My Heart

I know it's hurting you, but it's killing me.


Estava deitada em minha cama, James estava no banheiro. Peguei meu livro favorito "O Monte dos Ventos Uivantes" e comecei a lê-lo de onde parei da última vez.


Distraída, tão concentrada no livro que nem percebi quando James se sentou ao meu lado. Apenas quando colocou sua mão sobre a capa do livro.

Tirei minha atenção do livro para olhá-lo. Ele sorria. Tão doce...


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– Você ama os livros dessa mulher, né?

– Quis dizer este. É o único dela que leio. Não sei, o acho interessante. Espera; como sabe que gosto desse livro?

– O que acha?

– Hayley?

– Não desta vez. Eu o vi ali no criado-mudo e fiquei o vendo quando você estava no banho.

– Subiu aqui?

– Pensei que já tinha saído, mas você demora muito no banho mulher!

– Sou mulher, isso já era de se esperar.


Rimos.


– Que horas são? - perguntei.

– Espere um segundo... - olhou em seu relógio de pulso - 00h46min.

– O quê?! - gritei o assustando. - Tenho que dormir, amanhã tenho trabalho e...

– Ei, calma. Você já está cem por cento, recuperada, para ir trabalhar amanhã?

– Sim.

– Summer...

– Eu estou bem, okay? - cruzei os braços. - Quero descansar.

– Tá. Então vamos dormir.


Coloquei o livro no criado mudo e me deitei. James fez o mesmo, só que ficou distanciado. Um pouco. Se me mexesse me encostei a ele.


– Boa noite, Anne. - ele disse.


Anne. Ele me chamou de como me chamava quando erámos namorados. É meu nome do meio, mas apenas ele me chamava assim. Ele dizia que era só para ele me chamar assim, porque faria isso único. Assim como nosso relacionamento.


– Boa noite, James. - sorri.


...


Mexendo-me muito, acabei indo para o lado onde James estava e advinha?

Bati no vento, ele não estava lá. Na verdade, ele não estava em nenhum canto do quarto. Olhei para o relógio e marcavam quatro e cinquenta e seis da madrugada.


Desci até a cozinha e lá estava ele, olhando para o nada com um copo de água na mão.


– Ei... - sorriu a me ver.

– Sem sono?

– Também. - deu uma golada em sua água .

– Também?

– É que você se mexe muito, eu estava sem sono. Achei melhor descer e tomar um pouco de água.

– Só para você saber, não sou de se mexer muito. É que está calor e... - me interrompeu - Relaxa Anne.

– Me chamou de Anne. - sorri.

– Eu gosto. - sorriu de volta.


Anne era o apelido que ele me dera quando éramos namorados, apenas ele me chamara assim. Ele queria que apenas ele me chamasse assim, para que fosse único.


– Posso? - ele perguntou me tirando dos pensamentos

– Pode o quê?


Ele se aproximou e por pouco não nos beijamos.


– Dizer.

– Dizer?

– Eu...

– Não diga. Faça. - me assuntei da maneira que disse isso.


Então James se aproximou mais e selou nossos lábios. E lá estávamos nós, nos beijando. Como eu queria que isso acontecesse. Era o que eu mais queria naquele momento. Não queria largá-lo, queria estar exatamente ali com ele. Nossas línguas começaram a brincar uma com a outra, foi quando ele aprofundou mais ainda o beijo e desligou suas mãos sobre minha cintura fazendo com que não nos separasse, foi quando coloquei minhas mãos sobre sua nunca entrelaçando meus dedos entre si.

Apenas nos separamos pelo ar que nos faltou.


– Como eu queria que isso acontecesse. - ele disse, juntando sua testa a minha.

– Somos dois. - sorri.

...

Dia seguinte - 09hs17min.

– Tem certeza de que está bem para ir trabalhar hoje?

– Tenho sim. Já estou melhor!

– Tem certeza?

– Quer parar de ficar me perguntando se tenho ou não certeza das coisas? Isso é chato. - ri.

