Meu Príncipe Às Avessas

Capítulo 2 - A primeira carona


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Ao final do expediente eu fui para casa arquitetando e pensando em como dizer a minha mãe que eu não estaria no aniversário dela porque teria de ir para um casamento, cujas pessoas sequer conhecia, por causa do meu chefe que precisava de alguém para mantê-lo acordado durante a cerimonia.

É. Seria muito fácil... se a pessoa em questão não fosse Freya Narvik.

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Do jeito que eu a conheço, certamente ela faria um belo drama, sem falar que ultimamente ela vem me atazanando, pedindo para eu mudar de emprego, dizendo que o meu honorável chefe está me “sugando”. Mas, eu não estava disposta a largar o osso tão facilmente, não agora. Ainda mais agora que eu já sabia como lidar com Loki.

E como eu havia previsto, tive que encarar minha mãe com ar desgostoso e o olhar de desaprovação do meu pai durante o jantar. Apenas Nana parecia está indiferente a isso. E de certa forma, meus pais nunca implicaram com minha irmã mais velha, já eu... não posso dizer a mesma coisa, e sinceramente, invejo a sorte que ela tem. E por falar em Nana, o seu namoro com Balder está indo para um caminho mais serio, os dois parecem muito felizes, minha querida irmã escolheu um belo par de calças. Dos três filhos do sr. Odin, Balder é o mais simpático e carismático – talvez por ser o do meio. Mas pelo que dizem na empresa, ele e Loki, meu chefe, não se dão bem. Loki tem laços fortes com Thor, o mais velho, que faz mais o estilo fanfarrão e divertido, recentemente ele ficou noivo, a candidata é uma jovem da alta sociedade chamada Sif. Nana me disse que é um casamento de negócios, mas parece que Thor não está muito empolgado com isso, e que ela às vezes tem medo de que algo dê errado entre ela e Balder por sermos justamente “comuns”, mas felizmente ela se dá muito bem com a sogra, dona Frigga.

No dia seguinte tive que cuidar da reposição da dispensa do apartamento de Loki, que, diga-se de passagem, é pequeno, porém bem elegante. Alimentei Fenrir, o labrador preto dele, que diferente de certa pessoa é amável e adora brincar comigo, além de Narvi e Vali, os dois peixes dourados do aquário dele. Busquei suas roupas na lavanderia e contatei uma diarista para limpeza, uma mulher recomendada pela sra. Fairfax.

À tarde Loki me levou para uma loja de roupa de festas. A loja ostentava tanto luxo que um vestido deveria custar um salário inteiro meu. Mas ele me disse que seria uma forma de pagamento pelas minhas horas extras daquele mês. Não gostei muito, mas mudei de ideia ao ver tantos vestidos bonitos.

Não enrolei muito para escolher, peguei um vestido simples, porém lindo, num tom vinho. Porém Loki fez uma expressão de quem não havia gostado e mandou eu escolher outro. Mas, no fim das contas eu não sabia bem o que escolher, fui testando vários vestido e nada! Ele não gostava de nenhum! Ele ficou visivelmente irritado e resolveu ele mesmo escolher um. Sem ao menos prestar atenção ele pegou o primeiro que viu e me deu para vestir no trocador. Contrariada e emburrado fui vestir tal vestido, e para meu espanto o vestido verde esmeralda (http://img.alibaba.com/photo/695378656/2013_Fashion_Strapless_Floor_Length_Empire_Waist_Ruched_Bodice_Pleated_Chiffon_Emerald_Green_Evening_Dress.jpg) que Loki separou ficou perfeitamente lindo em mim, me senti uma boba encanto me fitava ainda dentro do espelho do provador. Saí do provador e fiquei de frente para Loki que estava largado em sofá com uma expressão impaciente no rosto que mudou ao me ver fez uma expressão de pura satisfação, e fez um gesto para a vendedora dizendo que ficaríamos com o vestido. Ao final quando saímos da loja ele me disse:

– Você tem um péssimo gosto para vestidos Sigyn! Devia me agradecer por ter escolhido algo mais apropriado.

Apenas revirei os olhos, mas ele não viu. Ajudar? Ele praticamente me obrigou a experimentar o vestido, mas no fim das contas ele era bem bonito. Não revidei sua resposta e apenas agradeci educadamente.

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Depois disso voltamos para o escritório. Loki me pediu para passar a relação de reuniões para outra semana, e eu empolgada mostrei tudo organizado em uma tabela caprichada no meu tablete, também mostrei que a demanda daquela semana havia sido cumprida. Ele tentou me questionar mais algumas coisas, mas viu que eu havia feito exatamente tudo que pedira. Olhou-me com a sobrancelha arqueada. Era impressão minha ou ele não gostou muito?

