Era estranho se teletransportar com Oliver. Parecia que estavam alongando Cath, suas moléculas sendo quebradas em pedaços ainda menores. Ela se dissiparia se não fosse o aperto de Oliver no seu braço, disso tinha certeza.

Quando finalmente chegaram até o destino, Cath percebeu que ela já estivera ali.

– Onde estamos? – Disse, estranhando estar atrás do prédio do hospital em que Mariana estava internada. Oliver estava ao seu lado, parecendo nervoso. – O que...

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– Cath, rápido. – Oliver disse. Catherine piscou confusa. Aquele era Oliver? Oliver de verdade?

– Oliver? – Perguntou, pra confirmar.

– Sim. – Ele respondeu, ofegando. – Catherine, me ouve. Alguma coisa aconteceu.

Mas Catherine estava ocupada demais em abraçá-lo. Sem Connor, sem Allec e Mariana, ela se sentia tão sozinha. E agora Oliver havia voltado. Ela começou a chorar. Lembrou que Oliver havia matado Connor. Mas aquele não havia sido Oliver. Havia sido Uriah. Ela nunca poderia culpá-lo.

– Eu sei, pegaram todos os outros. – Ela respondeu, por final, após abraçar o amigo.

– Não. Eles mataram o Téo. – Ele respondeu. – E estão tentando matar Eva. Você tem que fazer alguma coisa.

– Eu não sei o que fazer, e nem mesmo sei onde eles estão. – Cath choramingou, se amaldiçoando.

– Eu sei quem sabe. Allec. – Oliver respondeu. Catherine ficou boquiaberta, mas Oliver continuou. – Ele desligou essa porcaria que me conecta ao Uriah e tudo o que ele quer.

– Isso é maravilhoso, Ollie. – Cath sorriu. – Mas mesmo assim, foram todos sequestrados.

– Acho que nem todos. – Oliver disse, olhando para a estrada à frente deles.

Uma moto vinha, e parou bem na frente deles, dando uma derrapada teatral. Charlie desceu da moto, David atrás dela, meio verde por causa da derrapada.

– Vocês estão bem! – Falou, surpresa. – O que aconteceu com os outros?

– Um dardo tranquilizante. Acertou todo mundo. – Charlie respondeu. Então percebeu Oliver ao seu lado. – É... O Oliver?

– Ao seu dispor. – Oliver sorriu. Charlie abraçou o amigo. – Nem parece que foi há uma semana e meia que você me defendeu daqueles valentões na escola, hein.

– Senti sua falta, Ollie. – Charlie contou. – Espero que tenha voltado pra ficar.

– Eu também. – Oliver concordou. – Oi David. Como vai a Clary?

David ficou branco e paralisado. Os olhos se encheram de lágrimas, mas ele piscou, se livrando delas. Isso respondeu a pergunta de Oliver.

– Sinto muito. – Pediu.

– Tudo bem. – David deu de ombros.

– Quem mais? – Perguntou Oliver, com um nó na garganta.

– Aaron, Rafael, Pietro, Clary e Connor. – Charlie respondeu.

– Connor... Dele eu já sabia. – Oliver contou. Ele olhou para baixo, um pouco envergonhado. Catherine não havia contado para os outros que Connor havia sido assassino por Oliver então.

– Bem, que coisa horrível etc. – David cortou a sessão de culpa. – Quero saber como os tiramos de onde estão. Eu quero minha irmã comigo.

– Precisamos de uma senha. – Oliver respondeu, lembrando-se de alguns fragmentos de quando estava sendo controlado por Uriah. – Em uma fábrica...

– E você disse que Allec pode saber a senha? – Cath perguntou.

– Com certeza ele sabe. – Oliver disse, de repente lembrando. – Só preciso ir até ele.

– Mas você nem sabe onde ele está! Não se arrisque. – Cath protestou.

– Eu preciso. – Oliver falou. – Imagine as coisas horríveis que devem estar acontecendo com eles!