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– Só quero saber se tem certeza do que está fazendo. Por mim, você não iria. Ficava aqui quietinha e deitada como o médico pediu. Em repouso.


Fui até James e parei no meio de suas pernas (isso soa meio estranho) e fitei seus belos olhos azuis e disse:


– Estou bem. Acredita em mim.


Ele desviou seu olhar do meu, soltou um suspiro me olhou mais uma vez e disse:


– Acredito em você.

– Mas?

– Mas qualquer coisa, promete que vai me ligar?

– Prometo. - sorri. - Agora levanta pra eu te dar um abraço.


Ele sorriu se levantou e eu o abracei bem forte.


– O que eu não faço por você. - ele disse me fazendo rir.


Nós nos soltamos, mas ele segurou minha mão.


– Vai para casa agora? - perguntei tentando disfarçar a sensação que ele me causou ao pegar em minha mão.

– Vou indo, mas mais tarde eu passo lá para ver você .


Sorri, ele se aproximou e me beijou de leve. Tudo bem é oficial: Devo estar parecendo um morango.


– Tú está parecendo um morango. - ele riu e saiu do meu quarto.


...



– Vocês se beijaram?! - Hayley gritou.

– Shhh, não grita! - lhe dei um tapa no braço.

– Ai. Enfim, de madrugada? Na cozinha?

– Foi sim.

– Até que enfim, né minha querida! Quando é que você ia beijar aquele lindo do...

– Aquele lindo? - disse Brian aparecendo ao meu lado.

– Ai Brian! Quer me assustar aparecendo do além?! - disse com a mão no peito.

– Me desculpe. Mas então Hayley, quem é o tal cara lindo que estava falando?

– Ahn, eu vou atender aquele casal ali... - disse me retirando de perto deles.

James.


– Então você beijou a Summer... - disse Zacky.

– É. Agora eu não sei o que vai acontecer com a gente.

– Como assim você não sabe?

– Simplesmente não sei. Brian disse para eu tentar voltar com ela, mas acho que está muito cedo para isso.

– Bom, nisso você tem razão... Acho melhor você esperar um tempo para ver o que acontece.

– Acho que é a única saída.


No momento essa era a única saída, nos beijamos. Provavelmente as coisas vão ficar estranhas. Assim como da primeira vez que a beijei. Ficamos estranhos um com o outro durante dias, mas depois tudo voltou ao normal quando disse que agi por impulso. Mas fala sério, teria algo de estranho comigo se não beijasse a Summer. Mas a culpa não é minha, a culpa é dos pais dela que fizeram ela tão bem. Tá; é melhor eu calar minha boca aqui.


Summer.


Estava em tempo livre, então decidi ir tomar um ar.

Fui até uma pracinha que tinha ali perto e me sentei em um banco que ficava atrás de uma árvore. Ótimo, aí não precisaria me esconder do sol. Eu odeio quando está muito calor e você precisa tomar uns trinta banhos, gasta muita água! Sou bem mais o frio. Além do mais, quando está frio não precisamos tomar trinta banhos no mesmo dia.


Observava tudo e todos, pareciam tão felizes. Um casal, em especial. Eles me lembravam de eu e James quando começamos a ter um relacionamento a mais que uma amizade.

Éramos praticamente June e Johnny Cash, sempre juntos. Era tudo tão fácil. Nada entre nós era rotulado e tal. Sinto falta daqueles tempos. Sinto falta dele. Eu sei, eu sei... Ele me beijou, mas não queria que parasse por ali.

Não queria que ficasse só naquele beijo. Eu queria mais.


– Summer. - essa voz era familiar.


Tirei minha atenção do casal cute-cute e vi Zacky sorrindo como um bobo alegre para mim.


– Ei Zee. - sorri para ele. - Sente aqui...

– Como você tá? - disse se sentando ao meu lado.

– Ahn, bem. E você?

– Bem.

– Soube que você e Gena terminaram...

– Tem um tempinho já...

– Sinto muito. - sorri fraco.

– Não sinta. Não era pra ser ela.

