-Ótimo Nick, você é um babaca. - eu murmurei para mim mesmo. - Ela jamais vai te querer de volta.

Senti um toque em meu ombro e quando virei vi o homem que ficava na recepção no período da noite:

-Noite difícil, hein amigo? - ele perguntou, mais como ironia.

-Você acha? - eu respondi com ironia também. - Sabe o que posso fazer para ela me desculpar?

-É você quem sabe, ela parecia realmente furiosa e desapontada.

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O cara se chamava Peter, mas todos o chamavam de Sr Walker e devia ter uns quarenta, ou no máximo cinqüenta anos. Ele me parecia um cara legal:

-Ela amava você, filho. - ele continuou, dando tapinhas em meu ombro e com uma expressão desapontada.

-Eu amo ela também, Sr Walker.

-Bom, você tem um jeito muito estranho para demonstrar isso. Os jovens de hoje... - ele fez o último comentário para si mesmo. - Nicholas, - ele prosseguiu. - você acha que só porque ela te ama vai te seguir o resto da vida, independentemente do que você faça. Mas você está errado, existem milhares de caras que poderão dar todo o amor que ela quiser, sem fazer o que você está fazendo. A Sophie é bonita e divertida, você tem que aprender a dar mais valor a ela, antes que a perca.

-Mas Sr Walker, acho que depois do que fiz não tem mais como voltar atrás.

-Eu não sei. Ela perdeu a confiança em você e vai demorar a recuperar. Nicholas, você vai ter que tentar muito se quiser Sophie de volta. Comece se desculpando, me parece a melhor opção. Mas é você que sabe.

-Obrigado Sr Walker. - eu agradeci abraçando ele. - Acho que meu pai não teria ajudado como o senhor está fazendo.

-Seu pai te ama. Ele só acha que é ele quem sabe o que é melhor para você. Ele não sabe que você está pronto para fazer as próprias escolhas, talvez porque não tenha demonstrado isso.

-Como o senhor sabe sobre o meu pai?

-Não se esqueça garoto, que eu sou pai também. Agora vá e reconquiste sua garota. – ele disse voltando para a recepção.

-Obrigado mais uma vez. – eu disse indo para o corredor.

-Disponha.

Eu corri até o quarto de Sophie e bati insistentemente na porta. Eu estava com medo de ser rejeitado por ela, mas ela estava em seu direito, e eu tinha que estar preparado para isso. Meu coração acelerou quando ouvi os passos dela em direção a porta. Ela abriu a porta e ao me ver fez uma expressão de desapontamento:

-Ah, olá Nicholas. – ela disse friamente. – Veio aqui para continuar a se gabar, porque se for para isso esqueça. – ela ia fechar a porta, mas eu me coloquei de forma que ele não conseguia fechar.

-Sophie, espere. Eu quero falar com você. – eu pedi a ela tentando convencê-la.

-Entre.

Sentei-me na cama e vi sua mala arrumada. Não era possível. Ela não podia ir embora:

-Você… - eu nem tive coragem de terminar a frase. Mas ela havia entendido.

-É, eu vou embora. Não tem necessidade de eu continuar aqui se nós não temos mais nada. – ela falava de uma maneira séria, como eu nunca havia visto Sophie.

-Eu queria falar sobre isso com você.

-Fale.

-Sophie, eu sinto muito. Você não faz idéia de quanto nossa separação está me machucando.

-Ah, sério Nick? – sua voz era doce. Mas mudou rapidamente para um tom raivoso. – Acho que você devia ter pensado nisso antes de sair com aquela garota.

-Me desculpe Sophie, mas eu ainda estou confuso em relação ao que eu sinto por você. Quero dizer, é algo que eu nunca senti antes e eu não sei como lidar com isso.

-Nicholas, uma parte de mim quer dar outra chance para você. Mas outra parte acha completamente errado. E eu não quero me render tão facilmente assim. Eu não estou pronta para lidar com tanta insegurança da sua parte.

-Mas Sophie, me dê apenas uma chance. Eu sei que errei.

-Não se culpe tanto assim. Nós dois fomos culpados por essa separação idiota.

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-Não. Eu não devia ter duvidado de você. Sophie, eu te amo. Por que você não consegue entender isso? – eu levantei e segurei sua mão levemente.

-Eu não consigo entender que você me ama porque você não demonstra isso. – lágrimas caíam de seus olhos verdes e eu me sentia cada vez mais culpado. – Eu quero voltar tudo como estava antes. Mas eu não posso. Fazer isso seria como permitir que você partisse meu coração sempre que quisesse.

-O que eu posso fazer para voltarmos? – eu a abracei.

-Nada Nick. Isso tudo nem devia ter começado. Você devia ter me matado desde o começo.

Ficamos em silêncio. Um silêncio pesado. Nenhum dos dois queria rompê-lo. Estávamos aproveitando nossos últimos instantes juntos:

-Eu tenho que ir. – ela foi a primeira a criar coragem. – O trem sai em uma hora. Vou voltar para St. Peter. – ela suspirou pesadamente. – Obrigada por tudo.

Ela pegou a mala e saiu do quarto. Essa havia sido nossa despedida. Eu fiquei parado na porta, vendo-a desaparecer assim como areia entre os dedos de alguém.