Minha amada stalker

Save Chloé Bourgeois parte 1


E claro que depois da nossa festança maravilhosa nós fomos fazer uma comemoraçãozinha particular na nossa sala dos funcionários pra festejar pelo nosso sucesso na estreia mais incrível que eu já vi. Eu estava mais feliz do que nunca e todos também pareciam assim, não conseguíamos parar de sorrir por um segundo sequer e tipo nossas bochechas já estavam começando a ficar meio doloridas por isso. Reparamos que estava tarde quando ouvimos o primeiro bocejo, mas não ligamos pra isso, continuamos a rir como idiotas ali. E nós nos arrependemos disso quando eu olhei para a tela do meu celular eu nem lembro mais porque e vi que já eram três horas da manhã. Eu dei um grito de desespero que assustou todo mundo e disse simplesmente: “Os nossos pais vão nos matar!”. E foi quase isso mesmo que aconteceu quando cheguei em casa, depois de Adrien me levar pra lá junto de todo mundo na sua limusine. Eu acho que ou o motorista dele sofre de insônia ou realmente tem umas horas extras muito bem pagas pra levar quatro adolescentes pra casa à uma hora daquelas. Em fim quando eu cheguei me deparei com os meus pais sentados no sofá lá na sala de braços cruzados e muito sérios. Eles me passaram o maior sermão sobre essa minha irresponsabilidade de chegar a uma hora daquelas em casa e disseram que se eu quisesse continuar trabalhando na Miraculous deveria respeitar o horário, mas disseram também que iam deixar essa passar por ser o meu primeiro dia lá. Depois disso a Bridg levantou reclamando da barulheira e perguntando se eu sabia que horas eram, dizendo que uma gravida não podia passar por esses estresses de ter que esperar a irmãzinha vir pra casa, que estava preocupada e um monte de coisas. No fim quando eu terminei de escutar sermão de todo mundo daquela casa já estava muito, muito tarde e eu acho que não tive nem uma hora de sono direito. Eu fui pra escola com umas olheiras tão grandes que acho que com aquelas manchas escuras nos meus olhos eu poderia fazer um cosplay de panda. Eu estava morrendo de sono, mas quando me encontrei com os meus amigos formando aquele nosso quarteto inseparável e sorrimos uns para os outros relembrando tudo da noite anterior nós soubemos que valeu a pena. E nós éramos só sorrisos até que avistei ao longe uma figura de uma ruiva preocupada. Suspirei.

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— Gente eu vou dar um pulinho ali. – Avisei e sem esperar nenhum comentário só fui até ela. – Oi Sabrina.

- Ah! Marinette! Eu não estava te vendo aí! – Ela disse se recuperando do susto inicial, reparei que ela estava bem concentrada no celular.

— O que está fazendo? – Perguntei me sentando no banco do lado dela.

— Ah, eu... Estou mandando mensagens pra Chloe. Eu sei que ela não vai responder, mas ainda assim eu fico mandando. – Sabrina disse encarando o celular sem nenhuma expressão no rosto.

— Não fica assim! Nós vamos dar um jeito nisso, ok? Você vai ver! – Eu falei tentando usar o tom de voz mais animado que eu conseguia o que olhando para a cara da Sabrina era difícil. Colocando a mão no ombro da ruiva eu dei um sorriso encorajador pra ela que retribuiu minimamente sorrindo.

— Obrigada. – Ela agradeceu. – Eu esporo não estar atrapalhando você e o resto do pessoal. Quer dizer acho eu agora vocês devem estar bem ocupados com o clube.

— Não temos problema nenhum em te ajudar Sabrina, afinal a Chloe é minha amiga também. – Eu ouvi um voz atrás de mim e olhei surpresa para Adrien que tinha brotado do chão ali do nada. Alya e Nino também estavam ali.

— Obrigada mesmo! – A ruiva conseguiu sorrir animada agora. Depois disso nós começamos a conversar e falar principalmente sobre o nosso tema principal: a filha do prefeito e como tirar ela da bad.

— Sabe nós bem que podíamos pedir pra alguma das professoras liberar uma aula pra nós podermos conversar sobre o problema da Chloe com a turma inteira de uma vez. – Nino falou.

— Acho que seria uma boa, mas qual? – Alya questionou provavelmente ponderando opções.

— Pffft, nós só temos uma mulher doida e legal o bastante pra nos deixar livres por uma aula inteira assim! – Adrien disse em tom de “Caras parem de fazer perguntas estupidamente obvias!”

