Nightingale

Capítulo 15 - My Kind Of Perfect


Senti o sol tocar minha pele me aquecendo ao mesmo tempo em que me fazia acordar.

– Bom dia Bela Adormecida. - uma voz com sotaque russo sussurrou no meu ouvido.

– Hmm... - reclamei me mexendo e deitando a cabeça no peito dele. - Tô dormindo ainda. - reclamei e senti seu peito se mexer com a risada.

– Lissa já ligou pro seu celular quatro vezes. - disse Dimitri mexendo no meu cabelo. Eu o ignorei tentando voltar a dormir. - Rose, já é quase meio-dia.

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– Puta que pariu! - exclamei pulando da cama. Dimitri gargalhou abertamente. - Por que você não me acordou? - perguntei catando minhas roupas pelo chão.

– Eu estou tentando. Desde as dez. Mas você só se remexia e voltava a dormir. – disse com um dar de ombros.

– Droga! Eles devem estar desesperados atrás de mim. - reclamei começando a me vestir. - Você não vai se levantar Camarada?

– Relaxe Rose. Eu já liguei para o seu irmão e avisei que você estava comigo.

– Você o quê?! - exclamei. - Meu irmão deve ter ficado louco no telefone e agora ele vai querer me matar e...

– Rose. Rose! Relaxe. - Dimitri se levantou e veio parar na minha frente. Devo chamar a atenção ao fato de que ele estava nu e sim, aquela era uma distração e tanto. - Seu irmão está tranquilo com a nossa relação, eu inclusive já conversei com ele. Tudo o que se importa é com a sua felicidade. É tudo o que nós nos importamos.

– E o que isso quer dizer exatamente? - perguntei mordendo o lábio inferior.

– Quer dizer que nós temos todo o tempo do mundo. - respondeu-me. - Mas primeiro você precisa se alimentar. Nós não vamos ficar nessa cama o dia todo.

– Mas é uma cama tão gostosa. - reclamei enquanto ele distribuía beijos pelo meu pescoço. - E você também não está ajudando nem um pouco.

– Disse que não vamos voltar pra cama, mas não falei nada sobre não compartilharmos um banho. - ele me olhou abrindo um sorriso malicioso.

– Estou mesmo doida por um bom banho. - comentei andando na frente dele como se estivesse desfilando. Ouvi ele resmungar baixinho algo que soou como "Você ainda vai me enlouquecer" e gargalhei.

~~VA~~

– Hmm... Esse sanduiche tá uma delícia. – comentei. Dimitri havia me levado até uma pâtisserie perto de seu apartamento e agora eu estava provando o melhor pão na chapa do mundo. Crocante e repleto de queijo, eu me sentia derreter ao comer aquela delícia.

– Sabia que você ia gostar, mas não imaginei que fosse querer comer dois. – Dimitri disse com um sorriso zombeteiro nos lábios.

– Isso é culpa sua Camarada. – eu respondi dando-lhe um selinho. – Me deu um cansaço essa noite e agora parece que abriram um rombo no meu estômago. – Dimitri ficou vermelho e olhou pra baixo abrindo um sorriso envergonhado. – Não acredito que você tá com vergonha! Ontem à noite você foi o maior sem vergonha da face da terra. – comentei gargalhando.

– Bem, ontem à noite não tinha pessoas a nossa volta. – ele comentou sorrindo.

– Elas não estão nem ouvindo Dimitri. – comentei puxando-o pela nuca e dando-lhe um selinho. – Você tem que parar de ser tão sério.

– Eu não sou sério. – rebateu indignado.

– É sim. – eu disse em contrapartida. – Mas pra sua sorte eu gosto desse seu jeito sério e intenso de ser. – dessa vez foi ele quem me puxou pela nuca e eu senti seus lábios quentes contra os meus, fazendo com que meu coração se acelerasse. Aprofundei o beijo puxando-o pela nuca e acariciando seus cabelos sedosos.

– Você não tem jeito mesmo Roza. – ele comentou quando nos separamos buscando por ar.

– Não, e você gosta de mim assim. – disse com nossos lábios ainda colados.

– Gosto mesmo. – afirmou me beijando novamente. Quando nos afastamos vi que seus olhos tinham o mesmo brilho que eu tinha certeza estar estampado em meu rosto. Eu não tinha palavras pra descrever todos os sentimentos que haviam me atingido nas últimas horas. Dimitri tinha feito com que eu me sentisse desejada, amada e cuidada em cada toque. Eu estava nas nuvens e sentia que poderia literalmente sair flutuando por ai.

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– Já terminou de comer? – ele perguntou-me algum tempo depois. – Eu gostaria de te levar em um lugar. – completou.

– Ok. Podemos ir. – respondi me levantando e pegando meu copo de café na mesa. Assim que saímos do ambiente quente uma brisa fria bateu, fazendo com que eu estremecesse de frio. Dimitri prontamente pegou sua jaqueta e colocou sobre meus ombros. Por sorte Lissa tinha dado a Dimitri uma bolsa com roupas para que eu pudesse me trocar noite passada. Ainda que eu me sentisse traída pelos dois armando por minhas costas, agora eu não podia deixar de agradecer, afinal, andar nesse frio com aquele vestido de festa não iria dar muito certo.

