Capítulo 21

O combinado era eu esperar Sirius sair com Tiago, então, ir até a Lilian e dizer que... Que... Ok, o que eu vou dizer para aquela ruiva me acompanhar até o armário de vassouras?! Há dois dias eu poderia dizer que o Tiago e o Sirius haviam prendido Snape lá, ela iria correndo ajudá-lo, mas, no atual momento, a última pessoa que ela quer ver é o Severo. Então, essa não é uma possibilidade. Me sentei na mesa da Sonserina, com os olhos pregados na Lilian, as vezes olhando para Sirius e Tiago. Pensando em como iria levar ela para o armário de vassouras, e raciocinando um pouco como Sirius irá tirar sua varinha. Mal passara cinco minutos que me sentei, vi Sirius indo para a porta do salão com o Potter. Tenho que agir agora, não tem mais tempo para pensar. Me levantei e fui até Lili sem saber o que dizer, sendo assim, tive que improvisar.

— Lilian! Lilian! - Gritei tentando parecer estar desesperada, o que, de certa forma, eu estava.

— O que foi Luna? – Ela perguntou me olhando preocupada e se levantando.

— Preciso que você venha comigo, agora! - Talvez essa não seja a melhor ideia do mundo, mas é o que tenho no momento.

— O que ouve? - Ela perguntou segurando meus ombros.

— Não tenho tempo de explicar. Você... Precisa ver uma coisa... Mas, só você. – Falei olhando de leve para os curiosos amigos atrás dela que nos olhavam entretidos.

— O-ok... – Gaguejou.

— Venha comigo. – Peguei em sua mão e comecei a puxá-la pelo castelo. Foi mais fácil do que eu imaginei... Mais uma vez...

Cheguei no armário de vassouras, cujo qual a porta estava entre aberta. “O Potter já deveria estar lá”. Porém, eu olhei para os lados e não avistei Sirius, talvez ele estivesse com a capa da invisibilidade.

— Olhe lá dentro. – Falei para Lilia apontando para a porta.

Ela me olhou preocupada, e foi se aproximando da porta, abriu-a de vagar já entrando. Então... Foi tudo muito rápido...

— Potter?! – ela gritou surpresa.

— Evans?! – gritou Tiago ao mesmo tempo.

PÁ! Bati a porta atrás da Lilian, prendendo os dois lá dentro. E a tranquei com um simples “Colloportus”. Ouvi as gargalhadas do Potter.

— Isso não tem graça! – Gritou Lilian. – Abre já essa porta, Luna!

— Obrigada Parker, agradece ao Almofadinhas também depois. – Falou Tiago sem parar de rir.

— Pare de rir agora Potter! – Escandalizou Lili. Houve uma pequena pausa, onde até Tiago parou de rir. Então Lili recomeçou. – Onde está minha varinha? – O Potter começou a gargalhar de novo. Até eu ri dessa vez. Ouvi Lili brigando com Tiago.

— Bom. Agora os dois fiquem aí até aprenderem a não brigar mais. – Eu disse.

Comecei a descer as escadas para o salão principal, mas não encontrei Sirius no caminho, ele tinha sumido... Me sentei na mesa da Sonserina, procurando por ele na mesa da Grifinória, foi quando um aviãozinho me atingiu.

"Não tive coragem de te ver partir, mas também não tive coragem de não te dizer adeus.

Luna, eu te amo e você sabe. E sei que você me ama também.

Sei, também, que você precisa ir. E não vou impedir. Então adeus, quem sabe no futuro eu te veja de novo.

—Almofadinhas”

POV’s Lilian Evans.

— EU NÃO ACREDITO! – Gritei virando para lá e para cá, já que nesse micro armário não tinha muito espaço pra andar. – A Luna fez um complô com aquele cachorro para me prender com esse veado!

— Ei! É um cervo tá?! – Gritou Potter que estava sentado no chão. Mas fingi não ouvir ele.

— E eu, a idiota, cai nessa! O pior é que estamos no sétimo andar, onde só o inútil do Pirraça passa de vez em quando e estamos sem as nossas varinhas. Ou seja, vou ter que ficar aqui até alguém sentir nossa falta! EU ESTOU SURTANDO! AAAAAAAAAAAI, QUE DROGA! – Me joguei no chão com os joelhos dobrados e as mãos na testa.