E então nós nos entreolhamos e seguimos rumo à sala dos professores em busca de Alice Olivier. Adrien foi entrar na sala dos professores e eu e o resto do grupo esperarmos do lado de fora. Um minuto depois ouvimos barulhos de risadas e piadas idiotas, logo identificamos que os dois estavam chegando. Alice estava com umas revistas de histórias em quadrinhos nas mãos e seu largo e típico sorriso de quando conta uma piada. Nos cumprimentou e perguntou o motivo da reunião inesperada.

— Bom professora, é que nós meio que assim estamos precisando de um favor. – Nino começou.

— A gente queria saber se tu pode deixar uma aula vaga pra gente poder conversar sobre um assunto importante com a turma. – Alya explicou e a professora só assentiu pedindo pra continuarmos.

— Sabe a Chloe da nossa sala tá faltando há muito tempo né. – Eu disse. – Nós sabemos o problema dela e... Queremos ajudar ela a voltar pra escola. Pra isso a gente quer a ajuda da sala toda e não tem como falar com todo mundo de uma vez sem ser na sala de aula entende?

— Entendido. – Ela falou. – Ok.

— O que? Sério? Fácil assim? – Nino perguntou surpreso.

— Olha eu não sei se vocês sabem, mas eu nem entrei na sala ainda e já estou morrendo de preguiça de dar aula hoje. Tipo tô com muito sono carinhas, e eu já tava doida pra arranjar uma desculpa pra não ter que dar aula mesmo. – Ela deu de ombros. – Além disso, essa coisa da Chloe estar assim tão ausente está me assustando! O que aconteceu com ela? Não me digam que está entrando em depressão! Ela é tão nova e bonita, tem toda uma vida pela frente!

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— Wow! Como assim depressão? – Nino disse.

— Eu já trabalhei em uma escola uma vez com uma turma normal, sem problemas com um garoto, mais ou menos da idade de vocês todos, que estava tendo problemas na família e do nada parou de ir às aulas. – Ela falava amargamente. – Ele costumava ser um dos meus alunos preferidos. Era tão bonzinho. – Falou. – Então eu fui pra casa dele pra descobrir o que estava acontecendo e descobri que ele estava ficando lá dentro trancado no quarto sofrendo de depressão por algumas semanas quando de repente ele- Aquele ponto ela largou as revistas no chão e cobriu o rosto com as mãos.

— Professora! – Nós falamos preocupados. A encaramos em estado de choque, não imaginávamos que uma simples conversa com Alice pudesse chegar a ponto de ver ela chorar. Eu já estava quase indo abraçar ela quando ela tirou as mãos do rosto e nos encarou com o maior sorrisão.

— Ele viajou para o exterior para se tratar em um hospital, voltou e está super bem!

Todos nós suspiramos e depois encaramos a professora furiosamente pela bela trollagem que recebemos.

— Heh, desculpem não consegui me segurar! – Ela disse rindo um pouco – Mas a questão é que além do hospital ele também recebeu muito apoio dos amigos e colegas da escola. Apoio é uma coisa importante nessas situações então eu concordo com a ideia de vocês para ajudar a sua amiga! – Ela falou. – Ah e essa é uma iniciativa bonita pirralhos! Agora eu preciso ir pra sala arrumar umas coisas que preparei para a outra turma. Arrrrrgh! Trabaaaaaaaaaaaalhooooo... – Resmungou. – Ser adulta é chato! – E depois de recolher as revistas no chão saiu resmungando pra si mesmo o quão exaustivo era trabalhar.

— Então galera! Nós conseguimos! – Nino comemorou. – Bom pelo menos a primeira parte.

— Pelo menos isso, mas vocês já pensaram que isso pode não dar tão certo quanto esperamos né? – Alya falou chamando a atenção de todos.

— C-como assim? – Sabrina perguntou.

— Sem ofensas ruiva, mas sabe que ninguém gosta da sua amiga né? – Alya perguntou tentando ser o mais delicada o possível com aquilo.

— É... Eu sei... – Ela falou olhando pra baixo. – Vai ser mesmo difícil de convencer eles a ajudar...

— Mas nós vamos conseguir! – falei colocando as mãos nos ombros dela. – Não vamos gente? – Perguntei pra todos que só me olharam com aquelas caras de “Não mesmo”. – Não vamos gente? – Perguntei mais alto lançando um olhar significativo pra eles.

- É! Isso! Verdade!

