My Girl

Capítulo 32


As palavras de Peeta ainda ecoavam em minha cabeça. O jeito que ele falou simplesmente acabou comigo.
Em que momento eu virei uma geocêntrica ridícula? Sinto mais vontade de chorar e logo as lágrimas escorrem por meu rosto
sinto uma pontada no pé da barista, cólica. Toco meus seios, eles estava inchados e doloridos. Ótimo, estou de TPM. Nesse dias eu fico extremamente sensível
Sem motivo algum começava a chorar, independente do que estava fazendo e depois ficava muito irritada se alguém até respirasse do meu lado. Talvez tenha sido por isso que falei com Peeta daquele jeito.

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Não! - aponta meu subconsciente - Você não pode por a culpa de suas babaquices na TPM. Assuma seus erros, idiota.

É, eu consigo ser bem dura comigo mesma quando eu quero.

Mas de qualquer forma precisava falar com Peeta, pedir desculpas. Estava muito arrependida e me sentia um lixo. Aproveito que o sinal já esta para tocar e vou atrás dele. Seco minhas lágrimas, estou mal mas não quero que ele saiba que eu estava chorando.
Ando pelos corredores com cautela, não queria encontrar Cato. Eu não teria forças para falar com ele no momento.
Viro em um corredor mas logo volto para onde estava. Peeta conversava com Cato, gesticulava bastante e Cato tinha o cenho levemente franzido. Meu coração acelera, será que ele estava contando que eu fui para sua casa depois de tudo? Observo por mais um ou dois minutos; até que Cato vem andando furioso na minha direção. Ando o mais rápido possível mas quando vejo que ele já estava me alcançando viro para o armário em minha frente e olho para meus pés. Pela visão periférica consigo vê-lo seguir direto pelo corredor, passando sem me notar. Suspiro aliviada e encosto a parte de trás da cabeça no armário, mas uma parte de mim ainda teme, porque ele não me viu mas pode estar a minha procura para tirar satisfações. Dou graças a Deus por não ter nenhuma aula com ele hoje e quando pego meu celular para olhar a hora de novo fico nervosa novamente, era sexta-feira, eu viajaria hoje e ainda não pedi para Cato ir comigo.

— Merda - falo passando a mão por meus cabelos. O sinal toca e eu sigo para a sala, tentando ficar calma.

***

Gale me deixa em frente ao "águas turbulentas". Blair havia trocado a aula de ontem para hoje pois iriam usar a sala para alguma coisa, por isso estou aqui. Saio do carro e o olho

— Você vai poder me buscar dessa vez?

— Não, tenho que ir trabalhar e o pai também. Você terá que ir andando.

Bufo e ele se desculpa antes de sair com o carro.

Ando relutantemente mesmo sabendo que estou atrasada e quando entro na sala, Peeta está prestes a cantar

You hit me up
It's late at night
This is the same old story
Your friends should take your phone away

(Você me liga
É tarde da noite
Esta é a mesma velha história
Seus amigos deveriam pegar seu telefone)

I always give in when you tell me lies to reassure me
I always make the same mistakes

(Eu sempre cedo quando você me diz mentiras para me tranquilizar
Eu sempre cometo os mesmos erros)

Ooh, you give me a little taste
Love me in then you take it from me
Oh, I hate that, I love it
'Cause you're driving me crazy

(Ooh, você me dá um pouco de sabor
Me ama e depois leva isso de mim
Oh, eu odeio isso, eu adoro isso
Porque você está me deixando louco)

First you say you love me then you say you don’t
I wake up in the mornin' and I'm all alone
Tell me that you with it then you say you won't
Can you make your mind?
Oh please, I'm losin' my patience

(Primeiro você diz que me ama, então você diz que não
Eu acordo de manhã e eu estou sozinho
Me diz que você está com ele, então você diz que não está
Você pode se decidir?
Oh, por favor, eu estou perdendo a paciência)

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I'm in your room, it's just us two
I feel you getting closer
You rest your head upon my chest
Deep down I know that this should be
The last time I'm come over
You always lift me such a mess

(Eu estou em seu quarto, é só nós dois
Eu sinto você se aproximando
Você descansa a cabeça no meu peito
No fundo eu sei que deveria ser
A última vez que eu venho
Você sempre me deixa uma bagunça)

And you gotta stop, if you know
So I can start letting go
Cause it's drivin' me crazy
Yeah, you keep drivin' me crazy

(E você tem que parar, se você sabe
Para que eu possa começar a deixar ir
Porque está me deixando louco
Sim, você continua me deixando louco)

When you say you love me then you say you don’t
I wake up in the mornin' and I'm all alone
Tell me that you with it then you say you won't
Yeah, you're driving me crazy

(Primeiro você diz que me ama, então você diz que não
Eu acordo de manhã e eu estou sozinho
Me diz que você está com ele, então você diz que não está
Sim, você está me deixando louco)

