Musa

Capítulo Quatro: Conversas de divã.


O lençol se moldava nas formas dos seios de Bella e circulava sua mão caída sobre o próprio colo. Seu outro braço estava acima da cabeça, encostado delicadamente na beirada do divã, beirando a queda. Sua perna esquerda estava um pouco flexionada, mas era menos do que a outra. A luz batia de baixo, deixando seu corpo ainda mais esguio e perfeito. Então, o lápis caiu da mão trêmula de Edward fazendo um rabisco sobre a tela. Pela primeira vez até então, os olhos de bella levantaram do chão e o fitaram curioso.

- Desculpe? - pediu, pegando o lápis no chão.
- O que houve? - ela perguntou.

Era a primeira vez que se falavam desde que tirou o roupão e começou a posar. Já havia se passado muito tempo, suficiente para que ele já tivesse quase todo o esboço pronto.

- Er... nada demais. Acho que eu estava desenhando muito rápido.

E estava mesmo.

- Não precisa ter pressa. Estou confortável.
- É claro. - ele afirmou para si mesmo e sacudiu o rosto, tentando afastar um pensamento. Bella tentou segurar sua risadinha, mas não conseguiu.
- Porque está rindo? - ele perguntou, voltando ao desenho com um pouco mais de calma.
- Você parece nervoso. - ela nunca imaginou que se sentiria tão confortável, então não entendia porque Edward parecia tão ansioso.
- Não estou.
- Pois parece. - teimou.

Edward bufou em resposta e fez um dos traços da perna de Bella com um pouco mais de força.

- Talvez eu esteja, e daí?
- Obrigada.
- Pelo que? - perguntou confuso.

- Mulheres amam quando os homens admitem que estamos certas.

- Ah, sim . Entendo! - ele debochou a fazendo rir mais uma vez.
- Você não está se arrependendo nem um pouco de ter começado a posar?
- Porque estaria?
- Você sempre me pareceu mais tímida do que parece agora.
- As aparências enganam.
- Definitivamente. - praguejou, tirando um sorriso do rosto dela.
- Só falta me falar porque está se sentindo assim.
- Levante um pouco o dorso, Bella. Te quero como se estivesse...

Antes que pudesse terminar, ela já fizera exatamente o que ele queria.

- Assim? - perguntou o fazendo arfar.
- Perfeito. Não se mexa agora, vou terminar o tronco, tudo bem?

Ela assentiu para si mesma e começou a avaliar o teto do apartamento. Vários minutos de silêncio se seguiram e a fizeram esquecer da conversa, mas a voz rouca dele a fez acordar. As palavras começaram a fluir de um para o outro com facilidade. Nunca tinha sido assim, então era uma novidade. Conversaram por algumas horas. Durante aquele tempo, Edward conseguiu esboçar o tronco, o cenário em volta e o início do rosto de Bella, enquanto ela falava o fazendo sorrir. De repente, foi como se ela tivesse tomado um choque.

- O que houve? - ele perguntou preocupado.

Pensou que talvez tivesse dito uma besteira.

- Acho melhor eu parar de falar, estou atrapalhando. Não estou ?
- Claro que não! - deu de ombros - Daqui a pouco, talvez, mas agora estou desenhando seus cabelos.
- Ah, tá. - corou um pouco.
- Ainda quer saber porque eu estava me sentindo desconfortável? - Bella deu um meio sorriso por ver que ele não estava tão tímido.
- Você usou o verbo no passado. - observou.
- Nunca pintei alguém que conhecesse e acho que não estou mais tão "incomodado".
- Isso te deixa estressado?
- Pareço assim?
- Pior.
- Obrigado. - ele bufou.
- Dinada.
- Estou começando a me preocupar com o que vai achar do resultado final e como irá ver tudo isso quando acabarmos. - ele não estava falando só do quadro, mas da relação dos dois, só que ela não notou.
- Confio no seu talento. - sussurrou.
- Esperava que não o dissesse. Bella deu um grande sorriso.

- Por favor, pare de me fazer rir. - pediu - Você será o único prejudicado.
- O que fiz dessa vez?
- Uma careta. Foi engraçado daqui. - corou.
- Tudo bem, não me mexo mais.
- Seremos dois.

Ele estreitou os olhos querendo enxergar melhor seu abdômen liso. Queria ver sua pele e ter toda a luz que podia naquela região, mas o lençol o atrapalhava.

