... Parabéns?

A irmã menor de Lockser provava alguns adereços, animadamente, no espaço ao lado do set de gravações. Romeo estava sentado em uma poltrona, mas não parecia prestar atenção no que Wendy falava sobre as várias peças disponíveis daquele cabideiro móvel.

— Então, como estou?! – Ela perguntou, virando-se a ele com um cachecol de plumas rosa-choque e óculos com formato de asas. – Ei! – Exclamou ao percebê-lo espiando Juvia e Lyon, que conversavam no set.

— Hm? – Ele finalmente a fita e arregala os olhos quando vê o que estava usando. – O que raios você está vestindo?!

— E você, o que está espiando aí? – Pôs as mãos na cintura.

— Apenas estou curioso para saber o que o tio Lyon está conversando com a tia Juvia...

— Não se anime tanto. Eles, provavelmente, estão falando de trabalho. – Abanou a mão.

— É, mas estão mais próximos que antes... Será que eles finalmente estão se aproximando? – Comentou com olhos brilhando.

— Pff. Você queria.

Ele a fitou com expressão entediada e voltou a encarar os dois, assim como Wendy que, mesmo aparentando confiança, não estava gostando da aproximação de Lyon e Juvia.

...

Lucy estava esparramada sobre sua mesa de costura. Aquarius apoiava o queixo sobre a mão e parecia entediada. Yukino e Virgo pareciam desanimadas e preocupadas.

— Aish... Não tem jeito. Já tentamos de tudo e ainda não me lembro de nada que aconteceu naquela noite. – Resmungou a loira.

— Isso é desanimador. Nunca vamos saber quão bom é o Natsu na hora de—

— AQUARIUS! – Interrompe Lucy. A azulada percebe que todas estão fortemente coradas e dá uma risada.

— Acho que vocês nunca terão um namorado se continuarem tão frescas.

— N-Não é como se nunca tivéssemos feito, apenas não falamos tão abertamente sobre isso. – Disse Lucy. – Além disso, não é isso que importa! O que eu quero saber é se eu e ele fomos longe demais.

— Você sabe como descobrir, Lucy. Apenas faça o teste de gravidez. – Disse Aquarius.

A essa altura, ela já havia dito às meninas sobre o teste.

— Aquarius tem razão, Lucy! Se você não estiver grávida, então tudo estará resolvido. Não irá importar se você e meu primo fizeram algo ou não, no final! – Disse Virgo.

— Bem, eu voto “sim” para Lucy fazer o teste. – Falou Yukino.

— Eu também. – Disse a rosada, concordando.

— Lucy deveria ter feito desde o começo. – Aquarius completou. A modelo se inclina e encara a loira. – Bom... Estamos em maioria, Lucy. Prepare-se para fazer o teste!

A loira olhou para o lado, receosa. Mas obedeceu Aquarius, que acompanhou a estilista até o quarto, juntamente com Virgo e Yukino. Estava na hora de descobrir de uma vez se a tal noite havia gerado uma consequência... Ou melhor... Uma gravidez!

...

A azulada é posicionada pelos assistentes e Lyon dirige, instruindo a rapper sobre como deve se comportar em cada cena. Juvia e Gajeel estavam juntos, sentados a poucos metros, observando tudo.

— Tudo bem, Levy. Para a primeira cena, quero que comece a tocar no piano. Pode tocar de verdade, o áudio será cortado na edição... – Começou o perolado. A azulada assentia e prestava atenção a todas as instruções. – Depois disso, o Kira entra e sente o cheiro do seu pescoço enquanto você continua tocando... Certo?

— Hm.

— Faça do modo mais sensual que conseguir, temos que passar veracidade na coisa!

— Pode deixar.

O moreno escuta o comentário do diretor e cochicha.

— Passar veracidade... Isso é mesmo uma cena montada ou o quê?

— Hm? Disse alguma coisa, Gajeel-san? – Perguntou Juvia.

— Não esquenta, Juvinha. Estou apenas pensando alto. – A branca dá um risinho e o moreno a espia, franzindo a sobrancelha. – Ói, do que está rindo?