Cath tinha que admitir que ele estava certo.

– Oliver, me leva também. – David pediu.

– Claro. – Oliver aceitou. – Então vai ser simples. Nós dois entramos lá, eu te deixo, pego Allec, volto pra cá e depois volto pra lá de novo.

– Eu agradeço.

– É, mas eu não! – Cath insistiu. – Se algo acontecer com Oliver eu vou caçar todo o mundo daquela porra de laboratório até a morte.

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– Não vai acontecer nada comigo. – Oliver a tranquilizou.

– Não prometa que tudo vai ficar bem. Nada vai ficar bem. – Cath pediu.

– Tudo bem. – Oliver a abraçou. – Pronto David?

– Sim. – O garoto concordou. – Boa sorte meninas.

– Tome cuidado. – Charlie desejou.

Oliver pegou o braço de David e sumiu.

– Não estou com um pressentimento muito bom não. – Cath contou.

– Ninguém está. – Charlie cruzou os braços.

~~☆★~~

– Quanto tempo eles saíram? – Cath perguntou, dando voltas ao redor da moto de Hugo.

– Há cinco minutos. – Charlie respondeu. – Quer parar?

– Eu tô nervosa. – Cath admitiu. Ela se encostou com Charlie na parede. – E se eles não voltarem?

– Eles vão voltar. – Charlie tentou consolá-la. – Só tente não perder a cabeça.

Então um garoto foi chutado de lugar nenhum na frente delas.

– Allec! – Cath correu para ajudar o garoto a se levantar. – Ah meu deus.

– Você está bem? – Charlie perguntou.

– Sim. – Allec respondeu. – Onde... Onde estamos?

– No hospital em que a Mari tava internada. – Cath contou.

– Internada? Por quê?

– Porque você... Digo, seu pai, deu um tiro nela, lembra? – Charlie o lembrou.

– Ah. – Allec olhou para baixo por um momento. – Ela tá bem?

– Sim. – Cath disse, tentando fazer o amigo se sentir melhor. – Mas tem mais uma coisa... Seu pai tá lá encima.

– O que?

– Ele subiu lá há uns quinze minutos. Oliver conseguiu se desligar de algum jeito... Me trouxe pra cá. Charlie e David chegaram logo depois, daí Oliver resolveu ajudar o resto da galera e te salvar, então foi com o David. Agora você está aqui, Oliver e David lá. – Cath resumiu.

– Pra que exatamente me tirar de lá? – Allec perguntou, meio desconfiado.

– Porque precisamos de você pra... – Cath tentou escolher as palavras menos ofensivas para uma situação em que necessitava do filho pra poder matar o pai.

– Matá-lo? – Allec terminou a frase.

– Olha Allec, sem esse negócio de pena, tá? Seu pai simplesmente acordou um belo dia e disse: “que ótimo dia pra abrir cabeças de bebês e colocar um chip no cérebro deles, só pra ver o que acontece” e ele não destruiu só a nossa vida, como destruiu a sua também. Aaron, Clary, Connor, Rafael e Pietro ainda estariam vivos. Sabe-se lá se mais alguém pode morrer hoje. – Charlie desabafou. – Então escolhe: ou a gente ou o monstro que está lá dentro.

– Eu teria concordado antes mesmo de você ter falado tudo isso. – Allec admitiu. – Mas agora só reforça a ideia, né?

Charlie corou como um tomate. Cath mordeu a língua para não rir.

– Mas precisamos achá-lo antes. – A garota tentou trocar de assunto antes que soltasse uma gargalhada.

– Onde você acha que ele deve estar? O prédio é enorme e nunca conseguiríamos achá-lo. – Charlie perguntou, ainda um pouco vermelha.

– Tem uma garagem por aqui, não é? – Allec disse. – Se tiver, é onde ele vai estar.

– Como sabe? Instinto? – Charlie questionou.