— Claro! É isso daí mesmo!

— Ó! Logico! Nossa que pergunta!

Sabrina riu e agradeceu a nós. O sinal tocou e fomos todos juntos para a sala de aula. A nossa primeira aula foi de História e pra falar a verdade eu nem me lembro exatamente do que se tratava, eu estava distraída tentando listar mentalmente pontos positivos da Chloe para usar como justificativa para querermos ajudar ela com os nossos colegas e no momento eu não tinha conseguido muito progresso com isso.

— Será que alguém além da Chloe consideraria ser rica um ponto positivo? – Eu estava distraída a ponto de não ter notado que acabei sussurrando isso.

— Disse algo Marinette? – A senhorita Bustier me perguntou lá da frente.

— Ahh... Não! Nadinha! – Eu falei sorrindo amarelo.

— Está prestando atenção no que eu estou falando? – Ela cruzou os braços.

— Sim! Em tudinho! – Eu assenti.

— Então...- Ela suspirou. – Que tal responder a ultima pergunta que fiz?

— Ah, bem... Sabe como é né “fessora”... – Eu falei tentando fazer cara de inteligente. Dei uma espiada no quadro e não tinha nada lá, droga significa que ela perguntou alguma coisa oralmente. – É claro que... – Olhei para os lados, tava todo mundo me olhando com aquela cara de “Ih, se ferrou”. Até que olhei pra frente e discretamente Adrien abriu o caderno e começou a escrever algo. – Sim?

— Correto. – Ela disse sorrindo. – E isso se deve ao fato de que... - Pega mal eu dizer que depois disso nem prestei mais atenção? Eu fiquei meio chocada por ter acertado, então olhei pra frente vendo um Adrien com um sorriso exibido no rosto. Revirei os olhos e sorri de volta. Rasguei um pedacinho de papel do caderno, escrevi umas palavras e passei discretamente para o Adrien que logo se pôs a ler: “Muito obrigada você me salvou meu herói ♥”. Eu não cheguei a ver, mas eu senti que ele deu um sorriso bem largo. Ele me repassou o bilhetinho de volta e na parte de trás estava escrito: “Sabe que eu adoraria uma recompensa por isso né meu amor? Que tal um beijo?”. Novamente revirei os olhos: “Que gatinho interesseiro!” eu escrevi em outro papel e depois completei: “Não sei se você merece...”. Então ele me enviou: “Mas eu te amo!”... Mandei: “Então você merece ♥”. Depois disso só tivemos uma troca de olhares e sorrisos rápida e voltamos a fingir que prestávamos atenção nas nossas aulas.

[...]

A aula de Literatura chegou. No meio dela a Srta. Olivier pediu a todos nós um minuto de silêncio e chamou “o meu grupo”, por assim dizer, para frente. Seguimos eu, Alya, Nino, Adrien e Sabrina até lá e ficamos por uns minutos nos encarando como se perguntássemos silenciosamente quem ia falar, assim como geralmente é em uma apresentação de trabalho escolar. Alya se prontificou pigarreando e dando um passo a frente.

— Como todos aqui sabem eu não gosto da Chloe, assim como a maior parte de vocês. – Ela começou não muito bem, seria e de braços cruzados. Ouviu-se uns barulhos de concordância por parte de nossos colegas, alguns até citando motivos para detesta-la, garanto que não eram poucos. – MAS – Alya chamou a atenção deles de volta pra ela. – Vocês todos perceberam que ela não vem pra escola já faz um tempinho né? – Mais uma vez som de concordância. – Eu particularmente estou muito feliz com isso.

— Alya! – Nino chamou a atenção dela com cara de “Você mais atrapalha do que ajuda!”.

— Só que vocês já se perguntaram por que ela está faltando tanto?- Alya perguntou rapidamente antes dos alunos voltarem a debater motivos para detestar a filha do prefeito e estarem felizes com o fato dela não estar ali.

— Pufft! – Alix riu. – Foi por causa daquele fora épico que o Adrien deu nela, né?

— Eu fiquei sabendo disso também... – Juleka comentou com Rose.

— Acho que todos aqui presentes já souberam desse fato. – Max disse.

— CALEM A BOCA! – Sabrina gritou surpreendendo todo mundo. A sala ficou em silencio imediatamente. – Me desculpem... – Ela disse corando ao perceber os olhares sobre ela. – Mas não gosto que falem assim dela! Ela é minha amiga! E apesar disso que estão falando ela é amiga do Adrien também! E-e-e... – Sabrina olhava para todos com sangue nos olhos. – ARGH! VOCÊS SÃO TODOS UNS IDIOTAS! – E do nada ela foi em direção a porta da sala.

