New Moon Nova Versão

Capítulo onze: Votação


Ele não estava satisfeito, isso era fácil de ler no rosto dele. Mas, sem mais discussões, ele me pegou nos braços e saltou levemente pela minha janela, aterrissando sem um sacudida sequer, como um gato.
Era um pouco mais baixo do que eu imaginei que era.

__ Tudo bem então - ele disse, sua voz transbordando desaprovação. - Sobe aí.

Ele me deu William e me ajudou a subir em suas costas, e começou a correr.
Depois de todo esse tempo, já parecia rotina. Fácil. Evidentemente, isso era uma daquelas coisas que nunca se esquece, como andar de bicicleta.
Estava muito quieto e escuro enquanto ele corria pela floresta, sua respiração lenta e uniforme, escuro suficiente pra que as árvores passando por nós voando quase eram invisíveis, e só a rajada de vento no meu rosto realmente indicava a nossa velocidade, William ria abertamente, ele estava adorando aquilo. O vento estava úmido; ele não queimava meus olhos do jeito que o vento na grande praça fazia, e isso era reconfortante.
E por ser noite, também, depois da terrível claridade. Assim como na grossa colcha na qual eu brincava de me esconder quando era criança, o escuro era familiar e protetor.
Eu me lembrei que correr pela floresta costumava me assustar, que eu costumava ter que fechar meus olhos. Agora isso parecia uma reação boba pra mim. Eu mantive os meus olhos abertos, meu queixo descansando no ombro dele, minha bochecha no pescoço dele. A velocidade era divertida. Cem vezes melhor que a moto.
Eu virei meu rosto na direção dele e pressionei meus lábios na pedra fria que era o pescoço dele.

__ Obrigado - ele disse, enquanto as vagas, sombras negras das árvores passavam por nós. - Isso significa que você decidiu que está acordada?

Eu sorri. O som era fácil, natural, sem esforço. Parecia certo.

__ Na verdade não. De qualquer forma, é mais que isso, eu não estou tentando acordar. Hoje não.

__ Eu vou ganhar a sua confiança de volta de alguma forma - ele murmurou, mais pra si mesmo. - Nem que seja a última coisa que eu faça.

__ Eu confio em você - eu assegurei ele. - É em mim que eu não confio.

__ Explique isso, por favor.

Ele diminuiu até estar caminhando - eu só sabia a diferença porque o vento parou - e eu imaginei que não estávamos longe da casa. De fato, eu achei que estava ouvindo o som do rio correndo em algum lugar próximo na escuridão.

__ Bem - eu lutei pra encontrar a melhor forma de colocar isso em palavras. - Eu não confio em mim mesma pra ser... suficiente. Pra merecer você. Não há nada em mim que possa segurar você.

Ele parou e se inclinou pra trás pra me tirar de suas costas. Suas mãos gentis não me soltaram; depois que ele me colocou no chão de novo, ele me agarrou apertado em seus braços, me segurando no peito tomando cuidado com William.

__ Seu laço é permanente e inquebravel - ele sussurrou. - Nunca duvide disso.

__ Mas como eu podia não duvidar?

__ Você nunca me disse... - ele murmurou.

__ O que?

__ Qual é o seu maior problema... E porque não me contou que estava grávida quando eu disse adeus para você naquele dia.

__ Eu não disse nada naquele dia porque eu só descobri que estava grávida três semanas depois que você se foi... E eu vou te dar uma dica. - Eu suspirei, e me inclinei pra tocar a ponta do nariz dele com o meu dedo indicador.

Ele balançou a cabeça.

__ Eu sou pior que os Volturi - ele disse severamente. - Eu acho que
mereci isso.

Eu rolei meus olhos.

__ A pior coisa que os Volturi podem fazer é me matar.

Ele esperou com os olhos tensos.

__ Você pode me deixar - eu expliquei. - Os Volturi, Victoria... Eles não são nada comparados a isso.

Mesmo na escuridão, eu pude ver a angústia contorcer o rosto dele - isso me lembrou a expressão dele embaixo do olhar torturante de Jane; eu me senti doente, e me arrependi de ter falado a verdade.

__ Não - eu sussurrei, tocando o rosto dele. - Não fique triste.

Ele puxou um dos cantos da boca pra cima meio sem vontade, mas a expressão não tocou os olhos dele.

__ Se houve pelo menos uma forma de te fazer ver que eu não posso viver sem você - ele cochichou. - Tempo, eu acho, é a única forma de te convencer.

Eu gostei da idéia de tempo.

__ Tudo bem - eu concordei.

O rosto dele ainda estava atormentado. Eu comecei a tentar distrair ele com coisas sem importância.

__ Então, já que você vai ficar. Será que posso ter as minhas coisas de volta? Sabe quando Will tem um pesadelo a única coisa que o acalma é sua melodia.

Eu perguntei, fazendo o meu tom sair o mais leve que eu pude.
Minha tentativa funcionou, até certo ponto: ele riu. Mas os seus olhos retiveram a infelicidade.

__ As suas coisas nunca foram embora - ele disse. - Eu sabia que era errado, já que eu prometi te deixar em paz sem lembranças. Foi uma coisa estúpida e infantil, mas eu queria ter alguma coisa minha com você. O CD, as fotos, as passagens - elas estão todas embaixo do seu piso.

__ Mesmo?

Ele balançou a cabeça, parecendo um pouco mais alegre com o meu óbvio prazer por esse fato trivial. Isso não foi suficiente pra curar completamente a dor no rosto dele.

__ Eu acho - eu disse lentamente, - Eu não tenho certeza, mas eu imagino... eu acho que sabia disso o tempo inteiro.

__ O que você sabia?

Eu só queria tirar a agonia dos olhos dele, mas enquanto eu falava as palavras, elas
pareceram mais verdadeiras do que eu esperava.

__ Alguma parte de mim, meu subconsciente talvez, nunca deixou de acreditar que você se importava com o fato de que eu vivia ou morria. Provavelmente era por isso que eu estava ouvindo as vozes.

