Já faz 20 dias que eu comecei minha fisioterapia, nunca pensei que seria tão difícil como está sendo, horas e mais horas de esforço, muita dor, lágrimas, mas no final está valendo a pena. A fisioterapeuta me disse que estou indo muito bem, mas como fiquei dois anos sem andar minhas pernas e músculos estão desacostumados a fazer esforço, logo temos muito caminho a percorrer.

Edward como sempre está super dedicado em me ajudar, a fisioterapeuta ensinou a ele alguns exercícios para fazer em mim, então sempre durante a noite um pouco antes de dormir fazemos algumas séries dos exercícios.

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Mesmo com as contestações do Edward, voltei ao escritório após uma semana da cirurgia, estava ansiosa para voltar ao trabalho, me sentir útil novamente seria muito bom para minha vida nesse momento. O médico foi bem claro quando disse que eu voltaria a andar com o tempo, mas a verdade é que eu queria sair daquela mesa de cirurgia já andando.

No escritório estava tudo normal, minha mesa estava exatamente como eu deixei, os meus sogros continuavam os mesmos arrogantes de sempre, então tudo continuava perfeitamente bem.

Fui até a sala do Edward, despachamos alguns documentos e revisamos alguns relatórios, ele estava me passando tudo que precisava que eu fizesse aquele dia, quando o pai dele entra na sala sem bater. O Edward odeia isso.

—Edward, finalmente você chegou, eu preciso que você veja pra mim…. - Disse o pai dele sem ao menos nos cumprimentar… depois somos nós “pobres” que somos sem educação

—Só um minuto pai, eu já falo com o senhor. - Disse o Edward levantando o dedo, fazendo sinal para que o pai esperasse.

—Então Bella, eu preciso falar em caráter de urgência com a Dra. Irina do jurídico, as outras ligações você pode ir fazendo durante o dia. Vou precisar também daquela planilha com os custos atualizados por departamento e peça pro Paul da controladoria vir aqui.

—Sim senhor, mais alguma coisa? - Perguntei

—Não, somente isso. - Ele respondeu sério.

—Ok com licença. - Coloquei minha agenda na lateral da cadeira de rodas e me virei para seguir em direção a porta quando o pai dele fala:

—Me traga um café.

Meu sangue ferveu, mas mantive a postura e respondi apenas um “sim senhor”.

—Bella, não precisa trazer café algum, meu pai foi proibido pelo médico de tomar cafeína, ele está com uma gastrite horrível. - Disse Edward contradizendo seu pai.

Saí da sala e fui providenciar tudo que o Edward havia me pedido. O dia seguiu como o de costume e por volta das 19h00 fomos embora.

Estávamos exaustos, chegamos em casa, tomamos um banho e depois enfrentei mais uma sessão de fisioterapia. Está sendo bem corrida essa rotina, principalmente porque nem sempre saímos cedo do escritório. Depois da fisio fui direto pra cama, estava com um pouco de dor, por isso Edward preparou uma coisinha rápida pra gente comer e em seguida foi pra cama também. Iríamos lanchar no quarto.

—Até que você melhorou hein Edward, ta bom esse lanche aqui. Já da pra casar - Brinquei com ele.

—Falando nisso linda, pra quando vamos marcar a data do nosso casamento? - Perguntou ele entre uma mordida e outra.

—Não sei, estava pensando em voltar a andar primeiro pra depois a gente marcar. - Edward quase se engasga com minha resposta.

—É lógico que não Bella, quero casar com você logo, eu acredito cem por cento na sua recuperação, mas já disse que não me importo se você tiver na cadeira de rodas. Eu quero você meu amor, quero ter uma esposa pra chamar de minha, e uma casa pra chamar de nossa.- Disse ele tão meigo e fofo que foi difícil de resistir.

—Eu sei Edward, mas é que eu queria entrar na igreja andando. - Disse fazendo biquinho.

—Bella, meu amor, lembra do que a fisioterapeuta disse, que o ritmo é lento mesmo e criar expectativas só atrapalha e te frustra, porque nem sempre as coisas são do jeito que queremos.

—Verdade, ela disse isso mesmo. - Concordei.

—Eu estava pensando em marcar para daqui a três meses, tudo bem pra você? - Percebi um pouco de ansiedade em sua voz.

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—Acho perfeito meu amor, mas Edward, eu quero uma coisa simples, só a gente e nossos amigos mais próximos. Meus pais como você sabe, eram filhos únicos e meus avós já faleceram faz tempo. - De repente uma tristeza bateu dentro de mim, mas consegui disfarçar.

—Tudo bem, você é que sabe meu amor. Você já falou pra Alice? - Perguntou ele curioso

— Ainda não, amanhã vou pra casa, faremos uma noite de meninas, aí já aproveito e falo pra ela.

—Você sabe que ela vai ter perturbar pra fazer uma big festa né? - Disse ele rindo e me puxando próximo ao seu peito. O pior era que eu sabia disso.

No outro dia quando fui pra casa ficar com a Alice depois da fisioterapia, ela quase surtou quando eu contei.

—CASAMENTO...MINHA IRMÃ VAI CASAR, AI MEU DEUS, NÃO ESTOU ACREDITANDO.EU VOU SER MADRINHA NÉ?

Ela gritava e me abraçava igual uma louca.

—TEMOS QUE VER O BUFFET, A IGREJA, OS CONVIDADOS, O SALÃO, O VESTIDO… 3 MESES!!! É POUCO TEMPO PRA ORGANIZAR TUDO BELLA- Dizia Alice eufórica.