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— Sabrina espere! – Alce pediu.

— O que foi? – Ela perguntou de costas já abrindo a porta.

- Aqui. – A professora entregou um papel pra ela. – Autorização pra sair... Vá pra casa. Precisa de um momento sozinha não é?

- Sim. Obrigada. – E saiu.

— É vocês são um bando de idiotas. – A professora disse olhando pra turma. – Desculpem podem continuar. – Ela disse olhando para o lado do meu grupinho coo se nada tivesse acontecido.

— Então, como eu estava dizendo antes de vocês serem um bando de idiotas eu odeio a Chloe e vou ajudar ela. – Alya falou sem mais nem menos.

— Sim, sim eu também. – Nino falou assentindo.

— Que? Mas por quê? Como assim? – A turma começou a questionar.

— Sinceramente? Em 50% porque fiquei com dó da Sabrina e 50% porque a Marinette me meteu nessa coisa doida e idiota. – Alya resmungou. Olhamos feio pra ela. – Que foi? Tô sendo sincera e todo mundo sabe disso.

— Verdade man. – Nino confirmou olhando pro teto. – Mas, cara, a Sabrina merece né? Tadinha cês viram como ela saiu daqui? Tava boladona.. Tadinha vamos cooperar né galera?

— Não valeu. Tenho mais o que fazer... – Kim resmungou. Seu comentário foi aprovado pelo restante dos colegas.

— Nossa vocês não prestam mesmo né? – Adrien reclamou. – Uma colega está precisando de ajuda! Vocês não vão fazer nada a respeito disso?

— Que ela compre alguém pra ajudar ela! Não é com o dinheiro que ela resolve tudo na vida? – Ivan reclamou.

— E outra: o que ela fez por nós? – Mylene perguntou.

— Vocês estão sendo tão egoístas quanto ela sempre foi! – Eu finalmente me intrometi naquilo.

— É o mínimo que podemos fazer pra retribuir tudo que ela fez por nós, não? – Alix disse ironicamente.

— O que ela fez por vocês? Vocês não tem noção do que ela fez por vocês! – Eu falei. – Alix, sua sabidinha, acha que se Chloe não fosse insuportavelmente egocêntrica a ponto de dispensar o Kim daquela forma bruta no dia dos namorados você teria ajudado ele a superar e começado a namorar com ele?

— O qu-

—Ah pelo amor de Deus todo mundo aqui já sabe do seu namorico secreto, Alix. – Eu falei na lata. – Se não fosse pela Chloe não teria acontecido.

— Bom se for pra pensar por esse lado Chloe ajudou o caralho a quatro sendo insuportável né? – Alya falou pensativa.

— E isso não é a única coisa. – Adrien falou. – Vocês acham que sabem por que ela falta? Vocês se precipitaram. Não sabem quantos problemas Chloe tem em casa.

— Com uma casa daquelas quem é que tem problemas? – Juleka reclamou baixinho.

— Quem? Chloe. Ela sofre, mas não sabendo como superar isso desconta nos outros. Adrien falou. – Acreditem em mim porque eu conheço ela. Agora se vocês não vão vir com a gente o problema é de vocês. Eu vou ajudar a minha amiga.

Silencio total na sala.

— Eu vou ajudar. – Nathaniel disse simplesmente sem nem olhar pra nós, ele rabiscava alguma coisa no caderno de desenhos. – Chloe tentou se matar na minha frente... Eu acho que deveria ajudar qualquer um que tente cometer suicídio na minha frente.

A sala toda ficou chocada com aquilo, incluindo eu. Aparentemente todos odiavam a filha do prefeito, mas não a ponto de desejar a sua morte. Eu ainda estava meio atordoada com isso quando Rose, que até aqgora parecia ter se mantido neutra na discussão falou:

— Eu vou ajudar a Chloe.

— Eu também vou ajudar ela. – Alix disse abaixando o boné para que ele cobrisse seu rosto.

— Eu também... – Kim falou.

E a partir daí o silencio estava quebrado em sua maior parte pela frase que saiu da boca de quase todos os alunos da minha sala: “Eu vou ajudar a Chloe.”. Então Nathaniel levantou e falou diretamente ao meu grupo:

— Digam o que precisamos fazer.