— É que... Você parece estar com ciúme da Levy.

— O quê?! Claro que não... Só não estou acostumado a essas coisas de fingir em frente às câmeras... Isso tudo é meio bizarro.

— Os filmes são feitos disso, afinal, não?

— Não é como se houvesse beijo falso, ou abraço falso... No fim você beija de verdade, abraça de verdade. – A garota ainda o encara enquanto o moreno explica sua teoria sobre o real sentido da ficção. Se tudo fosse tão fingido assim, nenhum ator se relacionaria com seus pares românticos de mentirinha, na vida real. Juvia admirou o pensamento do segurança. Ele era mais sábio do que aparentava. Ela era uma romântica e ver aquela cena, aqueceu seu coração. Ela sentiu a necessidade de fazer um comentário.

— Você sabe... – Ela começou. O moreno a encara, sem se mover tanto. – Mesmo que haja situações onde a ilusão se torna verdade, para a Levy, tudo não passa de trabalho. – A branca fitou o rapaz com um sorriso sereno. – Os verdadeiros sentimentos da Levy não são mudados facilmente porque ela sabe separar muito bem sua vida pessoal da profissional. Então, no caso dela, é tudo de mentirinha, sim. – Ela fecha os olhos em um sorriso simpático. O moreno a encara com sobrancelha arqueada. Ele não estava entendendo o motivo do comentário de Juvia, ou o porquê de ela estar tão alegre de repente. Ele apenas abaixou o olhar por um momento e voltou a observar Levy, pensando nas palavras que Juvia acabara de lhe dizer.

...

A perolada passava um pano sobre o balcão de seu bar e ria consigo. Ela apoia seu corpo sobre o balcão recém-limpo e se lembra de algo, ainda sorrindo.

~...~

A perolada vira de um lado para o outro na cama, em outro dos quartos da mansão, mas não conseguia pegar no sono. Aquela noite havia sido muito louca e ela ainda estava muito agitada. A garota olha para o lado e vê sua irmã mais nova dormindo. Ela sentiu inveja por Lisanna pegar no sono tão rápido. Sem conseguir dormir, ela decide arriscar a procurar uma cozinha naquela mansão e, por sorte, conseguir encontrar seu quarto novamente na volta.

Mira se levanta com cuidado, para que sua irmã não acordasse, e sai do quarto fechando a porta lentamente, para não fazer ruídos. Já do lado de fora, ela expira aliviada.

— Ufa... Finalmente, agora só preciso achar a cozinha... – Ela dá um passo, mas se lembra de algo. Ela vira e olha para trás. O quarto ao lado era onde Laxus estava dormindo. A perolada sentiu vontade de ir até lá, mas se conteve. – Não, não... É muito arriscado. Recomponha-se, Mirajane... – Respira fundo e expira, voltando-se em direção à escadaria. – Vou até a co-zi-nha. – Lembrou a si própria.

Ela caminha e chega às escadas. Ela pensou ter visto uma porta que dava acesso ao que poderia ser a cozinha, antes, na festa. Então, ela seguiu até lá. Entretanto, ao descer as escadas e ir até a tal porta, não achou a cozinha. Era um corredor com mais portas. Ela não se sentiu à vontade para percorrer toda a mansão sem permissão de Levy, então desistiu e seguiu de volta ao quarto. Ao menos, sabia regressar.

— Mira? – Ela vira, assustada.

— Oh my... – Põe a mão sobre o peito. – Laxus... Que susto...

— O que faz fora do seu quarto? – Ela fica um tanto constrangida.

— Ah... É-É que eu não estou conseguindo dormir, então fui pegar um... Copo d’água... - O loiro arqueia uma sobrancelha encarando as mãos da perolada.

— E cadê?

— Bem... Eu não achei a cozinha, então estava voltando para o quarto. – Uma gota desce pela testa da dona de bar. O loiro dá uma risada e coça a nuca, aproximando-se da perolada. – M-Mas e você, o que faz acordado?

— Estava apenas matando a saudade da mansão. Também não tenho sono.

