Acordo com alguém me chacoalhando. Era... JUSTIN?!

- Ah... – me assustei. – O que você está fazendo aqui?! – perguntei coçando os olhos.

- Esqueceu que temos que ir buscar os outros na entrada?

- Nossa, Justin. Sério?! Que horas são? – perguntei brava.

- São nove horas.

- E por que me acordar tão cedo assim? – olhei o quarto. – E cadê as meninas?

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- É uma lesada mesmo. Você ainda tem que se arrumar e tomar café. Os outros já estão na beirada da praia arrumando as coisas. Anda logo!

- Não me apressa não! Se está com pressa vai sozinho... – disse descendo as escadas e ele me pegou no colo assim que coloquei os pés no chão.

- Hey, o que está fazendo?!

Ele não disse nada, apenas me levou até o banheiro e fechou a porta.

- ANDA LOGO! – bateu na porta. – Eu procuro a roupa que você vai vestir...

Acabo de constatar que ou ele é louco ou aquele terrível incidente mexeu com seus miolos.

Tomo meu banho e abro meio fio da porta e peço a toalha. Ele caminha até a porta e me entrega a mesma. Saio enrolada e ele está sentado na cama de Missy, me olhando.

- Que foi? – pergunto.

- Nada...

- O que ainda está fazendo aqui? – ele me olha sugestivo. Estalei o dedo e apontei para a porta.

- Ah, tá... – disse ele caminhando até a mesma e saindo do quarto.

Minha roupa estava em cima da cama de Missy. Uma calça larga moletom, uma camiseta de renda e uma blusa de frio, junto de uma bota de borracha que eu trouxe caso precisemos ir para onde tenha muita lama.

Ele só pode estar brincando comigo! Caminhei até minha gaveta e pequei meu shorts cintura alta, meu cropped marrom e um biquíni para colocar por baixo, vai que o professor libera para entrar na agua. Coloquei meus amados Adidas, que sem eles não sou nada nesse mundo. Guardei a roupa de Jeca Tatu que ele queria que eu vestisse e sai do quarto, fazendo o mesmo me olhar incrédulo.

- Que porra de roupa é essa? – perguntou.

- Uma roupa, ué... – ele nunca me viu vestida assim, quer dizer, quando viu, agora não se lembra mais... Se ele soubesse que foi ele quem me libertou, que me fez ser livre.

- Não acha que está faltando pano, não? – perguntou segurando em meu braço, me fazendo parar de andar.

- Não acha que deve falar isso para a sua namorada, não? – o encarei de braços cruzados e ele andou na frente.

Entramos no hall para tomar café e não tinha ninguém da nossa sala ali, apenas algumas poucas pessoas que estavam hospedadas lá.

Nos sentamos e o garçom chegou. Puta que pariu, aquilo era um garçom ou um Deus Grego?!

- Bom dia... – cumprimentou ele. – O que vão querer.

- Bom dia... – cumprimentei sorrindo. Meu Deus, ele sorriu, que sorriso maravilhoso.

- Nada! – disse Justin se levantando e me puxando.

- Hey? – puxei minha mão de volta.

- Estamos atrasados, olha a hora! Depois que pegarmos eles, você come. Vamos! – começou a me puxar novamente.

Chegamos na entrada do acampamento e eu me encostei na grande roda de carroça

envernizada que tinha para enfeitar a entrada do local.

- Hm... – pigarreou Justin.

- O que? – perguntei.

- Bom... sobre... sobre...

- Anda menino. Sobre o que? – disse impaciente.

- Sobre o avião... bom, eu... – não pode ser!!

- O que tem o avião? – perguntei com a esperança de não ter sido um sonho.

- Vai dizer que não se lembra?

- Lembro de que?

- Affs, Demetria! Nada... nada. – deixei o assunto morrer ali.

Preciso saber do que ele estava falando. E se eu disser: Me lembro do beijo. E ele me olhar tipo: Que beijo, louca?

Antes de passar vergonha preciso saber de que ele estava falando. Talvez queira apenas me agradecer por eu dividir minha coberta ou pedir desculpas por ter sido grosso quando cai em cima dele... Afinal, tenho quase certeza de que aquele beijo fora um sonho.

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Os outros alunos chegaram e nós mostramos os lugares a eles. Depois de lá, Justin foi para a praia e eu fui para o Hall. Assim que entro, vejo aquele garçom atendendo uma mesa. Me sento e espero alguém vir me atender. Estava torcendo para ser aquele garçom, mas ao invés dele, uma moça, muito bonita veio até minha mesa.

- Bom dia, vai querer o que? – disse simpática.

- Por favor, um suco de laranja natural com duas pedras de gelo e um cubo de açúcar e... – examinei o cardápio. – um waffle com morango, kiwi, duas bolas de sorvete sabor creme e Xarope de Bordo Canadense.

