Más Vale Tarde Que Nunca !

Flecha Lançada, Palavra Dita Oportunidade Perdida


O vento soprava meus cabelos furiosamente.

Mas que merda de vento ! Penso ao tentar tirar uma das mechas de meu cabelo, que estava me incomodando. Ao bater contra meu rosto.

A minha frente, eu nada via. Mas como eu poderia ver algo, com uma venda em meus olhos ?

Quando por um acaso seu irmão-namorado te chamar para sair, “para espairecer um pouco”. E ele eventualmente quiser de colocar uma venda e depois aparatar com você. Desconfie. Falo isso por experiência própria, já que nada vejo, ele nada fala, e eu nada sei.

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E tá fazendo um frio horrível ! Penso.

Um som de porta sendo aberta me deixa em alerta, ele me ajuda a adentrar um cômodo, a porta e fechada. Não ventava e eu não sentia mais frio. O ar esta quente e aconchegante. O que me fez deduzir, que nós estávamos minutos atrás, no lado de fora de algum lugar.

– Apolo, onde você esta me levando ? – Pergunto atordoada.

– Surpresa ! – Fala feliz.

Suspiro indignada.

Posso até imaginar o mesmo sorrindo, nesse exato momento.

Suas mãos me guiavam, com cautela e mestria.

Movo meu corpo ao seu comando, subimos degraus... E subimos... E subimos mais degraus... Outra porta e aberta, entramos em mais um cômodo, esse por sua vez estava cheirando deliciosamente bem e estava aconchegante, logo a porta e fechada.

– Pronto ! – Fala sem conter a felicidade.

Levo minhas mãos a venda, pronta para tira-la.

– Não, ainda não – Fala segurando minhas mãos, me impedindo de tirar a venda.

– Argh !

– Calma, minha flor – Fala. Logo uma risadinha curta ecoa em meus ouvidos.

Um cheiro bom e familiar invade minhas narinas, parecia comida... Francesa ! Como eu sei ? Eu sou fã da culinária francesa.

– Apolo, que cheiro é esse ? – Pergunto, já sentindo meu estômago se revirar, de fome.

Ele apenas ri em resposta.

Eu não tinha nota ainda, mas eu estava faminta. Já que hoje eu tinha acordado tarde, graças a quem ? Apolo, que me fez ter uma sessão de amasso deliciosa com ele. Não que eu não tenha gosta, na verdade, eu gostei e muito. Mas bem que ele deveria ter me deixado dormi direito. Sem contar que eu não tomei café, por culpa daquele bilhetinho maldito, que Anfitrite nós enviou.

Ó vida dura essa minha, penso.

– Pronto, pode tirar a venda – Fala, perto do meu ouvido, me causando arrepios.

Levo minhas mãos tremulas de encontro a venda, logo retiro a mesma. Por uns instantes, fico cega, por conta da claridade. Mas logo meus sentidos visionários voltam. O que eu vejo a seguir me deixa inebriada.

Estávamos em um cômodo luxuosíssimo, com paredes pintadas em tons de creme, mobilha de madeira real, em tons de marrom e tabaco. Tinha uma lareira devidamente assentida no local, a sua frente jazia dois sofás, cor creme, com almofadas azuis, bordadas a mão, enfeitando o sofá. Em cima da lareira tinha uma imensa tela plana. Tinha também uma cama grande, com lençóis grossos azuis na mesma. Os travesseiros que jaziam em cima da cama pareciam ser incrivelmente confortáveis. O cheiro de comida que eu senti vinha de uma grande mesa, que tinha naquele local, a mesma estava cheia de comidas, tudo comida francesa.

Reconheço alguns pratos, como o Coq au Vin (Galo ao Vinho Tinto ), Ratatouille ( Não achei a tradução ), Blanquette de Veau (Guisado de Carne), Escargot ( São caracóis comestíveis ) e uma sobremesa bastante apreciada por mim, o Mil-Folhas ( E um bolo tá ) E muitos outros pratos deliciosos. Sem contar que tinha vinhos, sucos, vitaminas e muito mais.

– Onde estamos ? – Pergunto maravilhada.