— Entendo... – Ela sorri. – Mas agora eu realmente queria aquele copo de água... Você pode me levar até a cozinha antes de voltar? – Ele sorri e envolve as costas da garota com seu braço, direcionando-a.

— Venha, há um frigobar no meu quarto.

— Não brinca! Tch... Fala sério, eu deveria ter ficado no seu quarto.

— Não é uma má ideia, ainda pode ficar lá se quiser. – A perolada o encara com um sorriso e ri ao ver a expressão maliciosa do loiro. Ela fala qualquer coisa para disfarçar o clima entre os dois. Laxus abre a porta de seu quarto e a perolada entra. Ele fecha a porta atrás de si e pega um copo d’água para a garota.

— Arh... Bem melhor. Espero conseguir dormir como a minha irmã... – Disse a garota, entregando o copo vazio para o loiro, que a fitava sorrindo.

— Hm... – Eles se encararam por alguns segundos. Mirajane já estava desconcertada pelo modo como o ex segurança de Levy a fitava, então tratou de cortar o clima novamente.

— Bom, eu... Vou agora.

— Boa noite, Mirajane.

— Boa noite, caça talentos... – Sorriu e foi até a porta do quarto, fechando-a quando já estava do lado de fora.

A garota ficou ofegante e cobriu sua boca com as mãos, comprimindo os olhos. Ele era muito difícil de resistir. Ela não se sentia assim com mais ninguém. Aquela pessoa tinha o nítido dom de deixá-la de pernas bambas. Ela se recompôs e deu um passo para o lado, mas... Ela queria mesmo ir?

A porta se abre novamente. O loiro a encara.

— Eu sabia que não ia. – Sorriu satisfeito, puxando-a novamente para dentro de seu quarto e colocando-a em seu colo ao empurrar a porta para fechá-la.

~...~

Ela ria consigo enquanto dava um gritinho abafado pelas mãos que tampavam seu rosto.

— Que homem é esse, senhor?!

— Que homem, dona Strauss? – A perolada dá outro grito ao se assustar com a presença.

— Cana!! Quer me matar do coração? Não saia aparecendo do nada por aí! – A morena ri com a reação da amiga.

— Roh... Te peguei pensando em besteira, é? – A dona do bar sorri.

— Prefiro não comentar...

A morena ri novamente e deixa o assunto para lá, mas deixa claro que, depois, quer saber direitinho sobre quem era o tal homem que fez Mirajane dar um ataque histérico.

...

O perolado continuava dirigindo o comercial do perfume de Levy. Já estavam quase na última e mais importante cena.

— Vai mais perto dela, Arima. – Exclama Lyon, sem tirar os olhos do visor de sua câmera.

— Mais perto que isso e esse cara vai vestir as roupas da Levy. – Resmungou o moreno, ainda sentado ao lado de Juvia, um pouco distante.

O modelo puxa a rapper, que vestia uma roupa diferente, mais sensual. O segurança da garota permanecia atento, com sobrancelhas franzidas enquanto observava as cenas. Juvia tentava conter seu riso ao ver que Gajeel ficava cada vez mais emburrado ao passar das cenas.

Um pouco mais distante, mas, ainda perto dali... Dois pestinhas conversavam sobre a noite do amigo secreto em meio a algumas risadas.

~...~

Aquarius parecia determinada. Todos sentaram em círculo no centro da sala, enquanto a modelo andava de um lado para o outro explicando o jogo. Exceto Laxus e Silver, que havia ficado mesmo depois de todos irem. Eles apenas observavam.

— Certo, então... Sabem jogar o “eu nunca”?

— É aquele jogo que as pessoas têm que beber caso tenham feito aquilo que alguém disser que nunca fez, certo? – Disse Gray.

— Hm. Exatamente. A cada rodada, uma pessoa dirá algo que nunca fez. E todos os que tiverem feito devem beber uma vez!

— Espera aí... Aquarius... Você sabe que eu não bebo. – Disse Lucy. A azulada havia se esquecido deste detalhe.

— Oh.. É verdade. Lucy sai, então! – A loira pareceu aliviada.