—Calma Ali, assim você vai infartar. - A cena da Alice surtando com os preparativos me fazia dar gargalhadas

—Cama nada Bells, eu vou ajudar você a preparar t.u.d.o, temos que fazer uma lista.- Disse Alice pegando um caderninho e uma caneta.

—Ali, então… o Edward e eu pensamos em fazer uma cerimônia… - E antes que eu concluísse a Alice me interrompeu.

—Não diga Bella… nem atreva a terminar a frase - Disse Alice tampando minha boca

—Hum… humm. A gente quer uma cerimônia - Alice continuava tampando minha boca abafando minhas palavras, eu tentava afastar as mãos dela, mas não conseguia

—Não se atreva a falar isso Bella, eu me recuso a ouvir. - Foi quando eu finalmente consegui tirar a mão dela da minha boca e terminar a frase.

— QUEREMOS UMA CERIMÔNIA SIMPLES ALICE! COM POUCA GENTE, UMA FESTA PEQUENA, NADA MUITO EXTRAVAGANTE - Falei em alto e bom som.

— Ta vendo, eu sabia que você ia dizer isso, por isso que não queria ouvir. Para Bella! o Edward tem dinheiro pra fazer uma festa que dure 40 dias e 40 noites, aí você vem com esse papo de festa simples, cerimônia simples e blá blá blá, pouca gente e mi mi mi, aff. Se for assim nem conte comigo- Disse Alice revoltada.

—É sério Alice, eu não quero nada extravagante, quero uma coisa simples só pra gente, nossos amigos do pub e alguns amigos do Edward, eu tenho certeza que os pais dele serão contra, logo nem tô contando com eles. Me ajuda vai, você é melhor nisso que eu. Pensei em casar na igreja, aquela que fomos batizadas. O local da festa a gente pesquisa alguns espaços, buffets e vê qual vai ser melhor, mas não quero nada grande. - Disse fazendo carinha de gato de botas.

— Ai que saco, você me olhando desse jeito fica difícil dizer não, mas já te falo, mesmo sendo uma festa pequena, será a melhor festa de todos os tempos, isso eu garanto. - Disse Alice determinada.

—Obrigada mana - Dei um abraço, quando Alice solta um grito. - O que foi sua louca, quase me deixa surda? – Perguntei.

—Bella, não temos pais, e seu sogro prefere ver o filho casando com a Fiona do que com você, logo QUEM VAI ENTRAR COM VOCÊ NA IGREJA?

—Você – Disse simplesmente e um silêncio se fez dentro do quarto.

—Eu? - Perguntou Alice não acreditando no que ouvia.

— Claro irmã, você durante anos foi minha mãe, meu pai, meu tudo, não vejo ninguém melhor do que você.

Ela não se conteve e caiu em lágrimas, nunca havia visto minha irmã tão emocionada como naquele dia.

No dia seguinte Edward me pegou em casa logo cedo para irmos para o trabalho, Alice ainda dormia, então dei um beijo em seu rosto e sai para encontrar o Edward no portão.

—Bom dia meu amor - Dei um selinho.

—Bom dia linda, e aí como foi a noite? - Edward me perguntou enquanto me colocava no carro.

—Foi ótima, de vez em quando é bom matar a saudade né.

—Verdade. - Concordou ele

— Edward, você falou para os seus pais sobre o casamento?- Perguntei curiosa.

— Falei sim Bella, e eles ficaram super felizes, amaram a ideia. - Disse ele sarcástico.

—Ahh imagino, bom mas enfim, não esqueça que você tem reunião às 8:00. Eu deixei o endereço do local da reunião em cima da sua mesa junto com a papelada que você precisa levar.

—Ok, mas nem chegamos ao escritório ainda, que secretária mais eficiente eu tenho, chega a ser sexy sabia delícia. - Disse ele passando a mão na minha coxa.

—Edward seu tarado… me respeita!. - Peguei sua mão e coloquei mais próximo da minha virilha.

—Bella, Bella, não brinca com fogo. Eu paro esse carro agora e te pego aqui mesmo.

—Tenta a sorte - Provoquei.

E foi nesse clima quente que chegamos ao escritório. Essa noite prometia.

Subimos até nossa sala e Edward logo saiu para a reunião, aproveitei que estava tudo calmo e fui até o financeiro levar uns memorandos. O pessoal daquele departamento era muito divertido, eles me ajudaram muito quando entrei aqui. Na volta dei uma passadinha no banheiro e assim que entrei levei um susto ao ver Dona Esme lá dentro. Ela estava em frente ao lavatório lavando o rosto, sua blusa de seda marfim estava manchada de sangue.

—Dona Esme, o que houve, a senhora está bem? - Perguntei espantada com a cena.

—Sim está tudo bem. - respondeu ela em um tom hostil.

—Dona Esme, a senhora precisa de ajuda, posso pedir ajuda a alguém? Vou chamar o Sr. Carlisle. - Perguntei novamente. O nariz dela estava sangrando muito, eu não sabia o que fazer.

—Não menina, o Carlisle não chegou ainda, e eu já disse que estou bem.

Era nítido que ela não queria minha ajuda, mas o que eu podia fazer, ir embora? Era nítido também que ela não estava bem. Continuei ali parada a observando lavar o rosto no lavatório. Foi quando percebi que ela amoleceu, olhou para mim pelo espelho, seu rosto estava pálido e seus lábios brancos igual papel, parecia que todo seu sangue tinha desaparecido e num piscar de olhos ela cai desmaiada na minha frente.