Houve um profundo silêncio por um momento.

__ Vozes? - ele perguntou planamente.

__ Bem, só uma voz. A sua. É uma longa história.

O olhar cauteloso nos olhos dele me fez desejar não ter tocado no assunto. Será que ele ia pensar que eu estava louca, como todo mundo? Será que todo mundo estava certo em relação a isso? Mas finalmente aquela expressão - aquela que fazia parecer que ele estava se queimando - desapareceu.

__ Eu tenho tempo - a voz dele estava naturalmente uniforme, lhe dei William para segurar, ele ficou em pé no colo de Edward e lhe deu um beijo no rosto, essa cena eu não trocaria nem por todo o ouro do mundo, Edward sorriu afagou seus cabelos e o colocou sentado em seus ombros. Eu suspirei e comecei a falar

__ É bem patético.

Ele esperou.
Eu não tinha certeza de como explicar.

__ Você se lembra do que Alice te disse sobre esportes radicais?

Ele falou as palavras sem reflexões ou ênfase.

__ Você pulou de um penhasco pra se divertir.

__ Er, certo. E antes disso com a moto...

__ Moto? - ele perguntou. Eu conhecia a voz dele o suficiente pra saber que havia alguma coisa brotando por baixo da calma. William estava com sua cabeça apoiada na cabeça de Edward ouvindo a conversa.

__ Eu acho que não disse a Alice sobre essa parte.

__ Não.

__ Bem, sobre isso... Veja, eu descobri que... Quando eu estava fazendo alguma coisa perigosa ou estúpida... Eu conseguia me lembrar de você mais claramente - eu confessei, me sentindo completamente maluca. - Eu conseguia me lembrar do som da sua voz quando estava com raiva. Eu podia ouvi-la, como se você estivesse bem ao meu lado. Na maior parte do tempo eu tentava não pensar em você, mas isso não me machucava tanto, era como se você estivesse me protegendo de novo. Como se você não quisesse que eu me machucasse. E, bem, eu me pergunto se a razão pela qual eu podia te ouvir tão claramente era porque, por baixo disso tudo, eu sempre soube que não havia parado de me amar.

De novo, enquanto eu falava, as palavras trouxeram com elas um senso de convicção. Ou de certeza. Algum espaço profundo dentro de mim reconheceu a verdade.
As palavras dele saíram meio estranguladas.

__ Você... Estava... Arriscando a sua vida... Pra ouvir...

__ Shh - eu interrompi ele. - Espere um segundo. Eu acho que estou tendo uma revelação aqui.

Eu pensei naquela primeira noite em Port Angeles quando eu tive a minha primeira ilusão.
Eu havia inventado duas opções. Eu não havia visto uma terceira opção.
Mas e se... E se você acreditasse sinceramente que uma coisa é verdade, mas estivesse mortalmente errado? E se você estivesse tão teimosamente certo de que tinha razão, que você nem podia considerar a verdade? Será que a verdade seria silenciada, ou ela se faria enxergar?
Opção três: Edward me amava. O laço que havia entre nós não era uma coisa que podia ser quebrado pela ausência, distância, ou tempo. E não importava o quanto ele pudesse ser mais especial ou lindo ou brilhante ou perfeito que eu, ele estava tão irreversivelmente alterado quanto eu. Assim como eu sempre pertenceria a ele, ele também seria sempre meu. E sempre que ele aparecia ele falava para pensar em William, para voltar e cuidar dele, que ele precisava de mim, que nosso filho precisava de mim.
Era isso que eu estava tentando dizer pra mim mesma?

__ Oh!

__ Bella?

__ Oh. Tudo bem. Eu entendo.

__ Sua Revelação? - ele perguntou, sua voz desigual e tensa.

__ Você nós ama - eu disse maravilhada.

O senso de convicção e impermeabilidade passou por mim novamente.
Apesar dos olhos dele ainda estarem ansiosos, ele deu o sorriso torto que eu mais amava, o mesmo sorriso que Will puxara e que eu nunca dizia não.

__ Sinceramente, eu os amo.

Meu coração inflou como se fosse explodir entre as minhas costelas. Ele encheu meu peito e bloqueou minha garganta até que eu não pudesse falar.
Ele realmente me queria do jeito como eu queria ele - pra sempre. Era só medo pela minha alma, pelas coisas humanas que ele não queria tirar de mim, que o tornavam tão desesperado pra me manter mortal. Comparado ao medo de que ele não me quisesse, essa barreira - minha alma - parecia quase insignificante.
Ele pegou o meu rosto apertado entre as suas mãos geladas e me beijou até que eu estivesse tão tonta que a floresta estava girando William bateu palminha por isso. Então ele encostou a sua testa na minha, e eu não era a única respirando com mais força que o normal.

__ Você foi melhor nisso que eu, sabe? - ele me disse.

__ Melhor em que?

__ Sobreviver. Você, pelo menos, fez um esforço. Você se acordava de manhã, tentava ser normal pra Charlie para Will, seguia um padrão para a sua vida. Quando eu não estava ativamente perseguindo, eu era... Completamente inútil. Eu não conseguia ficar perto da minha família, eu não conseguia ficar perto de ninguém. Eu tenho vergonha de admitir que eu mais ou menos me curvei em uma bola e deixei a infelicidade me levar embora. - Ele sorriu, envergonhado. - Isso foi muito mais patético do que ouvir vozes. E, é claro, você sabe disso, também.

Eu estava profundamente aliviada por ele parecer entender - confortada de que isso fazia sentido pra ele. De qualquer forma, ele não estava olhando pra mim como se eu fosse uma louca.
Ele estava olhando pra mim como... Se me amasse.

__ Eu só ouvi uma voz - eu o corrigi.

Ele riu e então me puxou bem apertado para o seu lado direito e começou a me guiar para a frente.

__ Eu só estou brincando com isso - ele fez um gesto largo na escuridão enquanto nós caminhávamos. Havia alguma coisa pálida e imensa lá, a casa, eu me dei conta.