- Faz um favor para mim?
- Saí da posição de novo? - tentou ajeitar a postura ainda mais.
- Não... er... queria que você tirasse um pouco do lençol para que a luz pudesse...

Como antes, ela fez o que ele pediu antes que terminasse de dizer o que era, mas dessa vez não fez a coisa certa.

- Um pouco mais. - indicou.

Bella estava com receio de puxar um pouco mais e acabar completamente nua na frente dele, então não se aventurou muito no que ele dizia.

- Deixe- me te ajudar. - Edward se esqueceu de toda a situação por um momento, se levantou e foi até o divã onde tirou um pouco do lençol sobre a pele dela, até deixar exatamente onde queria e precisava.

Quando terminou de o fazer, percebeu que as costelas de Bella subiam e desciam rápido por causa das batidas de seu coração. Viu que seu corpo estava arrepiado, como se os dedos que a tocaram tão de leve e ainda se mantinham um pouco apoiados sobre sua barriga fossem dois fios desencapados distribuindo choques por toda sua pele. Agora mais de perto, pode perceber o quanto era macia e alva, mais até do que ele se permitia imaginar. Prestou atenção demais no contorno dos seios dela e se afastou quando aquela atenção se tornou desejo. Piscou os olhos várias vezes e deu mais dois passos para trás.

- Levante mais o tronco. - pediu com dificuldade para respirar. Bella estava extremamente corada e a aproximação tinha sido tão devastadora para ela quanto para ele. Fez o ele pedira e voltou a olhar para o teto em busca de algo que para prestar atenção, além da vontade de enterrar o rosto num buraco. Pela sua visão periférica, pode ver que ele voltara para seu banco e tentava recomeçar o desenho. Talvez ela estivesse indo longe demais, mas de repente aquele pensamento se afastou quando ela sentiu de novo os dedos dele percorrendo sua pele. Uma, duas, três vezes. A memória daquela sensação única a perseguiu pelos vários minutos de puro silêncio depois daquela aproximação. Bella só ouvia o som o lápis carvão riscando a tela com um pouco mais de rispidez agora. O perfume dele parecia mais concentrado e isso não estava ajudando muito no quesito "esquecer ou ignorar a dor que agora vinha de dentro de seu corpo".

"Porra, Bella, pára com isso." - gritou para si mesma.

- Pode continuar falando. - de repente a voz dele estorou o silêncio com um rompante que a fez tremer.

Se aquela situação era estressante para ele, ninguém poderia imaginar o quanto era pior se ela não estivesse falando e o distraindo.

- Ora, o que quer que eu fale?- ele deu de ombros e então decidiu perguntar algo que não queria, mas já havia soltado quando foi pensar melhor.
- Porque decidiu posar para mim? - Bella riu nervosa e se endireitou.
- Faz essa pergunta para toda modelo?
- Não. - ele disse sem graça.
- Então, não sou obrigada a responder.
- Seria de bom tom. - provocou.
- Também seria se você não ficasse me pondo contra a parede como faz agora.
- Não estou te pondo contra a parede... foi só curisidade. É pecado?

Ele a fitou de novo com um sorriso e dessa vez foi inevitável o disparar do coração dos dois.
"Sim, curiosidade de ter você é pecado." - ele pensou, mas logo afastou o pensamento, tentando se controlar. Bella olhou de volta para o teto e sorriu ao pensar numa respota.

- O quanto me pagará por hora é um bom atrativo. - debochou.

Ele fez uma careta, já recuperado de tudo, percebeu que seu esboço estava terminado, agora só aperfeiçoaria os traços mais atentamente. Ele olhou no relógio de pulso que largara sobre a maleta de materias e viu que já eram mais de quatro da tarde, a luz iria embora, então precisava ser apressado.

- Definitivamente, o lanchinho que vou te servir depois também é um bom motivo, certo? - brincou também.
- Claro. Acha que dou ponto sem nó? - ele soltou uma risada e escorregou os olhos por seu corpo.
- Não se mexa, Isabella.
- Exigente. - não era para ele ter ouvido.
- É você quem estará no quadro.
- Ninguém culpa a modelo, esqueceu?
- Só entre os leigos. - ela soltou um pequeno rosnado.
- Você parece ter a resposta para tudo.
- Nem tudo. - disse para si mesmo, mas ela ouviu.
- E o que mais quer saber sabichão? Talvez a leiga aqui saiba.

"Será que você pode me explicar então porque estou me sentindo desse jeito?" - pensou.

