Enquanto planejava o meu dia, fui interrompido pela secretaria de meu pai, a Nathalie. Ela bateu à porta e após ouvir minha autorização, abriu-a.

— Bom dia Adrien! - Disse ela. - Seu pai e a senhoria Bourgeois o esperam para o café da manhã.

— O que? - Perguntei espantado. - Como assim, meu pai e a Chloé? Não pode ser!

Eu não podia aceitar no que tinha acabado de ouvir. Meu pai iria realmente prosseguir com aquele plano? Isso já era demais! Passei maior parte da minha vida fazendo o que ele queria, agora era a minha vez de decidir o meu futuro. Confesso que não faltara vontade de utilizar a magia do miraculous para sair dali, mas não seria a melhor forma de resolver. Precisava encarar meu pai de frente.

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— Sim Adrien! - Afirmou a secretária. - Ela mesmo, Chloé Bourgeois. E é melhor se apressar, sabe que seu pai não gosta de ficar esperando.

— Sim Nathalie! - Concordei com ela. - Por favor diga que já estarei presente. - Ao ouvir, Sancoeur fechou a porta e se retirou.


18 – Nova armadilha.


" Sempre ouvi dizer que podemos escrever a nossa própria história e que somos responsáveis pelo rumo que ela toma, seja um final feliz ou triste.

Certa vez li a seguinte frase:

“Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.”

Muito inspiradora, não acham? Fase de Sarah Westphal. Confesso que ela me fez refletir muito e como ela mesmo disse, é hora de agir, mesmo com os diversos obstáculos que podem aparecer, é hora de enfrentá-los, sem medo! É hora de virar a página e iniciar um novo capítulo."


— Parece que terá um emocionante café da manhã hoje. - Comentou meu kwami. - Analisando o seu semblante, acredito que algo sim foi possível mudar seu humor hoje. - Concluiu de uma forma um tanto irônica.

— Haha! - Ri com ironia. - Muito engraçado Plagg! - Fiz uma pequena pausa. - Mas pode ter certeza que o fim desse assunto não será como Gabriel Agreste planeja.

Não ia ser esse café da manhã arranjado que atrapalharia meus planos pessoais, estava decidido a cumprir a minha própria agenda, não estava mais suportando as intromissões de meu pai em minha vida, estava disposto a pagar o preço que fosse necessário para conquistar a minha independência.

Fiz minha higiene pessoal, procurei em meu guarda-roupa algo que não pertencesse a Ageste’s Company, já que iria junto com meu melhor amigo para analisar os trâmites da compra do apartamento e como não quero ser reconhecido, todo detalhe é muito importante. Sem falar do maior motivo, vou ver a minha amiga de escola em seu primeiro dia de trabalho, ou seja, terei que comparecer na empresa concorrente de meu pai, é bom não criar conflitos.

Desci as escadas rapidamente, não por estar ansioso para aproveitar a companhia dos que estavam presentes, mas sim para finalizar essa etapa do meu dia.

— Bom dia Andreinzinho! - Disse a loira. - Como é bom te ver pela manhã. - Comentou sorrindo. - Eu disse que tinha vencido! - Finalizou piscando um olho com um sorriso vitorioso em seu rosto.

— Hum…! Autoconfiante. - Comentou meu pai. - Sabe que gosto muito dessa sua personalidade. - Elogiou ele. Confesso que é uma das poucas vezes que escuto ele fazendo elogios. - Essa sua qualidade vai fazer muito bem ao meu filho. Ele precisa de alguém assim junto dele. - Acrescentou. - O que você acha Adrien?

— É claro que só farei bem ao Adrien! - Comentou ela. - Ele me adora! Aliás, todo mundo me adora! - Comentou com seu grande sorriso.

— Bom dia para vocês também! - Respondi com um sorriso sem graça, diante a tanto cinismo de meu pai. “Como ele podia ser tão hipócrita?” Questionava em meus pensamentos. A Chloé até consigo entender, ela sempre foi uma amiga próxima, acredito que posso ter dado esperanças a ela dê um dia podermos ter um tipo de relacionamento, ou até mesmo ela criou essas expectativas e o jeito, é típico dela. - Chloé, agradeço muito sua presença e sua companhia para o café da manhã, mas como fui informado apenas agora cedo; inclusive, já quero lhe pedir perdão pela demora e também já adianto que não poderei ficar muito aproveitando a sua companhia, pois já marquei alguns compromissos para hoje.

