Durante toda a tarde, nos curtos intervalos entre relatórios, autorizações, ofícios e metas, Kurt lutou contra a onda crescente de desejo por Jane que invadia sua mente e seu corpo. Ele vinha planejando aquilo por dias e não, não ia perder o controle agora. Tudo ainda era muito recente e a melhor forma de garantir que as coisas transcorressem de forma segura para ela era ir devagar. Deixar tudo explodir como naqueles dias após a queda da Sandstorm não era uma opção. Não para agora. Não para esse momento. Ele sabia que ela iria se opor, então listou mentalmente argumentos sólidos e consistentes para persuadi-la.

Levantou os olhos e viu, através do vidro de sua sala, Jane trabalhando em sua mesa. Aquela mistura de desejo e amor tomou conta dele novamente.

“Céus, isso não vai ser fácil. Foco, Weller, argumentos consistentes”

No trajeto para casa, falou pouco. Tentou rememorar cada ponto e contraponto que utilizaria e se divertiu observando a animação de Jane. Como ela estava empolgada e feliz!

Assim que entraram, sentiu os braços dela se envolverem ao redor do seu pescoço. Começou num beijo calmo que, em instantes, se tornou mais intenso aumentando o calor de seus corpos.

— Uau, tem alguém muito feliz hoje.

— Eu tenho dois braços disponíveis e estou louca para usá-los no meu marido.

Deus, como ele adorava ouvi-la dizer “meu marido”.

— Você não está cansada?

Jane riu alto:

— Essa pergunta é séria? _ Kurt consentiu com a cabeça _ Não, eu não estou nada cansada, mas pretendo ficar.

Ele respirou fundo:

— Você não quer tomar um banho primeiro...

Jane mordeu o lábio inferior e o interrompeu:

— Hum, eu acho uma ótima ideia. Vamos! _ puxando-o pela mão.

— Jane, espere._ Kurt levantou as sobrancelhas_ Eu acho que você é capaz de fazer isso sozinha. E você ainda não está liberada para o trabalho de campo. Então, enquanto isso, eu fico aqui e preparo algo para o jantar. _ olhou diretamente pra ela, procurando demonstrar a necessidade de tudo aquilo. _ Prometo que depois sou todo seu.

Ela revirou os olhos:

— Ah... OK. _ E voltou a se aproximar, quase colocando seu corpo ao dele _ Será que você poderia me ajudar com a blusa? A mobilidade do meu braço ainda está reduzida.

— Claro..._ respondeu enquanto pensava:“eu estou preparado pra esse jogo, Jane.”— ele posicionou as mãos na borda de sua blusa e retirando-a devagar, enquanto roçava sua pele. Assim que terminou, ela beijou suavemente seus lábios.

— E você pode desabotoar meu soutien? _ e se virou de costas.

Ele respirou fundo, não conseguindo conter o sorriso, e fez o que ela pediu. De repente, se pegou envolvendo seus braços ao redor de sua cintura, puxando-a pra mais perto e beijando seu pescoço sobre a tatuagem de pássaro:

— J... você sabe o quanto eu PRECISO disso, de você. Por favor, eu só quero conduzir tudo de forma segura e sem perder o controle como na nossa primeira vez. Não quero que você se machuque, ainda mais no banheiro com você molhada... “droga, essa argumentação não está me ajudando em nada!”

Ela beijou seu rosto, soltou docemente suas mãos e deu dois passos a frente. Àquela distancia, o olhar de Kurt focava exatamente na tatuagem com seu nome. Ainda de costas pra ele, Jane virou o rosto e disse com um olhar misto de súplica e sedução:

— Tudo bem. Me desculpe, eu só me acostumei aos seus cuidados durante o banho.

Ele balançou a cabeça e se rendeu:

— Merda...

Kurt abraçou-a novamente e a seguiu distribuindo beijos em sua clavícula enquanto andavam até o banheiro. Ele tentou trazer de volta seus argumentos enquanto ela desabotoava sua calça:

— Jane, eu realmente me sentiria mais seguro na cama.

Como resposta, ela devorou sua boca num beijo intenso. A forma como ele se preocupava tornava tudo aquilo tão especial:

— Vai ser só um banho, eu prometo. Eu só quero poder te tocar e ser tocada por você. Nós evitamos isso por tantos dias...