- Você está falando demais hoje. - ele observou, querendo fugir do assunto.
- É você quem me força a falar mais do que quero. Não me deixa ficar quieta.
- Tudo bem. Não digo mais nada.

Voltou sua concentração para a tela. Olhou mais uma vez seu corpo de cima a baixo e tentou se enganar que era só para ver se faltava mais alguma coisa. Ainda assim, se concentrou demais no seu rosto desnecessariamente. Bella tinha uma expressão engraçada. Seus lábios estavam torcidos num sorriso silencioso e vitorioso. Edward continuou desenhando, mas estava pertubado por imaginar o que ela estaria pensando. Se fosse uma piada, queria rir também, ou ela seria egoísta? - Está sorrindo para quem? - ele perguntou.
- Se estou certa, só passaram quinze minutos. - ele enrugou o cenho e apoiou as duas mãos no colo sem entender nada.
- Como, Bella?
- Se não me engano, se passaram quinze minutos ou até menos.
- De que?
- Da hora que você disse que me queria quieta, muda e paralisada. Isso comprova que o "não-leigo" é o único culpado pela minha tagarelice aguda. - tentou reprimir o sorriso.

Ele abriu a boca num pequeno "o".

- Virei uma experiência laboratorial agora? Isso foi errado, você me provocou. - se indignou.
- Não provoquei ninguém. Foi você que quis saber o que eu estava pensando.
- "O mistério" - debochou.
- Quanto a ser uma experiência laboratorial: é mais ou menos como me sinto com você me olhando.
- Hey, você se propôs a isso.

Antes que pudesse filtrar sem pensamento, Bella soltou:

- Não falo sobre hoje. - num fio de voz muito fraco.

Bella se chutou mentalmente tantas vezes que perdeu as contas. Afinal, onde estava com a cabeça ao soltar algo como aquilo? Porque foi dizer em voz alta tamanha asneira? Suas bochechas coraram logo depois, deixando todo seu rosto pegando fogo e ela rezou para que ele não tivesse ouvido nenhuma palavra. Edward abaixou o rosto e teve vontade de rir ao ver suas bochechas vermelhas e seus olhos fechados com força.

- Não sei se o quadro ficará bom, mas sem a menor sombra de dúvida você será a modelo mais corada da história da arte.

Ela abriu os olhos mas não o encarou e permaneceu em silêncio. Ele tinha ou não ouvido? Mas que inferno!

- Termine o que estava dizendo. - ele sussurrou.

E agora? Bella permaneceu em silêncio por um tempo mas ainda não o encarava. Edward caprichou nos cachos soltos ao longo dos ombros e ao redor de seu rosto, formando a pequena auréola de seu anjo.

- Posso te chamar de "Bells"?
- Pode. - a voz dela estava embargada.
- Então, Bells, desculpe se te fiz sentir como se fosse uma experiência laboratorial.

Um nó maior ainda se formou na garganta dela.

- Não era a minha intenção.

Ele mirou seu rosto envergonhada mais uma vez. A quem queria enganar? Aquela garota mexia de verdade com cada um de seus sentidos e pensamentos. Era impossível ignorar aquelas reações que ficavam mais gritantes conforme o tempo passava . E apesar de não ter absoluta certeza do que ela sentia, Edward queria prosseguir. Sabia que tinha causado algo de diferente nela quando a tocou há algum tempo, mas apesar de ter tentado se convencer que fora apenas o susto e toda aquela situação constrangedora, havia outros sinais a seu favor. Só lhe restava agora provocá-la até ganha um sorriso ou um tapa na cara.

- Esquece o que eu disse, tudo bem? - Bella finalmente conseguiu pronunciar algum som depois de tanto tempo, ele deu uma risada.
- Por um minuto pensei que você não abriria mais a boca hoje.
- Eu também. - disse de novo sem pensar.
- Não posso esquecer antes de entender onde quis chegar com aquela resposta. - deu de ombros.
- Acho que o convívio com sua maneira irritante de ter resposta para tudo está me confundindo. É melhor ficar quieta. - ele sorriu por ver a repentina e linda irritação na sua voz.
- Vai botar a culpa em mim pelo resto do dia?

Bella fez um biquinho que o deixou ainda mais descontrolado. Ele respirou fundo antes de continuar.

