Monsters

Passado


Annabeth tinha seus olhos fixos no desenho a sua frente, pasma com aquilo. O baile de inverno se aproximava cada vez mais e ela via a correria começando a tomar conta de todos ao seu redor. A fada estava nervosa.

— Não vai ser tão ruim. – Percy comentou também encarando com seus olhos verdes-mar o desenho do carro que eles ficariam.

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— Considerando que estaremos vestidos a caráter, minhas asas defeituosas a mostra e no topo desse treco, não, com certeza não vai ser tão ruim. – A loira disse em um claro tom de ironia.

— Poderia ser pior. – Jackson insistiu.

— Como?

— Poderia ser rosa. – O dragão marinho falou fazendo a fada arregalar os olhos e imaginar aquela merda de carro gigante rosa.

— Com certeza poderia ser pior. – Anne disse se apoiando em Percy suspirando.

O garoto passou o braço pelo ombro dela, a mantendo encostada em si, afagando seu braço. Ambos estavam na sala de estar da casa da loira, sentados no sofá, enquanto aqueles que realmente queriam participar daquele desfile, andavam e conversavam que nem loucos pela casa, tentando decidir tudo que faltava.

— Filho. – A voz de Poseidon cortou o silêncio em que os jovens tentavam se enfiar.

— Oi? – Questionou se afastando um pouco da fada e deixando que ela voltasse a sua postura ereta.

— Estou voltando ao mar, estarei no desfile com Tyson para te ver. – O homem disse fazendo o filho se levantar para abraçar o pai. – Vê se se cuida e não faz merda.

— Pode deixar pai. – O menino disse revirando os olhos ainda o abraçando.

— Tchau Annabeth. – Poseidon olhou a fada soltando-se do filho.

— Tchau! – Sorriu educada, mas ela tinha um sério problema em ver Poseidon.

Qual o problema? Bom, desde que ele havia falado que Atena havia perdido um filho dele, sempre que ela esbarrava com o homem uma cena péssima da rainha das fadas transando com o dragão marinho vinha em sua mente.

Poseidon se retirou parando para se despedir da outra pessoa mais importante dali tirando seu filho.

— Vou indo Atena. – O homem disse segurando no braço da mulher de leve.

— Tem certeza? Sabe que temos como renovar seu reservatório de água. – A fada disse sorrindo, mas sabia que ele precisava.

— Eu tenho um filho pequeno, ele precisa de mim. – O dragão disse também triste. – Mas sabe que se você precisar de mim é só me chamar.

— Claro, Poseidon, digo o mesmo. – Atena disse sorrindo olhando nos olhos que um dia foram sua fonte de alegria, paixão e loucura.

— Até o desfile. – O homem disse se aproximando e depositando um selinho na testa da rainha das fadas.

A mulher segurou as mãos do homem abaixando a cabeça sorrindo em um sinal de despedida.

— Até! – Ela falou e dessa vez ele se foi, indo em direção à praia.

Atena olhou em direção a papelada que antes ela via respirando fundo.

— Você ainda é loucamente apaixonada por ele. – Afrodite disse respirando fundo após ver a cena tão fofa e deprimente como aquela.

— Poseidon e eu somos um passado que deve ficar no passado. – Atena disse sorrindo para a amiga.

— O que tem entre vocês só vai ficar no passado quando os dois pararem de sentir algo um pelo outro. – Dite disse dando de ombros.

A rainha das fadas respirou fundo recuperando o foco no que deveria. Mas ela sabia que mais tarde, quando todas as turbilhões de coisas que ela tinha que fazer tivessem sido feitas a cena que nunca saia da sua cabeça voltaria.

Atena segurava a cabeça de Poseidon que estava desacordado, Zeus também deitado ao seu lado gravemente ferido, ela já tinha feito o que tinha que fazer, o que ela tinha esperança de fazer.

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Seus olhos lacrimejavam porque ela já tinha descoberto sua consequência por dar aos dois aquele feitiço. O sangue escorria por entre suas pernas, e ela sentia que a vida tinha esvaído completamente de dentro dela, não tinha volta, seu filho estava morto.

As lágrimas que a garota de apenas dezesseis anos não conseguia mais segurar caíram de seu rosto em desespero. Quando Poseidon sentou em desespero, os ferimentos apesar de abertos pareciam o menor dos problemas dele naquela hora, sua busca por ar era incansável.

Então foi quando a fada se lembrou de que ele era um dragão marinho e uma ideia repentina lhe veio à mente. Se levantou puxando o homem com toda a força que tinha, arrastando-o para seu quintal. Sua barriga doía e as lágrimas simplesmente não se sessavam mais. Quando finalmente chegou jogou Poseidon dentro da sua piscina torcendo para que fosse disse que ele precisasse.

De automático a água ficou vermelha devido ao sangue, mas o homem começou a nadar dentro da água, voltando a respirar, vendo seus ferimentos se curarem e o sangue da sua amada escorrer e ela cair fraca no chão, mas ela não podia fraquejar, tinha Zeus lá dentro, tinha seu bebê dentro do seu corpo.

