Never Say Never

Mess is Mine


POV Stefan

Fico observando Rebekah ir embora, ela entra no elevador, permanece séria e aguarda a porta fechar, sem me olhar. Subo de escada. O desgraçamento da minha mente é esse namoro. Sei que não posso reclamar da minha vida, acho que o único problema dela é a histeria da minha namorada.

O andar do refeitório é sempre essa bagunça. É grande, mas é um só pro colégio inteiro. Aqui se tem a oportunidade de socializar, o que dificilmente faço, já que estou quase o tempo todo com a Bekah, atrás da arquibancada. Quando a gente chega, já não tem mais quase ninguém, almoçamos e voltamos pra aula.

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Acho que, é a primeira vez em anos, tirando ontem que foi um caso atípico, que chego aqui sozinho, mais cedo. Estou a dois passos do refeitório, alguém sai, escancarando a porta e a cena que vejo é bem desagradável. Meu sangue ferve e minhas pernas caminham sem comando.

Rebekah está sentada em cima da mesa conversando com as amigas, com aquela saia curta, mostrando as pernas, e vejo Marty perto, alisando a coxa dela, que tira a mão dele de cima, duas vezes. Eu não sou ciumento, muito menos possessivo. Fosse qualquer outro, eu acharia que ela está me provocando. Sendo esse cara eu só quero matar ele mesmo. Me aproximo e paro ao lado. Ela desce da mesa, num impulso e fica séria.

— Tá tudo bem aqui? - pergunto.

— Claro, por que não estaria? - Ele responde, sarcástico. Eu respondo sem virar pra ele.

— Não estou falando contigo. Bekah, tá tudo bem?

— Sim. - ela me responde, ainda séria. - Eu disse que não quero olhar pra sua cara hoje. Pode ir ficar com suas amiguinhas. A miss Bikine parece precisar de ajuda extra.

— Bekah...

— Tchau, Stefan. - Ela vira a cara pra mim, e sai com as amigas de perto. Respiro fundo. Eu sou um otário mesmo. Pego alguma coisa pra comer e procuro Lexi e Elena.

POV Elena

Almoço hoje pela primeira vez acompanhada. Lexi me apresenta Dean, que é muito divertido, e amigo deles de infância também. Os dois me contam histórias do colégio e algumas aventuras juntos. Alguns minutos depois, ela para, tensa.

— Ei, você tava com o Stefan, onde ele tá?

— Ahn? Eu... bem, ele ficou lá embaixo com a namorada. - Olho pra onde ela tá olhando e vejo que a escandalosa tá sozinha numa mesa, rindo alto e se insinuando pra um rapaz. Entendo a apreensão, mas, pergunto, confusa. - O que foi?

— O Stefan odeia esse cara, e a Rebekah sabe disso. Ele é o cara mais abusado do colégio. Ela tá provocando, e ele vai acabar agarrando ela e vai dar merda. - Dean me responde, enquanto Lexi olha em volta procurando Stefan, que aparece na porta em seguida, com ódio nos olhos.

— Eita. - É só o que consigo dizer.

Ele vai até a mesa, e Lexi parece muito ansiosa. É estranho olhar ele assim. A foto que Kath me mostrou, era um menino, magrinho, e esse que entra, parece um homem. Alto, forte, determinado. E parece bem aborrecido.

— Você acha que ele vai bater no cara? - pergunto, pelo nervosismo dela.

— Sinceramente, não sei. Esse cara é nojento, e motivos o Stefan tem de sobra. Ele tira foto das meninas em situações desagradáveis e fica espalhando, falando sacanagem, e a Rebekah não escapou.

— Esse é o tal de Marty? - pergunto.

— É, ele mesmo. - ela tira os olhos de Stefan por um segundo e me olha – Sim, o próprio! - Ela entende porque tô perguntando. Então, é esse o cara que eu devo odiar. O vizinho que tirou foto minha e espalhou pra escola inteira.

