POV Liam

– Eu só quero o se bem, meu filho. E eu sei que errei contigo várias vezes, e que nem sempre fui sincero. Mas quando eu estava naquele carro, sangrando, de cabeça pra baixo tudo o que eu podia pensar era que eu quero uma segunda chance contigo. – ele estava sereno como não o via a muito tempo. – Sua mãe me contou que você a ajudou, me ajudou.

– Você é meu pai! – sorri de volta.

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– É tão bom ouvir isso! Meu pai.

– Eu tenho que ir, pai! – Eu sorri pra ele. – Daqui a pouco será o enterro do Anthony, e eu prometi que deixaria Lauren e Amy em casa.

– Eu só quero o seu bem, meu filho.

– Eu sei disso! – eu o abracei e fui embora.

POV Lauren

Acordei feliz sabendo que meu pai estava bem, e minha maior preocupação era saber se a Amy e o Liam tinham ficado. Mas então eu perdi o Anthony, e no meio da minha dor eu até desejei que tivesse acontecido.

“E eu estarei aqui por você!” – a voz dele soou na minha cabeça.

No fim das contas os dois eram as melhores pessoas que eu tinha por perto, e fazia sentido eles serem um casal. Pensei sobre isso à caminho do velório do me namorado.

Melhor pensar em arrumar um namorado pra minha irmã do que pensar no namorado que eu perdi. Estava tentando ser forte. Me distrair... Ou eu perderia o controle e surtaria.

Cheguei com Amy e Liam. Apertei a mão de Amy ao ver o caixão num canto da sala. A mãe dele chorava descontroladamente, sendo acalmada por outros familiares. Ela me viu, levantou e andou até mim. Congelei ao pensar que eu a conheceria em alguns dias. Ela me abraçou com força, e eu comecei a chorar.

– Obrigada! – ela falou baixinho no meu ouvido enquanto apertava o abraço. – Obrigada por ter feito meu filho feliz!

Amy estava sentado entre mim e Liam. Nós três conversávamos, e notei como ambos tentavam me manter tranquila. Era bom ter o apoio deles.

– Isso parece tão bom. – Amy falou e tomou um doce da mão do Liam, que tentou tomar de volta e ri deles agindo como crianças. Meu primeiro sorriso. Eles pararam e sorriram quando me viram sorrir.

Levantei o olhar e vi Karma com o rosto enfurecido vindo até nós.

– Vadia! – ela gritou no meio do funeral. – Eu queria que fosse você naquele caixão. – ela apontou o dedo na cara de Amy.

– Eu acho melhor sairmos. – Shane veio até nós e saiu puxando Karma para fora.

– Qual é o seu problema? – Liam perguntou a encarando, já do lado de fora.

– Primeiro fica sem falar comigo por sei lá quanto tempo, mas fica sempre de papinho com meu namorado. Fica só de carona com ele, sendo que têm um carro. Depois os dois me abandonam no saguão do hospital, e ainda brigam comigo quando peço explicações. – ela estava furiosa – Qual o meu problema? Meu problema é que minha melhor amiga é uma vadia, e meu namorado um traidor.

– Primeiro... Eu não sou mais seu namorado. – Liam respondeu em voz baixa, mas obviamente muito irritado. – E segundo... Quem você acha que é pra ficar xingando a gente?

– Agora vai defender ela? E depois o que? Vai consolar ela na cama?

– Respeita a família do Anthony. Respeita a memória dele! – eu estava me irritando com a ceninha dela. – Nem tudo é sobre você, Karma!

– Eu fiquei sabendo da morte dele pela internet. E estavam todos vocês reunidos no hospital, e ninguém nem me falou. – ela acusou.

– Desculpa se eu não tirei um tempo pra avisar pra a garota que já foi melhor amiga da minha irmã postiça pra avisar que meu namorado morreu... – respondi irônica. – Não sei porque minha irmã, que você expulsou da sua vida, nem o seu ex-namorado, não te ligaram...

– Nós sofremos um atentado, passei uma hora de cara com uma arma, então sinto muito por não ter te ligado depois de ter visto um amigo morrer. – Shane parecia frustrado, quase aos prantos. – Só liguei pra Lauren. Amy e Liam estavam no hospital para doar sangue, mas acabaram se envolvendo. Nem sempre vamos estar todos presentes, Karma, não estamos te excluindo.

