Uma canção sem fim

Ressonância.

Depois daquele beijo, outros vieram. Eles falaram por nós dois, já que nossas bocas ficaram ocupadas por bastante tempo. Mesmo após separarmos nossos lábios, nada precisou ser dito, oficializado. Éramos um do outro a partir dali e sabíamos disso apenas pela harmonia com a qual nossos corações batiam.

Hoje é 31 de outubro de 2017. Há pouco tempo comemoramos três anos de namoro. Na tarde de hoje, a nostalgia me fez ficar em casa enquanto Ariel leva Bach pra passear pela rua. Me fez relembrar todo o nosso começo e, consequentemente, me faz agora pensar no presente.

Das canções que eu ouvi durante toda a minha vida, Ariel é a minha favorita. Não só sua voz, mas seu todo. Sua existência é como uma música que me causa todos os tipos de sentimento possíveis. Uma música sem gênero, sem ritmo específico, de diversos acordes e sem fim. Uma habena para minha ansiedade. Pelos três anos que passaram e pela eternidade, foi, é e continuará sendo.

Ariel nunca fora embora. Aquela casa era mais perto de mim e da faculdade. Está cursando veterinária. Eu, música.

Lembranças são incríveis. Quase me atrasei para a aula de hoje.

É melhor eu correr.