Ainda estamos sentados olhando, esperando que Stefan não faça nada. Rebekah sai de perto, ele vai comprar alguma coisa e se junta a nós, novamente. E vem com uma expressão que parece tristeza e ressentimento, mas, então ele sorri.

— Ela não quer olhar pra minha cara. Tô tão triste. - eu olho bem confusa. Os dentes aparecendo me dizem outra coisa.

POV Stefan

Já que Rebekah não quer me ver, vou me juntar aos meus amigos e ter uns instantes de paz. Me sento e começo a comer, logo Dean começa a contar uma história de quando éramos mais novos, e fomos parar na diretoria por quase colocar fogo no laboratório tentando criar uma fórmula mágica que vimos na TV.

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— Me lembro disso, foi incrível. Me senti o próprio Dexter. - digo, em referência ao desenho.

A gargalhada geral é inevitável. Sinto uma mão apoiando meu ombro, e olho pro lado. Avisto um lindo par de pernas e vou seguindo pra cima.

— O que é tão engraçado? - Rebekah pergunta com um tom de cinismo.

Lexi fecha a cara, imediatamente, e Dean engole seco. Elena do meu lado, mantém o rosto virado pra bandeja. Me levanto.

— Hey, baby, mudou de ideia e veio almoçar comigo? - continuo sendo um otário.

— Vim dar um recado. - ela diz, olhando com cara de nojo. Lexi faz uma careta de volta. - Sete horas lá em casa hoje, minha mãe quer que você apareça. - ela diz.

— Não posso. - respondo. - Preciso ajudar Elena pra Ivy Week, te falei.

— Hunf... - ela espreme os lábios e me olha como se analisasse meus pensamentos. - Você não vai jantar hoje?

— Bem, eu vou, na casa do meu irmão, ué. Certamente lá tem comida. Não é? - olho pra Elena pra confirmar. Ela acena a cabeça, dizendo que sim. - Viu?!

— E seu pai sabe disso? - ela coloca a mão na cintura e me deixa alarmado.

— Não, eu não vou contar, nem você. Certo?! - ela olha pros outros, e volta a olhar pra mim, com umas expressões muito estranhas, e acena que não. Passo o braço pela cintura dela, e me aproximo pra beijá-la, mas, ela vira a cara, tirando meu braço de cima dela e responde, secamente.

— Tudo bem, vou avisar mamãe que você não vai hoje também. - e sai. Observo ela se afastar, e sento de novo.

— Mano, por que você não termina logo? - Dean faz a pergunta que passeia na minha mente. Lexi ri.

— Cara... é complicado. - respondo, tentando me convencer também. - Bom, o que a gente tava falando mesmo?

— A Katherine quer mesmo que você jante lá em casa hoje. Esqueci de avisar. - Elena corta antes de voltarmos ao assunto nostalgia. Acho bom. Eu gostei da noite ontem, apesar dos percalços, foi interessante e até divertida. - Vocês podiam ir também. - Ela chama Dean e Lexi. Fico um pouco receoso, porque temos que estudar.

— Eu não posso, tenho um compromisso com meu pai hoje, desculpe. - Dean responde.

— Hum, eu vou finalmente conhecer a Katherine? Quero sim! - Lexi aceita, sorridente e fico com pena de cortar.

— É, mas, a gente precisa estudar, não fofocar, tá?! - Lembro e ela faz uma careta.

— Tá, a gente marca pra depois, então. - ela responde, inconformada.

— Não, vamos sim! Chega na hora do jantar, a Katherine vai adorar te conhecer. - Elena insiste. - Vamos parar pra comer em algum momento, não é?! - e se vira pra mim, confirmando meu aval.

Fico meio sem saída. Já vi que sou voto vencido nessa luta. E concordo. O sinal toca, e temos que voltar pra aula. Juntamos as coisas e nos levantamos, saindo do refeitório. Ainda olho em volta, buscando Rebekah. Não tô acostumado a sair sem ela. Mas, já não a vejo, nem as amigas. Lexi segura meu braço e sorri. Sorrio de volta.