— Ói, não é justo! Por que a Lucy não vai participar do jogo? Ela pode apenas beber água ao invés disso. – Protestou Natsu.

— H-Hey! Eu estou bem em não participar! – Disse Lucy, irritada.

— Hm... – Aquarius pensou um pouco.

— Participe, Lucy. Será divertido. – Aconselhou Silver. – Além disso, vocês podem saber mais sobre a vida dos seus amigos.

— Então, Lucy participa. Fim de papo. Lucy, você beberá água. – Concluiu Aquarius.

— M-Mas—

— Eu serei a primeira! – A garota encheu vários copos com vodka com um largo sorriso no rosto. A loira fuzilou o rosado com os olhos. Por que raios ele fazia questão que ela participasse, afinal? Não era como se ele fosse fazer perguntas para ela. – Lembrem-se, quem já tiver feito o que eu disser, deve se levantar e vir pegar um dos copos para beber uma vez. E não vale mentir. – Ela sorriu e preparou-se para dizer o primeiro fato. – Muito bem... Eu nunca... Fiquei com mulheres.

— O quê? Mas isso é roubar. Todos os caras aqui ficaram com mulheres. – Disse Gray.

— Você deve contar algo que nunca fez que provavelmente alguém já fez, isso se chama estratégia! E por isso todos os garotos que estão participando terão que beber. – Ela deu uma risada.

— Espera, quando sabemos quem ganhou? – Perguntou Levy.

— Aquele que ainda estiver de pé, é claro. – Respondeu Aquarius. A rapper arregalou os olhos.

— Acho que temos que estipular um certo limite aqui... – Disse Levy.

— Eu gostei da ideia. Gihi... – Gajeel se levanta e bebe dois copos.

— Ói, mão de ferro. Não queira se mostrar, sabe que deve beber apenas uma vez. – Emburrou-se Natsu, indo pegar seu copo.

— Acontece que pra quantidade de vezes que peguei uma mulher, devo tomar uma dose dupla.

Uma gota cai pela testa de Levy, que deu graças pela ex de Gajeel ter ido embora, do contrário, com certeza, armaria alguma confusão...

Alguns minutos depois...

Era a vez de Aquarius de novo. Ela fica em pé e já se nota certa dificuldade de equilíbrio ao andar.

— Finalmente é minha vez novamente. Acho que dei azar por ser mais velha, já que fiz a maioria das coisas que não fizeram. – Ela riu. – Ou seria sorte?

— Apenas fale logo!! – Disse Gray emburrado.

— Ói, insolente. – Aquarius apontou para o garoto.

— Aquarius, eu não aguento mais beber água, logo minha bexiga vai explodir! – Disse a loira, desviando a atenção da modelo, para que ela não brigasse com Gray.

— Você fica! Se não conseguir aguentar, vai ao banheiro e depois continuamos. Por enquanto eu direi o que eu nunca fiz e isso é... Um filho!

Ninguém entendeu muito bem como aquela afirmação faria alguém beber, já que todos eram novos demais para se tornarem pais.

— Ninguém fez um filho aqui?! – Continuou a modelo. A loira começou a suar.

— Ói, por que ela está olhando pra você, Natsu? – Estranhou Gray, falando arrastado por estar um tanto bêbado.

— Hm? Olhando pra mim? – Ele encarou a modelo. – Ei, eu nunca tive filhos.

— Oh my... Estou realmente apertada, irei ao banheiro. – Disse Lucy, levantando-se.

— Bem, se vocês não fizeram um filho, irão fazer! Todos aqui podem ter filhos, quantos quiserem! Mas eu... – Ela pega um copo para beber uma vez, já que ninguém bebeu. – Eu nunca terei. Nenhum. Por isso... Saúde! – Ela entorna um copo todo em sua boca e o clima, de repente, fica um tanto pesado. Silver se levanta.

— Ora... – Todos o fitam. – Terei que participar apenas desta vez, então. – Ele se levanta, ajeitando seu paletó, e vai até a mesa e pega um copo. – Eu a acompanho, senhorita Aquarius. – Ele toma uma vez e sorri. A modelo parece refletir. – Por que não brincam de algo menos extravagante agora? – Sugeriu o pianista.

