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Capítulo 17


— OK, eu acabei de ter uma aula com Josh Matthews. – Foi o que Zuri disse enquanto se sentava na mesa do refeitório onde estavam Luke e Ravi, e o primeiro lhe dirigiu um olhar irritado. – Por que eu acabei de ter uma aula com Josh Matthews? – Indagou. - Luke?

— Ravi acha que é uma coincidência ele estar aqui. – Luke falou, Zuri riu.

— Ah, por favor... – Ela debochou.

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- Eu não acredito que ele iria ficar aqui apenas para infernizar Luke. – Ravi deu de ombros. – Acho que ele é mais evoluído que isso, não?


— Você tem muita fé nas pessoas. – A garota disse antes de colocar uma colher cheia de pudim na boca.
— Ele disse “Te vejo no quarto tempo, Luke” – O de sardas contou, com uma voz alterada para simular a do professor substituto. – Ele sabia que ia me dar aula, não pode ser coincidência.


— Mesmo que ele esteja aqui por sua causa – Ravi fez uma pausa para beber um pouco de seu refrigerante de laranja. – O que ele pode fazer para você?


Os três permaneceram em silêncio por um segundo.


— Me reprovar?


— Qual é Luke, você não precisa do Josh para isso. – Caçoou a garota.


— Cala a boca. – O menino corou, envergonhado. – Conto para Maya?


— Sim. – Disse Ravi ao mesmo tempo que Zuri aconselhou o oposto. – E por que ele não deveria contar?


— Vai parecer que está se sentindo ameaçado pelo sr. Matthews. – Explicou ela, antes de verificar o porquê de seu celular estar vibrando.


Luke ponderou por um instante.


— Está certo, como Ravi disse, não é como se ele pudesse fazer muita coisa mesmo. – Deu de ombros e em seguida começou a comer seu hamburguer.


Maya, por outro lado, encarava a bandeja com lanche da Abigail Adams High School com o estômago embrulhado demais para comer, assim como os demais sentados ao redor da mesa circular.


Nenhum deles se atrevia a falar qualquer coisa, nenhum deles sabia o que falar na verdade, uma sensação de vazio se espalhou no peito de todos ao decorrer da aula de história mais silenciosa que tiveram. Até mesmo Smackle e o menino Minkus pareciam arrasados demais para forçar uma conversa em grupo como viam fazendo nos últimos dias.


Zay suspirou alto antes de levantar e sair sob os olhares dos amigos, que o acompanharam para fora do refeitório. O garoto de origens texanas como Lucas está simplesmente cansado de tudo aquilo. De toda aquele mal estar dentro do grupo que sempre foi tão unido. Ele queria seus amigos de volta.


Riley pensou em levantar e segui-lo, porém, se conteve. Sabia que Lucas agiu do jeito que agiu por ciúmes, e entende que se quer pelo menos conversar com o namorado, ir atrás do amigo não seria uma boa ideia e então permaneceu ali, estática, encarando um pedaço de torta de frango que estavam servindo naquele dia, se sentindo completamente egoísta por deixar Zay de lado, logo a única pessoa que ficou do lado dela quando mais precisou.


Lucas conhecia a namorada bem o suficiente para saber que ela queria ter ido atrás do seu melhor amigo, ou ex melhor amigo, ele nem sabe mais, e sorriu com a atitude dela de ficar. Na guerra silenciosa entre o Friar e o Babineaux, Riley o escolheu, como sempre, e isso deixa um sabor doce em sua boca. No fim, ela ficaria com ele.


Farkle foi quem se levantou para ir falar com Zay, mesmo que não soubesse muito bem o que falar e Smackle ficou ali, encarando os três que outrora foram um triângulo amoroso parecendo três estranhos sentados lado a lado no metrô, ela pigarreou.


— Quer saber? – Se levantou, arqueando uma sobrancelha e colocando uma mão na cintura. – Cansei de vocês. – Declarou. – Quando começarem a agir como os amigos que vocês dizem ser, me avisem.


E então saiu. Deixando eles ali, todos com um repentino interesse em olhar para algum canto em específico do ambiente.

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Riley fungou baixo, sentindo os olhos arderem novamente, e se amaldiçoou mentalmente por ser uma chorona. Mas é que a forma como Smackle falou, aquilo foi demais para ela. Isadora Smackle mal sabia abraçar um ano atrás e agora até mesmo ela sabia que eles não estavam sendo honestos um com outro, que estavam sendo terrivelmente infantis e melodramáticos.


Ela abriu a boca para falar algo, mas dessa vez quem deixou a mesa foi Maya e a Matthews desabou.
Lucas encarou a namorada com uma sobrancelha arqueada quando a ouviu soluçar e apenas então reparou nas lágrimas dela. Com receio dos demais alunos presentes ali acharem que tinha sido ele a fazer a pessoa mais doce do mundo chorar, ele procurou consolá-la.


A filha de Cory e Topanga sentiu os braços do namorado a envolverem em um abraço desajeitado e suas mãos grandes lhe afagarem o cabelo e sorriu em meio aos soluços e lágrimas, ela estava precisando de um abraço há muito tempo.


— Vai ficar tudo bem. – Lucas disse antes de beijar o topo da testa da namorada.


Zay que vinha parecendo decidido a algo parou atrás de Riley, não interrompendo o momento do casal.


— Desculpa – Ela fungou desfazendo o abraço para o olhar nos olhos. – Você tinha razão, eu sou dramática como uma criancinha. – Disse, brincando com os dedos, rindo fraco. – E desculpa por desconfiar de você, no lance da Maybelle.


Zay cruzou os braços, indignado, mas Lucas sorriu com as últimas frases e pegou na mão dela, de forma doce.


— Está desculpada. – Ele mordeu o lábio inferior e olhou para Zay antes de dar a ela um selinho demorado que quando acabou, não contava mais com o Babineaux assistindo. – Vem, vamos lavar seu rosto.


Connie acompanhou com os olhos quando Maya saiu sozinha do refeitório e foi na direção do banheiro das garotas e então a seguiu para dar início ao plano de Josh, o universitário gatinho afim da menina que roubou seu Luke.


É claro, se dependesse dela, o apartamento da loirinha já teria sido invadido e ela teria recebido um recado bem claro, não mexa com o que é de Connie, entretanto, Josh tinha um plano que, mesmo dando errado, não a mandaria para mais um ano no reformatório e isso lhe pareceu mais interessante no momento.


Maya lavou o rosto e se encarou alguns minutos no espelho se perguntando se estava sendo muito babaca com toda aquela situação. Suspirou, conferiu mais uma vez se Luke havia lhe respondido e ainda sem resposta, seguiu para fora do banheiro. E, tão dispersa em seus devaneios, acabou esbarrando e derrubando todo o material de uma garota, uma que nunca viu antes, mas ao mesmo tempo lhe parecia familiar.


— Desculpa mesmo, estou um horror hoje.


— Sem problemas. – Sorriu simpática a menina de cabelos ruivos e curtos que Maya não conhecia. Ambas as abaixaram para pegar o material. – Sou Alice O'Connor. Aluna nova. – Disse sorrindo, quando se levantaram.


— Prazer, Maya Hunter.


— Você se importaria em me mostrar onde fica a sala da Srta. Hernández?


— Claro, é minha próxima aula. – Sorriu a filha de Kate. – Vamos juntas.


— Obrigada! – Exclamou animada a menina. – Você nem imagina como estou feliz em te conhecer. – Comentou Connie, sinistramente, o que fez Maya franzir a testa, mas oferecer seu braço a ela.


— É um enorme prazer te conhecer também, Alice.