- Acha que te olho todo o tempo?
- Persitência é sinônimo de burrice.
- Só em casos perdidos.
- Continue desenhando, Edward.
- Nao parei, Bella. Só estava aqui pensando porque você sempre é a última a sair da aula no corredor. É só para não me encontrar? As bochechas já haviam passado do estado de vermelhidão.

- O.. o .. que? - gaguejou.

Ele traçou no quadro a linha fina e curvada de um sorriso. Procurou por todo o desenho mais alguma coisa para rabiscar. Não podia ter acabado. Estavam ali há tão pouco tempo. Olhou no relógio de pulso e viu que já eram mais de cinco da tarde. Parecia tão pouco, apenas alguns segundos. Continuou procurando, mas não obteve sucesso.

- Merda! - sussurrou para si mesmo.
- O que você quis dizer com isso? - ela perguntou de novo.

Ele não respondeu por estar tão concentrado na tela. A demora a irritou ainda mais.

- Você pode me dar uma respota ou vai continuar me ignorando?
- Espera um segundo, caramba! - resmungou.

Um xingamento veio na ponta da língua, mas ela o engoliu. Não tinha mais nada mesmo na tela. Escurecer? Clarear? Estava perfeita. Uma imagem quase fiel a real. A única diferença: a real estava um tanto quanto aborrecida.

- Acho que acabei... - ele disse com pesar.

Bella já ia se apoiando no cotovelo para se sentar quando Edward praticamente gritou:

- Não levanta.
- Mas você disse que tinha terminado. - rosnou.
- Não disse que podia se levantar.
- Também não disse que não podia. - ela se jogou de novo contra o estofado e bufou.
- Faltou um detalhe. - mentiu.

Segurou o lápis no alto e fingiu que rabiscava.

- Uma modelo não deve mudar de expressão, sabia? Pode ser seu primeiro e último trabalho se continuar cometendo esse erro.
- Se todos os pintores forem tão irritantes assim. - respondeu, revirando os olhos.
- Ficou assim pelo que eu disse? Me desculpa? Ainda quer saber o que eu quis dizer com aquilo?
- Pensei que tivesse me ignorado de propósito. - sorriu amarelo. - Não foi. Vai durar mais um minuto, tá?
- Que bom.
- Tempo suficiente para esclarecer umas coisas. - ela gelou - Sabe, eu te olho sim, Bella. Quando você vai para o seu carro e quando me encontra no corredor
- Você vai errar o traço. - advertiu.
- É só esboço. - respirou fundo - Também amo o modo como foge de mim.
- Não fujo de você. - pelo tom de voz que usara, nem ela tinha acreditado em si mesma.
- Não se irrite por eu ter dito que você fica até mais tarde na sala só para não me encontrar, Bella. Se sei isso é porque fico até o último minuto que posso te esperando sair de lá.
- Edward, eu...
- Já terminei, okay? - disse pondo o lápis na beirada no cavalete.

Bella demorou vários segundos até se sentar, ainda parcialmente coberta pela seda. Era como se acordasse de um sonho. Nunca pensara em ouvir aquilo, mas agora parecia uma verdade tão inevitável e ainda assim real. A forma com que ele disse foi tão clara que ela não o reconheceu de imediato e não sabia como reagir perto dele. Foi como se uma cortina de ferro descesse entre os dois. Ela mantinha seus olhos baixos no chão, mirando o roupão, desejando que se encaixasse em seu corpo através da telecinética. Enquanto ele desejava saber ler mentes.

- Bem... se... você terminou, acho que vou me vestir. - foi a única coisa que ela conseguiu balbuciar.

Edward assentiu ainda ressentido pela forma como ela agora olhava para ele.
Bella enrolou todo o lençol em volta de si e ficou em pé, buscando antes o roupão no chão. Seus passos foram tímidos na direção contrária da que estava. Só precisava entrar no banheiro, trocar de roupa e ir.

Mas apesar de tímida, ela não é burra, quero dizer, não na maioria das vezes.
O melhor de tudo foi ver o rosto assustado de Edward quando a viu entrando no vão de suas pernas, puxando seu rosto para cima e lhe dando um beijo.

Mais demorado do que o fôlego dos dois permitia.
Mais quente do que poderiam suportar.
Mais delicioso do que já haviam se permitido imaginar. Bella jogou os braços ao redor do pescoço dele, se esquecendo do lençol e da nudez e de todo o resto do planeta. Ele a segurou pela cintura para que chegasse mais perto e a pudesse invadir mais. Ela sentiu a ponta de seus dedos arderem enquanto os escorregava por suas costas, sentindo seus músculos se contrairem a cada toque. Um explorava a boca do outro com verocidade. Edward deslizou suas mãos pelas formas arredondadas daquele corpo magnífico que pressionava o seu. Aquela beleza clássica sempre o impressionara com o contato visual, agora estava ainda mais ansioso para viajar por cada centímetro da sua pele.

