Mesmo que Kisame tivesse levado os outros membros para fora e estivessem agora sozinhos, era difícil começar uma conversa daquele tipo, do nada.

Por isso é que estavam agora sentados nos sofás, um em frente ao outro, em silêncio. Maiko sabia que Kisame não demoraria muito a voltar, mas não sabia por onde começar. Eles não eram pessoas normais. Como é que poderiam ter uma conversa normal e depois ter uma relação normal? Como é que ele tinha passado por aquilo com a ex-namorada?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Eu sou um ninja. – começou Itachi, depois de alguns minutos de um silêncio constrangedor – Sou um ANBU. Pertenço à Akatsuki. Nunca vais conseguir ter uma relação normal, comigo.

- Eu sei. – disse Maiko.

- Eu sou um assassino. – continuou Itachi – Matei o meu clã inteiro, numa noite.

- Isso…

- Ajudei a matar o Kazekage. – continuou Itachi, interrompendo Maiko – Matei muitos antes disso e vou continuar a matar enquanto continuar a viver.

- Eu sei. – disse Maiko, apontando os olhos para o chão.

- Eu estou doente. Com uma doença que me consome a vida sempre que respiro. – concluiu Itachi – E também não vou deixar que tentes curar-me.

- Porquê!? – perguntou Maiko, levantando-se – É porque não confias em mim!?

- Não. – respondeu Itachi – Já deves ter notado que ficas cansada quando me curas, certo?

- Sim, mas…

- Não é natural. – interrompeu Itachi – Já tentei médicos e curandeiros. Muitos disseram que não havia cura e os que tentaram curar-me, falharam. Houve um rapaz que tinha poderes semelhantes aos teus. Quando tentou curar-me, morreu.

- Qu…que tipo de doença é essa? – perguntou Maiko, um pouco assustada – Nunca ouvi falar de nada assim.

- A princípio pensei que fosse por causa do mangekyou sharingan. – disse Itachi – Depois descobrir que é uma doença rara, com raízes no clã Uchiha. – ele riu-se – E agora que estão todos mortos, não faço a mínima ideia de como combater o vírus.

- Então…vais morrer? – as lágrimas preencheram os olhos de Maiko – Por muito que eu tente ajudar, não posso fazer nada?

- Mesmo sabendo que não vou viver mais do que cinco anos, continuas a querer uma relação comigo? – perguntou Itachi, levantando-se quando Maiko começou a chorar e a soluçar. Quando ela anuiu com a cabeça, ele aproximou-se e afagou-lhe a cabeça – Então, daqui para a frente, por favor, toma conta de mim*. – com um sorriso, abraçou-a até os soluços pararem – Quero mostrar-te uma coisa, amanhã. Será que estás disponível?

Mais uma vez, agora com a cara encostada ao peito dele, ela anuiu.

Aproveitando a oportunidade de que estavam sozinhos, Itachi afastou-a, limpou-lhe as lágrimas, vergou-se, fechou os olhos e encostou a testa à dela quando ouviu a porta a abrir-se.

- O que é que estão a fazer? – perguntou Hidan, quando viu a cena.

- A Maiko disse que se estava a sentir quente. – mentiu Itachi, afastando-se – Estava a ver se ela tinha febre.

- É isso mesmo. – confirmou Maiko, corando intensamente.

- Realmente, ela parece um bocado vermelha. – concordou Hidan, aproximando-se com a intenção de fazer a mesma coisa que Itachi, mas este barrou o caminho dele – O que é que foi? Só ia confirmar que ela não estava com febre.

- Eu já o fiz. – garantiu Itachi, afastando Hidan – Ela só precisa de descansar um bocado.

- Isso quer dizer que não vamos comer? – perguntou Hidan, amuado.

- Eu posso preparar alguma coisa antes de ir deitar-me. – respondeu Maiko, vendo o brilho a aparecer no sorriso de Hidan. Depois olhou para Itachi – Só demoro quinze minutos.

Adorava aquele lugar, pensou Maiko, dirigindo-se para a cozinha. E, surpreendentemente, achava que eles tinham começado a gostar dela…ou pelo menos da sua comida.