Can you make your mind?
Oh please, I'm losin' my patience

(Você pode se decidir?
oh, por favor, eu estou perdendo a paciência)

Desde que Peeta havia começado a cantar eu estava parada na porta.
Ao ouvir sua voz melodiosa e a força de suas palavras não consegui fazer mais nada, eu não conseguiria permanecer na sala depois disso. Quando Peeta está prestes a olhar em minha direção eu saio e entro no primeiro banheiro que encontro. Como haviam algumas pessoas lá, entro na cabine e sento no vaso com a tampa para baixo.
Logo as lágrimas começam a rolar por meu rosto. Droga! por que eu tinha que estar tão sensível logo hoje? E por que Peeta tinha que mexer tanto comigo?
Querendo ou não ele sempre estava em minha cabeça e eu criei um carinho muito grande por ele nos últimos dois meses.
E sempre tento me convencer de que eu não gosto dele, isso seria errado, ele é meu amigo e está com outra garota agora. Como ele acabou de dizer na música, eu só iria bagunçar mais a sua vida.
Lembro-me de suas palavras mais cedo

"Só porque eu tive uma pequena queda a meses atrás por você, você acha que pode falar assim comigo[...]"

pequena queda
a meses atrás

As palavras ecoam em minha cabeça. Ele não gostava mais de mim; na verdade nunca gostou, foi só uma pequena queda. A afirmação mexe com a minha cabeça.
Que droga, Peeta! Eu não posso gostar de você, não posso.

Tento me recompor e saio da cabine, jogo uma água no rosto. Precisava ir para casa, minha cabeça e estava explodindo
Depois de uma caminhada de uns 20 minutos no sol eu me sinto enjoada e cansada.
A casa estava vazia então decidi chamar Cash, deduzo que Annie deveria estar com Finnick, já que ambos irão viajar.
Tomo um banho e tento não pensar em Peeta em nenhum momento, mas não imaginei que seria tão difícil
Mais tarde Cashmere chega - quase ao mesmo tempo que minha família - e eu decido contar tudo para ela. Sei que ela iria surtar quando soubesse já que torce tanto para que eu e ele ficássemos juntos. Porém sua reação me surpreende, ela ouviu atenciosamente cada palavra minha sem dar um pio - o que já era estranho
Quando termino de falar ela passa alguns segundos me olhando e então vai lentamente arregalando os olhos.

— Você gosta dele! - diz abrindo um grande sorriso. - Jesus! eu sempre soube!

Jogo minha cabeça para trás suspirando alto

— Não, não gosto. Eu gosto de Cato

— Ah pelo amor de Deus Katniss, está estampado na sua cara. O que você disse a Peeta foi muito errado e o fato de você deixar Cato de lado para pedir desculpas a ele prova que você sente algo por ele. - A olho analisando o que acabou de falar. - E é melhor você acabar logo com esse namoro antes de ferir Cato e Peeta perder definitivamente a paciência.

— Eu estou tão confusa - Cash deita-se ao meu lado e entrelaça os nossos dedos

— Eu sei meu amor.

Me contorço quando lembro da viagem de hoje a noite. Ainda não chamei Cato.

— A viagem - digo - Não posso perder a oportunidade de esfregar que tenho um namorado na cara da minha família. Tenho que ligar para ele

— Você só quer levá-lo como um troféu ou realmente quer a companhia dele lá com você?

— Não me faça responder a isso agora - digo levantando-me e indo buscar meu celular na cômoda.

— Ah Deus! isso está indo pelo caminho errado.

— Shh - abano minha mão em sua direção.

Após três toques ele atende

— Ah meu Deus você me deixou preocupado

— Me desculpe

— Por que você não foi à escola hoje?— diz e consigo sentir a preocupação em sua voz

— Eu estava passando um pouco mal e decidi ficar em casa. - Ok. Primeira mentira, isso era errado

Olha para Cash que balançava a cabeça negativa

— Você quer que eu vá aí?— Ouço um barulho no fundo da ligação e me pergunto onde ele estava

— Não, já estou bem melhor

— Não, sério eu posso sair agora mesmo para ir te ver— suas palavras me deixam com o coração mais apertado ainda.

— Não precisa, sério - tento parecer o mais tranquila possível. - Onde você está? - Questiono estranhando o barulho

Em casa, minha mãe está arrumando nossas malas. Espere um segundo— ele vai para um lugar mais silencioso - Você sabe que ela consegue ser bem neurótica quando quer.— Mordo meu lábio

— Vocês irão viajar?

— Sim, vamos passar o fim de semana em Bali— Diz empolgado

— Bali? Tipo na Indonésia?- Tento não passar minha aflição para minha voz enquanto falo.

— Sim— posso sentir que está sorrindo— Vai ser ótimo. Estou bem ansioso

Penso e repenso 20 vezes antes de decidir se o chamo ou não. Ele estava tão empolgado para ir e Peeta vai estar lá. Não queria que o clima ficasse estranho.