– Lógica. – Allec respondeu. – Eu conheço ele.

– Então seu pai estaria na garagem? – Cath duvidou.

– Eu desliguei o Oliver lembra? Mesmo que ele chame alguém, vai demorar, e o carro dele tá comigo. Vai precisar arrumar um carro. – Allec contou.

– Roubar você quer dizer?

– Eu tive que aprender meus truques de alguém. – Allec disse.

– Olha, nem vou dizer que isso é contra lei porque acho que você já sabe. – Cath falou. Allec riu.

– Nós somos quase terroristas então. – Ele olhou para a tranca da porta. – É não tem jeito, só arrancando dos trinques. Cath me dá uma mão.

Cath e Allec chutaram a porta, a arrombando.

– Eu preferia ter feito isso sem barulho, mas...

– Nem reclama Charlie. - Cath rolou os olhos.

Os três entraram na garagem do hospital. Era um lugar bem espaçoso e lotado de automóveis. E ninguém estava por ali. Allec poderia estar errado.

– Eu vou por esse lado. – Cath disse. – Se separem.

Allec seguiu em frente, Cath foi para a esquerda e Charlie para a direita.

Cath estava agachada procurando debaixo dos carros quando algo frio encostou na sua cabeça. Ela sabia o que e quem era antes mesmo de se virar.

– Olá de novo, Catherine. – Uriah a cumprimentou, com o cano do revólver na cabeça dela. Arrancou a metralhadora que ela carregava com tanto carinho e a jogou longe. Ele a pegou pelos cabelos a obrigando a se levantar. - Muito bem. Cadê o resto de vocês?

– Bem longe. – Cath tentou despistar.

– Ah, por favor, eu vi você chegar aqui com outros. – Uriah rolou os olhos. – Dispenso tentativas pra salvar seus amiguinhos.

– Eu não vou dizer. – Ela se negou.

– Você está me irritando garota. – Uriah perdeu a paciência. Ele puxou os cabelos dela com mais força. – Eu não tenho problemas em sujar as minhas mãos um pouquinho mais.

– Larga ela. – Allec apareceu.

– Mas que merda Allec! – Cath se manifestou. – Era pra você sair daqui!

– Fugir não é bem meu forte, Cath.

– Ah. – Uriah expirou, cansado. – Olha só Allec. Volte pra casa ou eu vou dar uma surra em você.

– Passou o tempo em que você mandava em mim, pai. – Allec retrucou. – Agora larga ela.

– Você não pode estar falando sério. – Uriah disse, irritado. – Eu preciso do sangue deles! De todos!

– Por quê?

– Porque eu achei um jeito! Um jeito de fazer todos do mundo inteiro ter os mesmos poderes que vocês! – Uriah explicou. – Mas pra isso acontecer, eu preciso do sangue de vocês.

– Dava pra pedir cordialmente, sabia? – Cath retrucou.

– Menina eu realmente não me importo de quebrar alguns ovos pra fazer uma omelete. – Uriah forçou o cano da arma na cabeça de Cath.

– Charlie. – Allec a chamou. Charlie se aproximou de onde eles estavam, andando calmamente.

A forma como a garota se movimentava já era assustadora. Todos os cortes, marcas roxas e outros detalhes que lembravam aquela tortura que Uriah fez ainda estavam ali, intactos. O cabelo curto era o que mais marcava. Charlie estava milhares de vezes mais adulta, de um jeito não exatamente bom.

Uriah largou Cath e colocou as mãos na cabeça, caindo de joelhos no chão. Charlie poderia entrar em seu cérebro muito facilmente. Mas ela não estava fazendo aquilo para mais do que diversão. Cath saiu correndo do lado de Uriah, indo para onde Allec e Charlie estavam.

– Essa foi por pouco. – Ela suspirou. – Quer fazer as honras, Allec?

– Allec, não ouse. – Uriah tentou o parar, se levantando do chão. Mas o filho já não o obedecia.