Tal como tinha prometido a Itachi, não demorou mais de quinze minutos e, depois de pegar em algumas peças de fruta e uma tijela de ramen que tinha preparado, dirigiu-se para o seu quarto. Para tentar manter as aparências, Itachi comeu na cozinha com os restantes membros e, depois de arrumar o que tinha sujado, saiu da cozinha.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Eu vou ver como é que a Maiko está. – informou Itachi, dirigindo-se para o quarto dela.

Quando ele deixou a sala, Hidan suspirou. – Parece que o Itachi e a Maiko estão numa relação, agora.

- É o que parece. – disse Kakuzo, pegando no livro dos mais procurados.

- É estranho pensar no Itachi dessa maneira. – continuou Hidan, colocando as mãos atrás da cabeça – Não consigo imaginá-lo a fazer coisas românticas.

- Igualmente. – disse Kakuzo, enquanto folheava as páginas – E o que é que tu achas, Kisame?

- O Itachi-san não fala dessas coisas. – disse Kisame, fechando os olhos – Quem sabe do que ele é capaz.

Na verdade, na maioria das vezes, Itachi não era capaz de pensar em “gestos românticos”. No entanto, depois de Maiko acabar de comer, ele prometeu fazer-lhe companhia durante o resto da tarde, uma vez que os outros membros pensavam que ela estava doente e ele não queria deixá-la sozinha.

Isso por si, já era um gesto romântico.

Depois ficaram a conversar durante o resto da tarde. Conversa trivial, sobre a vida de Itachi antes de se tornar um ANBU e antes de matar o seu clã. De como tinha encontrado a Akatsuki e de como tinha cuidado do seu irmão por detrás das cortinhas, desde então. Depois foi a vez de Maiko falar da sua infância de o que tinha acontecido durante a sua estadia em Suna.

Quando o sol se pôs, já sabiam tudo um sobre o outro.

- Pergunto-me se os outros vão conseguir preparar alguma coisa para comer. – disse Maiko.

- Eles vão ficar bem. – garantiu Itachi – Ainda sobrou alguma comida do almoço. Queres que te prepare alguma coisa?

- Não. – respondeu Maiko, pegando na maça que tinha trazido e guardado para comer mais tarde – Eu nunca tenho muita fome à noite.

- Então devias ir dormir. – disse Itachi, afagando-lhe o cabelo – Amanhã temos de sair de madrugada para eu mostrar-te aquela coisa de que te falei.

- Está bem. – concordou Maiko, pousando a maça na cama quando Itachi vergou-se e pressionou os lábios contra a testa dela.

Infelizmente, quando estava prestes a beijá-la, Hidan bateu violentamente à porta, interrompendo-o outra vez. Nesse momento, Itachi perguntou-se se Nagato importar-se-ia se ele matasse Hidan.

- Maiko-chan! – exclamou Hidan do lado de fora, fazendo Itachi suspirar – Quando é que vais preparar o jantar!?

- Eu vou dizer-lhe para se desenrascarem-se sozinhos. – disse Itachi, levantando-se – Descansa. Amanhã vais fazer uma viagem bastante cansativa.

Quando ele saiu e começou a resmungar com Hidan, Maiko sorriu e deitou-se.

Na manhã seguinte, tal como tinha-lhe dito, Itachi acordou Maiko às quatro da manhã e juntos começaram a dirigir-se para a fronteira entre o País do Pássaro e o País do Vento.

Quando Maiko viu a casa construída completamente em madeira, abriu a boca e parou de correr.

- Wow! – foi a reacção dela – De quem é esta casa? É tão bonita!

- É tua. – revelou Itachi, vendo os olhos incrédulos de Maiko a brilhar – Fui eu que a construí para ti.

- A sério? – perguntou Maiko, sem conseguir acreditar qye ele tinha mesmo construído aquela casa só para ela – Posso entrar?

- Claro. – respondeu Itachi, vendo-a a correr para dentro da casa.

Como queria ver as reacções dela, apesar de não ir a correr, apressou-se a segui-la.

Maiko começou a lacrimejar quando viu os móveis completamente construídos à mão. Quando viu a cama com um colchão igual ao que ela tinha escolhido em Konoha. Com um enorme sorriso na cara, e depois de percorrer a casa inteira, Maiko saltou para cima da cama.

- Muito obrigada. – agradeceu Maiko, abraçando-se a uma almofada – Nunca imaginaria que alguém me construísse algo assim.