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— Adrien! - Chamou meu pai com a voz um pouco alterada. - É assim que se recebe uma convidada? - Questionou. - A senhorita Bourgeois veio especialmente aqui para participar de um café da manhã conosco e você já está querendo dispensar a companhia dela?

— Me desculpe, pai! Mas acredito que ela é sua convidada, até porquê foi o senhor que a convidou. - Falei calmamente, frisando quem era o responsável por aquele inconveniente café da manhã. - Com todo o respeito Chloé, mas acredito que houve um mal entendido aqui.

— Tudo bem Adrien. - Disse a loira. - Senhor Agreste, se o Adrien está com a agenda cheia, podemos marcar algo para mais tarde. - Fez uma pequena pausa, enquanto respirava profundamente em seguida, dirigiu seu olhar a mim. - Que tal um jantar à luz de velas Andrienzinho? Assim você compensaria sua falta de agora.

Definitivamente, não fazia parte dos meus planos esse jantar, por mais que ela fosse uma amiga de anos e sinceramente, eu consigo compreender suas atitudes e sei que no fundo ela é uma boa pessoa. Mas o fato dessa ideia absurda de meu pai a deixou totalmente inconveniente, eu que sempre fui muito paciente com ela, estava naquele momento no limite do meu esforço. Acredito que a oferta do meu pai tenha causado um grande impacto nela e por ela ter se envolvido profundamente no mundo dos negócios, essa proposta se tornou mais um jogo de interesses em comum de ambos.

“Que saudades de minha amiga de infância”; pensei assim que ouvi a sugestão dela, pois tenho certeza que a antiga Chloé seria mais compreensível para comigo.

— Bom, Chloé… - Comecei falando pausadamente. - Eu agradeço muito o seu convite, mas eu…

— Mal pode esperar para te ver novamente. - Meu pai como sempre, foi decidindo por mim, me interrompendo enquanto eu falava. - Não é mesmo meu filho? - Completou olhando nos meus olhos com autoridade.

— Mas pai! - Exclamei com um tom de voz mais alto e com certo receio, não queria causar um momento desagradável e muito menos irritar meu pai, já tinha tudo planejado e estava almejando seguir até o fim, então todo cuidado era pouco, ainda mais se tratando de Gabriel Agreste. - Eu…

— Não tem mas, Adrien! - Disse ele com autoridade. - Lembre-se do que havíamos combinado! O futuro da família Agreste depende de você e tenho certeza que sua mãe ficaria muito satisfeita com essa decisão. - " Ele sempre precisa lembrar dela nesses momentos"; pensei enquanto ele falava. - E a senhorita Bourgeois é de uma família bem-conceituada, praticamente cresceu com você, meu filho; sem falar que ela está de acordo também.

— Como assim? - Questionei ele. - Que acordo?

— O senhor não conversou com ele ainda? - Perguntou a loira. Eu estava ficando cada vez mais ansioso com a situação.

— Eu marquei esse café da manhã justamente para organizar todos os preparativos. - Começou ele.

— Preparativos? - Questionei, eu estava ficando preocupado com essa história.

— Sim Adirenzinho! Você não imagina o quanto eu estou feliz com tudo isso. - De fato, ela falou com um grande sorriso e eu, cada vez mais ansioso com todo esse suspense.

— Imagino que esteja mesmo muito feliz, Chloé. - Comentou meu pai. - Não é para menos, já que no próximo mês você será parte da família, será a mais nova senhora Agreste!

— O quê? - Não me contive e acabei falando alto de mais, me posicionando em pé, com minhas mãos em cima da mesa. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo.

— Isso mesmo que você está pensando Adrien. - Disse Gabriel. - Você e a senhorita Bourgeois se casarão no próximo mês, já está marcado. - Completou ele, enquanto eu me sentava em minha cadeira, eu estava definitivamente em choque. Era como se o mundo estivesse girando ao meu redor. Um casamento arranjado? Isso era inacreditável! Gabriel Agreste estava se superando. - Infelizmente não consegui marcar para antes, a igreja já estava reservada para outro casal. - Finalizou.

