Mutation - Interativa

Capítulo 10: — Coração de Gelo


Mutation

Capítulo 10: Coração de Gelo

Há onze anos...

Uma garotinha de cabelos cacheados e de coloração castanha salteava calmamente pelo simplório jardim de sua casa. A jovem acabara de perder um de seus dentes de leite e estava feliz por saber que a fada do dente iria lhe fazer uma visitinha durante a noite. Tal garotinha se chamava Alice, Alice Romanoff e estava prestes a presenciar o inicio de sua evolução como mutante.

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A jovem Alice mostra ansiosa o dente que havia caído a sua mãe, Abigail, que com toda sua gentileza avisa a filha que estava na hora de tomar banho para dormir e a fada dos dentes poder visita-la. Alice mal consegue esconder a felicidade em seu sorriso, a jovem sobe as escadas correndo para o banheiro, e nem sequer esperou a ajuda da mãe para poder tomar banho. A garotinha tira as roupas com rapidez, não via a hora de colocar seu dente debaixo do travesseiro, no entendo, os planos de Alice mudaram assim que ela entrou na banheira.

Alice estava distraída, e foi aí que tudo começou a mudar na jovem. A águas da banheira começaram a subir sozinhas, algo que até então era impossível e desafiava as leis da gravidade, Alice se impressiona com o que vê, mas quando sua mãe chega no banheiro, fico visível que não era apenas aquilo. Alice se assusta com o grito nervoso de sua mãe, a água da banheira começa então a congelar em pleno ar, contornando completamente Alice.

Atualmente...

Henrique, Alice e Harley caminhavam vagarosamente pelo local de treinamento em que foram submetidos. O único garoto do trio se mostrava preocupado por ter Harley e Alice como parceiras de time visto que pela diferença de poderes, ambas são alvos fáceis e caso algo de ruim acontecesse Henrique estaria de fora do grande Torneio.

— Todo esse silêncio me deixa nervosa, olha só; estamos cercados por árvores e mais árvores.- Harley resmunga enquanto acaricia o próprio ombro esquerdo. Um vento gélido e passageiro surge balançando as árvores quase que ao mesmo tempo.

— Nem me fale, não estou gostando desse treinamento, desde o momento que começamos a caminhar eu senti que algo está prestes a acontecer. – Alice respondeu, estando ao lado de Harley.

— Vocês duas! – Henrique alertou, com um tom de voz grave e sério. — Prestem atenção, qualquer distração pode custar caro para nós.

Harley revira os olhos completamente entediada com a presença de Henrique, a jovem não disse nada, mas ficou claro que não ia com a cara do jovem mais habilidoso dentre todos os mutantes do primeiro estágio. Alice pensava justamente o contrário de Harley, Henrique chamou a atenção da morena com sua liderança bravia e firme no dia em que Theodore morreu, mas não deixava de acha-lo um rapaz sério e bastante misterioso.

O trio acaba sendo surpreendido quando uma mulher de cabelos esverdeados surge perante todos. A estranha apunhalava duas adagas douradas com as siglas BH(Broken Hill) escrita nelas, tal mulher realiza um movimento rápido e repentino contra Henrique, que desvia da primeira adaga abaixando-se. No entanto, a mulher é veloz e com a adaga da mão esquerda, desfere outro golpe contra Henrique que cruza os braços mas acaba sendo ferido.

— Henrique! – Alice e Harley gritaram em uníssono, Alice afasta Henrique tirando-o de perto da desconhecida para que a mesma não pudesse ataca-lo mais um vez. Harley então demonstra toda sua bravura posicionando-se na frente dos demais.

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— Bem, tenho que dizer que não gosto de surpresas, principalmente quando elas não são bem-vindas! – Ironizou Harley que lança duas rajadas de vento na direção da inimiga, que consegue desvia correndo para o lado. Harley então muda seu elemento fazendo um belíssimo trabalho com as mãos enquanto uma quantidade mediana de água rondava toda a localidade.

— Vamos para a parte dois! – Harley exclama, colocando as mãos no solo que havia acabado de ser banhando em água. A garota solta um rápido sorriso lateral, usando seu elemento terra para mesclar com a água formando uma espécie de barro ou lama pegajosa, conseguindo prender os dois pés da desconhecida.

— Não foi nada, Alice. Apenas um corte no braço, ficarei bem. Temos algo maior para se preocupar! Harley, você já fez seu papel deixe-a conosco agora! – Henrique avisou, levantando-se enquanto gemia de dor pelo ferimento.

Henrique dá alguns passos à frente. Aproximando-se um pouco da desconhecida que tentava se livrar da lama pegajosa feita por Harley a todo custo. No entanto, Rick recha os olhos enquanto eleva as duas mãos, mas sem encosta-las. E quando Henrique abre os olhos, eis que uma espécie de katana surge bem na frente das suas mãos, a espada estava sendo levitada e é arremessada na direção da mulher que tem sua barriga perfurada.

— Como você conseguiu fazer isso? – Alice questionou, curiosa com o que acabara de ver. Harley também possui a mesma feição que Alice. Henrique simplesmente volta a caminhar, pensando que aquilo era apenas o primeiro dos inúmeros obstáculos que virão.

— Psicocinese. É a capacidade que eu tenho de poder criar ou fazer tudo que eu simplesmente desejar com o poder da mente, aquela mulher tinha adagas o que fez mentalizar em alguma arma branca. Daí veio a katana. – Henrique responde, colocando sua mão direita sobre o ferimento no braço esquerdo.

A equipe continuou com seu caminho, Harley tentou inúmeras vezes iniciar uma conversa, mas tudo foi em vão. Alice e Henrique estavam mais preocupados com o final do treinamento do que se conhecerem um pouco mais, pouco mais de uma hora de teste, Harley tocou em um assunto amargo para Alice e Rick.

