My Friend, My Love

Meu Amigo


Pisquei algumas vezes bem forte para compreender se eu estava realmente enxergando bem. O Eduardo estava ali, do meu lado! De repente meu corpo tremeu e se encheu de vontade e desejo de abraçá-lo ali mesmo e derrubá-lo na areia gelada, mas eu me contentei e me segurei.

Ele ainda estava sorrindo para mim. Talvez não fosse para mim, mas para me agradar. Eu devolvi o sorriso, mas, ao contrário dele, com muita vontade. Eu estava muito feliz por vê-lo ali do meu lado.

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Então pude ver seus olhos brilhando com os últimos raios do sol e sorri mais ainda. Ele ficou sem graça e desviou o olhar para o mar mordendo o lábio inferior. Eu queria falar tanta coisa, mas não sei se ele iria entender nada do que eu dissesse. Tive vontade de beijá-lo também! Agora era eu quem queria, mas ele não tinha esse desejo como antes.

— Eduardo? – o chamei e ele me olhou sorrindo sem graça.

— Ainda não me acostumei com esse nome.

Senti uma pontada no peito e fiquei tensa. A memória dele não tinha mesmo voltado.

— Ninguém me obrigou a vir aqui; vim por mim mesmo. Clara perguntou para sua mãe onde você estava e me trouxe. – o loiro sorriu sem jeito mais uma vez – Perdoe-me. Não consigo chamá-la de mãe.

Assenti tristonha e Eduardo fez uma cara desanimada. Os poucos raios do sol dançaram em sua pele e ele ficou mais lindo ainda.

— Mas você me procurou por quê? – perguntei quando tive coragem.

Ele não respondeu de primeira. Meu coração começou a pular. Os batimentos cardíacos eram rápidos e descompassados. Depois de soltar um longo suspiro, ele começou a falar e as frases saíam de sua boca como uma enxurrada de palavras.

— Porque eu precisava saber quem era você, a garota que está em meus sonhos todas as noites, que foge de mim e não me deixa chegar perto. – fez uma curta pausa e continuou – Depois que você apareceu no hospital não parei de sonhar contigo. E isso já faz um mês!

Estava boquiaberta. Minha testa orvalhou e eu tive que piscar algumas vezes para entender o que realmente ele estava falando. Como assim ele tem sonhado comigo depois que fui ao hospital? Não podia ser possível! Ele ao menos me conhecia!

Tentei pronunciar algumas palavras, mas ele me interrompeu.

— Eu sonhei com você antes mesmo de acordar e me contarem que eu havia perdido a memória. – confessou.

Meu coração quase parou de bater.

— Como… como era o sonho?

— Está meio vago.

— Conte-me mais ou menos. – pedi com lágrimas nos olhos.

O dono dos olhos verdes abaixou a cabeça e fitou a areia branca.

— Estava chovendo e você sorria pra mim. Não consigo esquecer aquela cena, mesmo tendo sido somente um sonho. Sua fisionomia era perfeita como agora. Você estava tão feliz e linda! – corei quando ele disse aquilo – Depois corremos para um lugar que, no início, não consegui identificar aonde era, mas havia balanços. Então seu humor mudou de uma hora para outra. Ficou triste e parecia querer chorar. Retirei uma mecha molhada de cabelo do seu rosto e você sorriu tímida. Podíamos sentir nossos corações batendo ofegantes. Eles martelavam nossas costelas e queriam sair por nossas bocas. Eu tentei te beijar, mas você recuou. – seu olhar penetrou no meu – Não consigo entender nada, Marcela.

— Eu sei. – minha voz falhou quando saiu.

— Você não tem idéia de como quero lembrar de tudo! – vi uma lágrima rolar pela sua face lúgubre.

— Não chore, Edu… Eduardo.

Ele enxugou a gota e sorriu tristonho para mim.

— Clara vive me dizendo que você é maravilhosa, que eu ia adorar ser seu amigo. Eu queria ser.

Então eu comecei a chorar. Era um choro discreto, mas doloroso. Ele percebeu e deixou outra lágrima cair. Desta vez eu a enxuguei.

— Nós somos amigos! Amigos de muito tempo!

Eu fiquei de joelhos na areia. O sol estava quase sumindo no horizonte. Depois eu me levantei. O loiro fez o mesmo e pegou em minhas mãos. As colocou em seu rosto e sorriu graciosamente.

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— Obrigado.

— Mas eu não fiz nada. – eu disse assustada por ele ter dito aquilo.

— Obrigado por ser a minha amiga.

E então eu sorri também. O loiro, em um ato repentino, me abraçou. Foi um abraço tão forte que eu não quis soltar nunca mais. Tê-lo em meus braços era tudo o que eu queria! Mas tudo na vida tem que acabar.

Edu sorriu pra mim uma última vez e foi embora. Eu não o vi entrar no carro. Tinha meus olhos fixos no sol que se punha.

O incrível era que a gente sempre tinha nossos momentos aos crepúsculos.

Observei as ondas que iam e vinham.

“Estava chovendo e você sorria pra mim. Não consigo esquecer aquela cena, mesmo tendo sido somente um sonho. Sua fisionomia era perfeita como agora. Você estava tão feliz e linda! Depois corremos para um lugar que, no início, não consegui identificar aonde era, mas havia balanços. Então seu humor mudou de uma hora para outra. Ficou triste e parecia querer chorar. Retirei uma mecha molhada de cabelo do seu rosto e você sorriu tímida. Podíamos sentir nossos corações batendo ofegantes. Eles martelavam nossas costelas e queriam sair por nossas bocas. Eu tentei te beijar, mas você recuou”.

Eu sorri com a última coisa que ele falou, relembrando das tantas e tantas vezes que o loiro tentou arrancar beijos de mim e eu sempre fugia.

Então, só depois, fui reparar no que ele tinha me dito. Em seu sonho estávamos em um lugar que possuía balanços. Esse lugar era o parquinho. O parquinho do nosso bairro e a gente vivia indo lá quando crianças. A última vez que fomos foi o último dia do Eduardo na cidade.

Logo comecei a chorar quando vi que o sonho dele não era um sonho e sim uma lembrança.

Fim do 26º capítulo.

Oiii amores! Espero de coração quem tenham gostado! Quero comentários, viu? :D O próximo capítulo é o úuuultimo! *-*

Beeeeeijos