– Em meu paraíso particular – Diz simplesmente.

– Paraíso particular ? – Questiono.

– Eu venho aqui quando me sinto triste, solitário. Ou simplesmente quero ficar sozinho.

– Ah !

Ele sorri, de uma forma enigmática.

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– Eu espero que goste da comida, mandei fazer especialmente para você.

– Por que ?

– Porque senti vontade de agradar minha namorada. E você não comeu quase nada hoje – Fala a ultima parte meio chateado.

– Quando foi que você fez isso ? – Pergunto.

Eu estava abismada, já que hoje eu não tinha o deixado sozinho quase nem uma vez, só quando eu fui tomar banho, mas eu não demorei nem 15 minutos direito. E com certeza, para preparar tudo isso gastaria mais que 15 meros minutos.

– Quando você foi tomar banho – Responde, indo em direção a mesa.

– Como assim ? Eu não gastei nem 15 minutos... Como você fez tudo isso ?

– Eu ? Eu não fiz nada, quem fez tudo isso foi Afrodite.

– Quando ?

– Ontem ! Eu pedi para ela fez tudo isso ontem. Ai ela deve ter feito algo, para a comida não esfriar. Ela e demais, um pouco intrometida, mas demais.

– Vocês dois são doidos sabiam ?

– Mas e claro... Sente-se senhorita – Aponta para uma cadeira, ao lado direito da mesa.

Me sento receosa. Eu não entendia ainda o porque daquele almoço estranho. Ele senta-se a minha frente.

– O que deseja comer, senhorita ? – Pergunta galanteador.

– Hum... Eu quero o Blanquette de Veau.

– Boa escolha ! – Exclama.

*-*-*-*

– Vamos, você tá muito lenta – Me provoca.

O frio estava me incomodando um pouco.

– Calma ! Me da um desconto, eu ainda to doente – Faço cara de doente.

Nós nos encontrávamos no lado de fora do chalé. Eu estava devidamente agasalhada, mas ainda sentia frio, já que naquela época do ano o Canadá estava muito frio. Sim, ele foi imprudente o suficiente a ponto de me levar para o Canadá sem eu saber.

– Coitadinha dela – Debocha, parando de caminha para me esperar acompanha-lo.

Essa trilha não acaba mais, não ?

– Onde estamos indo, mesmo ? – Pergunto.

Após nosso almoço cheio de brincadeiras e risadas, Apolo teve a brilhante ideia de me levar para conhecer, sei lá o que.

Hoje ele tá muito misterioso pro meu gosto, penso.

E assim deixo o aconchegante chalé, rumo ao desconhecido, acompanhada de um Deus muito do misterioso.

– Nem vem, eu não vou te contar – Fala divertido.

Faço beicinho, ele nada diz, apenas sorrir.

–Vamos, nós já estamos quase chegando – Fala assim que me posto ao lado dele.

– Quase ?

– Sim, quase – Fala rindo.

Seguimos a trilha mais um pouco, logo escuto um barulho estranho, parecia... Era uma... cachoeira ?

Linda !

A nossa frente jazia uma das mais belas visões já criadas por Gaia. Uma linda cachoeira, com águas cristalinas a abrangendo. Não consegui ver de onde aquela água caia, pois as árvores me impedem de ter essa visão majestosa.

– Lindo não ? – Me pergunta o loiro.

– Más que lindo... Isso e majestoso ! – Exclamo impressionada.

O mesmo sorri.

– Vamos ? – Me chama, já se afastando.

– Ei, nós não vamos ficar aqui ? – Pergunto decepcionada, andando para poder acompanha-lo e não o perder de vista.

– Não.

– Por que ?

– Porque o que eu quero te mostra e mais ali a frente – Responde.

Voltamos a seguir a trilha, ele com sua costumeira animação, e eu... Bem, eu estava andando, lentamente, mas andando.

– Por que não aparatamos para esse tal lugar, em ? – Pergunto alegre, ao me lembra dessa possibilidade.

– Porque andar e melhor, nós dá mais disposição.

– Só se for pra você – Resmungo.

Corro para poder o acompanha-lo.

– Ei me... – Sinto a presença de um novo Deus na floresta.