— Quer saber... – Disse Aquarius, fitando o chão. – Você não podia ter tido... – Ela o encara. – Ideia melhor. – Ela sorri e continua. – Vamos jogar verdade ou consequência! Quem não conseguir cumprir nenhum dos desafios ou dizer as verdades... BEBE!

~...~

Wendy e Romeo continuavam comentando sobre as cenas da festa.

— Nossa, foi realmente engraçado ver a cara do tio Lyon quando a tia Juvia foi desafiada a beijar alguém por trinta segundos. – Continuou Romeo. – Mas foi um pouco decepcionante, queria que ela tivesse escolhido o tio Lyon.

— Não me lembra desse fiasco... Ela deveria ter escolhido o Gray. Mas, como sempre, ela adora se manter neutra...

~...~

Aquarius pega uma garrafa vazia e a posiciona no meio da roda.

— Acho que dessa vez, vou participar. – Disse Laxus. – Adoro esse jogo. – Ele se senta em frente a Mirajane, no círculo, ao lado de Levy. A rapper cochicha.

— Quer participar do “verdade ou consequência” por algum motivo específico, Laxus?... – Insinuou ela.

— Apenas gosto de ser desafiado, chefinha. – Mirajane dá um sorriso sem graça e abaixa o olhar ao notar a encarada de Laxus.

— Eu começo. – Diz Aquarius girando a garrafa.

Todos na expectativa... E a garrafa aponta para... Juvia.

— Oh my... – A azulada fica apreensiva por ser a primeira.

— Muito bem, Juvia... Você escolhe verdade ou consequência? – A branca pensa um pouco.

— Consequência... – Muita gente ficou surpresa com a escolha da branca. – De alguma forma, acho que é menos pior fazer uma coisa embaraçosa do que confessar algo embaraçoso...

— Muito bem, consequência, então. Desafio você... A escolher algum garoto para beijar por trinta segundos.

— Aquarius!!! Que maldade! Faz isso apenas para que Juvia beba! – Disse Lucy.

— Agora a Juvia está em maus lençóis! – Comentou Mira.

— Se quiser eu cumpro pra você, Juvinha. – Disse Laxus.

— O galã de cabelos dourados aí, fica quieto! – Disse Aquarius. – Então, Juvia? Faz ou bebe?

— Hm... – Ela se levanta. – Pode repetir o desafio, por favor? – A modelo repete, encostada à mesa com semblante entediado.

— Beija alguém por trinta segundos ou bebe. – Diz resumidamente em tom igualmente entediado. Juvia olha para o lado e sorri.

— Muito bem... – Ela passa os olhos por todos os garotos e escolhe. Vai até o rosado, ajoelhando-se ao seu lado. – Com licença, Natsu-san.

— Oh. Você quer me beijar, Juvia-san? – Ele estranha.

— Sim. Portanto, vire logo o rosto! – Ela segura gentilmente o queixo do rosado e lhe dá um longo beijo no rosto.

— Ei! – A modelo se irritou. – Sabe que não quis dizer no rosto senhora Lockser!

— Não sabia, não. Você disse que eu deveria beijar um dos meninos, mas não especificou nada!

Gray admirou a astúcia da azulada. Silver bateu palmas.

— Muito esperta, senhora Lockser. – Disse Silver, com um sorriso orgulhoso. Lyon também a olhava com admiração.

— Me certificarei de ser mais específica a partir de agora... – A modelo comentou.

— Hm! Mas agora é minha vez! – Lembrou Juvia, que foi, animadamente, até a garrafa.

~...~

Romeo se lembra de outra cena engraçada.

— E o desafio do Natsu, então? – Diz ele. Wendy riu, lembrando-se.

— Quase nos pegaram por eu rir tanto... A reação da Lucy foi a melhor, mas não sei por que ela ficou tão envergonhada quando ficou em cima do Natsu...

~...~

É a vez da rapper. Ela gira a garrafa, que para em Natsu.

— Natsu! – A rapper se anima.