– E você diz isso na maior calma?!

– Fazer o quê? Como eu disse, não era pra ser ela. Tá, eu ainda gosto dela. Pra caralho por sinal, mas não era pra ser. Não vou ficar sofrendo por alguém que não sofreria do mesmo jeito por mim.


Tenho que admitir que isso que Zacky disse é verdade. Quantas vezes já quebrei a cara sofrendo por alguém que não sofreria por mim? É realmente perda de tempo. Por isso resolvi parar com isso, no tanto que acabei me tornando essa pessoa que sou agora. Que não gosta de rotular nada. E isso não é bom, isso é um problema. Tanto que eu e James não estávamos mais juntos. Por esse meu maldito problema!


– Isso é verdade.


Sorriu.


– E você e Rev?

– O que tem nós?

– Soube que ele te beijou.

– Mas ele não consegue ficar quieto mesmo! - ri, o fazendo rir também.

– Ele ainda gosta de você, Summer...


Parei de rir e no mesmo instante olhei praticamente assustada para Zacky.


– Quem gosta de mim?!


– Como assim quem gosta de você?!


Soltei um longo suspiro e disse:


– Não gosta não.

– Tem razão. Ele não gosta de você, Summer. Rev ama você. - sorriu. - Apenas você não percebe isso.


Na verdade, eu sabia disso. Mas achava que conforme o tempo passasse e o tempo que ficamos separados; o fizesse esquecer-se desse amor por mim. Bem, eu estava errada.


– Tudo bem. Vou fingir que acredito que James ainda me ama.


Zacky me olhou confuso. Acho que ele não sabia...


– Como assim "ainda”? - ele abriu aspas para a palavra.


Parabéns para mim e minha boca grande!


– Ahn, não é nada.

– Summer, sabe que pode confiar em mim.


O olhei por alguns segundos, suspirei mais uma vez e comecei a contar á Zacky tudo o que aconteceu desde o dia em que fui embora e abandonei James.


Quando terminei. Zacky ficou me olhando por um bom tempo e depois disse:


– Então foi por isso que Rev ficou todo depressivo... - bom, parecia que ele estava falando mais com ele mesmo do que comigo.


Tudo bem, eu não sabia dessa parte de depressão do Rev.


– Como assim, ele ficou todo depressivo?

– Não deveria ter dito isso.

– Mas disse agora me conta direito essa história.


Zacky suspirou e então começou a me contar o que aconteceu com Rev quando nós estávamos separados.


Quando ele acabou, tive que colocar minha mão na boca. Ficara chocada com que ele me dissera. James quase morreu e tudo isso por minha culpa. Eu não iria conseguir conviver com isso.


– Overdose?

– Pode se dizer que sim... Não devia te contar isso, ficou pálida como papel.

– Devia sim. Fez bem em me contar, tenho que conversar com ele...

– Não! - ele quase gritou.

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– E por que não?

– Ele vai saber que fui eu que te contei.

– Os outros não sabem?

– Sabem. Mas... Ahn - ele se enrolou todo - Não conta. Pelo menos não agora.


Suspirei e disse:


– Por enquanto. Mas assim que eu conseguir uma oportunidade, eu e ele vamos conversar sobre isso. Uma hora ou outra.

– Obrigado por não contar.

– Por enquanto. - completei.

– É. Por enquanto, mas mesmo assim obrigado. - sorriu.

– Tudo bem.

– Bom; tá na minha hora. Tchau Summer.

– Tchau Zee.


Nós nos levantamos, nos abraçamos e cada um foi para o seu canto. Eu voltei para meu trabalho e Zacky... Nhã, ele foi para algum lugar vadiar que eu sei!


...


Já em casa, pensei em chamar James para vir até aqui. Mas depois achei melhor não. Eu poderia não me controlar e começar a brigar com ele por ele quase ter se matado por minha causa. Então Zacky se ferraria. Por isso é melhor eu ficar com minha boquinha calada e fingir que não sei de nada. Por enquanto...


