Ninguém está pronto para a vida

Ninguém está pronto para a vida: Epílogo


O destino de uma pessoa é traçado desde seu nascimento. Mesmo que os humanos possuam o livre arbítrio, ainda assim, eles devem cumprir seu destino selado pelas Moiras, ou como vocês conhecem, as Parcas. Elas tecem a vida do ser humano e até mesmo dos deuses. Sabem seu destino e como será seu futuro. É claro que a interferência do mundo na vida do indivíduo pode ser afetada no final. Mas o destino traçado pelas Parcas sempre se cumpre.
Está na hora de vocês me conhecerem.

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Moros, o deus da sorte e do destino, é meu pai. Assim como as Parcas são minhas irmãs. E eu, Kassandra, sou um oráculo destinado a ler as histórias da vida dos outros, aqueles que viveram, sentiram, amaram, odiaram.

Meu pai me castigou a viver reclusa neste lugar. Não é tão ruim quanto parece. Vivo neste mundo, me alimentando das histórias que leio. As vidas ao qual não vivi, os romances que não experimentei, os sorrisos que compartilhei sequer eram destinados a mim, mas eu os abracei como sendo meus.

Depois de um certo tempo, eu decidi compartilhar as histórias com outras pessoas. E aqui estou eu. Já narrei muitos contos emocionantes e de aventura, mas nenhum foi como este. Eu nunca viverei tão intensamente como esses personagens viveram. Esses semideuses que lutaram e amaram. Tiveram uma vida longa, e outras nem tanto assim.

Vocês podem estar acostumados com finais felizes. De fato, todos merecemos um descanso pacífico. Merecemos felicidade e um final decente. Entretanto, querido leitor, enquanto eu sugava suas energias ao lerem essa história, sentindo as emoções de cada um fluírem em minha corrente sanguínea, eu decidi que precisava lhes contar o fim digno de cada um.

Tão inevitável quanto a vida, é a morte.

Eis a nossa única certeza neste e em outros mundos. Nascemos, vivemos e enfim morreremos um dia.

O final que eu vou te contar pode não ser o que esperava, mas a vida nunca é como esperamos ser. Principalmente a vida de semideuses. Sendo eu, um oráculo, já não me surpreendo mais com tais finais, pois acostumei-me a eles.

Minhas irmãs Parcas trabalham severamente no destino. Nenhum deus, nem mesmo Zeus, pode ir contra meu pai Moros. O destino é inevitável e implacável.

Mas vamos deixar de lado essa ladainha séria. Passamos bons momentos juntos, não foi? Prometo não me alimentar de suas emoções com este final, mas peço perdão antecipadamente, caso não resista, o gosto dos sentimentos é irresistível e eu preciso me alimentar para conseguir viver mais mil anos nesse lugar recluso.

Por onde eu começo? Hmm talvez seja prudente contar que os dias de castigo como Diretor do Acampamento Meio Sangue do Senhor Dionísio chegaram ao fim. Depois de longos 100 anos, ele retornou para sua vida no Olimpo. Devo acrescentar que o senhor D. ainda dá as caras no acampamento, não digo que ele sente saudades dos tempos de diretor, porque se eu revelar isso, ele pode me transformar em um porquinho da índia.

Quíron, passou a ser o diretor geral, e ele se casou com Noelle, aquela Centauro que um dia Drew ajudou Quíron conquistar, vocês leram sobre o noivado deles, não foi? Aliás, para quem ficou curioso, o prêmio para quem conseguisse sobreviver a Máquina de Guerra 4.57 foi uma cesta de frutas, no caso apenas tinha morangos dentro da cesta.

Já que estamos falando de amor, vamos falar da nossa queridíssima filha de Afrodite.

Drew recebeu a licença dos deuses para dar continuidade ao seu trabalho com as poções, embora não criasse mais poções do amor, ou qualquer outra que viesse prejudicar alguém. Ela também tornou-se uma psicóloga bastante recomendada, dando palestras e terapias de casal. Ora essa, você me pergunta, como assim? Depois de alguns anos, finalmente aceitou o pedido de Dante e eles se casaram em uma cerimônia deslumbrante. Os dois viveram felizes por muitos anos (mesmo se engalfinhando, como é de praxe). Uma curiosidade, seu filho, Dario, casou-se com Catrina, filha de Annabeth e Butch. Já a pacífica Jude, a irmã gêmea de Dario, decidiu seguir a vida de voluntária no Oriente Médio.

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Já que estamos falando em casamento, eu aproveito e revelo que minha companheira de oráculo, Rachel E. Dare, passou seu posto como oráculo do acampamento após quinze anos de servidão. Ela se casou com um astro de cinema e viveu em uma mansão na beira da praia, pintando quadros de visões que ainda enxergava. Entretanto, o futuro que ela pintava, ao qual estamos caminhando em passos firmes, lhe traziam lágrimas aos olhos. E ela sabia que nada poderia mudar. Afinal, como eu disse, o destino é implacável. Não importava quantos quadros Percy destruíssem, ela não conseguia deixar de pintá-los.

Vejamos, quem mais se casou? Andrômeda e Travis se casaram e tiveram um casal de gêmeos. Quem mais? Ah! Tristan se casou com uma atriz famosa, há rumores de que ele tem um amante, mas isso não é da conta de ninguém.

Oh! Não se preocupem, deixei o melhor para o final.

Jason Grace cumpriu seus anos no acampamento Romano. Depois disso, ele retornou à Nova Iorque para conhecer os filhos que Leo e Alex adotaram. Diana e Jorge, eram duas crianças órfãs que foram salvas por Leo em uma missão. Alex ainda sente ciúmes de Jason, mas ele finge que não, mas Leo sabe. Jason também sabe. Eles formam um tipo bem divertido de triângulo amoroso.