– Você destruiu a vida do seu próprio filho e de outras crianças! - Allec disse, com raiva. - Você é um monstro. E vai pagar pelo que fez.

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Allec não estava machucado. Não havia sangue em lugar nenhum. Para usar seu poder ele teria que sangrar antes. E pra isso teria que sofrer um golpe do seu pai. Mas ele era orgulhoso. Se Uriah não tinha nenhuma mutação, Allec lutaria com ele sem nenhuma mutação também.

– Desculpe filho. Mas eu tenho que fazer isso. - Uriah deu um soco em Allec, que não conseguiu se desviar rapidamente.

– Então eu também. - Allec rebateu.

Ele agarrou o pai pelo braço, o puxando em direção a si, dando um soco em seu rosto. Uriah caiu no chão sangrando. Seu nariz havia quebrado.

– Você não vai querer matar seu próprio pai, Allec. - Charlie o impediu de fazer coisa pior. Allec o deixou no chão.

– Eu vou seguir com os pronunciamentos. Sabe como é. - Catherine sorriu maníaca.

Ela se aproximou de Uriah e chutou seu peito com força. O homem revirou os olhos, quase desmaiando.

– Ah você não vai desmaiar agora não, seu miserável. - Ela deu um soco na barriga dele, o mantendo acordado. Uriah gemeu de dor. - Esses seus gemidinhos estão muito fracos. Acho que vou querer ouvir um pouco mais.

Ela o pegou pelo couro cabeludo, levantando seu rosto. Deu um soco na face dele, que ficou imediatamente vermelha.

– Essa foi por Connor. - Mais um soco. - Por Clary. - Mais um. - Por Pietro. Por Aaron. Por Rafael. Pelo que fez à Mariana. Pelo que fez ao Oliver. Pelo que fez ao seu próprio filho. E pelo que fez em mim.

A cada frase era um soco desferido em algum lugar. Suas juntas doíam e sangravam, mas a sensação de invencibilidade a agradava. Se obrigou a parar, porque pensou que nem Oliver nem o finado Connor gostariam daquela vingança. Então ela deixou o homem desmoronado no chão, sangrando.

– Acho que é sua vez, Charlie. - Avisou.

Charlie inspirou fundo. Cath havia duvidado que a morena conseguiria cumprir sua ameaça, mas agora não havia mais dúvidas. Aquele sentimento de vingança estava ali. Pronto para ser usado.

– Lembra disso, Uriah? - Ela perguntou, tirando uma faca do bolso. Era simples. Lâmina afiada, com o cabo envolto em couro. Ela manejou com destreza, a olhando. - Foi com essa aqui que você me torturou. Eu estava planejando te torturar também. Mas sabe, levar uma surra da Cath e do próprio filho deve ser uma barra. Então você tem sorte.

Com passadas calmas ela se aproximou de Uriah. Sentou-se ao lado dele.

– Clary disse pra eu não fazer isso. Considerei essa proposta. Mas a tentação de te ver aqui... Ah. É grande demais. - Ela sorriu.

Uriah virou a cabeça para o outro lado, fazendo Charlie se irritar. Ela pulou como uma gata, ficando de pé e pegando o homem pelos cabelos, assim como Cath fizera.

– Olha pra mim seu desgraçado. - Disse furiosa. - Eu quero enxergar nos seus olhos a dor que vai sentir quando eu enfiar isso aqui no seu coração. Olha pra mim!

Seu aperto na cabeça dele era tão forte que Uriah desistiu de bancar o teimoso. Olhou para a garota com desprezo.

– Minha missão foi concluída. Fiz de todos vocês os assassinos que foram destinados, que foram criados para ser. Se quiser me matar vá em frente. Só quero que saiba que eu me orgulho do meu final. - Uriah falou, arrogante e orgulhoso.