— Minha vez de fazer algo, finalmente, heheh... Manda, Vikky-san!

— Primeiro me diz o que prefere: verdade ou consequência?

— Claro que quero um desafio!! Moetekitasu!!

— Tch... – Gajeel dá um riso no canto da boca com o comentário do rosado. Mesmo assim, parecia emburrado.

— Tudo bem! – Ela riu e pensou um pouco. – Nesse caso... Você tem que fazer dez flexões de braço!

— Uohohoh! Pffft.... Moleza! – Ele se aprontou para cumprir seu desafio.

— Ói, Vikky! Isso é muito simples, você deve mandá-lo fazer algo mais difícil. – Disse Aquarius.

— Como chupar um limão inteiro sem fazer uma cara mais feia do que a que ele já tem. – Provocou Gajeel.

— Ói, você quer me desafiar ou o quê? – Natsu rebateu. O moreno arqueou uma sobrancelha.

— Bom, não tenho ideias agora... – Disse a rapper.

— Por que não manda que alguém fique nas costas dele enquanto faz as flexões?

— Pfff... Isso não vai tornar nada difícil. – Disse Natsu.

— Tipo a Lucy. – Continuou Aquarius.

— Ah, você disse a Lucy? Bom, isso pode ser um desafio. – Disse Natsu, coçando a nuca.

— Hey! – A loira protestou.

— Espero poder mexer meus braços depois disso. – Brincou o rosado.

— Seu desafio será conseguir levantar um copo descartável depois de carregar a Lucy por um minuto. – Comentou Aquarius, dando risada.

— Vocês querem parar com essas piadas sobre meu peso?! Eu estou perfeitamente dentro dos padrões da normalidade!!!! – Protestou novamente a loira. A rapper não parava de rir, mesmo se sentindo culpada por achar graça. Até Gajeel esqueceu que não gostava de festas natalinas e se divertiu com a cena.

— Entretanto, está vestindo o vestido acidentalmente grande que o Gajeel te deu há pouco no amigo secreto. – Observou Aquarius.

— Isso p-porque a outra roupa estava arruinada de qualquer forma. – Explicou-se.

— Bem... Lucy, vem logo e sobe nas minhas costas. – Ele se põe de bruços no chão. Ela o fita. – Mas não suba de uma vez, preciso me adaptar ao peso, posso não aguentar. – Ele riu. Ela deu um risinho forçado.

Ela teve vontade de pular no estilo bola de canhão sobre as costas daquele irritante, mas ela não podia fazer movimentos bruscos até ter certeza de que ela não era responsável por mais ninguém. Especialmente dentro de sua “barriga”. A loira se põe em cima do rapaz, que matem os braços esticados apoiados ao chão. Ela apoia os pés nos tornozelos de Natsu e envolve seu abdômen com os braços.

Aquela sensação era estranhamente aconchegante. O calor do corpo de Natsu era uma espécie de calmante e combinava com sua temperatura corporal. O cheiro dele também era muito agradável, sua nuca exalava um perfume cítrico que a fazia recordar de quando passava em frente às lojas de perfumes caros no shopping, quando era mais nova..

— Lucy... Você dormiu? – Ela desencostou sua cabeça das costas do rosado ao ouvi-lo.

— Hm?

— É que já pode sair... Se quiser.

— Ah... – A loira havia viajado em seus pensamentos enquanto estava tão perto do rosado e não percebeu que o garoto já havia feito as tais flexões. – Eu só estava... Bem... – O rosado levanta juntamente com a loira, que estava envergonhada. Todos observavam os dois. – Eu só queria ver se seria capaz de suportar mais tempo o meu peso. – Ela ficou surpresa consigo por mentir tão rapidamente quando ela era uma péssima mentirosa.

— Bem... Se era isso, acho que sou bem forte, consegui te levantar facilmente. – Disse ele com um largo sorriso.

— Então eu não sou leve, mas você é que é forte? – Uma gota cai pela testa da loira.

— Não se preocupe, minha jovem. – Começa, Silver. Lucy o fita. – Seu corpo é adorável... – Ela cora levemente. – Mesmo sendo pesada.