William por um segundo perdeu o equilíbrio, eu ia gritar quando Edward o pega e o acomoda e seus braços, Will riu, Edward lhe deu um beijo na testa e disse para mim.

__ Não importa nem um pouco o que eles disserem.

__ Agora isso afeta eles também.

Ele levantou os ombros indiferentemente ele ainda segura William no colo, parecia que isso o deixa um pouco calmo.
Ele me guiou pela porta da frente aberta pra dentro da casa escura e ligou as luzes.
A sala era exatamente como eu me lembrava - o piano e os sofás brancos e a escada pálida, gigante. Nada de poeira, nada de lençóis brancos.

__ Nhé.

Will disse admirando tudo ao seu redor, acho que ele nunca vira uma casa tão grande. Edward sorriu para ele.

__ Outro dia eu lhe mostro tudo – Prometeu ele

Edward chamou os nomes com o mesmo volume que usaria numa conversa normal.

__ Carlisle? Esme? Rosalie? Emmett? Jasper? Alice? - eles ouviriam.

Carlisle estava em pé ao meu lado de repente, como se ele tivesse estado lá o tempo inteiro.

__ Bem vinda de volta, Bella, William.

Ele sorriu William também sorriu para ele e esticou seus barcinhos em sua direção.

__ Nhé...

Carlisle sorri ainda mais para ele, foi ate Edward e o pegou no colo.

__ Bem vindo meu querido neto – Carlisle lhe deu um beijo na testa e William deitou a cabeça em seu ombro, sempre soube que William se daria maravilhosamente bem com Carlisle - O que podemos fazer por você essa manhã? Eu imagino, pela hora, que essa não é uma visita puramente social.

Eu balancei a cabeça.

__ Eu gostaria de falar com todos de uma só vez, se estiver tudo bem.
Sobre uma coisa importante.

Eu não consegui evitar olhar para o rosto de Edward enquanto falava. A expressão dele estava crítica. Quando eu olhei de volta pra Carlisle, ele estava olhando pra Edward também Carlisle esfregava as costas de William.

__ É claro - Carlisle disse. - Porque não falamos na outra sala?

Carlisle guiou o caminho pela sala de estar clara, e pela curva para a sala de jantar, ligando as luzes enquanto passava. As paredes eram brancas, o teto era alto, como na sala de estar. No centro da sala, embaixo do candelabro baixo, havia uma grande mesa polida, oval cercada por oito cadeiras. Carlisle segurou uma cadeira pra mim na ponta.
Eu nunca havia visto os Cullen usando a sala de jantar antes - era só um adereço. Eles não comiam na casa.
Assim que eu me virei pra sentar na cadeira, eu vi que não estávamos mais sozinhos. Esme havia seguido Edward e o resto da família enchia a sala atrás dela, Esme foi ate Carlisle sorrindo e pega William no colo lhe dando um beijo no rosto. Alice beija sua bochecha, Emmett desarruma seu cabelo, Rosalie lhe faz um agrado e Jasper passa a mão por seus cabelos – Se realmente eu tivesse morrido no penhasco morreria com a certeza que William será a criança mais amada do mundo.
Carlisle se sentou á minha direita, e Edward á minha esquerda, Esme se sentou ao lado de Carlisle com William no colo, notei que agora ele tinha uma chupeta na boca e observava a todos. Todos os outros se sentaram silenciosamente. Alice estava sorrindo pra mim, já a par de tudo. Emmett e Jasper pareciam curiosos, e Rosalie sorria pra mim tentadoramente. Meu sorriso de resposta foi tão tímido quanto o dela. Ia levar um tempo pra me acostumar com isso.
Carlisle acenou a cabeça na minha direção.

__ O palco é seu.

Eu engoli seco. Os olhares deles me deixaram nervosa. Edward pegou a minha mão por debaixo da mesa. Eu olhei pra ele, mas ele estava olhando para os outros, seu rosto estava feroz de repente.

__ Bem - eu pausei. - Eu espero que Alice já tenha lhes contado tudo o que aconteceu em Volterra?

__ Tudo, dês o inicio... E a historia de William também- Alice me assegurou.

Eu joguei um olhar significativo pra ela. - E na ida.

__ Isso também - ela balançou a cabeça.

__ Bom - eu suspirei aliviada. - Então estamos todos na mesma página.

Eles esperaram pacientemente enquanto eu tentava ordenar meus pensamentos.

__ Então, eu tenho um problema - eu comecei. - Alice prometeu aos Volturi que eu me tornaria uma de vocês. Eles vão mandar alguém pra checar, e eu tenho certeza de que isso é uma coisa ruim, uma coisa pra ser evitada. E então, agora, isso envolve vocês todos, envolve William. E por isso eu lamento. - Eu olhei pra cada um dos seus rostos lindos, deixando o mais lindo por último. A boca de Edward estava virada pra baixo em uma careta. - Mas se vocês não me quiserem, então eu não vou me forçar pra vocês, esteja Alice querendo ou não.

Esme abriu sua boca pra falar, mas eu ergui um dedo pra pará-la.

__ Por favor, me deixe terminar. Todos vocês sabem o que eu quero. E eu tenho certeza de que também sabem o que Edward quer. Eu acho que a única maneira justa de decidir é por uma votação. Se vocês decidirem que não me querem, então... eu acho que vou para a Itália sozinha. Eu não posso deixar que eles paguem por isso... Só peço que cuidem de Will - Minha testa se enrugou enquanto eu considerei isso.

Houve o fraco estrondo de um rosnado no peito de Edward. Eu o ignorei.

__ Levando isso em conta, então, que eu não vou colocá-los em perigo de nenhuma das formas, eu quero que vocês votem sim ou não no caso de eu me tornar uma vampira.

Eu dei um meio sorriso na última palavra, e fiz um gesto na direção de Carlisle pra que ele começasse.

__ Só um minuto - Edward interrompeu.

Eu o encarei com os olhos apertados.

__ Eu tenho algo a adicionar antes de votarmos.

Eu suspirei.

