POV Annabeth:

Me separei do beijo me sentindo mais leve e mais feliz do que nunca. Amar alguém e ser correspondido é algo muito gratificante:

— Percy, é melhor você deitar de novo, deve estar cansado. - falei levando-o até a maca. - Fique aqui que eu vou pegar um pouco de água.

Ele balançou a cabeça em concordância e sorriu para mim.

Andei pelo cômodo branco, cheio de macas e divisões feitas por cortinas, até achar o bebedouro. Enchi um copo e já estava voltando, quando ouvi vozes conhecidas. Elas vinham detrás de uma das cortinas que estava próxima a mim.

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Aproximei-me devagar e parei perto o suficiente para ouvir tudo:

— Luke, qual o seu problema? Você não pensa, não?

— Desculpa Rachel, mas eu não aguentei. Depois do que ela me disse eu explodi!

— É, e agora por culpa sua vai ser mais difícil separá-los! Aposto que eles devem ter se reconciliado! - Rachel gritou com ele.

— Mas você também não cumpriu sua parte! Eu pelo menos saí com ela. Você nem chegou perto do Percy depois daquela festa!

— Eu estava ocupada te ajudando, seu idiota! Mas agora duvido que eu vou conseguir alguma coisa porque você estragou TUDO!

Espera ai... eu ouvi direito? Luke e Rachel estavam todo esse tempo tramando juntos a nossa separação?

Que desgraçados! Não acredito que realmente achei que poderia confiar em Luke.

Naquele momento, o que eu sentia por ele era desprezo. Ele conseguiu matar a nossa amizade em uma tarde! Sinceramente, esse amor que ele diz sentir por mim está mais para obsessão.

Tudo o que eu quero é manter distância desses dois!

Voltei para a Ala onde Percy estava e quando entrei, ele já foi logo se manifestando:

— Por que você demorou tanto? Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou preocupado.

— Eu não tenho boas notícias... - falei sentando ao seu lado na maca.

Contei tudo o que tinha escutado e ao terminar, me deparei com uma expressão de raiva em seu rosto:

— Claro! Como eu não percebi isso? Eu te disse que a Rachel estava fazendo de tudo para nos separar! Só não sabia que ela estava tendo a ajuda daquele idiota!

— Eu sei, também foi uma surpresa para mim. As vezes acho que nunca vou ser capaz de perdoá-lo...

— Se eles pensam que vão conseguir me separar de você de novo, estão muito enganados. - ele disse me abraçando com força.

— Percy, ninguém vai nos separar novamente. - declarei beijando sua testa.

— E eles te viram?

— Não, fui muito cuidadosa quando estava lá.

— Ótimo, é melhor assim... - ele afirmou pensativo - Agora me diga, o que aconteceu depois que eu perdi a consciência?

— Bom, várias pessoas apareceram para ajudar você. Luke também já estava machucado demais para fazer qualquer coisa. Além disso, é óbvio que o diretor ficou sabendo o que houve, então é só esperar que a qualquer momento alguém vem aqui nos mandar para a diretoria...

Foi só falar que a secretária do diretor entrou na cabine e avisou que nossa presença era solicitada na sala do diretor.

Pois é, eu estava encrencada mais uma vez.

Chegando lá, adentramos a sala e vi que Rachel e Luke também já estavam lá.

Sentamos o mais longe possível deles.

Percy percebeu que eu estava desconfortável e me envolveu com um dos braços. O diretor logo começou seu discurso:

— Eu vou ser direto com a situação de vocês, porque não vejo a hora de sair dessa sala.

Naquele momento, encarei Percy apreensiva.

Qual seria a decisão final do diretor?

— Vocês duas estão liberadas. - ele falou apontando para mim e Rachel. - Como não tiveram culpa, podem vir para a escola amanhã, mas se você, senhorita Annabelle Chase não estiver a vontade com isso, não precisa comparecer a instituição.

— É Annabeth, Sr. D, só para constar. - Percy corrigiu por mim.

— Tá, tá, dá no mesmo... - ele falou balançando a mão - Embora eu reconheça seu ato heroico ao salvar a garota, você senhor Jackson, está suspenso por se envolver na briga. Você sabe que não é permitido na minha escola!