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– Desculpa. – ela falou baixinho e foi embora.

– Karma. – Shane chamou. - Eu acho que todos temos que conversar!

Fomos todos até uma lanchonete, em silêncio. E então Shane começou.

– Nós quase perdemos o Sr. Cooper e o Sr. Booker. A Reagan foi embora. E acabamos de perder o Anthony. – ele respirou fundo e continuou com a voz barganhada. – Liam e Karma terminaram, Amy e Karma brigaram, mas nada disso pode atrapalhar a gente. Karma, você não pode entrar num velório e começar um barraco, nem culpar a Amy pelo seu término.

– Eu que terminei com você! Justamente por causa desse seu ciúme. Que não mede hora ou lugar. Pela insegurança, pelos segredos e mentiras. Eu me apaixonei pela garota confiante, que era minha musa. Mas ela era falsa, e aos poucos você parou de interpretar e eu não estava mais apaixonado por você. – Liam falou calmo, sincero. – Não culpa a Amy, ela não tem culpa disso. Eu e Amy somos apenas amigos. Eu terminei porque não estou mais apaixonado por você e sua cena de ciúme enquanto meu pai estava em coma, foi a gota d’água pra mim. Mas isso é entre eu e você.

– Desculpa. – ela respondeu constrangida. – Amigos? – ela estendeu a mão.

– Amigos! – ele a cumprimentou.

– Me perdoa, Amy! – ela se virou pra Amy, que permaneceu calada. – Eu entendo.

– Então vamos conviver em paz! – Shane concluiu.

Eu notei o incômodo da Amy e como ela estava prestes a explodir e segurei a mão dela, como ela tinha feito mais cedo. Ela me olhou agradecida, e foi embora.

POV Amy

Aquela cena da Karma me corroia por dentro. Fui andando enquanto me recordava da cara de pau dela. Quando me dei por mim, estava no hospital, entrei e fui ao quarto do senhor Booker.

– Posso entrar? – perguntei.

– Amy, claro que pode. – ele sorriu afetuoso. – O que se passa nessa cabeça loira, menina?

– Parece que eu e minha melhor amiga nunca mais faremos as pazes. O me pai decidiu aparecer pra me assombrar. A minha namorada foi embora. Você e o Bruce quase morreram. O Anthony, de fato, morreu. – suspirei. – Tem sido dias agitados.

– As pessoas vão e vêm. Sempre foi assim, e sempre será. Você confia que ela não vá, e dá uma segunda chance se ela voltar! Quem é vivo sempre aparece. – ele citou.

– Parece bem sábio.

– Tudo parece mais filosófico quando você está numa cama de hospital.

– Parece que sim! – ri do bom humor dele.

– Você é uma ótima garota. Eu espero que o Liam tenha alguém como você! – ele disse sincero. – Porque eu desejo o bem pra ele, e mesmo assim eu erro. Por tanto tempo venho errando com ele. E precisei quase morrer para tomar uma atitude e mudar as coisas. Você devia dar uma chance para o seu pai.

Pensei sobre isso por um segundo e ele continuou.

– Sua amiga... – ele respirou fundo. – Dê tempo ao tempo, e o que tiver de ser, será! Parece clichê, mas é verdade... E isso vale pra sua namorada também.

– Essa experiência de quase morte lhe trouxe um espírito aconselhador e fraternal. – sorri pra ele.

– A gente não deve pensar no que quase aconteceu. É só aprender algo com isso e seguir em frente. Estar com a família, com os amigos. Aproveitar para não ter arrependimentos.

– Tem um lugar que eu tenho que estar agora. Mas foi muito bom conversar com você! – o abracei.

– Amy? – Liam entrou no quarto. – Tudo bem?

– Tudo ótimo. – olhei pro John e sorri. – Eu tenho que ir. Boa noite, rapazes!

Me despedi e fui embora. Liam iria passar a noite com o pai, e eu a passaria com minha irmã.

Cheguei em casa tomei banho e coloquei meu pijama e fui pro quarto da Lauren com algumas guloseimas que peguei na cozinha.

– E aí, você tem algum filme legal? – entrei no quarto e ela sorriu pra mim.

Ela chorou no meio de uma comédia que a lembrou do Anthony, mas depois ela começou a rir.

– Ao menos eu não tenho arrependimentos! – ela falou, eu a abracei, e dormimos naquela cama, no meio de uma conversa casual.