__ Sobre o perigo ao qual Bella está se referindo - ele continuou. - Eu não acho que precisamos ser exageradamente ansiosos.

A expressão dele ficou mais animada. Ele colocou a mão livre em cima da mesa brilhante e se inclinou para a frente.

__ Vejam - ele explicou, olhando ao redor da mesa enquanto falava, - havia mais de uma razão pra eu não ter apertado a mão de Aro lá no final. Há uma coisa na qual eles não pensaram, e eu não queria precavê-los disso. - Ele sorriu.

__ Que era? - Alice estimulou. Eu tinha certeza de que a minha expressão era tão cética como a dela.

__ Os Volturi são super confiantes, e com uma boa razão. Quando eles decidem encontrar alguém, isso não é realmente um problema. Lembra de Demetri? - Ele olhou pra mim agora.

Eu levantei os ombros. Ele considerou isso um sim.

__ Ele encontra pessoas, esse é o seu talento, por isso eles o mantêm. Agora, durante todo o tempo em que eu estive com cada um deles, eu estava vasculhando no cérebro deles por qualquer coisa que pudesse nos salvar, eu estava pegando toda a informação que fosse possível. Então eu vi como o talento de Demetri funciona. Ele é um perseguidor, um perseguidor mil vezes mais talentoso que James era. A habilidade dele é levemente relacionada á minha, ou o que Aro faz. Ele capta... O gosto? Eu não sei como descrever isso... O tenor... Da mente de alguém, e depois ele a segue. Isso funciona a distâncias imensas. Mas depois do pequeno experimento de Aro, bem... -

Edward levantou os ombros.

__ Você acha que ele não será capaz de me encontrar - eu disse planamente.

Ele estava presumido.

__ Eu tenho certeza disso. Ele se baseia completamente nesse sentido. Quando ele não funcionar com você, eles estarão todos cegos.

__ E como isso resolve alguma coisa?

__ Obviamente, Alice será capaz de dizer quando eles estiverem planejando uma visita, e eu vou te esconder - ele disse profundamente agradado. - Será como procurar uma agulha num palheiro.

Ele e Emmett trocaram um olhar e um sorriso.
Isso não fazia nenhum sentido.

__ Mas eles podem encontrar você, e William... Não colocarei a vida de meu filho em jogo - eu o lembrei.

__ E eu posso cuidar de mim mesmo... E eu nunca permitiria que algo acontecesse com William sabe disso

Emmett riu e se inclinou por cima da mesa na direção do irmão, estendendo o pulso.

__ Excelente plano, meu irmão - ele disse com entusiasmo.

Edward esticou o braço pra bater o pulso de Emmett no seu.

__ Não - Rosalie assobiou.

__ Absolutamente não - eu concordei.

__ Legal - a voz de Jasper estava apreciativa.

__ Nhé – Pelo jeito Will havia gostado da idéia de pique esconde, ele pulava no colo de Esme todo animado eu o olhei repreendendo. Ele parou de pular e escondeu o rosto no ombro de Esme

__ Idiotas - Alice murmurou.

Esme encarou Edward em quanto fazia carinho nos cabelos de William.
Eu fiquei ereta na minha cadeira, me focando. Essa era a minha reunião.

__ Tudo bem, então. Edward ofereceu uma alternativa pra vocês considerarem - eu disse friamente. - Vamos votar.

Eu olhei na direção de Edward dessa vez; seria melhor tirar a opinião dele do caminho.

__ Você quer que eu me junte á sua família?

Os olhos dele estavam duros e pretos como asfalto.

__ Não dessa maneira. Você fica humana.

Eu balancei a cabeça uma vez, mantendo o meu rosto profissional, e depois continuei.

__ Alice?

__ Sim.

__ Jasper?

__ Sim - ele disse, com a voz grave. Eu fiquei um pouco surpresa, eu não tinha nem um pouco de certeza do seu voto, mas eu suprimi minha reação e segui adiante.

__ Rosalie?
Ela hesitou, mordendo o seu lábio inferior cheio, perfeito.

__ Não.

Eu mantive meu rosto vazio e virei minha cabeça um pouco pra continuar, mas ela levantou as duas mãos, com as palmas pra frente.

__ Deixe-me explicar - ela implorou. - Eu não estou querendo dizer que tenho aversões a ter você como irmã. É só que... Essa não é a vida que eu teria escolhido pra mim. Eu queria que houvesse alguém pra ter votado não pra mim. Alem do mais você tem um filho uma coisa que eu estimo muito.

Eu balancei a cabeça lentamente, e depois me virei pra Emmett.

__ Que inferno, sim! - ele abriu um sorriso largo. - A gente pode arrumar um outro jeito de arrumar briga com esse Demetri.

Eu ainda estava fazendo uma careta por isso quando me virei pra Esme.

__ Sim, é claro, Bella. Eu já penso em você como parte da minha família.

__ Obrigada, Esme - eu sussurrei enquanto me virava direção de Carlisle.

__ Will? Você também tem o direito de votar meu filho.

__ Nhé.

__ O que ele disse?

Perguntei a Edward, que o olhava com reprovação.

__ Sim... Traidor.

Will mostrou a língua para ele e voltou a deitar a cabeça no ombro de Esme.
Eu fiquei nervosa de repente, desejando ter pedido pelo voto dele antes. Eu tinha certeza de que esse era o voto que importava mais, o voto que contava mais que a maioria.
Carlisle não estava olhando pra mim.

__ Edward - ele disse.

__ Não - Edward rosnou. A mandíbula dele estava muito apertada, seus lábios curvados na frente dos seus dentes.

__ É o único jeito disso fazer sentido - Carlisle insistiu. - Você escolheu não viver sem ela, e isso não me deixa outra escolha... William também parece que vai viver tanto quanto nós.

Edward soltou a minha mão, saindo da mesa com presa. Ele marchou pra fora da sala, rosnando por baixo do fôlego.

__ Eu acho que você sabe o meu voto. - Carlisle suspirou.

Eu ainda estava olhando pra Edward.