Percy Jackson e Nico Di Angelo receberam a benção de seus pais no Central Park logo após o casamento. Nico não quis nenhuma festa ou viagem de Lua de Mel. Depois de tudo o que passou, queria paz e sossego, coisa que só conseguia encontrar quando estava nos braços de Percy.

Em 2052, uma batalha devastadora iniciou-se no centro dos Estados Unidos. Muitos perderam suas vidas nessa batalha, principalmente os semideuses que lutavam contra a ascensão de Caos.

A visão de Rachel, pincelada em seus quadros, se concretizava. A batalha mais sangrenta uniu Acampamentos Grego e Romano. Os semideuses mais experientes estavam à frente na batalha.

Mesmo já tendo passado dos cinquenta e cinco anos, Percy Jackson ainda possuía força o suficiente para proteger aqueles que amava, empunhando sua espada e sobrevoando a luta em cima de Gray, descendente do Pégaso BlackJack.

Percy e Gray desceram ao solo da batalha. O filho de Poseidon estava em pé, diante de uma cena de dor e morte. Ele fechou os olhos, pedindo forças aos deuses, todos eles, romanos e gregos.

O corpo de Dante estava inerte sobre Drew e Dario, para protegê-los de um ataque. Leo conseguiu conjurar a mais perfeita bola de fogo, dando tempo para que Annabeth resgatasse os jovens meio sangues e pudessem escapar. Inclusive seus filhos.

Alex e Jason permaneceram ao lado de Leo durante toda a batalha, principalmente no momento em que a Fúria de Caos assolou-se sobre eles. Os heróis que perderam a vida naquela luta, alcançaram os Campos Elísios onde poderiam repousar dignamente como prêmio de suas virtudes sob os cuidados da Senhora dos Mortos, Hazel.

Mas o poder de Caos era tão destruidor, que Percy se viu diante de uma única alternativa para salvar o mundo.

No meio da batalha, estava Nico montado em um cavalo negro feito das chamas do mundo inferior. Ele lutava bravamente com sua espada de bronze celestial, quase invencível. Em um dado momento, os olhares dos dois se cruzou. Verdes calmos e corajosos contra os negros mortais e infinitos.

Nico aproximou-se tão rápido quanto a velocidade das sombras lhe permitia fazer. Eles se abraçaram e Percy sorriu docemente.

— Será que dessa vez seu pai vai me receber melhor? — Percy tocou a face amadurecida de Nico. Ninguém nunca lhe daria mais do que cinquenta anos. Embora ele fosse muito mais velho que isso.

— Os deuses irão lhe receber com glórias, meu amor. — Nico o beijou nos lábios e depois beijou com paixão suas duas mãos, deixando-o partir. — Nos vemos na eternidade, Perseu.

Percy ainda virou-se, sua bela armadura de prata reluzia as labaredas de fogo no céu. O grande poder foi liberado e sua força selou Caos no mais profundo e sombrio recanto do mundo.

O sacrifício de Perseu Jackson rendeu a gratidão eterna dos deuses do Olimpo, assim como os deuses Romanos. Transformando-o no deus do sacrifício e a abnegação. Percy subiu ao Monte Olimpo, sentando-se ao lado de seu pai.

Após a derrota de Caos, os deuses passaram a evitar o contato com os humanos. No entanto, um deus burlava essa regra em todas as noites de lua nova, época das marés altas.

Na praia, Nico di Angelo estava em pé, descalço na areia. O manto negro noturno era iluminado pelas estrelas, incluindo uma em especial que sempre brilhava intensamente em certos dias de verão.

Ninco sentiu a brisa vinda do mar movimentar seus cabelos grisalhos. Tantos anos se passaram desde a luta contra Caos, e ele estava ainda ali, vivo. Era uma oferta e tanto do destino.

Ele se virou, assim que uma presença avassaladora tomou conta da praia. Com um sorriso de saudade, ele cumprimentou o deus.

— Você parece mais bonito do que minhas lembranças. — Nico falou, observando a imagem juvenil de Percy.

— Ainda estou me acostumando a ver essa cara jovem para sempre. É um pouco constrangedor, estava pensando em deixar a barba crescer, quem sabe assim pareço mais velho.

Nico sorriu.

— E eu estou tão velho.

— Você está perfeito, minha vida. — Percy aproximou-se, segurando a mão de Nico. Eles caminharam por um curto espaço de tempo pelas areias. Nico não conseguia ir mais longe. — Podemos sentar.

— Está bem. — ele recebeu a ajuda de Percy para sentar-se na areia. Os dois ficaram admirando o mar como faziam quando eram jovens.

— Como é viver tanto tempo?

— É doloroso. — Nico suspirou. — As vezes eu me esqueço que dia é, e ultimamente não consigo mais tirar fotografias.

— Que pena. Você era tão bom nisso. — Percy sorriu, acariciando a mão enrugada de Nico.

— Eu sinto que a hora está chegando. Não é?

— É. Meu amor, está sim. — Percy o beijou na testa. — Eu esperei muitos anos por isso. Lembra-se? A eternidade.

— Sim, sim. Passar a eternidade com você é o que me motivou viver até hoje. Nossos filhos são maravilhoso, nossos netos lindos e os bisnetos nem se fala.

Percy se levantou, ajudando Nico ficar de pé, os dois caminharam a passos lentos até o mar, onde a brisa soprou, levando-os para a eternidade.

Ninguém está pronto para viver a vida, se não descobrir o que a vida tem para nos ensinar.

A eternidade não é o fim.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.