respondido outra coisa.” Respondeu ela com um sorriso gentil enquanto passava a mão na barriga. “Nós esperaremos por você.”

“Eu também quero participar nela.” Declarou Shirokiba entrando no quarto com um olhar decidido.

“Shiro-chan?” Indagou Mayuko surpresa.

“Do que você está falando?” Interrogou Takumi seriamente.

“Nessa altura eu já terei 13 anos, sei que ainda sou muito novo, mas já supero muitos oficiais e estou ficando cada vez mais forte. Já sei manejar várias armas, além de conhecer bem Chiba.” Explicou ele sem qualquer hesitação e depois se curvando perante o Oyabun. “Por favor, me permita combater ao lado do Tasuku. Eu quero garantir que ele volta para ver o seu filho.”

“Desde quando é que você duvida tanto das minhas habilidades?” Questionou Tasuku se levantando e colocando a sua mão na cabeça do rapaz. “Tudo bem, eu levo-te comigo, parceiro.”

“Tasuku, tens a certeza?” Inquiriu Takumi preocupado. “Ele é só uma criança.”

“Não, pai.” Negou Tasuku com um sorriso orgulhoso. “Ele já é um tigre.”

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“Então vais participar na batalha em Chiba se ela vier a acontecer.” Falou Mukawa enquanto socava o seu pneu de treino.

“Isso mesmo. Tenho de dobrar o meu treino, só tenho cerca de 6 meses.” Confirmou Shirokiba também socando um pneu um pouco mais pequeno que o seu rival. “Não tenho tempo a perder.”

“Tenho inveja de você, o meu trabalho vai ser ficar na base para a proteger.” Comentou Mukawa acertando mais uma vez no pneu.

“Mas não sou eu que estou prestes a ser promovido a general.” Falou o grisalho sorrindo.

“Isso são apenas rumores, não à certeza que eu vá ser escolhido.” Respondeu o moreno focado no seu treino.

“Por mim, tens tudo o que é necessário para ser um dos 10 Generais.” Confessou Shirokiba acompanhando o ritmo do seu rival.

“Não me consigo ver numa posição tão importante.” Falou Mukawa.

“Verdade, alguém com tão pouco estilo não devia ser general .” Comentou uma criança de 6 anos chegando perto deles, tinha cabelo loiro e olhos castanhos.

“De onde veio este pirralho?” Questionou Shirokiba parando o seu pneu.

“Oh, este é o filho do 4º General.” Reparou Mukawa também parando o seu pneu. “Deve ter seguido o pai novamente.

“Como se atrevem a falar com se a minha presença não fosse grandiosa, seus plebeus?” Questionou o loiro com as mãos na cintura com um monte de brilhos o rodeando. “Eu sou o filho do estiloso general Usui, o potencialmente ainda mais estiloso, Usui Tsubasa!!! Está no meu destino brilhante ser general, é o que diz o meu papai. Ao contrário de pessoas sem estilo como vocês!”

“Então, queres beber alguma coisa?” Perguntou Mukawa.

“Pode ser.” Respondeu Shirokiba enquanto os dois se iam embora.

“Eles… Eles… Eles me ignoraram!” O pequeno Usui começou então a chorar.

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5 meses se passaram a grande velocidade, enquanto Shirokiba se focava no seu treino intensivo e a gangue se preparava para um possível grande confronto com a Jinnlóng.

Foi então que uma mensagem chegou de Chiba. A Jinnlóng já havia chegado, sendo mais rápidos que o que os White Tigers haviam estimado. Do 1º ao 4º esquadrão foram seleccionados para irem até Chiba, o 5º e o 6º esquadrão ficaram encarregues de proteger a Mansão Branca, do 8º ao 10º estavam em outras missões pelo país. O 7º esquadrão era a sua rede de informações, tendo um ou dois membros acompanhando cada esquadrão nesse dia.

“Bem, hora de partir.” Declarou Tasuku vestido com o seu terno branco e chapéu com padrão de tigre.

“É horrível ter de estar longe da linha da frente. Queria lutar também.” Reclamou Mayuko com a mão na sua barriga de 8 meses de gravidez. “Tem cuidado, Tasuku.”

“Voltarei antes do bebê nascer.” Respondeu ele com um sorriso. “Vamos acabar com esta batalha logo!”

“Vamos a isso.” Falou Shirokiba animado.

“Acabem com eles de forma justa!” Exclamou Mukawa usando uma armadura medieval.

“Então ele sempre vai usar armadura.” Pensaram Mayuko e Shirokiba com uma gota de suor atrás da cabeça.

Então, os Yakuzas designados para a batalha partiram.

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A Batalha de Chiba já se estendia por duas semanas, a cidade virara uma completa zona de guerra. Tasuku e Shirokiba, que estavam mais avançados na linha de frente, encontravam-se no meio de um tiroteio.

“As coisas por aqui estão difíceis.” Comentou Shirokiba escondido atrás de um muro juntamente com Tasuku.

“Não vamos conseguir nada ficando aqui.” Falou o general olhando em volta. “Já comuniquei o resto do esquadrão, vão chegar aqui a qualquer momento. Nesse momento, vamos nos separar. Você vai com o resto do esquadrão para a área este e eu cuido da oeste.”

“Vais ficar bem sozinho?” Questionou o grisalho preocupado. “Eu posso dar-te cobertura.”

“Eu trabalho melhor quando estou por minha conta.” Respondeu Tasuku com um sorriso enquanto pegava na sua arma. “Estou confiando em ti para cuidar do resto do esquadrão.”

“Ok.” Assentiu Shirokiba.

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Pouco depois, na área este, Shirokiba sentava-se exausto juntamente com os outros Yakuzas da White Tigers.

“Acabamos de limpar a área este.” Informou ele para um rádio. “Como as coisas correram por aí, Tasuku? … Tasuku? Ei, Tasuku, responde! Estás aí?”

Porém não houve qualquer resposta vinda do rádio…