Capítulo 2

Nós saímos do refeitório quando bateu o sino caminhamos juntos pelos corredores, o braço de meu irmão sobre meu ombro enquanto ele dava a outra mão para Alice. Aos poucos nos separamos, cada um entrou em uma sala e só sobramos eu e Jasper, tínhamos aula de história americana. Irônico.

“Bella.” Ele me parou, as duas mãos em meus ombros. “Eu tenho um dom, posso sentir e manipular emoções, e eu prometo que não vou desaparecer, você não vai se livrar de mim tão facilmente.”

Sorri para suas palavras. “Eu te amo, Jaz.”

“Eu também te amo, Bells.” Ele me deu um rápido abraço antes de me puxar para a classe, todos os alunos pararam de conversar para nos encarar. Tomamos nossos lugares e o professor entrou.

“Boa tarde turma, hoje vamos discutir sobre a Guerra Civil.” E as ironias não pararam por ai. “O Exército Confederado teve um jovem major que alegava ter 20 anos quando tinha somente 17, seu nome era Jasper Whitlock.” Todos os alunos se viraram para olhar nossa mesa, sério, qual é o problema dessas pessoas?

“O sobrenome de vocês não é Whitlock, Jasper?” Uma menina perguntou, senti Jasper ficar tenso e bolei rapidamente uma resposta.

“Meu irmão e eu somos descendentes do Major Whitlock, e nossa mãe biológica, em homenagem a ele, deu a Jasper seu nome.” O professor pareceu levemente interessado, mas não estendeu o assunto e voltou a sua aula.

Minha próxima aula, inglês, passou sem maiores problemas e agora só faltava o último horário, biologia. Entrei na sala e vi que o último lugar vago era ao lado de Edward.

“Oi.” Eu disse enquanto me sentava.

“Oi.” Ele sorriu para mim, um lindo sorriso torto que teria feito meu coração disparar, se ele ainda batesse, mas o sorriso logo saiu de seu rosto e deu lugar a uma expressão frustrada.

“Qual o problema?”

“Por que eu não posso ler sua mente?”

“Ah, eu sou um escudo.” Eu disse, batendo os dedos em minha têmpora. Ele continuou frustrado, mas não fez mais perguntas, ao invés disso, me disse sobre sua família.

O resto da aula foi pura tortura, sentia uma eletricidade me puxando para Edward, fui obrigada a me sentar sobre meus dedos para evitar tocar nele. Quanto o sino tocou me levantei com alívio e caminhei com ele até os carros. Todos estavam nos esperando.

“Onde está seu carro, Bella?” Emmett perguntou.

“Eu ainda não comprei um, estava pensando em ir a Port Angeles no sábado para comprar um.” Alice sorria loucamente, animada com a possibilidade de fazer compras. ”Devo ter medo?” Perguntei a meu irmão.

“Pavor.” Ele respondeu, sorrindo.

“Bella, você vai com Edward no volvo e eu e os outros vamos na BMW.” Alice disse e piscou para mim. Borboletas vieram no meu estômago e eu me senti eufórica. Olhei para Jasper e ele olhava de mim para Edward com uma expressão confusa antes de lançar um olhar severo para Edward que acenou com a cabeça.

Entrei no carro e Edward ligou o som, senti Clair de Lune do Debussy invadindo meu sistema e suspirei alegre com os olhos fechados.

“Gosta de Debussy?” Ele perguntou, curioso.

“É o meu favorito.”

“O meu também!” Uma hora dessas eu entraria em combustão instantânea com os sorrisos de Edward.

“Você devia parar com isso, sabia?”

“Parar com o que?”

“Parar de me deslumbrar, isso não é justo.”

“Será que ninguém te disse que a vida não é justa?” Ele disse rindo antes de ficar sério. “Eu deslumbro você?” Ele perguntou, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

“Freqüentemente.” Eu não percebi que já havíamos chegado à casa, nem que todos estavam nos observando com enormes sorrisos no rosto. Só senti seus lábios suaves nos meus, como um sussurro, antes de ficar mais intenso e termos que nos separar.

“Me lembre de agradecer Alice.” Eu sussurrei.

“E não se preocupe com Jasper, ele já me deu o discurso de irmão mais velho no estacionamento.” Ele sorriu para mim e eu soube que tudo no meu mundo estava certo.