– CUIDADO ! – Grita correndo em minha direção.

Algo brilhante corta o ar, passando perto do meu rosto, me assustando. Paro bruscamente.

– Apolo – Chamo o mesmo quase entrando em pânico. Uma adrenalina familiar, que só passar por mim em batalhas atinge meu corpo.

Materializo meu arco em minhas mãos.

Cravada em uma árvore estava uma flecha.

Olho em volta atordoada. Mas em alerta Maximo, buscando o dono da flecha... Nada, não encontro nada. E nem sinto a presença de ninguém além de mim e de Apolo.

Faço meu arco sumir.

Apolo vasculhava o local com os olhos, poderia se ver o quão em alerta o mesmo estava. Seus olhos estavam semicerrados, a mandíbula do mesmo estava trincada. Seu arco já se materializada em suas mãos.

Tudo estava quieto, quieto demais até. Nem os pássaros cantavam mais.

– De quem e isso ? – Apolo pergunto, já com a flecha da árvore em mãos.

– Não sei ! – Falo tremula.

Ele vem em minha direção, passa seus dedos suavemente pela minha bochecha esquerda, onde eu sinto uma leve ardência.

– Ai ! – Exclamo.

Ele trás as pontas dos dedos para frente do meu rosto me mostrando o sangue dourado nas pontas deles.

Um corte ?

– Isso fez um leve corte, aqui – Fala apontando para a flecha e depois para minha bochecha.

– Eu to bem, não se preocupe – Tento tranquiliza-lo.

O mesmo me abraça forte.

– Eu to bem, não se preocupe.

– Vamos sair daqui – Sussurra.

– Más... – Tento protesta.

– Não ! Não tem mais ninguém na floresta, quem lançou a flecha só lançou para assustar, ou até mesmo ferir, não para matar – Fala acariciando meus cabelos.

Sinto a costumeira sensação de aparatação passar por meu corpo, olho em volta, me desgrudando do mesmo. Estávamos de volta ao chalé.

Ele se senta no sofá e faz sinal para que eu me sente em seu colo. E assim faço. Me sento em seu colo, o mesmo começa examinar o corte em minha bochecha. Ele materializa um frasquinho em sua mão, o mesmo continha um liquido amarelo, liquido esse que o mesmo passa em meu aranhão, não dói nem nada.

– Pronto, você vai ficar bem ! – Fala mais para ele do que para mim.

Minutos vão se passando, enquanto o mesmo examinava meu rosto de uma forma terna. Ele parecia preocupado.

– Não foi nada. Eu já tive aranhões muito piores que esse – Tento mais uma vez tranquiliza-lo. O que não deu certo, pois o mesmo fica rígido.

– Não brinque com isso – Fala duramente.

– Calma, quem me atirou aquela flecha não queria me matar ou algo do gênero, você mesmo disse isso.

– Eu sei... Mas só em pensar em te perder eu fico... – Sua voz some.

Ele estava mais pálido do que o comum.

– Eu to aqui, não se preocupe – Falo acariciando seu rosto.

Me reinclino em seu colo, para poder beija-lo. Nossos lábios se unem de uma forma terna, pura. Nossas línguas deslizavam uma sobre a outra, em um beijo calmo e sofrido. Ele me aperta contra ele, aprofundando mais o beijo. Nós separamos por falta de ar.

Eu estava ofegante e tremula, não estava acostumada a esse tipo de beijo.

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– Em teus olhos quero me perder, com tua boca me deleitar. E por fim... Em teu coração morar. – Recita.

– Como você consegue dizer coisas tão bonitas ?

– Você e minha inspiração, sabia ?

– Eu não sabia, mas fico feliz em saber – Falo sorrindo.

Ele fica serio de repente.

– Nada vai te machucar, nada. E isso e uma promessa – Fala serio.

Nada falo, apenas o beijo, demonstrando todo o meu amor pelo mesmo.

Um flecha foi lançada hoje, palavras de amor foram ditas, e uma oportunidade de um encontro perfeito foi perdida. Mas fora isso, nosso dia foi maravilhoso. Mas que dia não e maravilhoso, quando se esta com a pessoa amada ?