- Eu quero que te mudes para aqui o mais rapidamente possível. – informou Itachi, vendo-a a sentar-se na cama – Vou pedir autorização ao Paine para saíres do esconderijo. Vais ter de continuar a trabalhar para a Akatsuki, é claro.

- Muito obrigada. – repetiu Maiko – Mas, eu reparei num quarto vazio ao lado deste. Para que serve.

- Bem… - Itachi sentiu-se um bocado constrangido por ter de explicar – Eu pensei que um dia irás querer ter filhos. Aquele quarto é para eles. Se quiseres que eu construa um par de camas…

Maiko corou quando ele mencionou filhos. Ela nunca tinha pensado nisso até o conhecer e, sempre que se imaginava como mãe, só conseguia pensar em Itachi como pai dos seus filhos.

- Será que podíamos…passar aqui o dia. – murmurou Maiko, com o coração aos pulos – Eu queria habituar-me à casa antes de me mudar.

Depois de hesitar um bocado, Itachi desviou os olhos dos dela e anuiu.

- Onde é que eles estão!? – protestou Hidan, virando-se para Kisame – O sol já se pôs!

- Não faz mal. A Maiko-san está com o Itachi-san. – disse Kisame – Em todo o caso, a Konan-san disse que não tínhamos missões até ela voltar.

- Ela também disse que não devíamos sair daqui. – lembrou Kakuzo, que estava atento à conversa, apesar de ter o nariz no seu pequeno livrinho de recompensas – Acho que ela não vai gostar nada de saber que o Itachi e a Maiko lhe desobedeceram.

Kisame suspirou, levantou-se e voltou para o seu quarto. Mesmo que eles estivessem fora durante dias, ele não se preocuparia, mas estava preocupado com o que Paine e Konan pensariam.

Eles podiam até ser expulsos do grupo se Paine assim o decidisse.

Esperava que eles voltassem rapidamente.

Por muito que Kisame esperasse, Itachi e Maiko só voltaram na manhã seguinte, dez horas depois de o dia começar.

Quando Itachi entrou no esconderijo com Maiko às costas, Kisame levantou-se imediatamente, seguido de Hidan.

- O que é que aconteceu? – perguntou Kisame.

- Bem, eu levei-a a um médico que conheço na cidade. – mentiu Itachi – Ela passou lá a noite. Parece que tem uma constipação.

Era mentira, pensou Maiko, enquanto fingia estar a dormir. Apesar de ter o corpo dorido, não estava doente.

- Eu vou metê-la na cama. – disse Itachi, dirigindo-se ao quarto dela. Com cuidado, fechou a porta e pousou-a na cama. Depois suspirou e sentou-se ao lado dela – Eu sei que estás a fingir.

Embaraçada, Maiko abriu os olhos e olhou para Itachi. – Desculpa.

- Como é que está o teu corpo? – perguntou Itachi, calmamente – Quere alguma coisa?

- Talvez um pouco de água. – respondeu Maiko, vendo-o a levantar-se.

- Eu já volto. – disse Itachi, saindo.

Mal se encontrou sozinha, Maiko virou-se e tapou a cara com uma almofada. Aquela tinha sido a noite mais embaraçosa que tinha passado e, quando amanheceu, não fazia ideia de como olhar para Itachi, por isso fingiu que estava a dormir e deixou-se carregar por ele até ali.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

No entanto, nunca imaginaria que ele lhe construísse uma casa. E tinha passado um dia com ele, a passear pela terra que agora era sua.

Itachi tinha-lhe explicado que ninguém podia entrar naquela área sem entrar num dos seus genjutsus e que, por isso, ela estava protegida. Revelou que era provável que houvesse uma guerra a caminho e que ela não devia sair dali sem o ter ao seu lado.

- Eu vou ficar ao teu lado, enquanto puder. – prometeu Itachi – Por isso, se algum dia eu desaparecer, não deves sair daqui.

Apesar de ser a coisa mais triste que alguma vez tinha ouvido, porque lembrava-a que ele não ia ficar com ela durante muito tempo, também era a coisa mais romântica que alguma vez lhe tinham dito.

Por isso, mesmo que a noite anterior tivesse sido a mais embaraçosa da sua vida, aquele dia tinha certamente compensado. Quando Itachi voltou, ela estava com um sorriso na cara.

Estava ansiosa para se mudar para a sua nova casa com ele.