Capítulo 37

Ariel '

O circulo a minha volta me prendia, o chão estava estava sujo com meu sangue.

Eleazar me prendeu, e então como se não fosse o suficiente, me atacou com uma adaga.

—Pare de se lamentar, Ariel –Maggie estava sentada na poltrona, me assistindo sangrar- tudo ficará bem, você se tornará algo melhor.

—Eu confiei em você, chorei por você, vinguei sua morte – disse, me recusando a chorar pela dor que sentia- para você me apunhalar pelas costas.

—Seu pai sabe o que faz- ela disse enigmática.

—Suponho que você não esteja falando de Elijah- sorri amarga.

—Elijah nunca foi seu pai, ele nunca seria capaz de te ferir -aos poucos, a vertigem ia mentando - esse foi o maior erro dele. Eu fiz o que foi necessário, mesmo não gostando. E ao contrario dele, soube muito bem como disciplinar meu sentimentos.

—Do que você esta falando?- minha mente estava indo cada vez mais devagar.

—Ele te ama – ela disse simples- esse é o problema, amor só complica as coisas.

—É natural um pai amar sua filha – grunhi, a dor aumentava quando eu falava- pensei que você seria uma mãe pra mim, mas você não foi nada disso, agora eu sei a verdade.

—Você é como sua mãe, fraca -ele disse irritada - ela nem conseguiu resistir ao parto. E quanto a Elijah, não se engane querida, não tem nada de natural no tipo de amor que ele sente por você.

—O que você quer dizer?

—Bem, ele já deve estar morto a essa altura – suas palavras causaram uma pontada no meu peito- então não vejo problema em dizer. No começo sim, eu assisti o carinho paternal se tornar algo forte entre vocês, e então não era apenas isso. Um amor assim é perigo, até mesmo fatal. Foi por isso que ele lutou com tanta veemência contra tudo.

—Ele me ama- sorri- é bom saber disso, embora você esteja meio atrasada.

—Pelo modo como te criei você deveria ser mais confiante, Ariel -ela disse, balançando a cabeça em negação- mas esperta, mas leal.

—Lealdade, quem é você pra falas nisso?

—Fui leal ao seu pai desde o começo, mesmo quando Elijah tirou a vida dele, eu continuei leal. Foi preciso toda minha lealdade para seguir esse plano, me certificando que a profecia se realizasse.

—O que acontece agora? O que ele vai fazer comigo?

—Você precisa morrer, para então renascer -ela sorriu - a magia negra de Eleazar fará o resto.

—Tem bruxas nessa cidade, vampiros, alguém vai fazer alguma coisa.

—Os vampiros dessa cidade estão ligados a Marcel, cortesia de Eleazar - sua voz demonstrava toda a admiração que ela sentia por aquele homem- e agora eu o coloquei pra dormir, minha eterna fonte de poder.Os que não jurarem lealdade ao seu pai, sejam o que for, estarão mortos até o fim do dia.

—Fantástico, você pensaram em tudo – estava cada vez mais difícil de manter os olhos abertos.

—Tivemos muito tempo pra isso. Eleazar não poderia voltar sem, nem que fosse um mínimo, sacrifício de sangue. Você nos ajudou nisso, sou grata a você.

—E você retribui me assistindo morrer, isso tocante – ironizei, usando toda a minha força.

—Nos vemos depois, Ariel.

O tempo parecia não passar. Será que era assim que eu morreria, presa, manipulada, desmaiada na poça do meu próprio sangue?

Eu não queria morrer, pelo menos não sozinha, não sem saber se Elijah estava vivo.

—Você esta péssima, bruxinha – não precisa olhar pra saber que ele sorria.

—Se você não fosse tão teimosa, e quem sabe bebesse mais Bourbon...

—Disso você não pode me culpar Mia, bebi tudo que tinha que beber- sorri.

—Você esta muito encrencada Ariel- Luke disse.

—Eu sei, estou feliz que vocês estejam aqui, é assustador a ideia de morrer sozinha.

—Você não vai morrer – Mia riu – ainda não.

—É mesmo? Então porque vocês estão aqui?

—Pra te manter acordada- Luke sorriu, se sentando ao meu lado, colocando minha cabeça no seu colo.

—Eu sinto muito, não queria que você tivesse morrido- Mia segurou minha mão- nenhum de vocês, me desculpem. Vou encontrar uma maneira de trazer vocês de volta.

—Não se preocupe com isso, não foi sua culpa- Luke disse, seu tom era sincero- mas você precisa fazer diferente.

—Parar de ser idiota- sorri, Mia sempre era direta, não importava a situação.

—Eu vou- prometi- eu amo vocês.

—Nós também te amamos- Luke sorriu- agora abra os olhos, e assista sua família lutar por você.