Entramos no carro e após algum tempo dirigindo finalmente chegamos ao destino final, o píer de Santa Mônica.

– Vamos? – Dimitri perguntou me estendendo a mão, enquanto eu era preenchida por memórias de mim e Lissa correndo pelo píer com meu irmão no meu calcanhar. – Rose? – perguntou quando eu não respondi.

– Oh! Desculpe, é que este era um dos meus lugares favoritos quando criança. Meus pais e os pais de Lissa costumavam nos trazer aqui, mas já tem anos que eu não venho. – respondi.

– Eu não sabia, me desculpe. Se você quiser podemos ir para outro lugar. – ele disse parecendo culpado.

– Não! – respondi rápido demais. – Eu estou feliz que estejamos aqui. Já tem tanto tempo que eu não venho. E olha! Parece que tá tendo um carnaval. – apontei para as barracas ao longo da praia. – Duvido que você consiga me bater no tiro ao alvo. – desafiei enquanto o puxava pela mão até a barraca.

– Não aposte o que você não pode ganhar. – ele disse pagando o senhor da barraca e pegando a espingarda em mãos. Dez minutos depois eu saia do lugar com um urso de pelúcia enorme e a revolta de ter perdido a aposta.

– Sabia que você fica linda com esse biquinho? – Dimitri disse me puxando para seus braços. Como resposta eu estirei a língua pra ele, que soltou uma gargalhada. – Minha menininha. – ele disse me apertando em seus braços.

– Meu conquistador barato. – respondi entrando na brincadeira.

– Barato é? – ele levou as mãos ao peito se fingindo de ofendido. Quando eu não respondi ele começou a me fazer cosquinhas. Eu me contorcia e gargalhava enquanto suas percorriam meu corpo e um brilho de diversão estampava seu rosto.

– Precioso, muito precioso. – eu disse entre arfadas em busca de ar. Ele parou com as cosquinhas, mas passou seu braço em torno da minha cintura.

Algum tempo depois nós já tínhamos ido a algumas barracas e no túnel do amor, quando um cara vestido de palhaço pulou na minha frente me assustando. Dimitri deu uma bronca no cara e saiu me puxando, eu estava visivelmente nervosa e tremia ao seu lado.

– Roza, tá tudo bem? – ele perguntou me olhando preocupado.

– Eu só não sou muito fã de palhaços. – respondi-lhe e em troca ele riu.

– Você tem medo de palhaços?

– Algum problema Camarada?

– Nenhum. Nenhum mesmo. – ele disse me abraçando, mas notei que ele ainda parecia divertido. – Venha, vamos dividir um algodão doce.

– Dimitri. – eu o chamei e quando ele abriu a boca pra responder eu entupi sua boca com o doce. Ele me lançou um olhar e eu soube que teria volta. Sai correndo dele que logo me alcançou e passou suas mãos meladas por todo o meu rosto.

– Ugh. Tô toda melada. Seu bobo. – tentei parecer brava, mas não consegui conter o riso que nos contagiou. Após lavar o rosto e tirar aquele açúcar todo de mim Dimitri saiu me puxando para irmos na roda gigante. – Você tá parecendo uma criança. – comentei com ele.

– Você já vai descobrir o por que. – ele disse misteriosamente. Após alguns minutos na fila finalmente chegou nossa vez e nós entramos no brinquedo que logo começou a subir. Assim que chegamos no topo a roda gigante parou e era bem na hora em que o sol estava se pondo. Os raios brilhavam sobre o mar tornando uma vista única, um prato cheio para um pintor e era completamente de tirar o fôlego.

– Uau. Isso é lindo. – disse abobalhada com a cena a minha frente.

– Não tão lindo quanto você. – Dimitri disse chamando minha atenção para ele. Seus olhos estavam focados em mim com uma intensidade que fez com que eu me arrepiasse e que pensamentos sujos passassem por minha mente.

– Roza. – seu sotaque estava carregado e sua voz extremamente sexy. – Eu não sei exatamente quando isso começou, talvez seja no nosso primeiro passeio, ou em uma das muitas tardes que passamos juntos, o que eu sei é que a cada dia eu me apaixono mais e mais por você. Aceita namorar comigo? – ele perguntou puxando um anel com um coração cor de rosa. Eu olhei em seus olhos e senti meu coração ser preenchido por aquele sentimento que já vinha me tomando desde que eu o conhecera.

– Você ainda tem alguma duvida? – perguntei puxando-o pra mim e beijando-o. – É claro que eu aceito ser sua namorada, seu bobo. – eu disse arrancando o maior sorriso dele.

– Você não tem ideia de como eu estou feliz agora. – ele disse puxando-me para seus braços. Eu deitei minha cabeça na curva de seu pescoço.

– Tenho sim. Por que eu estou tão feliz quanto.