Embaixo do chuveiro, os dois procuraram manter a promessa, trocando apenas toques suaves e beijos entrecortados por sussuros. Algumas vezes, Kurt precisou parar e respirar fundo para retomar o autocontrole, mas ele não podia negar que esse jogo estava sendo "divertido". Então Jane encostou completamente seu corpo no dele, deixando que sentisse sua respiração pesada e sussurrou maliciosamente:

— Kurt, por favor, podemos ir pra cama sem o jantar?

Ele percorreu suas costas com as mãos. A forma como ela sabia usar as palavras certas para cada momento era uma das coisas que ele mais amava nela. E sussurrou de volta:

— Só por hoje...

Voltaram para o quarto, Kurt se apressou em ajeitar os travesseiros, a pegou no colo e colocou sobre a cama. Jane manteve a toalha sobre seu corpo.

— Eu posso tirar essa toalha agora, Sra. Weller? _ perguntou, ouvindo seu riso gostoso antes da resposta.

— Eu adoraria, Sr. Weller, mas... _ uma sombra de medo cobriu seu rosto e ela respirou fundo _ Kurt, eu não posso ... engravidar de novo.

Os dois se entreolharam num acordo silencioso, repleto de compreensão e amor. Kurt depositou um beijo em sua testa enquanto abria a gaveta da mesa de cabeceira e retirava vários preservativos.

Finalmente, podiam se entregar aos beijos e carícias, saciando seus desejos. Quando ele se debruçou sobre ela, Jane colocou uma mão sobre o rosto dele, enquanto com a outra o conduzia para dentro dela:

— Kurt, eu senti tanto sua falta, por favor, vem pra mim!

Ele a penetrou devagar sem desviar os olhos dos seus. Conteve os movimentos, procurando desfrutar de cada sensação, mergulhando no calor dela e no mar verde de seu olhar. Era uma luta árdua conter o ímpeto de acelerar mais e mais, mas ele não podia correr o risco de machucá-la.

Após os primeiro minutos, nos quais Jane curtiu muito o ritmo cuidadoso como seus corpos se moviam, ela precisava de mais e suplicou:

—Sweet heart, eu estou bem, você não vai me machucar...

Kurt respirava pesadamente, como se estivesse num transe de autocontrole que só ela poderia romper. Jane impulsionou os corpos dos dois para o lado, invertendo suas posições e reestabelecendo a união em segundos. Ela começou a se mover mais rápido, tentando aproveitar tudo dele.

Ele olhou para ela, ali em cima dele. Céus, era como ver uma deusa! Aqueles olhos verdes o fitando, o corpo coberto de tatuagens, o cheiro e o gosto dela. Era ela, Jane, tão real e tão divina! Então tocou a tatuagem de cobra sobre seu seio e deixou que sua mão percorresse toda ela até alcançar sua pelve. Segurou seu quadril firmemente com as mãos, buscando o ritmo que os dois tanto desejavam.

— Jane, eu não vou conseguir segurar por muito tempo.

Ela não respondeu. Ondas de prazer já correriam todo o seu corpo. Deus, aquilo era celestial! Jane se entregou as sensações maravilhosas que estar unida a Kurt lhe proporcionava. Não era apenas físico. Era muito mais. Parecia que suas almas se entrelaçavam quando faziam amor. Aos poucos, todo seu corpo foi voltando a consciência e ela percebeu que ele estava quase lá. Estar ali por ele era tão singular, tudo que ela queria era conduzi-lo a mesma explosão de sensações sentiu. Então, contraiu seus músculos internos e a reação dele foi imediata, foi muito mais do que um gemido, ele se entregou completamente ao prazer que só ela era capaz de fazê-lo sentir com aquela intensidade.

Depois que tudo acabou, Jane ficou observando Kurt. Percorreu cada detalhe de seu rosto procurando colocar nas pontas dos dedos todo o amor que sentia. Seu corpo ainda tremia e sua felicidade era tão intensa que não pode ser descrita. As lágrima escorreram de seus olhos. Kurt retribuiu o toque e o carinho:

— Jay, o que foi?

— Está tudo bem. _ ela sorriu entre as lágrimas _ eu só estou tão feliz... Eu estou em casa.

Mesmo com ela sobre ele, Kurt se sentou e a abraçou.

— E eu também estou tão feliz, Jane. Você é tudo pra mim. E nós não vamos deixar nada nem ninguém tirar isso de nós.

— Nunca! Eu prometo, Kurt, nunca mais!