__ Obrigada - eu murmurei.

Um barulho alto de alguma coisa se quebrando ecoou da outra sala.
Eu enrijeci e falei rapidamente.

__ Isso era tudo o que eu precisava. Obrigada. Me quererem. Eu me sinto exatamente da mesma forma por todos vocês também.

Minha voz estava embargada de emoção no final.
Esme estava do meu lado num flash, os seus braços frios ao meu redor.

__ Querida Bella... No momento que Will nasceu você já fazia parte dessa família acredite - ela respirou.

Eu a abracei de volta. Pelo canto do meu olho, eu notei Rosalie olhando pra baixo para a mesa, e eu me dei conta de que as minhas palavras podiam ser interpretadas de duas formas. Carlisle segurava Will, ele estava batendo as mãozinhas feliz. Olhei para Carlisle e perguntei.

__ Bem, Alice - eu disse quando Esme me soltou. - Onde você quer fazer isso?
Alice me encarou, seus olhos estavam arregalados de terror.

__ Não! Não! NÃO! - Edward rugiu, entrando na sala de novo. Ele estava na minha cara antes que eu pudesse piscar, se inclinando sobre mim, sua expressão contorcida com raiva. - Você está louca? - ele gritou. - Você perdeu completamente a cabeça?

Eu me afastei, com as mãos nos ouvidos.

__ Umm, Bella - Alice se intrometeu com uma voz ansiosa. - Eu não acho que estou pronta pra isso. Eu vou precisar me preparar...

__ Você prometeu - eu a lembrei, olhando por baixo do braço de Edward.

__ Eu sei, mas... Sério, Bella! Eu não faço idéia de como não matar você.

__ Você pode fazer isso - eu encorajei. - Eu confio em você.

Edward rosnou furioso.
Alice balançou a cabeça rapidamente, parecendo em pânico.

__ Carlisle? - eu me virei pra olhar pra ele.

Edward agarrou meu rosto com a mão, me forçando a olhar pra ele. A outra mão dele estava levantada, com a palma levantada pra Carlisle.
Carlisle ignorou isso.

__ Eu posso fazer isso - ele respondeu minha pergunta. Eu desejei poder ver a expressão dele. - Você não correr nenhum risco de que eu perca o controle.

__ Parece bom. - Eu esperava que ele tivesse entendido; era difícil falar claramente enquanto
Edward segurava a minha mandíbula.

__ Espere - Edward disse por entre os dentes. - Não precisa ser agora.

__ Não há razão pra não ser agora - eu disse, as palavras saindo em desordem.

__ Eu estou pensando em algumas.

__ É claro que está - eu disse acidamente. - Agora me solte.

Ele libertou meu braço e cruzou os braços no peito.

__ Em cerca de duas horas, Charlie vai estar aqui procurando por você. Eu não duvidaria que ele chamasse a polícia.

__ Os três deles - eu fiz uma carranca.

Essa sempre era a parte mais difícil. Charlie, Renée. E agora Jacob também. As pessoas que eu perderia as pessoas que eu ia machucar. Eu queria que houvesse uma forma de eu ser a única a sofrer, mas eu sabia que isso seria impossível.
Ao mesmo tempo, eu estava os magoando mais permanecendo humana. Colocando Charlie em perigo constante com a minha aproximação. Colocando Jake em mais perigo ainda por trazer os inimigos dele ás terras que ele deve proteger. E Renée - eu nunca podia me arriscar a visitar a minha mãe por medo de trazer problemas mortais comigo!
Eu era um imã de perigo; eu já tinha aceitado isso sobre mim mesma.
Aceitando isso, eu sabia que teria de ser capaz de cuidar de mim mesma e proteger as pessoas que eu amava, mesmo que isso significasse que eu não poderia estar com eles. Eu precisava ser forte.

__ No interesse de permanecer acima de qualquer suspeita - Edward disse, ainda através dos dentes trincados, mas olhando pra Carlisle agora. - Eu sugiro que ponhamos um fim a essa conversa, pelo menos até que Bella termine o segundo grau, e saia da casa de Charlie... E também tem o fato de que – Pelo seu sorriso essa era a carta na manga dele – William ainda esta mamando não esta? E pelo o que vi em suas memórias ele é alérgico a qualquer outro tipo de leite se não for o seu... Se minha memória não falha, outro leite o deixa com feridas em sua boca.

Era verdade, William não podia beber mais nenhum outro leite, Charlie tentou uma vez quando eu tive que sair para resolver um pequeno problema no trabalho e isso resultou em uma pela corrida ao hospital. Olhei para Will e o peguei no colo o abraçando, ta ai uma coisa que não quero que volte a acontecer, sair correndo com ele para o hospital.

__ Isso é verdade Bella?

__ Eu havia me esquecido disso... Também só aconteceu uma vez quando ele tinha meio mês de vida, tive que sair para resolver uma coisa e o deixei com Charlie, esqueci de deixar leite nas mamadeiras então ele pegou leite de cabra já que leite de vaca faz mal para os bebês... Acabou que ele ficou com feridas em sua boca e Charlie o levou as presas ao hospital... Acho que se eu tivesse algum problema do coração teria morrido naquele dia, quase tive um ataque quando Charlie ligou e falou o que aconteceu,

Disse abraçando mais forte Will.

__ Que susto você me deu naquele dia.

Falei beijando sua nuca

__ Bem sendo assim acho que é mais que razoável que esperemos ate depois da formatura... Will já não estará mais mamando e não teremos problemas com Charlie - Carlisle apontou.

Eu pensei na reação de Charlie quando acordasse essa manhã, se - depois do que ele teve que agüentar depois da perda de Harry, e depois eu tivesse que fazê-lo passar pelo meu desaparecimento inexplicável - ele encontrasse minha cama vazia.
Charlie merecia mais que isso. Era só um pouco mais de tempo; a formatura não estava tão longe, ate la William já estaria comendo as papinhas de bebê ou tomando sangue... Eu torci meus lábios, ele e Charlie eram a única coisa que me fariam esperar.