– Tem certeza que não falta mais nada?

– Não. Porém sobre o casamento amanhã, acho eu deveria solicitar um motorista da empresa para nós levar...

– Não. Pode parar por aí – ele disse com uma expressão negativa – Não quero motorista, eu mesmo vou dirigindo.

– Então eu...

– Eu irei leva-la – ele falou fechando o seu caderno de couro envelhecido – e hoje lhe acompanharei até a sua residência, pois preciso saber onde mora.

– Hã? – eu falei confusa – Não precisa me dar carona, o RH tem o meu endereço.

Loki me olhou com uma expressão jocosa.

– Acha mesmo que eu irei perder tempo procurando seu endereço? Levá-la será mais fácil!

– Mas eu pensei que...

– Pensou errado – ele me cortou – indo com o meu carro é melhor, pois assim eu não dependo de motorista nenhum, assim posso sair daquela festa horrível quando eu bem quiser.

– Achei que o senhor iria ficar no casamento.

– Não, só estou agradando o ego da minha mãe.

De repente ele me fitou com um meio sorriso.

Não. Coisa boa não devia ser, ainda mais quando ele fazia aquilo.

– Sigyn, você tinha me dito que sábado era aniversário da sua mãe, não disse?

– Sim. Por que a pergunta?

Ele apenas me lançou aquele sorrisinho malicioso e não disse nada apenas pegou sua mala caminhando em direção a porta da sala.

– Não demore – foi o que ele disse sem me dar tempo para pensar.


Geralmente quando eu faço as tarefas externa para Loki, sempre me tem a disposição um motorista para me levar aonde eu preciso, e mesmo há ano na Yggdrasil, era a primeira que eu andava no carro dele. Me senti um pouco tensa e embaraçada, Loki não dizia uma palavra a não ser quando me perguntava em que rua devia entrar. Logo estávamos na frente da residência dos Narvik. E não estávamos sós. Pois logo a frente estava o carro do namorado da minha irmã, que a propósito era irmão do meu chefe.

– É aqui que eu moro – apontei com um riso amarelo. Um silêncio sepulcral se fez dentro do carro. Tudo que eu queria era que ele fosse embora.

– Então – eu falei – a que oras devo esperar? – perguntei, minha voz estava falha.

– Combinaremos isso lá dentro – ele mirou seus olhos verdes na minha casa.

– Hã? Como? Mas eu achei que...

– Não vai me convidar para entrar? – ele falou com uma sobrancelha arqueada – Aposto que queria que eu fosse embora, não? E eu achava que era uma jovem educada Srta. Narvik.

– Não! Quero dizer... vamos entrar! Desculpe o embaraço – estava me sentindo visivelmente constrangida – não é incomodo algum recebe-lo – quando o fitei vi que ele estava rindo debochado. Mais uma vez ele estava se divertindo as minhas custas, e ainda teve a cara de pau de dizer que eu era mal educada. Franzi o cenho para ele emburrada e ele gargalhou com sua risada rouca.

Após esta situação, fomos para a porta eu abri e ele me acompanhou pelo corredor, havia vozes e risos até que eu ouvi minha mãe:

– Acredite Balder, queria tanto que minha filha Sigyn estivesse aqui conosco, mas desde que ela está trabalhando com aquele ser sem coração que deve ser o chefe dela a minha menina não para em casa! Que chefe cruel que ela tem! Acredita que ela não estará na minha festa de aniversário por causa daquele cretino?

Eu queria morrer naquele momento, e Loki bem ali. Do meu lado.

– Mãe – eu falei chamando a atenção de todos, Nana e Balder olharam para mim e logo depois para a figura do meu lado. Balder riu e Nana arregalou um pouco os olhos.

– Sigyn! – minha mãe se levantou para me receber – Querida que bom que chegou – e logo fitou Loki ao meu lado – quem é esse?

Eu ia falar mas ela me interrompeu.

– Não me diga que ele... – ela arregalou os olhos.

Fiquei pálida eu achou pois a minha pressão arterial estava despencando.

– Não me diga que arranjou um namorado! – e me fitou com olhar malicioso – por que não me contou antes?

Acho que eu teria um infarto ali mesmo.

– É um prazer conhece-lo – ela estendeu a mão sorridente – Freya Narvik, mãe de Sigyn.

Loki prontamente apertou a mão de minha mãe com sorriso genuíno.

– É um prazer conhece-la Sra. Narvik, mas há um engano, eu não namoro sua filha. Sou Loki Odinson, o chefe dela.