— Ainda está aí?— Questiona

— Sim. Eu liguei pra avisar que irei viajar hoje a noite, é casamento da minha prima.

— Ah isso é legal. É uma pena que não possamos passar esses dias juntos

— É, uma pena - Nesse momento já mordia meu dedo; impaciente.

— Sobre o que aconteceu na outra noite eu...— não o deixou terminar e o corto

— Está tudo bem, não precisamos falar sobre isso agora. Eu preciso desligar está bem? Boa viagem.

— Claro. Depois nós conversamos.

Desligo e viro-me para Cash que me olhava com o cenho levemente franzido.

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— Bali, han? Parece que serão só você e Peeta.

— E o resto de minha família.

Ouço três batidas na porta e digo para a pessoa entrar. Era meu pai.

— Olha querida, Cash - ele acena levemente para ela que faz o mesmo - O jantar está pronto. Vamos comer mais cedo para podermos viajar.

***

Todos comiam calados a lasanha que meu pai havia feito. Até que o celular de minha mãe toca, quebrando o silêncio. Ela sai e alguns minutos mais tarde volta um pouco nervosa.

— Charlie, não consegui tirar minha folga amanhã e irei trabalhar até tarde. Aconteceu um acidente com o médico que iria ficar em meu lugar é eu terei de ir

— Ah Sério? - diz - Acho que teremos que viajar apenas domingo de manhã. Eu também tenho meu livro para terminar e não estava afim de fazer isso lá, para suas irmãs dizerem que não é trabalho de verdade.

— Então nós vamos apenas no domingo? - Questiono e meus irmãos a olham

— Eu acho que vocês podem ir hoje e domingo nós dois vamos. - Diz ela me surpreendendo.

— Tem certeza? Não acho uma boa ideia, é uma viajem bem longa e já é de noite

— Gale já é responsável e o hotel que iríamos ficar já está reservado. Podem ir contanto que apenas ele dirija.

— Está bem - Diz Gale

Meu pai balança a cabeça porém não diz nada.
Lembro-me que verei Peeta e meu estômago gira.

***

Desço com minha única mala que só estava um pouco pesada.
Quando chego na calçada meu queixo cai

— Ah meu Deus - Olho irritada para os dois irmãos mais idiotas do mundo - O que diabo é isso?

O carro estava lotado de malas e alguns instrumentos.

— Ah foi mal Kat mas nossas coisas ocuparam um espacinho no carro - diz Finn empurrando uma bolsa para o banco traseiro, porém estava cheio demais. Ele tenta o porta-malas e também não há espaço lá - Que droga Gale! Não cabe mais nada aqui dentro.

— O que são todos esses instrumentos? - Digo irritada jogando minha mala no chão

— Nós iremos cantar na festa - Diz Finnick empolgado

— E a Daphne sabe disso? - Questiono com a mão na cintura

— Não, vai ser surpresa e nós iremos chamar o noivo para participar na hora.

— Tá mas onde eu me encaixo nisso tudo?

Ele para e analisa como se não lembrasse que eu iria junto.
Poucos segundos depois, Peeta estaciona seu carro em frente à minha casa.

— Foi mal, estou um pouco atrasado. - Ele sai do carro e Finnick põe as mãos em seu rosto

— Você chegou na hora perfeita. Ainda bem que você trouxe o carro maior, o de sua mãe.

Finnick começa a pegar mais duas malas e coloca no porta-malas de Peeta. Ele pega a minha e coloca lá também.

— Você pode ir com ele, Kat. - Sugere Gale e eu olho para Peeta que me encarava com uma cara não muito feliz.

— É - digo relutantemente.

— Está tudo aqui?

— Está - nós entramos e nos despedimos de nossos pai

Depois de vários conselhos e a frase "tome cuidado" ser repetida várias vezes eles fazem menção de nos levar até a porta mas Finnick não deixa. Eles não poderiam saber que eu iria com Peeta.

— Acho melhor vocês ficarem aqui antes que o papai comece a chorar nos pedindo para ficar

— Apenas faça uma boa viajem ok? Tomem cuidado.

Quando estamos entrando nos carros, Cato aparece de moto

— Katniss! Espere. - Franzo o cenho enquanto caminho em sua direção

— O que você está fazendo aqui?

— Não podia a deixar ir embora sem te ver antes. - Nós nos abraçamos e eu sorrio.

— Katniss vamos logo! - Grita Finnick, impaciente.

— É melhor você ir antes que escureça totalmente. - Ele me dá um selinho e me deseja uma boa viagem.

Quando o carro da partida Cato começa a gritar

— Kat, eu...- Nao consigo ouvir pois Peeta buzina

— O que? - Grito de volta, como carro em movimento

— Eu te... - Peeta buzina outra vez e eu o olho feio

— Da pra parar?

— Eu disse que te amo - Ele grita a todo fôlego pois o carro já estava longe. Reteso na hora e não consigo dizer mais nada até que o perco de vista.

— Ah merda! - é a única coisa que consigo falar no momento.