— Somos noivos! - Disse a loira. - Olha só Adrien nossas alianças! - Foi logo me mostrando um par de alianças de ouro, eram largas com detalhes em relevo e continha nossos nomes escritos. Ela logo colocou em seu dedo e me entregou a outra.

Ainda estava processando toda aquela informação. - Eu não posso acreditar! - Acabei expressando o meu pensamento, que mais saiu como um suspiro por meus lábios.

— Eu sei Adirenzinho! Também não estou acreditando. Há tantas coisas que precisamos organizar em tão pouco tempo. Eu já pedi para a Sabrine me ajuda. - Disse a minha então noiva.

— Pois é Chloé, precisamos organizar tantas coisas né? - Falei com um sorriso tímido, já que pelo jeito eu não tinha escolhas naquele momento. - Já que precisamos ver toda a questão da cerimônia, festa e vestimentas, acredito que também tem vários compromissos para hoje e com certeza, te conhecendo a anos sei que é a melhor para organizar tudo isso e sem falar, que precisa encontrar um vestido de noiva que seja a sua altura. Então é bom não perder tempo. - Fiz uma pequena pausa. "Não acredito que estou falando tudo isso"; pensei, mas confesso que apreciei ver o semblante dela gostando das minhas palavras. Era tudo que eu precisava para aquele momento. - Sendo assim, você tem vários compromissos e como eu disse mais cedo, também estou com muitas coisas para resolver.

— Mas você nem fez sua refeição. - Disse Bourgeois.

— Estou em cima do meu horário. - Falei já me retirando. - Foi muita informação logo pela manhã que perdi um pouco o apetite. Mas amei a aliança! - Falei pegando o anel. - Se cuida, querida! - Me despedi e logo sai daquele lugar, mas pude notar o semblante desconfiado de meu pai.


Saindo da sala de jantar, me dirigi até a garagem para pegar meu carro e chegar logo ao meu destino, minha meta era cumprir com tudo que havia planejado.

— Parece que assim como a noite o dia também já iniciou cheio de surpresas. - Disse meu kwami assim que entrei no carro.

— Você não dá uma folga, né Plagg? - Comentei rindo. Ele sabia como ironizar todas as situações.

— Principalmente nos momentos em que estou com fome! Você saiu tão rápido de lá que nem consegui garantir meu café da manhã. - Respondeu o ser mágico.

— E o que você acha disso? - Mostrei a ele um pedaço de seu queijo favorito, porém ao mesmo tempo acabei deixando cair a aliança.

— Adrien! Com certeza você sabe me deixar muito feliz! - Falou o pequeno, logo foi devorando o pedaço de queijo. - Mas com certeza a Ladybug não ficará feliz ao ver isso. - Comentou logo me alcançando a joia. - Logo agora que você teve um grande progresso com ela.

— É Plagg! - Suspirei. - A sorte é que ela não sabe quem eu sou por baixo da máscara. Assim tenho tempo para organizar isso tudo. - Fui falando enquanto escrevia uma mensagem no celular para meu amigo. - Agora mais do que nunca precisarei da ajuda do Nino. Preciso agir logo! - Eu estava decidido, precisava tomar uma atitude.

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Assim que finalizei a mensagem, sai com o carro em direção ao meu primeiro destino, a empresa do senhor Bonnet.

No caminho, avistei uma floricultura, que se localizava uma quadra antes do meu destino. Era uma loja simples, mas com um terreno grande, onde haviam diversas plantas, todas naturais. O local era aconchegante, as flores e demais plantas estavam em excelentes condições.

Estacionei meu carro próximo ao local e fui até a floricultura realizar uma compra especial. Confesso que ao saber que a minha grande amiga que ganhei na época do ensino médio, passou tanto tempo gostando de mim e sem conseguir expressar seus sentimentos, mexeu muito comigo. Devo admitir que também sempre tive um carinho especial por ela, mas como meu coração já estava entregue a My Lady, nunca consegui pensar nela de outra forma.