— Você é bem estressada, né? Relaxa. – Falou se sentando do meu lado e me abraçando, tentando, de algum jeito, me consolar. – Daqui a pouco vão achar a gente.

— Me. Solta. – Falei sem nem olhar para ele. Ele tirou o braço dos meus ombros. – E se não acharem? E se perdemos as aulas?

— Se perdemos as aulas vai ser bom, temos duas seguidas de História da Magia. – Ele disse sem nem se importar com o que estava acontecendo. Eu bufei revirando os olhos.

— Vai ser ótimo perder as aulas mesmo. Vai nessa. – Falei ironicamente.

— Você leva a vida muito a sério.

— E você muito na brincadeira.

— Mas o fato é: Ficar irritada com a situação, não vai mudá-la. Só irá fazê-la ficar ainda mais insuportável. – O que é isso que ele está dizendo? - Respira fundo, e come uns feijõezinhos de todos os sabores. – Concluiu pegando um pacote de feijõezinhos no bolso das vestes e me oferecendo. Eu peguei alguns e comi.

Por mais que eu não tenha entendido muito bem o que ele disse, da parte que eu entendi, ele tem razão, só nos resta esperar, e ficar brigando com ele não ia ajudar em nada.

— Só não entendi qual é o objetivo da Luna me prendendo aqui com você. – Falei pegando mais alguns feijõezinhos.

— Também não.

— Você não teve nada a ver com isso?

— Não, isso foi coisa do Sirius. Eu nem sabia de nada. Ele me disse que minha capa da... Um negócio meu estava aqui, e eu vim buscar.

— Ah... Pensei que você e ele tinham...

— Eu disse que estava mudando.

Ouve um pequeno silêncio. Sério, nunca nem ao menos passou pela minha cabeça que o Potter iria “mudar” esse jeito infantil dele só por minha causa. Mas será que ele realmente mudou? Sei lá. Eu estou confusa. Porque, mesmo que ele tenha mudado e daí? Eu jurei a mim mesma que nunca na minha vida eu sairia com ele... Não acredito que cogitei a probabilidade de sair com ele. Ele, que se acha só porque joga quadribol e têm aqueles cabelos bagunçados, o sorriso perfeito, é fofo, e aquele corpinho de Deus grego... LILIAN EVANS! Olhe só os pensamentos que você está tendo! Não acredito em mim mesma!

— Evans? – Foi então que percebi que durante todo o meu pensamento eu estava olhando para ele (mais uma vez), com um sorriso idiota. Senti meu rosto queimar, provavelmente estava ficando da cor dos meus cabelos. Desviei o olhar para o chão e tirei aquele sorriso do rosto. – Sabe... Eu sempre te chamo para sair, isso mostra que eu sou afim de você, mas...

— Onde você quer chegar? – Perguntei ainda olhando para o chão.

— Eu nunca te disse uma coisa...

— O que é Potter?! – Perguntei olhando pra ele. “Por que ele não falava logo?”

— Eu te amo. – Essas palavras saíram quase como um sussurro. Mas eu ouvi... E fiquei sem reação mais ainda quando raciocinei o que elas queriam dizer. Tipo, eu sabia que ele era afim de mim, mas ele dizer que me ama, na minha frente, é uma coisa totalmente diferente do “estar afim”. Foi só ai que eu percebi, eu também estava apaixonada por ele, eu também o amava, mas só agora eu reparei, quer dizer, só agora eu aceitei isso. Olhei pro chão, pensando um pouco.

— Sim. – Falei olhando para seus olhos castanhos cheios de lágrimas.

— Sim o que? – Perguntou.

— Eu saio com você. – Falei revirando os olhos. Ele sorriu se aproximando, estávamos apenas a alguns centímetros, sua mão acariciando minha bochecha.

Só me dei conta do que eu estava acontecendo quando senti os seus lábios nos meus e o cheiro que eu já conhecia - o mesmo da capa da invisibilidade - tomou conta do lugar e eu não consegui pensar em mais nada. Nós nos beijamos.

Foi o melhor beijo da minha vida.