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— Tá, eu entendo. Agora já podemos sair? - Percy perguntou irritado por ainda estar no mesmo ambiente que Luke.

— Espera ai, e eu? O que vai acontecer comigo, diretor? - Luke perguntou limpando o nariz que ainda escorria sangue, provavelmente estava quebrado.

— Ah, você está ai! Bom, você está expulso da escola! - ele falou sorrindo.

— O que? Você só pode estar brincando! - ele declarou incrédulo.

— Olha, eu não sou de brincar garoto... Além do mais, não admito crimes na minha escola. O que você tentou fazer com essa garota não é brincadeira. É muito sério. Então Sr. Castellan, trate de calar a boca e aceite minha imposição. Seus pais devem estar aqui amanhã para finalizarmos esse caso. Agora fora da minha sala! - ele gritou apontando para a saída.

Ele saiu marchando e o ódio estava refletido em seus olhos.

— Vocês também já podem se retirar. - ele declarou mais calmo.

Segui silenciosamente Percy até o estacionamento, já que ele me ofereceu uma carona.

— Você está se sentindo melhor? Está tão pensativa... - ele disse tocando minha face.

— Eu vou ficar bem. Mas não consigo parar de pensar em como eu vou contar isso para os meus pais... - falei sentindo meus olhos marejarem.

— Não fique assim, a culpa disso não foi sua. Tenho certeza que eles irão compreender e te apoiar!

Balancei a cabeça em afirmação.

— Annabeth, posso fazer alguma coisa por você? Tem certeza que ficará bem?

— Sim. Contanto que fiquemos juntos, tudo ficará bem. - disse abraçando-o e encostando minha cabeça no seu ombro.

— Então não há motivo para se preocupar, porque eu sempre vou estar. - ele sorriu, acariciando meus cabelos.

Alguns minutos depois que chegamos no condomínio, nos despedimos e cada um foi para sua casa.

Já passava de 5:30 da tarde, ou seja, haviam decorrido mais de duas horas e meia desde que recebi a mensagem de minha mãe. Quando entrei, me surpreendi ao ver que meus pais se encontravam sentados no sofá.

Engoli em seco e sentei do lado deles:

— Por que a demora? Você não disse que já estava vindo? - minha mãe perguntou me olhando fixamente.

— Eu... - sussurei, mas não aguentei continuar e cai em lágrimas.

— Filha, o que aconteceu? - meu pai se aproximou e me acolheu em seus braços quentes. - Você pode contar conosco.

Enxuguei as lágrimas e comecei a contar o que aconteceu: todos os meus sentimentos e como foi horrível passar por aquela situação traumática. Disse também que Percy havia me ajudado e que havia sido liberada das aulas na manhã seguinte.

— Como aquele garoto ousou encostar um dedo em você? - meu pai me perguntou transbordando raiva.

— Eu me pergunto onde está a segurança daquela escola! Se não fosse o amigo dela, o que seria da nossa filha, Frederick? - Atena falava furiosa.

Eu escutava o que eles falavam, mas na minha cabeça repassavam-se as imagens do que havia acontecido.

Em seguida, minha mãe já foi ligando para escola para conversar com o diretor. Depois, disse que ia imediatamente pegar uma ordem judicial, na qual Luke teria que manter distância de mim.

Frederick viu como eu estava cansada, então pediu que eu subisse e fosse me deitar. Mas antes decidi que tomar um banho.

Enquanto me lavava esfreguei bem onde Luke havia pego em mim, porque nunca havia me sentido tão suja. Depois, coloquei meu pijama, deitei na cama e fiquei perdida em meus pensamentos. Claro que Percy estava no centro deles.

Agora que nós havíamos voltado, eu me sentia mais segura, porque sabia que sempre podia contar com ele.

Eu sabia que podia.

Ele me protegeria e eu a ele. E foi ai que eu realmente entendi o sentimento do amor: você se arrisca pela pessoa amada, sem se importar com as consequências. Quer sempre estar do lado dele, independente de serem momentos bons ou ruins.

Hoje, essa dúvida foi embora da minha vida, e mesmo que eu tenha passado por situações trágicas, sei que o amo e que sou a pessoa mais feliz do mundo por tê-lo comigo.