Entrei no local e fui muito bem recebido por uma senhora de mais idade, ela tinha cabelos brancos presos com um coque, usava uma saia longa em um tom de roxo mais claro e uma camisa branca. Ela usava óculos e tinha uma voz doce. Era impossível não se sentir a vontade junto dela, era como se ela pudesse ler a minha alma.

— Bom dia meu jovem! - Disse aquela senhora. - Como posso te ajudar?

— Bom dia! - Cumprimentei. - Estou em busca de um buquê de flores. Minha amiga inicia hoje no seu novo emprego e estou procurando alguma flor que expresse algo tipo sucesso, boa sorte, nesse sentido.

— Hmm.... Deixe-me ver! - Disse ela. Mas não pude deixar de notar que ela me observou muito. - Sei exatamente o que você vai precisar.

— Precisar? - Questionei. - Como assim precisar? Tudo que quero é um buquê de flores.

— Sim, sei exatamente o que você precisa e vai além de um simples buquê! - Respondeu a senhora enquanto preparava o meu pedido. - Se você quer impressionar essa sua amiga, trazê-la para perto, você precisa desse buquê de girassóis e rosas. Girassóis são para boa sorte, alegria, as rosas já representam o amor.- Explicou ela.

— Ficou lindo! - Respondi. - Mas eu apenas quero demonstrar a minha felicidade para com a conquista que ela teve. - Fiz uma pequena pausa. - Acredito que apenas o buquê de girassóis já estão de bom tamanho. - Finalizei com um sorriso tímido.

— Meu jovem, nunca duvide de minhas palavras. - Falou a mais velha, olhando fixamente em meus olhos. - Acredite! Esse é o presente ideal para ela, pois expressa tudo o que está em sua alma. Está escrito nos seus olhos. - Confesso que essas palavras mexeram muito comigo, aquela senhora estava realmente me lendo? - Talvez a situação atual não pareça ser apropriada, mas confie, não deixe a felicidade passar por você mais uma vez.

Não pude evitar, tudo o que aquela simples senhora falou me fez ficar em total silêncio, apenas refletindo em cada palavra. "Será mesmo que o carinho que eu tenho pela Marinette é mais que uma amizade?"; Pensei enquanto me dirigia para a empresa. Eu não queria acreditar, ainda mais agora que parecia que teria alguma chance com a minha joaninha.


Bonnet's Company

11h da manhã.


Assim que cheguei na empresa, logo conversei com o senhor Bonnet sobre o nosso projeto, informando-o que logo poderemos executá-lo, já que a minha demissão da Agreste's Company era inevitável. Devo frisar que não lamentava por isso.

A conversa foi bem produtiva e não apenas no sentido profissional, Morrice era tão paciente e tão amigável que oferecia um tratamento como de pai, até parecia que eu era filho dele. Não sei se é pelo motivo de eu nunca ter tido uma atenção de pai antes ou se realmente ele me proporcionava esse carinho.

Assim que finalizamos a conversa, me despedi do designer e me direcionei até a sala da minha antiga colega de classe.

— Pode entrar! - Disse assim que ouviu o barulho das batidas na porta. - Esta aberta.

— Bom dia Marinette! - Cumprimentei assim que entrei. - Tudo bem com você?

— Aaa-drieeen? - Respondeu Cheng com a voz trêmula, confesso que achei um pouco engraçado, me fez recordar da época da escola. - O que faz aqui?

— Vim conversar com o senhor Morrice e aproveitei para te ver também. - Fiz uma pequena pausa para observar o semblante dela, parecia um pouco confusa. - São para você! - Fui logo entregando o presente.

— Adrien! - Pronunciou o meu nome com uma leveza na voz. Era impossível não perceber a alegria nos seus olhos. - Muito obrigada! - Agradeceu me dando um abraço, mas aquele abraço me parecia tão familiar. - Você acertou no presente. - Foi falando enquanto se soltava do abraço e buscava por um vaso para colocar as flores. - Os girassóis chegaram em boa hora para me dar sorte. - Comentou.

— E você precisa de sorte? - Questionei ela. - Você é muito talentosa! Esse modelo que está desenvolvendo ai está magnífico! - Comentei apontando para o manequim onde ela estava trabalhando.

