Nada Por Acaso

Seventh


-Como você esta?! - Disse Su no seu tom rotineiro.

-Me recuperando... O médico disse que eu vou ter que ficar em repouso. -Falei dengosamente, mais não seria um sacrifício muito grande passar o dia inteiro deitado.

-Vou passar ai na sua casa hoje a tarde.

-Tudo bem, mais que ho... - Eu realmente detestava quando ela desligava o telefone na minha cara.

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Estava indo pra casa mais a minha mãe, ela não falava muito comigo sobre o assunto "Léo", e também queria evitar qualquer tipo de mágoa que ela poderia criar, caso eu falasse algo sem pensar. Chegando na porta de casa, ela procurou a chave na bolsa pra que entrássemos.

-Então mãe... O que vamos ter pro almoço. -Falei antes que ela terminasse de abrir a porta por completo, tentando quebrar a parede de gelo que havia se formado entre eu e ela nesses últimos dias. Ela olhou pra mim e sorriu um sorriso aparentemente verdadeiro.

-O que você quiser meu filho. - Meus olhos brilharam, parecia que eu tinha voltado a ter 5 anos de idade, e ela acabará de me dar um brinquedo que eu queria, lágrimas ameaçaram cair, mais eram lágrimas de uma felicidade inexplicável, com aquele sorriso, pude perceber que a minha mãe estava realmente se esforçando pra me entender.

Não me controlei mais, a abracei e junto com o abraço, as lágrimas começaram a cair, ela me abraçou forte mais com cuidado, as dores ainda não tinham parado por completo.

-Eu vou sempre te amar, meu filho. Independente de tudo, você sempre será meu filho. - Disse fazendo cafuné nos meus cabelos. -Entendeu?! -Levantando o rosto, fiz que sim e á abracei novamente.

-Agora vamos que eu tenho muita coisa pra fazer. -Ela disse limpando as minhas e as suas lágrimas.

.............

Fui tomar uma boa ducha pra tirar todo o cheiro de hospital que estava impregnado no meu corpo, queria deixar tudo de ruim que havia acontecido no passando, ir pelo ralo junto com a água que escorria do meu corpo.

Sai do banheiro só de toalha, e fui escolher a roupa que ia usar até meu telefone começar a tocar.

-Alo?! -Falei colocando o telefone entre o ombro e a orelha, pra poder puxar a gaveta de blusas.

-Como o meu namorado vai indo fora do hospital! -Comecei a rir discretamente, precisaria de um tempo pra me acostumar a escutar "Meu namorado", já que nunca tive envolvimento com outra pessoa além de Léo.

-Indo, e você? Como vai? -Falei meio sem jeito, colocando a blusa, quando olhei no espelho, tinha colocado ela pelo avesso.

-Com saudades... De você... -Fiquei mudo, mais também, qual pessoa não ficaria muda com alguém dizendo isso?! -Quando a gente vai poder se ver novamente...?

-Eu não sei... -Lembrei que a Su ia vir pra cá, com a Su aqui, talvez minha mãe pegasse um pouco leve. - A Su vai vir hoje a tarde, você não quer vir também não?

-Claro que quero, até mais tarde, e... Eu te amo. -Tu-tu-tu-tu.

Tirei o telefone do ouvido, com uma felicidade enorme, queria gritar, pular e fazer qualquer loucura que viesse na minha mente.

Toc-Toc. -Bruno, vai querer o que pra almoçar? -Minha mãe falou através da porta.

-Que tal panqueca mãe? - Falei abrindo a porta e passando a língua nos lábios.

-É pra já! -Minha mãe saiu com um sorriso em direção a cozinha.

...................

Tudo estava maravilhoso, com exceção de que não havia nada que prestasse passando na televisão como de costume. Eu acho que Léo havia me feito bem de vários modos, um deles, era que eu estava prestando mais atenção nas coisas, que significava que eu estava tropeçando bem menos que antes.

Minha mãe tinha caprichado no almoço, comi como um leão que não comia á dias.

-Mãe... -Falei entre uma garfada e outra. -A Su e o Léo podem vir pra cá de tarde? -Falei apreensivo da resposta que ela poderia me dar.

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Ela me encarou por alguns segundos, minhas mãos ficaram geladas com medo que ela disse se um "Não" bem grande.

-Pode sim filho. -Ela disse se levantando da mesa e tirando o prato que ela estava comendo junto. - Que horas eles vêm?

-Não sei... -Respondi abaixando a cabeça com vergonha, eu sabia que ela não tinha ficado a vontade com a notícia.

-Vou me deitar um pouco antes de pegar o plantão de mais tarde, quando eles chegarem, você me avisa? -Ela disse lavando as mãos e secando com o pano que estava em cima da bancada.

-Aviso sim mãe, bom descanso.

-Brigada meu filho. -Ela disse indo pro seu quarto e se trancando.

Terminei de comer, e fui pro sofá esperar a hora passar em frente a televisão, acabei dormindo, até eu acordar com um susto da campainha tocando.

-Já vai! -Gritei pra porta enquanto limpava os olhos pra disfarçar um pouco a cara de sono.

-Oie! -Su saltou da porta me dando um abraço de urso, até eu reclamar das dores e ela manerar um pouco mais.

Atrás dela estava a pessoa responsável da maior felicidade que eu havia sentindo nessas últimas semanas.

-Oi... -Ele disse me dando um beijo rápido e me abraçando em seguida.