Poseidon tentou ir a superfície, mas assim que sua cabeça saiu para fora d’água o ar lhe faltou e ele voltou a imergir, e Atena entendeu qual era a consequência dele.

— Atena, você está sangrando. – A voz de Zeus surgiu atrás de si.

Seus ferimentos estavam sarados, mas ele respirava, seu rosto estava corado indicando que sangue circulava na suas veias e graças a sua palidez devido à falta de sol, podia se ver as veias roxas em destaque na sua pele.

— Eu sei. – Ela disse entre lágrimas. – Eu...eu...

Zeus abraçou a garota a puxando para si, entendendo o que tinha acontecido com ela quando a adolescente abraçou sua própria barriga. A menina chorou horrores. Zeus ficou ali, Poseidon sendo torturado por não poder abraçar sua namorada que perdera seu filho, as lágrimas caindo se misturando a água sem nenhum efeito real, essa foi a situação que a mãe da garota encontrou a casa quando voltou do conselho no dia seguinte, ao anoitecer. A filha desmaiada aos braços de um ex vampiro de tanto chorar e o caos instaurado.

Poseidon, que adentrava mar a baixo, assumindo sua forma de dragão para chegar mais rápido ao seu destino, se lembrava daquela cena, mesmo que sua visão fosse péssima devido a água suja do sangue dos seus ferimentos ele via claramente aquela cena.

O ódio o consumia de imaginar que perdera tudo que ele sempre quis por uma idiotice de adolescentes que achavam ser os donos do mundo. Tentavam conquistar o que queriam e a forma mais estupida de dizer isso era quebrar todas as regras que eles queriam e existiam.

Pensar que se ele tivesse sido responsável, assim como todos os seus amigos nenhum deles teriam se afastados, não teriam a rixa de vampiros com lobisomens, não teria que ter se afastado da sua mulher amada e ele teria um filho com ela, ou talvez até outros mais.

— Sabe o que é estranho. – Percy comentou baixo para Anne.

— O que? – Ela falou olhando para ele.

Seus ombros estavam encostados no sofá, eles não estavam mais próximos devido a um olhar insistente da Afrodite que sempre que passava e até mesmo as vezes implicava com o casal.

— Que nossos país já ficaram e nós também. – Ele comentou refletindo sobre isso.

— Eu sei. – Anne concordou. – É meio estranho, porque sabe, nós poderíamos ser irmãos, ou quem sabe nem existir.

— Sim. – O dragão comentou fazendo uma cara confusa. – Mas sabe? Eu não me arrependo.

Annabeth arregalou seus olhos surpresa com a frase. Porém, logo se recuperou e sorriu dizendo a verdade.

— Nem eu. – Deu de ombros suspirando. – Quer ir para a piscina?

— Claro. – O moreno pulou do sofá arrancando uma risada da garota.

— Espera ai foguento, vou colocar um biquíni e arranjar uma roupa pra você. – A fada disse fazendo ele se sentar novamente e esperar ela fazer o que disse que faria.

Annabeth era rápida e assim como sua mãe impressionantemente organizada, então logo colocou seu biquíni e achou uma bermuda para o dragão marinho pudesse nadar e sair vestido descentemente quando ele fosse para casa.

Annabeth não deveria se surpreender com o garoto nadando de forma fantástica na sua piscina gigante. Atena tinha aumentado a piscina quando ela assumiu a casa da realeza, foi uma das poucas mudanças que a rainha tinha feito, claro dando um pouco mais de personalidade na decoração da casa e reformando completamente do zero a sala aonde ela tinha ficado horas esperando Poseidon e Zeus reagirem ao feitiço enquanto perdia seu filho.

— Deveria nadar Anne. – Percy comentou vendo a garota sentada na escadinha.

— Não sou chegada. – Comentou. – Prefiro ficar aqui e relaxar.

— Que sem graça. – Rebateu o moreno nadando até ela e segurando suas mãos. – Se recusar vou achar que a menina mais inteligente que eu já vi não sabe nadar.

Ela revirou os olhos e foi com ele mais para o fundo da piscina, mesmo sabendo nadar, se manteve presa ao garoto, que não se incomodou e nem parecia fazer esforço para carrega-la mais para o fundo. Jackson tomou posse da cintura da garota a puxando mais para si, colando seu corpo ao dela.

Annabeth passou seu braço pelo pescoço do garoto, batendo os pés em sincronia com ele.

— Não precisa nadar. – Ele disse e ela deu de ombros. – É sério, para. – Insistiu e a fada parou e mesmo estando na parte mais funda da piscina sentiu algo firme abaixo do seu pé aonde ela ficou em pé.

— No que eu to em pé? – Perguntou e ele riu.

— Na água cara Annabeth. – Respondeu abraçando mais ela, ficando a centímetros de distância do seu rosto.

A fada assentiu escondendo o rosto na curva do pescoço do garoto, que apenas ficou ali abraçado a ela, enquanto fazia a água manter os dois de pé e ainda assim circular de leve em volta deles, como se eles estivessem se movendo.