Charlie deu um meio sorriso digno de psicopatas. Começou a canalizar suas emoções para Uriah. Invadiu sua mente sem permissão, vasculhando suas lembranças e segredos. Uriah gritou de dor. Ter o código do cérebro quebrado tão facilmente doía muito.

Charlie varreu suas memórias, e seu cérebro absorveu o conhecimento de Uriah. Sentiu brevemente as emoções mais fortes da vida dele. A obsessão que tinha por Eva, o ódio que se alastrou sobre seu coração quando ela casou com outro; o orgulho do filho mais velho Louis quando o garoto se formou com honras na academia de artes marciais; o mais profundo luto quando viu o filho preferido morto na cama; o desprezo pela covardia de Allec, na época com cinco anos, mãozinhas ensanguentadas; o desejo de começar de novo e treinar esse filho até a perfeição de Louis; o orgulho de Pietro o filho mais novo quando bateu o recorde de Louis; a felicidade quando achou todas aquelas crianças que lhe haviam escapado entre as mãos; o sentimento de poder quando havia torturado a filha de Eva; e finalmente a decepção que seu filho Allec havia sido pra ele.

Charlie ficou por alguns segundos paralisada. Manteve essas emoções longe de si mesma, com medo de se contaminar. O ódio que Uriah sentia da sua mãe biológica Eva era enorme. Resolveu se concentrar no ódio que ela sentia dele. Mesmo isso sendo o maior sentimento que já teve por alguém, o sentimento que Uriah nutria por Eva era dez vezes maior. Ele não queria que Eva morresse. Ele queria que Eva vivesse sangrando e vendo o que ele fizera ao mundo. Necessidade de se provar. Pela primeira vez na vida ela olhou para ele com pena. Mas não deixou isso influenciar seu julgamento. Uriah era um monstro.

– Bem... Nos vemos no inferno então, seu filho da puta.

Com isso ela enterrou a lâmina no coração de Uriah, o fazendo gritar. Ela enxergou a arrogância o deixando. A vida lhe escapando. O sangue fluiu para a mão de Charlie. Então ela largou Uriah e ele caiu no chão. A impressão que dava era que seu cadáver estava olhando para o filho.

– Isso foi teatral. - Cath comentou, a parabenizando.

Charlie observou o corpo de Uriah. Ao contrário do que pensara, não estava sentindo exatamente alegria por vingar os amigos. Na verdade não sentia nada. Como se aquele homem não fosse digno da morte que ela dera a ele.

– Eu não achei na mente dele onde nossos amigos estão. Agora não sabemos o que aconteceu com os outros. - Charlie lamentou.

– Sim, nós sabemos. - Allec respondeu. - Eu estava lá antes de Oliver me resgatar. Estão todos na Área 51, com a permissão de Eva.

– Mas por quê? - Cath quase gritou. - Eu pensei que ela fosse das mocinhas!

– Devem ter ameaçado me matar, Cath. - Charlie falou, olhando para o morto enquanto puxava a faca do peito dele. Ela observou o sangue na lâmina escorrendo. Então sussurrou baixinho: - Já vai tarde.

– Espera, como assim ameaçaram te matar? - Cath perguntou, confusa, para Charlie. - Desculpa amiga, mas quem é você na fila do pão?

– A filha da dona da padaria. - Charlie contou. O queixo de Cath caiu. Allec só deu de ombros. Tinha mais coisas pra pensar, e tentava assimilar a morte do pai e o fato de Charlie ser filha da "maldita Eva".

– Ah, acho que está explicado a fixação do seu pai em matar ela. - Cath disse. - E o fato dele ter te sequestrado Charlie.

– É. - Allec deu de ombros. - Agora precisamos apenas dizer para a senhora Eva que Uriah Campbell está morto. E ela vai soltar seus pais.

– Meus pais vão ficar loucos. - Cath comentou. - Sorte sua, Allec.

– Tá brincando? - Allec perguntou. - O que a minha mãe vai dizer quando eu contar que ajudei a matar meu próprio pai? Meu irmão Pietro vai querer comer meu fígado.