-Sem querer corta o climinha do casalzinho, mais será que agente pode entrar? -Disse a Su apontando pra dentro da casa.

-Ah, claro! Entrem. -Eu disse dando passagem pra que eles entrassem.

Su já foi logo se acomodando na frente da televisão e colocando em um canal que estava passando um filme da Barbie.

-Você já não é grandinha o suficiente pra assistir esse tipo de coisa não? -Falei fechando a porta, e indo em direção ao sofá de mãos dadas com Léo.

-E você já não é bastante grandinho pra ainda ter cuecas do Bob Esponja na sua gaveta? -Imediatamente Léo começou a sorrir, e eu comecei a corar, encarei a Su com uma cara feia, e ela sorriu com uma cara sonsa que só ela sabia fazer com perfeição.

Ela se virou e continuou a assistir ao filme, depois de um tempo, Léo olhou pra mim com uma cara de quem não estava nem aí do porque o mundo das fadas estava correndo perigo mortal, olhei pra ele com a mesma cara.

-Bruno, vem cá. -Ele disse indo em direção ao corredor que dava pros quartos e o banheiro social. Fui andando atrás dele.

-Finalmente á sós. -Ele disse entrando no meu quarto e fechando a porta.

Entendi o recado e o beijei calmamente, pra depois passar pro beijo avassalador de tirar roupas e tudo a mais que tinha direito, Léo me jogou na parede da porta, com o impacto, saiu um som abafado.

-Acho que eu me empolguei demais. -Disse ele com um sorriso no rosto, encostando a sua testa na minha.

-Concordo. -Retribui o sorriso.

Léo me arrastou pra cama e ficou em cima de mim, apenas me beijando, não era nem a hora nem o momento pra avançarmos mais do que alguns beijos.

A porta abriu, Léo tomou um susto e eu perdi a cor total dos lábios.

-Bruno, Bruno, Bruno... Quando foi que eu te transformei nesse monstro? -Su começou a rir.

Comecei a rir das proporções do susto que eu tinha tomado, Léo sentou na beira da cama ainda nervoso.

-Você poderia bater quando for entrar como qualquer pessoa normal?! -Falei ainda rindo.

-Ai é que está! Eu não sou uma pessoa normal. -Ela disse apontando pra própria cabeça e deixando os olhos vesgos.

-Eu já pude perceber essa parte, só ainda não deu tempo de ver quantos parafusos ta faltando aí.

-Para de papo furado e vem logo! A Barbie ta pra ganhar as asas de fada!

Eu e o Léo nos entreolhamos e depois devolvemos vários olhares carregados de "Hã?". Ela olhou por um momento de começou a rir.

-Tu ta realmente achando que eu tava assistindo aquilo?! -Ela perguntou incrédula, e eu fiz com sim com a cabeça, depois de ver a minha resposta, ela revirou os olhos e bufou. -Ta passando luta livre, agora se não for demais se desgrudarem pra ver uma boa serie de porradas, agente pode ir assistir junto.

-Então vamos! -Léo se levantou rapidinho e foi quase correndo em direção a sala.

Aproveitei pra avisar a minha mãe de que o pessoal já tinham chegado, mal entrei na sala e já comecei a escutar várias agressões verbais no estilo "Tu ta fazendo o que ai?!", "Toma seu filho da mãe", "Mata ele" vindos do Léo, não sabia que ele era tão fanático assim por luta, até a Su estava assustada de sentar perto dele.

Acomodei-me no sofá é passei talvez uma hora ou uma hora e meia escutando alguns tipos variados de insultos, até Léo se levantar, me dar um selinho e dizer que ia ao banheiro.

Virei-me pra Su e comecei a puxar assunto com ela, fazia algum tempo que não conversávamos.

-Então Su, como vai com a Catie? -Falei apoiando o meu braço nas costas do sofá.

-Nós estamos brigadas... -Ela disse abaixando a cabeça.

-Por quê? Vocês pareciam se dar tão bem juntas! -Falei quase não acreditando.

-Ela disse que eu não to mais dando atenção pra ela como antigamente... Mais ela tem que entender que eu também tenho a minha vida! - A sua expressão de tristeza se transformou em raiva, foi então que eu percebi que não seria mais sutil da minha parte tocar novamente no assunto.

-Tudo no final vai se resolver, você vai ver. -Falei tentando reconfortá-la um pouco.

-Eu sei, eu sei... Mais me conta como vai com o gatão? - Um sorriso enorme apareceu no rosto dela.

-Falando nele, olha ele ai. -Léo estava se aproximando do sofá.

-Falando de mim? - Perguntou com uma carinha doce e ingênua fazendo biquinho e sentando do meu lado.

-Só estávamos falando do quanto você é maravilhoso. -Falei abraçando ele, ele sorriu e retribuiu o abraço.

-Acho que você está confundindo, você que é maravilhoso, meu anjo. -Após ter falado isso, ele me beijou de forma bem amorosa, não se importando com a presença da Su.

-Ai meu Deus, será que vocês não poderiam fazer isso em outro canto?

Ignorei os resmungamentos da Su, tudo que me importava agora era me concentrar no beijo em que Léo estava me dando.

-Bruno, você viu as minhas cha...

Parei de beijar Léo e olhei para o corredor, uma vergonha tomou conta do meu corpo, olhei pro lado e Léo mal podia se mexer.

-Oi... Tia... -Disse Su, para a minha mãe que estava plantado no corredor, sem demonstrar qualquer tipo de ação ou reação.