Pousou suas mãos no quadril dela e a puxou de encontro a ele com força. Por ser mais baixa, ainda mais com ele sentado naquele banco, ela precisava de um apoio para não interromper tudo, então com ajuda, passou uma de suas pernas sobre a dele, ficando um pouco sentada em seu colo. O roupão antes preso entre os dois caiu sem mão disponível para segurá-lo.

Edward explorou a coxa dela, sentindo os tremores descerem por sua espinha, a impedindo de ficar em pé tranquilamente. Era um bem que ele fazia aos dois quando puxou a outra perna para cima, a sentando completamente em seu colo. O choque a fez arfar em seus lábios, possibilitando uma lufada de ar.

- Edward... eu...
- Shhiii. Só me beija, Bella. - encostou seus lábios nos dela mais uma vez a levando ao delírio. Suas mãos apertavam as coxas dela com força, a fazendo gemer quando ele permitia. As mãos subiram agora para as costelas, circulando seus seios, quase a fazendo desfalecer. Edward se levantou, a trazendo consigo.

- Sei que... você já... passou quase... - precisou engolir mais ar para falar - quase todo o dia naquele sofá, mas...

Não terminou a frase e a pôs sentada no divã vermelho novamente.
Ela nem tinha percebido que os dois andavam, quanto mais perceber onde estavam se deitando. A única coisa que se importava: quando ele uniria seus lábios de novo aos dela.

Mas Edward queria provar a pele, a boca era deliciosa demais, então o resto devia ser ainda melhor. Ele a deitou, ficando por cima, observando o espaço da pele que o lençol deixara de cobrir. Bella mudou de idéia quando ao beijo, a atenção que agora lhe dava ali era tão boa quanto. Tentou não se contorcer demais embaixo dele enquanto o sentia se deliciar com seus seios. Edward puxou o lençol e o jogou para fora do divã, deixando o corpo dela a mercê dele.

Ela passou suas pernas ao redor da cintura, enquanto voltavam a se beijar como se fosse a última vez que o fariam. Com ajuda dela conseguiu tirar a própria camisa, apesar da mão trêmula dos ambos. Sem poder esperar por mais, Bella o ajudou com o jeans. Pra falar a verdade, não era assim que ela pretendia terminar seu dia, era bem melhor. Nenhum dos dois se importou quando ele teve que se levantar para buscar proteção. Era inevitável segurar aquele sentimento dos dois. E engraçado, como amantes, nenhum parecia expressar toda aquela timidez.

Se encaixaram perfeitamente no momento exato. A respiração falhava, enquanto ela dominava os movimentos, o enlouquecendo vagarosmente sentada em seu colo. Edward conseguiu estar em todo o lugar a todo instante, suas mãos a percorriam infinitamente numa trilha sem rumo. Sentados no divã, se movimentavam com força. Seus beijos cúmplices eram a válvula de escape para que não gritassem o nome um do outro. Os dois queriam chegar ao clímax da mesma forma que nunca queriam que ele chegasse, mas foi inevitável.

Bella cravou suas unhas nos ombros largos de Edward e gemeu alto seu nome, enquanto sentia todos aqueles choques percorrendo cada extremidade de seu corpo, como uma bomba que acabara de explodir em seu ventre. Ele ainda estocava, quando mordeu o pescoço dela num impulso incontrolável e liberou toda a pressão que sentia no baixo ventre. Ela apoiou a cabeça em seu ombro, perdendo completamente as forças. Edward acariciou suas costas de baixo para cima até a nuca, descolando alguns fios de sua pele suada. Bella se arrepiou ainda ao menor toque dele e sorriu. Ele buscou seu olhar, a forçando a encará-lo como faziam antes, até que ela perguntou sorrindo:

- Porque me olha desse jeito?
- Descobri a melhor maneira agora.
- De que?
- De desenhar você. - passou a mão por suas bochechas - Será em detalhe da próxima vez. Ela sorriu e o beijou.
- Vamos para um lugar mais confortável, está bem?
- Onde? - perguntou manhosa não querendo que ele saísse de dentro de seu corpo.
- Minha cama.