__ Eu vou considerar isso.

Edward relaxou. A mandíbula dele se desprendeu.

__ Eu provavelmente devia levar você e Will pra casa - ele disse, mais calmo agora, mas claramente com pressa de me tirar daqui. - Só no caso de Charlie acordar mais cedo, Will também quer dormir mais um pouco.
.
Eu olhei pra Carlisle.

__ Depois da formatura?

__ Você tem minha palavra.

Eu respirei fundo, sorri – Will bocejou em meu ombro - e me virei de volta pra Edward.

__ Tudo bem. Você pode me levar pra casa.

Edward se apressou pra me tirar da casa antes que Carlisle pudesse me prometer mais alguma coisa. Ele me levou pelos fundos, pra que assim eu não pudesse ver o que ele havia quebrado na sala de estar.
A viagem pra casa foi quieta. Eu estava me sentindo triunfante, e um pouco presumida.
Rígida de medo, também, é claro, mas eu tentei não pensar nessa parte. Não me fazia nenhum bem pensar na dor - a física ou a emocional - então eu não pensaria. Não até que eu tivesse que pensar.
Quando nós chegamos à minha casa, Edward não parou. Ele correu parede acima e entrou pela minha janela em meio segundo. Assim que eu desci coloquei Will em seu berço e o cobri bem com uma grosa manta.
Eu pensei que fazia uma bela idéia do que ele estava pensando, mas a sua expressão me surpreendeu. Ao invés de furiosa, a expressão dele estava calculista. Ele andou silenciosamente pra frente e pra trás pelo meu quarto escuro – ele fazia o mínimo de silencio para não acordar Will - enquanto eu o observava com crescente suspeita.

__ O que quer que seja que você estiver planejando, não vai funcionar - eu disse pra ele.

__ Shh. Eu estou pensando.

__ Ugh - eu gemi, me jogando na cama e colocando a colcha por cima da minha cabeça.

Não houve nenhum som, mas de repente ele estava lá. Ele tirou a coberta de cima pra poder me ver. Ele estava deitado ao meu lado. A mão dele se aproximou pra alisar a minha bochecha.

__ Se você não se importar, eu preferiria que você não escondesse o seu rosto. Eu já vivi sem ele pelo máximo de tempo que eu consigo agüentar. Agora... Diga-me uma coisa.

__ O que? - eu perguntei sem vontade.

__ Se você pudesse pedir por qualquer coisa nesse mundo, qualquer coisa, o que seria?

Eu senti o ceticismo nos meus olhos.

__ Você.

Ele balançou a cabeça impaciente.

__ Alguma coisa que você ainda não tenha.

Eu não tinha certeza de onde ele estava planejando me levar, então eu pensei cuidadosamente antes de responder. Eu pensei em uma coisa que não só era verdade, como também provavelmente impossível.

__ Eu ia querer... Que Carlisle não tivesse que fazer isso. Eu iria querer que você me transformasse.

Eu observei a reação dele cautelosamente, esperando mais da fúria que eu havia visto na casa dele. Eu fiquei surpresa que a expressão dele não mudou. Ele ainda estava calculista, pensativo.

__ O que você estaria a fim de trocar por isso?

Eu não conseguia acreditar em meus ouvidos. Eu olhei para o seu rosto composto e soltei a resposta antes que pudesse pensar nela.

__ Qualquer coisa.

Ele sorriu fracamente, e depois torceu os lábios.

__ Cinco anos?

Meu rosto se contorceu em uma expressão que era uma mistura de pesar e horror.

__ Você disse qualquer coisa - ele me lembrou.

__ Sim, mas... Você vai usar o tempo pra encontrar uma maneira de se livrar disso. Eu tenho que bater enquanto o ferro está quente. Além do mais, é perigoso demais que eu permaneça humana, pra mim, pelo menos. Então, qualquer coisa menos isso só concordei esperar por causa de Will e Charlie, essa foi sua grande carta na manga... Mas fique sabendo o senhor que eu achei muita cretinice da sua parte usar nosso filho.

Ele fez uma carranca.

__ Três anos?

__ Não!

__ Será que isso vale alguma coisa pra você?

Eu pensei no quanto eu queria isso. Melhor manter uma testa de ferro, eu decidi, e não deixar ele saber o quanto eu queria isso.
Isso ia me dar mais tempo pra ter influencia.

__ Seis meses?

Ele rolou os olhos.

__ Não é bom o suficiente.

__ Um ano, então - eu disse. - Esse é o meu limite.

__ Pelo menos me dê dois.

__ De jeito nenhum. De dezenove eu passo. Mas eu não vou chegar nem perto dos vinte. Se você vai ficar na adolescência pra sempre, então eu também vou.

Ele pensou por um minuto.

__ Tudo bem. Esqueça os limites de tempo. Se você quer que eu faça isso, então você só vai ter que aceitar uma condição.

__ Condição? - minha voz ficou vazia. - Que condição?

Seus olhos estavam cuidadosos, ele falou lentamente.

__ Case comigo primeiro.

Eu olhei pra ele, esperando...

__ Tudo bem. Qual é o truque?

Ele suspirou.

__ Você está ferindo o meu ego, Bella. Eu acabei de te pedir em casamento, e você acha que eu estou fazendo piada.

__ Edward, por favor, fale sério.

__ Eu estou sendo cem por cento sério. - Ele me encarou sem uma ponta de humor no rosto.

__ Oh, vamos - eu disse, uma ponta de histeria na minha voz. - Eu só tenho dezoito.

__ Bem, eu já tenho quase cento e dez. Está na hora de me ajeitar... E também já temos um filho, pense em como Will ficara feliz de ver nos dois casados

Eu desviei o olhar, para a janela escura, tentando controlar o meu pânico antes que ele me denunciasse. Tudo do o que Will precisava era que nos ficássemos juntos para sempre, nós três.

__ Olha, casamento não está exatamente no topo da minha lista de prioridades, sabe? Isso foi meio que o beijo da morte pra Renée e Charlie.