A sala da Marinette não era tão espaçosa, mas era aconchegante e muito organizada. Tinha uma janela grande que dava de frente para a avenida principal, a qual também lhe proporcionava uma grande vantagem no quesito iluminação. A sala também possuía mais dois manequins e dois provadores. Haviam duas máquinas de costuras distintas, cada uma para uma função específica, no centro havia uma mesa grande, onde ela deixava os tecidos que estava trabalhando abertos e nas mesas onde estavam a máquinas, tinha também uma estante, com vários materiais, como tecidos, caixas de botões, miçangas, lantejoulas e entre outros.

— Esse modelo infelizmente não está como deveria ser. - Foi explicando. - Na verdade a versão original dele é melhor, mas não consigo encontrar o desenho original.

— Bom! Então de fato os girassol vieram em boa hora. Espero que eles te deem sorte para encontrar. - Comentei.

— É só por sorte mesmo! - Disse rindo, parecia que estava lembrando de algo, apesar que pude notar uma leve decepção em seu olhar por não saber onde estava o esboço. - E as rosas vermelhar? Qual seria o significado? - Perguntou.

— Marinette, eu sempre tive um carinho especial por você. - Fui explicando, apesar de me sentir um pouco sem graça diante da situação. - E bem, você sempre foi uma grande amiga. Achei legal demonstrar.

— Ah sim! Uma grande amiga. - Balbuciou ela, desviando o olhar, foi pegando seu celular. Aquele comentário dela me fez ficar pensando, ela parecia chateada com o que falei, mas antes que eu pudesse falar algo, ela tomou a frente, após ter lido uma mensagem. - Não acredito! A Alya não poderá mais ir comigo ao Museu do Louvre.

— Se quiser, posso ir com você. - Me ofereci, queria poder conversar mais com ela. - Tem alguma exposição nova? - Quando se é morador de Paris, ir no Museu do Louvre se torna algo tão normal que só vamos em ocasiões especiais.

— Na verdade não. - Respondeu fazendo uma pequena pausa. - Apenas fiquei curiosa com o último acontecimento e ainda não tive a oportunidade de ir após a investigação da Ladybug e do Chat Noir. Sei que fizeram uma limpeza e reorganização do local, mas já imaginou como deveria ter sido a cena? E fora que quero retribuir um favor a Alya.

— Fiquei sabendo que parecia uma cena de filme de fantasmas. - Comentei me recordando do que havia visto. - Se aceitar a minha companhia, podemos almoçar por lá, assim que sairmos do Museu.

Ela balançou a cabeça em sinal de positivo com um sorriso no rosto. Fiquei feliz pelo fato dela ter aceitado. Assim que saímos juntos do edifício, entramos no meu carro e fomos em direção ao Museu do Louvre.

No caminho fomos conversando sobre assuntos aleatórios, até que tomei a liberdade e perguntei a ela sobre seu relacionamento.

— Então Marinette, como está você e o Luka? Digo com relação ao noivado. Já sabem quando vão casar? - Perguntei a ela, mas percebi que seu olha ficou um tanto distante, como se estivesse relembrando algum momento. - Você está bem?

— hããã...? Euuu...digo, nós estamos bem. É... Estamos bem. - Respondeu com a voz um pouco agitada, retornando de seus pensamentos.

— Sabe Mari, pode confiar em mim. Se está passando por algum problema. - Respondi, já que eu estava um tanto cético com a resposta dela. - Eu me preocupo com você. Quero te ver feliz!

— Obrigada Adrien. - Agradeceu, com a voz fraca. - Sabe, as vezes me sinto um pouco confusa, tem tanta coisa acontecendo em minha vida que não sei ao certo que decisão tomar. - Fiquei surpreso quando ela começou a desabafar, mas confesso que gostei de saber que ela confia em mim. - O Luka é um cara legal, atencioso, carinhoso e sei que ele me ama, mas a verdade é que parece que nossos objetivos não são os mesmos, esse é o conflito que estamos vivendo. Queria que ele me apoiasse mais, mas entendo o lado dele de não ser exatamente o que ele quer para o futuro, na verdade o resultado que vai chegar eu investindo na minha carreira profissional, não é o que quero também para o meu relacionamento, pois ficaremos muito distantes um do outro.