A loira até se sentiria lisonjeada se não fosse a última frase. Até o pianista começava a acreditar que ela era pesada. Gajeel não teve medo de ser feliz e riu do comentário de Silver.

~...~

A garotinha estava sorrindo ao imaginar.

— Eu acharia divertido ficar nas costas dele! – Disse Wendy, rindo da imagem que voltara à sua memória.

— Heh... Eles acreditaram mesmo que a gente ia ficar lá em cima, enquanto eles se divertiam lá embaixo? – Zombou o rapazinho.

— Claro, porque eram coisas de adultos, mas esquecem que nós estamos quase nos tornando adultos também! Afinal, faltam apenas uns... Seis anos. – Ela elevou os ombros e sorriu; ela sabia que sua teoria era um tanto quanto... Infundada.

— Não, nós apenas somos muito curiosos. Não estamos nem perto de sermos adultos. – Os dois riram com a constatação de Romeo. – Mas foi divertido enquanto estávamos observando escondidos.

— Ainda bem que não fomos para a sala de jogos. Do contrário íamos perder aquele jogo onde todos ficaram agindo estranho. – Comentou Wendy. – Eles estavam muito bêbados, isso sim.

— Meu pai costuma dizer que os bêbados se divertem fazendo coisas estranhas... Acho que isso explica muita coisa.

Continuaram conversando sobre as presepadas que aconteceram no dia do amigo secreto enquanto Levy continuava gravando sua propaganda.

...

No ateliê.

Yukino, Virgo, Lucy e Aquarius estavam sentadas ao pé da cama, uma ao lado da outra, esperando pelos longos cinco minutos.

— Tem certeza que fez certo? – Perguntou Aquarius.

— Uhum. – Disse ela, um tanto ensiosa.

— Já fez um teste de gravidez antes, Lucy-san? – Perguntou Virgo.

— Não...

— E se você tiver feito errado? – Refletiu Yukino.

— Gente, vocês estão me deixando nervosa... Vai dar certo, ok? – Ela respirou fundo, enquanto mantinha a calma. Mas claramente estava prestes a surtar.

Algum tempo depois...

— Tá, quanto tempo já passou? – Perguntou a loira. Aquarius pegou calmamente seu celular e checou o cronômetro.

— Passaram-se exatamente... – Ela encara o celular por mais alguns segundos e depois o põe de volta no colo. – Um minuto.

— O quê?! Só passou um minuto?! – Lucy se desespera.

— Na caixa diz “de um a cinco minutos”, Lucy... – Lembrou Aquarius.

— Um a cinco, certo? Isso quer dizer que já pode ter alguma coisa naquele... Canudo... Não é? – Perguntou ansiosa.

— Arh... Não se estresse tanto com isso! Espere até o tempo máximo para ter certeza de que o resultado já estará lá! – Aconselhou Aquarius.

— Arghhh... Isso é uma tortura! Não tenho sangue frio o suficiente para esperar cinco minutos para saber se minha vida vai mudar completamente! – Disse ela quase arrancando os cabelos.

— Então vamos descer e tomar um café ou um suco, logo o tempo vai passar e então voltamos. – Sugeriu Virgo.

— Oh! Essa é uma ótima ideia, Virgo! – Disse Yukino. – Então, vamos?

— Mas e o teste? – Disse Lucy.

— Ele não vai sair daí, Lucy. Anda logo, vamos descer.

Elas decidem tomar um café; Lucy prefere suco por dizerem que grávidas não devem tomar café. É, ela estava ficando paranoica, mesmo sem saber se estava grávida mesmo.

— Tá... Acho que já estamos a um bom tempo aqui... – Diz Lucy.

— Calma, Lucy-san! Nós vamos ficar aqui só mais um pouco e aí subimos novamente. – Diz Virgo, tentando acalmá-la. A loira olhava para o lado e cutucava as unhas, ansiosa.

— Como é que sabemos se deu positivo, mesmo? – Perguntou Lucy.

— Se tiver dois tracinhos. – Diz Aquarius.