Dias depois.

E lá estava eu, trabalhando normalmente. Até ele aparecer, no começo não dei muita atenção e continuei trabalhando; mas ele foi se aproximando de mim e aí não teve como ignorá-lo.


– Oi. - ele disse.

– Oi. - me dirigi até a mesa quinze.

– Pode falar?

– Se não vê, estou trabalhando agora.


Ele ficou quieto por um tempo, mas logo em seguida disse:


– Você tá estranha.


Olhei para ele e depois me dirigi a mulher da mesa a qual estava atendendo e disse à ela :


– Com licença.


Ela assentiu que sim e levei James para fora do lugar. Assim que saímos disse:


– Posso saber por que estou estranha?

– Sei lá. Você apenas está estranha...

– James, isso não significa nada.

– Significa sim! Por que não tem falado comigo nos últimos dias?


Olhei para ele. Queria mentir, e dizer que era falta de tempo, que o trabalho me tomara todo o tempo. Mas não conseguia, simplesmente não conseguia mentir para ele. Era impossível.


– Eu queria ficar um pouco sozinha.


Tudo bem , isso não era mentira.



– Traduzindo: Queria ficar longe de você.

– Não é isso! - quase gritei.

– Então é o quê?

– Eu só... Só... Queria pensar em algumas coisas que tem me acontecido nos últimos dias.

– E isso incluiu, nós dois?


Soltei um longo suspiro e disse:


– Sim. Tem haver com nós dois.


– E isso é bom ou ruim?

– James, facilita.

– Apenas perguntei. - deu de ombros.


Lancei um olhar severo e ele disse:


– Tudo bem. Então, como está indo?

– O quê?

– O que tem pensando sobre nós dois?


Iria contar a ele. Não o que Zacky me disse naquele dia na praça. Mas o que queria dizer desde que nos beijamos e fiquei um pouco balançada com isso. Iria me afastar dele. Outra vez.

Iria me machucar, eu sei. Mas precisava me afastar para saber o que estou sentindo. Queria saber se esse meu sentimento por James é verdadeiro.

Mesmo que nós dois tenhamos tido uma história no passado. Precisava tirar mais uma prova de que é a James que meu coração bate. Precisava saber se isso era real.


– James, nós... Precisamos nos afastar. - disse por fim, tentando parecer o mais forte possível. Mesmo que isso estivesse me machucando por dentro.

No mesmo instante, James ficou pálido. E então, com sua voz fraca que quase não saía, disse:


– O que disse?


Não me faça repetir. Pensei comigo mesma.


– Precisamos nos afastar. Eu preciso de um tempo para mim, eu preciso tomar um ar. Isso tudo está me sufocando.

– Eu estou te sufocando?!

– James, me desculpe. Mas tem de ser assim. Nós dois nunca deveria ter existido. Nunca tínhamos que ter nos aprofundado nesse relacionamento antes. Era para tudo ser como era antes e nós estragamos tudo nos relacionando.

– Summer, não faz isso comigo. Não de novo. - uma lágrima escorreu pelo seu rosto pálido. Isso realmente cortou meu coração em pedaços.


Precisava ser forte. Então, respirei fundo e disse:


– Eu vou viajar. Vou para Iowa e nem tente ir atrás de mim, eu volto assim que sentir que tomei minha decisão. Volto assim que tiver certeza do que é melhor para mim.

– E eu não sou o melhor para você?


Droga! Isso estava me machucando, eu estava o machucando. Será que eu não consigo me aproximar de uma pessoa sem que a machuque? Deus, isso é uma maldição!


– Tenho que ir. - disse indo embora.


Mas ele me segurou pelo pulso, me fazendo parar. Olhei para ele, ele chorava.


– Não faz isso comigo. Não faz isso com nós, Anne.


Desviei meu olhar do dele e disse:


– Tenho que ir, James.


Soltei-me e de sua mão e fui embora. O deixando, outra vez.


So far away, I'm gone. Please don't follow me tonight.
And while I'm gone, everything will be alright.