— Você é muito talentosa Mari, não seria justo você abrir mão do que sempre sonhou. - Comentei.

— Exatamente! - Afirmou Cheng. - Assim como também não é justo ele abrir mão do sonho dele. - Fez uma pequena pausa, respirando profundamente. - Por isso estamos vivendo um conflito e o pior é que em todos os conflitos existem brigas, o que acaba desgastando o relacionamento.

— Eu posso imaginar. - Falei enquanto me imaginava na situação dela. - Mas sabe Mari, as vezes precisamos usar nossa razão. Você deveria analisar e ver o que te deixaria realizada de verdade.

— Já me falaram isso uma vez. - Disse Cheng. - Mas eu já firmei com compromisso.

— Melhor você descobrir isso agora o que te realiza, do que descobrir quando for tarde demais. - Reafirmei, fazendo com que ela refletisse mais sobre sua situação.

— Você tem razão Adrien. - Afirmou ela com um sorriso tímido.

Não levou muito tempo para chegarmos no museu. Estacionei meu carro próximo a entrada; por não ser época de temporada de turismo, foi fácil conseguir um local para deixar o carro e também, não foi preciso encarar uma fila grande para ter acesso ao local.

Descemos as escadas e fomos em direção ao setor em que havia ocorrido o ataque. De fato, estava tudo em ordem e limpo, não havia mais aquela gosma. O pessoal da limpeza realmente não brinca em serviço.

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Caminhamos por toda ala grega e não encontramos nada. A Marinette estava realmente muito concentrada em todos detalhes, ela estava determinada a encontrar algo. Quando chegamos no setor de arte romana, logo na entrada da galeria dos músicos, onde se encontram as quatro figuras femininas esculpidas por Jean Goujon, notamos que havia uma porta de saída de emergência e no canto dessa porta, Marinette avistou que havia um pouco da gosma que tinha naquela noite da invasão. Ela coletou um pouco da amosta, alegando que entregaria a Alya e assim contribuir com o crescimento profissional da amiga no jornalismo investigativo.

Analisando um pouco mais a porta, acabei mexendo no trinque dela e assim, ela se abriu. “O que posso fazer? Sou um gato curioso!”; pensei no momento em que a porta abriu e a minha amiga ficou me olhando. Acabamos entrando e notamos que pelos corredores também haviam mais rastros, Cheng foi tirando algumas fotos com o seu celular, até que o alarme foi disparado e em poucos segundos, seguranças do museu estavam atrás de nós, tivemos que sair correndo; por sorte, a saída de emergência do museu ficava próximo a um beco, acredito que alguém estava de mudanças por ali, pois havia uma pilha de caixas, as quais usamos para nos esconder. Puxei a minha amiga para os meus braços, escorando-a em meu peito com o intuito de protegê-la.

Assim que os seguranças passaram, ficamos mais um tempo ali esperando, para termos certeza que estávamos a salvos. Mas confesso que não pude evitar, quando os meus olhos encontraram os dela, estávamos tão próximos, havia algo tão familiar ali, não digo que era pelo fato de já conhecê-la a tanto tempo, mas parecia que eu já tinha mergulhado naquele céu azul de seu olhar. Quando voltamos a realidade, acabamos rindo da situação.

— Vem! - Disse a ela estendendo a mão. - Conheço um bom restaurante por aqui. - Cheng segurou em minha mão e fomos até o local.

Assim que chegamos, fizemos o nosso pedido e enquanto aguardávamos a nossa refeição, ficamos conversando, parecia que nada poderia estragar aquele momento, eu estava realmente muito á vontade, era incrível como eu conseguia me sentir a vontade junto dela.

— Novidade no mundo dos famosos! O modelo mais querido de Paris, Adrien Agreste acaba de ficar noivo de Chloé Bourgeois, a herdeira da rede de hoteis 5 estrelas Grand Paris. - Noticia que acabou de ser transmitida pela televisão que estava ligada no restaurante.

— Adrien, você está noivo da Chloé? …