- Mais alguma coisa? – perguntou.

- Somente.

Ela levou meu pedido e fiquei mexendo no celular enquanto esperava. Havia uma mensagem de um número que eu nunca vira antes.

[... Miga, sua louca, imagina se isso vai parar nas mãos do seu amorzinho? Como será que ele iria reagir?...] Mensagem às: 10:45 am.

- Que porra é essa?! – murmurei perplexa.

- Apenas o seu pedido. – disse o garçom lindo, colocando as coisas em minha mesa.

- Ah, desculpe. Não quis me referir a isso... – ri sem graça.

- Eu sei, eu sei. Relaxa, estou apenas brincando.

- Entendi... – sorri. Mas não conseguia distanciar minha cabeça do problemão que se aproximava.

- Então... Como é seu nome? – perguntou.

- Demetria... Mas pode me chamar de Demi. E o seu? – beberiquei meu suco.

- Cameron... Cameron Dallas. – disse pegando minha mão e a beijando.

- Galante... – espera, o que? Por que eu disse isso, meu Deus?

- Você acha? – perguntou com aquele sorriso covarde nos lábios.

- Ahn... Falei sem pensar... – senti minhas bochechas enrubescendo.

- Não precisa ficar com vergonha. – riu.

- Esta bem... – rimos.

- Bom, agora vou deixar você tomar seu café da manhã e vou voltar para meu castigo...

- Castigo? – perguntei intrigada.

- Longa história. – disse se afastando.

- Eu tenho tempo. – disse meio alto para que ele ouvisse.

- Esta bem... À meia noite na ponte dos chalés... – disse ele já ao longe.

Fiz um joia com a mão e automaticamente eu tenho um encontro marcado para hoje á noite. Ótimo... Agora você tem uma queda por três pessoas! Ótimo, Demetria. Ótimo...

Terminei meu café e fui para o mar. Cheguei lá e eles estavam amarrando redes entre as arvores, enfeitando as mesas que havia lá, e marcando a margem da areia para o mar com tochas de fogo fincadas no chão. Haviam luzes coloridas envolta das arvores. Tudo bem Tumblr. Mas como ainda estava dia, não estava com aquele efeito. Ainda estava tudo muito apagado. A noite que iriamos acender as tochas e as luzes.

- Demetria... – saudou o professor. – Que bom que já chegou, vem nos ajudar aqui.

Caminhei até ele que estava sentado junto de Victória e Missy, esculpindo frutas. Legal...

- Bom dia. – cumprimentei.

Matheus me deu uma melancia, parti a mesma no meio e comeceu a esculpi-la.

Olho para Victória e ela me encara de volta.

- Posso falar com você? – digo apenas mexendo os lábios e fazendo sinal.

Ela rola os olhos e se levanta.

- Professor, vou buscar um suco para nós. Eles devem de estar com sede. Demetria, venha comigo para me ajudar a trazer...

Caminhamos para longe dali e quando tive certeza de que ninguém poderia nos ouvir, comecei a falar.

- Então... Sei que não nos damos muito bem, mas eu tenho um recado para você... da sua sogra. – me doeu dizer aquilo.

- Pode falar... Sou toda ouvidos.

- Bom, não é bem um recado. É apenas um aviso. A mesma coisa que ela disse a mim, vou dizer a você. – passei uma mão na outra. – Bom... como você sabe, Justin não sabe de nada do que houve. Acho que nem da aposta ele deve se lembrar...

- Ele se lembra...

- O que?! – perguntei perplexa.

- Mas ele não sabe que chegou a cumprir a aposta. Ele apenas me perguntou se eu ainda queria que ele fizesse isso, então eu disse que não... Que era pra ele esquecer essa história. Que estamos bem sem ter você envolvida no nosso meio...

- Entendo... – limpei a garganta. – Então... Pattie me pediu para dizer para você não tocar no assunto que eu e ele... bom... no assunto que envolve nós dois... E também que é para reforçar a ideia de que ele sofreu um acidente.

- Eu já fiz isso... – disse ela. – Mas... Eu fiz uma coisa ruim eu acho...

- Do que você está falando?

- Eu meio que disse para ele que a culpa foi sua por ele ter sofrido o acidente...

- O QUE? – gritei.

- Fala baixo. – disse ela me arrastando para atrás de uma arvore.

- Você ficou louca, garota? – perguntei querendo aniquila-la.

- Era o que todos estavam dizendo... Que foi por sua causa. Disseram que ele estava no telefone quando sofreu o acidente. No telefone, discutindo com você...

- Meu Deus, que grande merda! – disse passando as mãos pelos cabelos.