__ Interessante escolha de palavras.

__ Você sabe do que eu estou falando.

Ele inalou profundamente.

__ Por favor, não me diga que você tem medo de compromisso – a voz dele estava descrente, e eu entendi do que ele estava falando.

__ Não é exatamente isso - eu cerquei. - Eu... Estou com medo de Renée. Ela realmente tem umas opiniões interessantes sobre se casar antes dos trinta.

__ Porque ela preferiria que você se tornasse um dos eternos condenados do que te ver se casar... Alem do mais você teve Will com 18 na mesma idade que ela te teve - Ele sorriu obscuramente.

__ Você acha que está fazendo piada.

__ Bella, se você considerar o nível de comprometimento entre uma união matrimonial e a barganha de trocar a sua alma por uma eternidade como vampira... - ele balançou a cabeça. – Se você não é corajosa o suficiente pra se casar comigo, então...

__ Bem - eu interrompi. - E se eu fizesse isso? E se eu te disse pra me levar pra Las Vegas agora? E seria uma vampira em três dias?

Ele sorriu, seus dentes estavam brilhando na escuridão.

__ Claro - ele disse, pagando pra ver. - Eu vou pegar o meu carro.

__ Droga - eu murmurei. - Eu te dou dezoito meses.

__ Sem acordo - ele sorriu. - Eu gosto dessa condição.

__ Tudo bem. Eu peço pra Carlisle fazer isso quando eu me formar.

__ Se é realmente isso que você quer - ele levantou os ombros, e o seu sorriso ficou absolutamente angelical.

__ Você é impossível - eu rosnei. - Um monstro.

Ele gargalhou.

__ É por isso que você não vai se casar comigo?

Ele se inclinou na minha direção; seus olhos escuros como a noite se derreteram e queimaram e danificaram a minha concentração.

__ Por favor? Bella? - ele respirou.

Eu me esqueci de como respirar por um momento. Quando eu me recuperei, eu balancei a minha cabeça rapidamente, tentando limpar a minha cabeça subitamente nublada.

__ Será que isso teria funcionado melhor se eu tivesse tempo de arrumar uma aliança?

__ Não! Nada de anéis! - eu quase gritei.

__ Agora você conseguiu - ele cochichou Will também tinha acordado e estava chorando.

__ Oops.

__ Charlie está se levantando; é melhor eu ir embora - Edward disse com resignação.

Meu coração parou de bater.
Ele estudou a minha expressão por um segundo.

__ Seria infantil da minha parte me esconder no seu armário, então?

__ Não - eu sussurrei ansiosamente. - Fique. Por favor.

Edward sorriu e desapareceu.
Fui ate o berço de William e o peguei no colo, me sentei na cadeira de balanço e dei o peito para ele mamar. Edward sabia exatamente o que ele estava fazendo, e eu era capaz de apostar que toda a surpresa fazia parte da trama. É claro, eu ainda tinha a opção de Carlisle, mas agora que eu sabia que havia uma chance do próprio Edward me mudar, eu queria muito isso. Ele era um trapaceiro. – Ele sabia disso, usara ate Will em seu plano.
Minha porta se abriu.

__ Bom dia, pai.

__ Oh, oi, Bella - Ele parecia envergonhado por ter sido pego no flagra. - Eu não sabia que você estava acordada.

__ É, Will acordou com fome. Quando você terminar de tomar banho darei um em Will e depois vou eu – Will havia soltado do peito, arrumei minha camisa e comecei a me levantar, arrumei Will em meu colo, ele deitou sua cabeça em meu ombro bocejando, jurei que assim que ele tomasse um banho Charlie saísse ele poderia dormir mais um pouco.

__ Espera - Charlie disse, ligando a luz. Eu pisquei por causa da claridade repentina, e cuidadosamente mantive os meus olhos longe do armário, Will escondeu sua cabeça em meus cabelos por causa da claridade também. - Vamos conversar por uns minutos primeiro.

Eu não consegui controlar a minha careta. Eu havia esquecido de pedir uma boa desculpa á
Alice.

__ Você está com problemas.

__ É, eu sei.

__ Eu estava a ponto de enlouquecer nesses três dias. Eu volto pra casa do funeral de Harry, e você e Will estavam desaparecidos. Jacob me disse que vocês haviam fugido com Alice Cullen, e que ele pensava que vocês estavam com problemas. Você não me deixou um número, e não me ligou. Eu não sabia quando, ou se, você ia voltar. Você tem alguma idéia de como... Como... - Ele não conseguiu terminar a frase. Ele sugou o ar profundamente e continuou. - Será que você pode me dar uma boa razão pra eu não mandar você e Will pra Jacksonville nesse segundo?

Meus olhos se estreitaram. Então iam ser ameaças, não é? Um jogo que dois podem jogar.
Eu me sentei, colocando a colcha ao meu redor, e colocando Will sentado em meu colo..

__ Porque eu não vou.

__ Agora só um minuto, jovenzinha...

__ Olha, pai, eu aceito completamente a responsabilidade pelas minhas ações, e você pode me castigar por quanto tempo você quiser. Eu também farei todas as tarefas e vou lavar as roupas e os pratos até que você pense que eu aprendi a lição. E eu acho que você está no seu direito se você quiser me botar pra fora também - mas isso não vai me fazer ir para a Flórida.

O rosto dele ficou vermelho brilhante. Ele respirou fundo algumas vezes antes de responder.

__ Você gostaria de explicar onde esteve ?

Oh, droga.

__ Houve uma... Emergência.

As sobrancelhas dele se ergueram de expectativa pela minha brilhante explicação.
Eu enchi as minhas bochechas de ar e depois coloquei o ar pra fora fazendo barulho.

__ Eu não sei o que te dizer, pai. Foi em grande parte um grande mal entendido. Ele disse, ela disse. Saiu do controle.

Ele esperou com uma expressão desconfiada.