POV Elena

Seguimos pra próxima aula, e eles ainda me contam algumas peripécias antigas. Entramos, e nos sentamos nos mesmo lugares. A aula é de matemática, só precisamos fazer os exercícios e não trocamos mais nenhuma palavra até acabar, a professora é rígida, e Stefan já tinha avisado.

O tempo acaba e agora temos treino. Pego minhas coisas, e vou até meu armário pegar a bolsa com a roupa de treino. Chego no ginásio, Lexi já está aquecendo com as outras meninas. Vou pro vestiário me trocar. Esbarro em Stefan na saída.

— Primeiro dia. Tá animada? - É estranho vê-lo sorrindo pra mim tantas vezes num mesmo dia. Tento sorrir.

— Um pouco, sim. Acabou que não cheguei a ver outra atividade, você tem alguma ideia? - puxo assunto enquanto andamos até todo mundo.

— Clube de xadrez? Olimpíadas de matemática? - ele fala, rindo de novo. Finjo dar um tapa no ombro dele, de brincadeira.

— Seu bobo.

— Bom, preciso treinar, já estão me olhando feio, me espera na saída, vou junto contigo pra casa. - ele diz, sorrio e confirmo. Quando tiro os olhos dele, noto Rebekah observando da arquibancada com uma expressão furiosa. Sorrio pra ela, de implicância, só pra provocar um pouquinho.

Sigo pro aquecimento e Lexi começa a dar instruções sobre a coreografia. Não é difícil e pego rápido. Graças ao nado, meu alongamento é bom, e sem querer me destaco no solo. Ela adora.

Me divirto até. Nunca achei que fosse gostar desse tipo de exposição, mas, gostei. Entre alguns passos e outros, percebo que os rapazes param o treino eventualmente pra nos observar. Me sinto um objeto e não gosto muito disso, mas, preciso me acostumar. Kath vive dizendo isso.

É normal ser olhada e desejada, o que não é normal é se tornar um objeto.” Além do mais, estamos na idade de olhar mesmo. Curiosamente, essa escola tem uma quantidade surreal de garotos bonitos por metro quadrado. Como se o dinheiro deixasse as pessoas mais belas. É estranho.

Acabamos o treino, os rapazes se aproximam. Lexi diz que é costume essa interação com o time, e tento me entrosar, apesar da minha timidez. Eles falam de uma festa no fim de semana, um deles me convida. Não diretamente, ele apenas diz que eu deveria ir. Sorrio e agradeço. Até melhorar meu score, e as avaliações, não pretendo ter vida social.

As meninas se animam, e ficam conversando com eles ainda. Eu tenho muito o que estudar, digo e me despeço.

— Viu? As pessoas aqui nem são tão ruins quanto parecem. - Lexi diz, andando do meu lado, antes que me afastasse totalmente. Sorrio pra ela. - Gostou do primeiro treino?

— Sim, achei legal, acho que posso me acostumar a ser uma líder de torcida, apesar de nunca ter considerado antes.

— É divertido e o melhor meio de se destacar nesse último ano.

Chegamos no vestiário e ela entra comigo.

— Achei que você ficasse mais tempo lá fora. Como capitã e tal...

— Não. De jeito nenhum. Eu não dou corda pra esses meninos daqui, Só tenho olhos pro meu Leo. Eu acho que ele é o amor da minha vida.

Ela fala de uma forma tão fofa e romântica que quase desejo ter isso pra mim também. E pergunto, de onde se conhecem.

— Ih, menina. Foi no clube, minha mãe tem essa mania de fazer brunches e me obrigar a ir. Um dia, eu estava num, bem aborrecida, e ele chegou perto me oferecendo um suco e dizendo que sabia como eu tava me sentindo. - ela ri, lembrando, e seguimos pro banho, com ela me contando o desenrolar da história. - Ele era de outro colégio, mas estava ali obrigado pelo pai, por causa do representante de Harvard. Agora ele estuda lá. Eu quero minha vaga lá também!

— Ah, ele é mais velho. - concluo, alto.

