Must Be The One

And you show off your scar


Josh's POV

*Ding-dong*

O barulho da campainha parecia ecoar na minha cabeça e nunca mais sair. Minha mãe iria atender ou não aquela porta? Será que ela me viu chegando na casa e está se escondendo? Será que ela não vai mais falar comigo? Caralho! Será que ela mudou de casa? Como é que eu vou falar com ela? Vai ficar nesse silêncio para semp..

- Olá, em que poss.... - disse a sra. Klinghoffer.

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Simplesmente travei. Minha mãe ficou de boca aberta e acho que Mandy também. Primeiro que minha mãe estava totalmente diferente. Em vez de ter aquela aparência evangélica com cabelos longos e roupas grandes, ela estava com cabelo curto, pintado de preto, e com roupas não vulgares mas sei lá, de gente normal.

Minha mãe tinha me reconhecido de certeza. Senti um arrepio passando pelos meu braço, o que me fez tremer um pouco. A mulher que me era estranha e estava bem à minha frente começou a lagrimar e eu já sabia onde aquilo ia dar...

- Mãe? - disse com a voz meio trêmula.

Minha mãe imediatamente deu um meio sorriso e me abraçou. Me abraçou tão forte, tão forte que era capaz dela ter quebrado alguma costela minha. Ela começou a beijar meu cabelo e minhas bochechas. Chamou todos os santos e os agradeceu. Quanto mais ela me olhava mais lágrimas caíam sobre seu rosto.

Eu estava perplexo. Normal você mudar sua aparência mas por que ela estava agindo assim? Não era ela que havia me "abandonado" naquela clínica e esquecido que tinha um filho? Como adolescente, tive sérios traumas por causa disso. Me sentia inseguro até mesmo com pessoas que tenho intimidade. Imagina com multidões.

- Filho, Meu Deus, tenho tanta coisa para te explicar. Primeiramente, me perdoe? Ah nossa, é claro que você não vai me perdoar assim de primeira. Que tipo de mãe eu sou? - ela não parava de tagarelar de tão nervosa - Entra, meu filho, eu acabei de tomar café da manhã mas eu posso fazer outro café para você... Mandy, que bom te ver! Quanto tempo!

Entrei em casa enquanto Mandy dava um abraço na minha mãe. Eu poderia chamar aquilo de casa? Há quanto tempo não entrava ali? Quase um ano, eu acho. E tudo havia mudado. Ela comprou bastante móveis e os que ela manteve, ela mudou de posição. Então, estava bastante diferente. Diria que ficou até melhor. Deixou de ser uma casa simples e monótona para uma mais sofisticada e moderna. Além de que a "antiga casa" me lembrava momentos de briga dos quais eu não queria que viesse à minha mente.

- Meu filho, venha cá, por favor - disse minha mãe no sofá.

Sentei ao seu lado enquanto Mandy sentou em uma poltrona mais distante. Queria minha namorada bem ao meu lado mas percebi que ela não queria se intrometer nesses assuntos familiares.

Minha mãe pegou na minha mão, olhou no fundo dos meus olhos, suspirou e disse:

- Josh, eu fui uma péssima mãe para você. Nem precisa falar porque eu sei que fui. Mas filho, eu passei por tanta coisa... Quando você saiu de casa e nunca mais voltou, eu fiquei tão preocupada que tive pressão baixa duas vezes no mesmo dia. Depois de alguns dias, longos dias devo dizer, soube de suas notícias. Eu pensava que tinha acontecido coisa pior. Pensava que você tinha sido sequestrado e que havia morrido. Pensava que você tinha levado um tiro e que tinham escondido seu corpo. Pensava que você havia pego a estrada e foi atropelado... Pensava tudo menos em que você estava se drogando. Quantas vezes eu lhe falei sobre essas drogas?

- Mãe, a senhora está se desculpando ou está brigando comigo? Eu não vim aqui para brigar.

- Estou fazendo os dois. Sou sua mãe. Você não devia nada que ter experimentado. Meu filho, você não sabe o mal que isso lhe faz!

- Eu sei sim porque graças aos meus amigos, e não a você, eu fui para uma clínica onde além de conseguir me livrar das drogas, recebi ajuda psicológica e informações sobre o efeito das drogas.

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Pude ver duas lágrimas, uma caindo de cada olho da minha mãe. Falei merda.... Mas era a verdade, não?

- Josh, me desculpa pelo amor de Deus! Nunca queria ter te deixado daquele jeito sozinho... É que quando eu soube, eu não consegui acreditar. Pensava que você já estava num estado tão avançado que não iria conseguir mais sobreviver. E se eu fosse te visitar, iria acabar acontecendo o que quase aconteceu conosco agora: Briga. Se eu brigasse com você, era capaz de você piorar.... Ah Josh, me perdoa, meu filho. Eu me arrependo disso pelo resto da minha vida, tira essa dor do meu coração filho.

Não era possível chorar com aquela cena. Podem me chamar de gay, covarde, meloso ou a porra que seja, mas ver sua mãe chorando e ainda mais por sua causa, é de partir o coração.

Simplesmente, dei um abraço nela e ela me entendeu perfeitamente. Seus braços se encaixaram no meu corpo e foi como se eu tivesse acabado de nascer, e o médico estava me dando para minha mãe pela primeira vez. Era tão reconfortante. Não existe melhor abraço do que o da nossa mãe. Ficamos abraçados por muito tempo. Ela me pediu desculpas não sei mais quantas vezes, ajeitou meu cabelo, me ofereceu água, suco, café, refrigerante... Até que me levou para uma "minicapela" que tinha em casa, que não era novo pra mim porque continuava do mesmo jeito desde quando eu morava lá. Quando estávamos abrindo a porta da minicapela, que ficava embaixo das escadas, pude ouvir alguém descendo para o primeiro andar.

Mandy estava na sala, eu e minha mãe estávamos ali. Quem mais poderia ser?