__ Veja, Alice contou a Rosalie que eu havia pulado do penhasco... - eu estava lutando freneticamente pra fazer isso funcionar, pra fazer isso ficar o mais perto da verdade possível para que assim a minha habilidade com mentiras não minasse a desculpa, mas antes que eu pudesse continuar a expressão de Charlie me lembrou de que eu não havia contado a ele sobre o penhasco.
Super oops. Como se eu já não estivesse frita.

__ Eu acho que não te contei sobre isso - eu botei pra fora. - Não foi nada. Só me divertindo nadando com Jake. De qualquer forma, Rosalie contou pra Edward e ele ficou chateado. Ela meio que acidentalmente fez parecer que eu estava tentando me matar ou alguma coisa assim. Ele não atendia ao telefone, então Alice me arrastou pra..., Los Angeles, pra explicar pessoalmente – eu levantei os ombros, esperando desesperadamente que ele não ficasse distraído o suficiente com o meu errinho ao ponto de perder a explicação brilhante que eu havia dado.

O rosto de Charlie estava congelado.

__ Você estava tentando se matar, Bella?

__ Não, é claro que não. Só me divertindo com Jake. Mergulho dos penhascos. Os garotos de
La Push fazem isso o tempo inteiro. Como eu disse, não foi nada.

O rosto de Charlie se esquentou, de congelado á quente de fúria.

__ Qual é a de Edward Cullen, afinal? - ele latiu. - Todo esse tempo, ele te deixou na mão sem uma palavra... Você e Will, ele não esteve aqui quando você estava no período de gestação e não estava quando William nasceu, não ajudou em nada...

Eu interrompi ele.

__ Outro mal entendido.

Ele ficou vermelho de novo.

__ Ele está de volta então?

__ Eu não tenho certeza de qual é o plano. Eu acho que eles todos voltaram.

Ele balançou a cabeça, a veia da testa dele estava pulsando.

__ Eu quero que você fique longe dele, Bella. Eu não confio nele. Ele é ruim pra você. E não vou o deixar fazer aquilo com você de novo, nem com Will.

__ Tudo bem - eu disse curtamente.

Charlie se balançou nos calcanhares.

__ Oh. - Ele andou por um segundo, exalando alto com a surpresa. - Eu pensei que você fosse ser difícil.

__ Eu vou - eu o encarei diretamente nos olhos. - Eu quis dizer \'Tudo bem, eu e Will nos mudamos\'.

Seus olhos se arregalaram; o rosto dele ficou ruivo. Minha resolução ficou balançada enquanto eu comecei a me preocupar com a saúde dele. Ele não era mais jovem que Harry...

__ Pai, eu não quero me mudar - eu disse em um tom mais suave. - Eu amo você. Eu sei que você está preocupado, mas você vai precisar confiar em mim nisso. Você vai ter que facilitar pra Edward se quiser que eu fique. Você quer que eu viva aqui ou não? Alem do mais se esqueceu que ele é pai de William?

__ Isso não é justo, Bella. Você sabe que eu quero que você fique... E sei muito bem que ele é o pai de meu neto... Eu não disse que ele não podia vê-lo uma vez por semana.

__ Não pai se quer que eu e Will fiquemos seja legal com Edward, porque ele vai estar onde nos estivermos - eu disse com confiança. A confiança da minha revelação ainda era forte.

__ Não embaixo do meu teto - Charlie trovejou.

Eu dei um suspiro profundo.

__ Olha, eu não vou dar mais nenhum ultimato essa noite, ou eu acho que é manhã. Só pense nisso por alguns dias, ta legal? Mas tenha em mente que eu, Will e Edward somos uma espécie de pacote.

__ Bella...

__ Pense nisso - eu insisti. - E enquanto você está fazendo isso, será que você pode me dar um pouco de privacidade? Eu realmente preciso de um banho.

O rosto de Charlie mudou para um estranho tom de roxo, mas ele saiu, batendo a porta atrás dele. Eu ouvi ele pisando furiosamente nos degraus da escada.
Eu joguei minha colcha de lado, e Edward estava lá, sentado na cadeira de balanço como se estivesse sentado lá durante a conversa inteira.

__ Eu lamento por isso - eu sussurrei.

__ Como se eu não merecesse coisa muito pior - ele murmurou. - Não comece nada com Charlie por minha causa, por favor.

__ Não se preocupe com isso – Dei Will para ele segurar, respirei enquanto juntava as coisa minha e de Will e pegava uma muda de roupas limpas. - Eu vou fazer exatamente o que for necessário, e nada, além disso. Ou será que você está querendo me dizer que eu não teria um lugar pra ir? – eu arregalei os olhos com falso alarme.

__ Você se mudaria pra uma casa cheia de vampiros?

__ Esse provavelmente é o lugar mais seguro pra alguém como eu. Além do mais... - eu sorri - Se Charlie me expulsar, então não há necessidade de esperar até a formatura, não é?

A mandíbula dele se apertou.

__ Tão ansiosa pela condenação eterna - ele murmurou.

__ Você sabe que não acredita realmente nisso.

__ Oh, não acredito? - ele fumaçou.

__ Não. Não acredita.

Ele me encarou e começou a falar, mas eu cortei ele.

__ Se você realmente acreditasse que perdeu sua alma, então quando eu te encontrei em Volterra, você teria se dado conta imediatamente do que estava acontecendo, ao invés de pensar que estávamos mortos juntos. Mas você não soube você disse \'Incrível. Carlisle estava certo\'... Se você acreditasse então não acreditaria que William é seu filho, mas acreditou sem me questionar – eu o lembrei triunfante. - Existe esperança em você, afinal.

Pela primeira vez, Edward ficou sem fala.

__ Então vamos os dois ter esperança, certo? - eu sugeri. - Não que isso importe. Se você ficar, eu não preciso do paraíso.

Ele se levantou lentamente me deu Will para segurar, e colocou as suas mãos nos dois lados do meu rosto enquanto olhava nos meus olhos.

__ Pra sempre - ele prometeu, ainda vacilante.

__ Isso é tudo o que eu estou pedindo - eu disse, e me estiquei nos meus dedos do pé pra poder pressionar os meus lábios nos dele.

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