POV Olivia

Sabe quando dizem que quando você está prestes a morrer, sua vida costuma passar diante dos seus olhos? Bom, isso não está acontecendo comigo neste momento e podemos supor duas coisas. Primeira, e a que eu queria realmente acreditar, é que eu não morreria hoje. Já a segunda é que quem costuma dizer isso nunca ficou entre a vida e a morte para saber o que realmente acontece.

O homem que estava a minha frente me olhava como se eu fosse um animalzinho acuado, e era exatamente assim que eu me sentia, indefesa e acuada. É, com toda a certeza, uma sensação terrível.


— Então doce jovem, o que uma garota como você faz sozinha por essas bandas? - o homem dos olhos vermelhos perguntou. Ele já tinha parado de se aproximar, agora ele estava parado a quase dois metros de mim. Decidi não responde-lo, não que fizesse muita diferença já que eu estava apavorada enquanto encarava os olhos dele - Oh, você é daquelas que não falam com estranhos, pois bem, eu me chamo Enzo e como a senhorita se chama? - ele perguntou mas continuei calada e foi quando eu vi os olhos dele demonstrarem raiva - Ok, não quer falar, tudo bem, não vai ser menos divertido por isso.

Assim que ele terminou de falar, o mesmo deu dois passos a frente, automaticamente recuei dois passos, ele percebeu meu ato e demonstrou divertimento. Eu não sabia o que fazer, por um momento a historia que o Jacob me contou veio a minha mente e ali eu tive certeza que era verdade, os Cullen eram vampiros, assim como o homem de olhos vermelhos a minha frente. Ok, eu tinha que pensar em alguma coisa, para pelo menos atrasar minha morte mais que certa.

Percebi que ele deu mais dois passos em minha direção e neste momento eu não pensei muito em meus atos. Eu, com toda a certeza, faria uma estupidez, mais sinceramente eu não estava pensando muito nisso. Bom, eu fiz a única coisa menos sensata neste momento, eu virei as costas pro tal Enzo e corri. Era estupidez e eu concordava inteiramente com isso, mais eu não estava pensando muito nos meus atos.

Eu não corri para muito longe entretanto, já que o tal Enzo apareceu a minha frente, eu quase cair pelo susto, isso só não aconteceu pelo fato dele me segurar e me empurrar contra a parede, ele aproximou seu rosto do meu e virei a cara, ele acabou cheirando meu pescoço.


— Talvez eu te transforme, você tem um cheiro tão bom. - ele sussurrou, fechei os olhos com força, eu já não tinha mais esperança alguma neste ponto.

Quando pensei que meu fim tinha realmente chegado, não senti mais o aperto nos meus braços, muito pelo contrario, parecia que o tal Enzo tinha sido empurrado para longe, isso me fez cair no chão; Escutava ao longe alguns barulhos estranhos, era como concreto quebrando e caçambas de lixo sendo destruídos. Me sentei, quando percebi que ainda estava caída no chão, e me encolhi contra a parede assim que ouvir alguns grunhidos e rosnados.

Criei coragem para abrir os olhos e olhei em direção aos barulhos estranhos e a cena que eu vi, provavelmente, me faria ter pesadelos por longas noites seguidas. O corpo do tal Enzo estava próximo a parede do outro lado do beco, a alguns metros longe de mim, o que me assustou foi o fato do corpo está sem a cabeça. Segui com os olhos o rastro de sangue e vi a cabeça dele virada para mim, algo me chamou a atenção, um pouco atrás da cabeça, eram pernas. Subi o meu olhar e não acreditei no que vi, era Edward que estava com os braços, camisa e boca sujas de sangue. A feição dele era de raiva e aquilo me incomodou, não sabia se sentia medo dele.

Ele percebendo meu olhar sobre o mesmo, tentou dar alguns passos na minha direção mais parou assim que percebeu eu me encolher, é talvez eu estivesse com medo dele também. De alguma forma o olhar que ele me deu ali me deixou triste, era um olhar desolado. Eu não queria estar com medo dele, mais meu corpo não respondia meus comandos.


— Irmão porquê você não vai se limpar, eu cuido dela até você estar apresentável. - uma voz conhecida por mim disse no fim do beco, quando olhei percebi se tratar de Alice Cullen, irmã de Edward. Quando olhei novamente para onde Edward estava anteriormente, eu só vi o vazio, ele não estava mais lá - Venha querida, eu vou te levar para casa. - percebi Alice abaixada a minha frente, a voz dela me transmitia calma. A mesma me ajudou a ficar em pé.

Enquanto ela me levava até um carro que estava parado ali, percebi que o corpo e a cabeça do tal Enzo não estavam mais naquele beco.


(...)

Eu já estava na minha antiga casa, já tinha tomado um longo banho e agora estava sentada no pufe em meu quarto. Eu ainda estava em silencio, não conseguia fazer nada, chorar, falar, até mesmo gritar eu não conseguia, estava fazendo tudo no automático. Eu estava assustada sim, por tudo o que tinha acontecido nesta noite, entretanto eu também queria respostas, confirmar minhas suspeitas, mais que certezas, mas parecia que Alice não queria ser a responsável por isso. Ela ainda estava comigo, ela estava mais afastada, perto da porta e me olhava atenta.


— O que são vocês? - perguntei em um sussurro enquanto a olhava. Parecia uma pergunta estúpida ao meu ver, só que eu precisava de uma confirmação.


— Querida, não sou eu que tenho que ter essa conversa com você, o Edward vai te explicar tudo. - ela afirmou aquilo. Eu, no entanto, não sabia se seria uma boa ideia ficar cara a cara com Edward depois do que vi.

Eu me sentia confusa, afinal, eu não estava com medo do Edward, pude confirmar isso alguns minutos atrás, mais eu estava bastante receosa pois tinha o visto numa situação apavorante, mais lá no fundo eu sabia que se ele não tivesse feito aquilo ou chegado naquele exato minuto, teria sido bem pior para mim.


— Liv. - Alice me chama e eu a olho - O Edward está lá na sala, ele quer falar com você, explicar tudo. - fico nervosa mais concordo silenciosamente.

Ela me olha com carinho e logo me deixa sozinha no quarto. Deixo passar alguns minutos enquanto tento normalizar minha respiração, enquanto ao mesmo tempo tento me tranquilizar. Me levanto do pufe e me aproximo da porta, levanto a mão até a maçaneta mais antes de chegar a toca-la eu desisto e me sento na cama de novo. Eu estava frustrada comigo mesma, apesar de na maioria das vezes eu e Edward discutirmos sempre que vamos ter algum tipo de dialogo, eu sabia, lá no fundo, que ele nunca me machucaria e apesar do que vi hoje, essa certeza ainda estava intacta, afinal, se Edward quisesse me machucar ele já teria feito. Minha mente e coração sabiam disso eu só teria que obrigar minhas pernas a caminharem até a sala para ter minhas respostas e essa controversa era um saco.

Foi focando nas respostas que teria que eu sai do quarto e cheguei a sala sem nem mesmo perceber, só percebi o que tinha feito quando encarei os olhos dourados e preocupados de Edward.