Viu pelo canto do olho que o garoto a seguiu.

– Ele está aqui - indicou a cúpula. - Ia ajudá-lo, mas te vi.

– Como isso veio parar aqui? - Apontou o meio círculo de gelo que protegia o buraco.

– Isso não importa - balançou a cabeça - precisamos tirá-lo daí!

– Deixe que eu faço isso - se agachou - vá se proteger do frio.

– Eu estou bem. Mas temos que levá-lo agora! Vai pegar uma hipotermia.

Talvez o garoto albino pensasse que ela era louca ou coisa assim para estar ali sem se importar, mas Elsa não ligava.

A neve já cobria os pés da criança (que por sorte estavam bem calçados), quando a rainha empurrou o "teto" para longe e o garoto saltou lá dentro. Segundos depois voou (literalmente) do buraco, com o menino nos braços.

Este tremia, com os lábios roxos e abraçando a si mesmo, embalado no garoto maior. A neve caia sobre seus cabelos e rosto, fazendo-o se contorcer um pouco. Estava realmente muito frio.

Elsa fez um tipo de guarda-chuva, de gelo, bem grande para abrigá-los. Não os protegeria do frio, mas impediria a neve de chegar até o pequeno.

– Conheço um lugar, aqui perto, para o qual podemos levá-lo. Vamos. - Voltou a andar em direção ao castelo, a passos rápidos, sendo novamente seguida pelo garoto ainda mais pálido e surpreso com o que ela acabara de fazer com suas próprias mãos.

Quando chegaram ao palácio de gelo, Elsa se sentiu aquecida, mesmo naquela situação. Aquele lugar era sua verdadeira casa. O outro parecia extremamente encantadado com a construção, com a boca escancarada e os olhos brilhando. Isso deixou Elsa orgulhosa de si. Também ficou mais calma ao ver que o menininho já não tremia tanto.

Entraram, subiram as escadas e Elsa colocou-o no quarto que Anna usava quando ia para lá. Por sorte, possuía cobertores grossos, nos quais enrolaram-o e o observaram até que dormisse, o que não demorou nada.