– Sugiro que conte de uma distância segura então. - Cath disse.

– E então? Fazemos o quê? Ele não pode ficar aqui, isso é um hospital. - Charlie disse, apontando para o cadáver de Uriah.

– Ele é meu pai. - Allec disse, por fim. - Vou cremá-lo. Devo isso a minha mãe que foi casada por 25 anos com ele. Ao meu irmãozinho. Ao meu irmão mais velho também.

– David faz falta nessa hora. - Charlie disse, sentindo falta do amigo.

– Tem álcool aí? - Cath perguntou, tirando um isqueiro do bolso.

– Você anda fumando? - Charlie perguntou.

– Calebe pediu pra eu guardar. Daphne o mataria se descobrisse. - Cath respondeu.

– Calebe te pediu? - Allec perguntou, alarmado.

– Na verdade foi algo mais como: "guarda ou eu coloco um prego no seu tênis". - Cath sorriu. - Agora precisamos do álcool.

– Deve ter gasolina no carro. - Charlie sugeriu. - Eu vou buscar.

Charlie se moveu para a saída, mas parou na porta.

– Oh, droga. - Resmungou. - Tem gente vindo. E com gente quero dizer caras armados.

– Deixem comigo. - Allec disse. - Vocês vão, eu fico. Procurem meu carro, o endereço da fábrica já está no GPS, e a senha escrita em um papel.

Cath abraçou Allec.

– Fica com ela. - Cath entregou a metralhadora para Allec. - Você vai precisar.

– Não. - Allec negou. - Você é que vai precisar.

– Eu tô muito orgulhosa. Você é o irmão mais novo que eu nunca gostaria de ter. - Ela disse.

– Eu não vou morrer, pirralhinha. - Allec retrucou. - Eu tenho meus próprios truques. Agora vai antes que eu troque de lugar com você.

– Tô indo. - Cath correu pra saída. Charlie que já estava na porta, deu uma olhada para o garoto.

– Não se culpe pelo seu pai, ele é que não valia nada. - Pediu.

Então elas saíram correndo. Acharam o carro de Allec quando os tiros começaram. Claro que não havia chance de Allec não sair vencedor dessa, mas Catherine estava roendo as unhas de ansiedade. Estava tremendo tanto que pediu para Charlie dirigir.

– Eu não sei dirigir carros. - Charlie admitiu.

– Mas você sabe dirigir motos.

– Meu ex-namorado era motoqueiro. - Charlie contou, arrancando o GPS do carro. - O papel com a senha tá com você?

– Sim. - Cath o pegou no banco.

– Então vamos. - Charlie pegou a moto que estava estacionada não muito longe. Cath sentou na garupa da moto e Charlie deu a partida, acelerando.

– Nunca pensei que você fosse desse tipo, que gosta de motos. - Cath riu.

– Já ouviu falar da CJ Brown? - Charlie perguntou.

– A mulher que ganhou o campeonato de rachas de motos? Claro, uma lenda. - Cath respondeu.

– É, eu sei. Sou eu.

– Oh meu deus. - Cath ficou boquiaberta. - Quando isso tudo acabar você precisa me dar um passe livre nessa competição.

~~☆★~~

E então? E ENTÃÃÃÃÃÃOOOOOO? Gostaram? Detestaram? Acharam triste? Acharam legal?

Eu particularmente achei legal por motivos de: tem riso. Tem choro. Tem felicidade. Tem decadência. Tem mortes. Tem assassinato. Isso é simplesmente a coisa mais perfeita na minha cabecinha doentia ♥

Bem vou me indo porque não tenho mais oq dizer... isso é raro.

AGORA QUERO TODOS VCS ME MANDANDO REVIEWS GRANDES COM CADA UMA DAS REAÇÕES DE VCS LENDO ESSE CAPÍTULO. MANDEM MESMO.

Bjo, titia ama vcs.