- Queria que eu dissesse o que? A verdade? Ele não parava de me perguntar com detalhes o que tinha acontecido. Eu não sabia o que dizer. Ou melhor, o que inventar... Essa foi a única saída. Aproveitei o que estava na boca de todo mundo. Não sei quem inventou isso, mas foi útil afinal de contas... Ele até alegou não se lembrar de nenhuma festa, então eu disse que ele havia bebido muito... Por isso não se lembrava. Perguntou até que assunto ele tinha para discutir com você no telefone para deixa-lo tão nervoso. Eu disse que não sabia... Acho que ele vai perguntar a você. Portanto, confirme tudo... A merda já está feita mesmo.

- Vou ter que confirmar né... – disse com raiva. Mas por um lado, Victória não tinha culpa disso. Ela não sabia o que inventar, então disse algo que todos estavam comentando, seria mais fácil de ele acreditar.

- Bom, se era só isso. Não temos mais o que conversar...

- Não... Espera... – disse chamando sua atenção novamente. – Me mandaram isso...

Lhe mostrei a mensagem e a foto minha e de Justin juntos, dando selinho.

- Que porra é essa?! – perguntou puxando o celular de minha mão.

- Também queria saber... Eu preciso da sua ajuda. – ela me olhou surpresa.

- Como é que é?

- Vamos lá, Victória. Esqueça esse ódio gratuito que você tem por mim desde não sei quando e vamos trabalhar juntas pelo Justin... Você sabe que se isso cair assim, de repente nas mãos dele, ele pode ter um colapso. O médico disse que ele tem que se lembrar aos poucos e naturalmente. Se forçar ele a se lembrar de algo, ele pode ter um ataque...

- Tudo bem... – suspirou. – Sabe... Pode parecer que não... Mas eu gosto do Justin. Assim como você. O mesmo sentimento que você tem por ele, eu também tenho. E esse “ódio” que eu tenho por você, foi por uma vez ele dizer que achava você bonita... Depois disso... eu não sei... Tenho medo de perde-lo... Eu aproveito o máximo que posso ao lado dele enquanto ele não se lembra de nada... Pois quando ele recuperar a memória, ele vai atrás de você. Eu tenho certeza... Sinto que vocês não estão juntos por minha causa. Eu transformei Justin nesse garoto debochado que é hoje. Fiz ele sentir vergonha de andar com pessoas inferiores e fiz ele te ver como uma inferior...

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- Victória... Relaxa. – coloquei as mãos em seu ombro. – Relaxa... Eu estou seguindo minha vida o mais natural possível. Relacionamentos acabam todos os dias. O meu e de Justin foi só mais um. Mas se tivermos de ficar juntos... se formos mesmo almas gêmeas, então significa que seu futuro não é ao lado dele, mesmo que você queira que seja. Então você não irá sofrer quando tudo acabar, porque seu par é outro. Deus escreve certo por linhas tortas... Se for pra você ficar com ele pra sempre. Pode passar mil mulheres pela vida dele, mas no fim, ele sempre irá voltar para você. – sorri.

- Estou me sentindo horrível... – riu nasalado. – Como pude fazer tudo aquilo com você?

- Você parece até estar falando sério... – ri para descontrair.

- E eu estou... – disse ela séria. – Me desculpe, Demi. Você tem razão... Eu não vou mais brigar com você por causa de Justin... Se ele for para ser meu, será e se for para ser seu, será! Poderíamos até tentar sermos amigas se você quiser... O mesmo que você disse para mim, vale para você, certo? Se ele for meu, você não irá sofrer, porque seu par não será ele...

- Tem razão... – ri.- E bom... Acho que podemos ser amigas sim... Afinal, ontem à noite você já conseguiu roubar minha amiga né...

- Ela nem me olhava na cara... Depois chamou Dominik para ficar a sós com ele, mas sei que era por causa de minha presença...

- Ela é legal... Você vai ver... Mas, voltando ao assunto principal... Fica de olho no celular de Justin, esse número pode mandar alguma coisa para ele... Eu tentei ligar para ver quem iria atender, mas só dá caixa postal e não responde minhas mensagens.

- Nossa, parece até o que acontece em PLL. Já imaginou se for A?

- Nossa, Victória... Não viaja. – disse rindo. – Aqui é vida real. – estalei os dedos na frente de seus olhos.

Caminhamos para dentro do Hall e pedimos os sucos para levar para a praia.

- Voltou... – disse Cameron. – Sentiu saudades?

- Ah, claro. Não sei mais viver longe de você. – ele riu e apertou minha bochecha indo atender a mesa.

- Está seguindo mesmo em... – comentou Victória. – Num caminho direto para o paraíso. – riu.

- Hey, tira o olho do meu boy... – brinquei.

Fomos de volta para a praia e aguentamos sermões do professor, que disse que nós estávamos fugindo do trabalho, por conta da demora.