— Então... só para puxar assunto mesmo, como foi o passado de vocês? Quando vocês descobriram seus poderes, vocês tiveram apoio? – Harley perguntou, Alice muda radicalmente sua expressão facial, a jovem que aparentava ser sempre brincalhona e extrovertida desta vez estava mais séria que o normal. — Tudo bem, eu começo então... comigo foi quando eu era pequena e...

— Não queremos saber disso, não precisa tocar nesse assunto. Você acha que tudo é uma maravilha não é? Estamos em um treinamento de vida ou morte, Harley! Primeiro vamos passar desta droga de teste, e depois você vem me contar sua história. – Alice explodiu, rapaz de congelar o próprio punho de tanta raiva e desgosto. Harley se cala depois das palavras da companheira de time.

O trio – mais calado que o normal, finalmente chega em uma espécie de rio que mais a frente dava em uma queda d’água de uma cachoeira. Mas, para continuar com o trajeto até a plataforma é necessário atravessar uma pequena ponte de madeira de resistência duvidosa. Henrique é o primeiro que atravessa sem dificuldade, no entanto, assim que Alice vai atravessa-la, a mulher de antes surge mais uma vez, com o ferimento na barriga ainda exposto.

— Como isso é possível? – Henrique se perguntou em voz alta ao ver que a mulher estava viva, e para surpresa de todos acaba atacando Alice com uma corrente de ferro, envolvendo os pés da jovem e lançando-a na direção do rio. Alice não consegue se defender e acaba caindo na forte correnteza do rio, mas as correntes a fazem ficar parada no mesmo lugar, porém, afundando cada vez mais e mais.

— Alice! – Harley gritou assim que viu a companheira de time adentrando no rio. A jovem estica os braços e lança duas fortes rajadas elétricas na direção da mulher de cabelos verdes, que parece não sofrer dano algum com o ataque da jovem.

No fundo do rio, Alice se desesperava com a medida que afundava. A jovem passa a ter pequenos fleches de seu passado turbulento, a jovem se lembrou do primeiro dia que manifestou seus poderes, mas com a alegria veio o ódio. Seus pais a renegaram, trataram a própria filha como um lixo comparando-a a uma aberração. Os olhares tortos e raivosos dos seus pais deixaram Alice com uma dor profunda, ter sido abandonada por ser diferente e especial a deixa profundamente triste e rancorosa.

Você tem um coração de gelo, nunca será amada e não amará ninguém! Não viu o que você fez? Seu pai brigou comigo por sua culpa, você só trará desgraça e tragédia para o nosso lar! – Alice se recorda sempre dessas frases ditas pela própria mãe, o que reforçava o quanto humilhada e traumatizada ficou após a descoberta dos poderes.

Apesar de tudo que passou, Alice conseguiu controlar seus poderes com o tempo, passou também a morar nas ruas ainda muito cedo e viver praticamente como uma moradora de rua. Alice então, abre os olhos no presente, a garota abre as bocas e começa a gritar loucamente, o que não surtiu efeito por estar em baixo d’água.

— Eu... não tenho... um coração de gelo!! – Alice tentou sibilar tais palavras ainda afundando no rio, a jovem estava prestes a ficar sem ar quando seu poder entrou em ação. O rio praticamente se abriu apenas em volta de Alice que conseguia respirar novamente, as águas faziam um movimento ondulatório em volta da mutante, mas não chegava a tocar na mesma.

Alice continua a gritar loucamente, fechando os dois punhos enquanto concentrava uma quantidade absurda de poder. A jovem começa então a ativar sua segunda habilidade, uma ramificação do poder primário, as águas ao seu redor começam a se solidificar, Alice usa tanto os seus dons, que a própria pele começa a ser rodeada por pequenas camadas de gelo, as correntes envolta dos próprios pés se congelam, e por fim, Alice atinge o ápice de seus poderes quando seus olhos tornam-se brancos, assim como a neve.

Harley e Henrique ficam paralisados com a demonstração de poder jamais vista antes. Alice consegue quebrar as correntes, e em meros segundos congelar completamente o corpo da inimiga que os atacavam. Alice acaba desativando seu poder, sua pele volta ao tom normal e a jovem acaba desmaiando depois de tanto usar seus dons.

Após alguns minutos, Alice finalmente volta a abrir os olhos. A mutante estava sendo aquecida por uma fogueira montada por Harley, Henrique ficou de vigia para que um novo ataque não ousasse surgir, enquanto Harley, olhava fixamente para a fogueira.

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— Harley... – Alice tenta dizer algo estando um pouco zonza. Harley sorri, e apenas continua olhando para a fogueira. — Sobre o que eu disse mais cedo... não quis falar aquelas coisas.

— Não se preocupe Alice, eu entendo você afinal, você não é a única que tem problemas com o passado. Quer saber como descobri meus poderes? Queimando minha casa, com meu pai junto! – Harley diz, fazendo as chamas da fogueira subir e descer rapidamente. — Eu matei meu pai, Alice, minha mãe me odeia e mesmo assim eu sou feliz com o que eu sou!

— Me desculpe Harley, eu sinto muito. Muito mesmo! – Alice diz, aproximando-se de Harley enquanto a abraçava por um breve momento. Harley sorri ao mesmo tempo que uma lágrima escorre pelo rosto.

— Não se preocupe, mas e você? Tá tudo bem? Aquela cena no rio foi incrível, você ficou irreconhecível abusando do gelo. Aliás... com isso por perto. – Harley diz, fazendo uma pausa para abrir a mão direita enquanto uma pequena esfera de fogo surgia. — Você nunca terá um coração de gelo!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.