— Sim. Eu tive medo, sabe?! Quando ele passou, de me achar infantil, por ainda estar no colégio, agora que ele é universitário. Mas, ele é tão amorzinho, que a preocupação acabou logo. Fora que em breve eu vou pra lá também...

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Ela parou de falar quando ouviu as outras meninas entrando e fez um sinal de silêncio, sorrindo. Entendo que é segredo e fico feliz por ela estar partilhando isso comigo. Terminamos o banho, nos arrumamos e saímos.

— Vou esperar o Stefan, ele pediu. - Aviso.

Ela decide esperar comigo e continuamos conversando. Ela começa a me contar algumas coisas sobre os vários eventos da sociedade de Manhattan, e os melhores lugares pra se ir, pra chamar atenção da banca de seleção. Me divirto com o relato, até Stefan chegar.

POV Stefan

Vejo Rebekah sentada durante o treino, observando, sem fazer nada. Imagino o que passa dentro da cabeça dela, e quando termina, vou até ela conversar. Ela me repele e eu tento de novo.

— Baby, quanto tempo você vai ficar aborrecida comigo?

— O tempo que eu achar necessário.

— Eu não fiz nada, Bekah. Para com isso, vem cá. - Tento abraçá-la e ela deixa, por um minuto e se afasta de novo.

— Não fez? Gritou comigo na frente daquela lá – aponta pra direção de Elena. - Me deixou plantada te esperando sábado, ficou se esfregando numa bailarina desconhecida, não foi no Brunch comigo – pensei em interromper nesse momento mas mudei de ideia – me deixou aqui sozinha na segunda. Que mais que você NÃO fez? Ah, é, ficou do lado da sua amiguinha quando ela decidiu me tirar do time. E não quer ir jantar comigo hoje. E parece que desde que essa garota entrou no colégio, você tem me evitado.

— Ei, eu tô aqui contigo e você nem olha pra mim. - Me aborreço. Ela vira pra mim e penso que era melhor não ter olhado mesmo. Os olhos estão cerrados e ela me olha com ódio.

— Pra completar, a minha vaga é dela agora. - ela cruza a perna, a saia sobe e meu cérebro quase dá um pane.

Ela nota meu olhar e piora as coisas. Passa a mão na coxa, devagar, subindo mais um pouquinho a saia. Eu fico mudo, e perco os argumentos. Ela me perturba. E me dou conta que o poder que ela tem comigo é esse. Minha primeira namorada, não é amor, é tesão mesmo. E, enquanto eu não resolver isso, ela vai me ter na palma da mão.

— Você podia falar com a Lexi, pra eu voltar pro time, né?! - ela fala, agora bem mansinha, articulando as palavras, e sobe a mão pro meu rosto, me fazendo olhar pro rosto dela de novo. Passa a língua nos lábios, deixando eles molhados e se aproxima de mim.

— Eu... - mal respiro, mas tento responder. - Posso sim. Vou falar com ela. - digo, já querendo agarrar ela. Rebekah sabe muito bem me manipular, e nunca tinha me dado conta até agora. Mesmo assim, não consigo controlar.

— Que bom. - ela diz e se afasta. Sinto como se tivesse sido tirado de um transe.

— Você é uma demônia. - sorrio. - Vem cá, vem, me dá um beijo. - Ela sorri de lado, e se mantém virada.

— Não. Primeiro minha vaga de volta, depois, amasso. Uma coisa pela outra.

— Isso não é justo. E se eu não conseguir?

Ela me olha, e abre um botão da blusa, mostrando um vislumbre de decote, com a curva da junção dos seios aparecendo discretamente. Eu quase babo em cima dela. Ela coloca a minha mão na coxa dela, e diz, calmamente.

— Então, você vai ficar sem isso. - e tira a minha mão da perna, com rapidez, e se levanta. - E sem isso. - apontando pra si. E desce da arquibancada, com a saia quicando e aparecendo a popa da bunda, de propósito.

Respiro fundo, tentando controlar meus pensamentos obscenos e sigo pro vestiário. Um banho frio cai muito bem agora.