— Ai, Kami... Não aguento mais! – Ela se levanta. – É isso, acho que já deu tempo de aparecer o traço! Espero que seja apenas um!

— Lucy, não fique tão nervosa! E se você estiver mesmo grávida?! Precisa se acalmar. – Preocupa-se Yukino.

— Já está quase na hora, agüente só mais um pouco, Lucy. O teste não vai sair de l—

Elas escutam um barulho vindo do quarto da loira.

— Que barulho foi esse? – Pergunta Aquarius.

— Parecia algo caindo... Será o teste? – Comenta Virgo.

— Ai, não! Espero que não esteja arruinado! – Diz Lucy.

As três vão rapidamente em direção ao quarto. Ao chegarem, encontram o teste. Porém não estava mais no banheiro.

— Eu não.... Acredito... Nisso!! – Disse Lucy parada em frente ao objeto que era carregado por...

— Happy? – Estranhou a rosada.

— Você sabia o nome dele, Virgo? – Diz Yukino.

— É o gato do meu primo... Não sabia que estava aqui no ateliê...

— O que raios o gato faz com o teste? – Diz Aquarius.

— Não sei... Mas não façam movimentos bruscos. Eu PRECISO daquele teste...

Happy encara as garotas, imóvel, com o teste de Lucy na boca. Lucy dá um passo em direção a ele, mas ele parece não gostar.

— Droga, maldito o dia em que esse gato aprendeu o caminho da minha casa! O Natsu me paga, eu juro...

— Pega uma sardinha na cozinha, ele soltará o teste para comer, certo? – Sugere Aquarius.

— Isso! Virgo, vai rápido até a cozinha pegar uma sardinha!

Por azar, não havia nada marinho na geladeira de Lucy, já que ela detestava frutos do mar, mas ela havia esquecido desse detalhe. Sendo assim, tentaram enrolá-lo o máximo que puderam, mas Happy não soltou o teste. A loira perdeu a paciência e apenas correu atrás dele, que se enfiou embaixo da cama e, quando viu uma oportunidade, correu para a janela, carregando o teste para longe.

Lucy fica desesperada e Yukino resolve fazer um suco de maracujá para acalmá-la. Uma coisa era certa: aquele gato carregava o destino de sua vida entre os dentinhos. Mas ela não ia mais esperar, nem que tivesse que comprar outro teste, agora ela queria tirar essa maldita dúvida de uma vez.

...

O rosado está deitado em sua cama. Ele se lembra da noite que passara com Lucy. Ele respira fundo, fitando o teto.

— Arh... Não tive coragem de contar que me lembrei de quase tudo... Será que ela vai ficar chateada?... Ou parar de falar comigo por... Argh. – Ele se vira e afunda o rosto no travesseiro. Ele abraça o travesseiro e fita o chão. – Lucy... – Olhar focado e sobrancelhas franzidas, ele reflete. – Eu realmente gostei daquela noite... – Ele levanta o olhar e tem uma surpresa. – Oh! Happy! Finalmente voltou... – Ele percebe algo que Happy trazia na boca. O rosado esfrega os olhos e os comprime para tentar enxergar melhor. – Ói, o que você pegou na rua desta vez? – O rosado se levanta e caminha até o gatinho, que se mantém imóvel. Ele se agacha e puxa o objeto da boca de Happy, depois de dar um petisco.

Ele encara o objeto e se estende, olhando-o de perto.

— Hm... Acho que é um teste de gravidez... – Ele aproxima o objeto para ver os detalhes e ler a inscrição ao lado do pequeno visor. – “Um traço, negativo... Dois traços, positivo.”... Hm... – Ele olha o pequeno visor com sobrancelha arqueada. – Heheheh... – O rosado abre um largo sorriso e se agacha novamente, falando com seu gato. – Happy!! Não deveria ter roubado isso! Agora a dona desse teste demorará mais para descobrir que... Vai se tornar mãe em breve. Heh. – Ele se estende. – Melhor jogar isso fora. Vão pensar que é meu e será embaraçoso. – Ele se vira

Mas o que Natsu não sabia, era que ele também ia ser papai...

Que comecem as compras para o enxoval!