Meu Pequeno Anjo

Apelidos e vovó.


Connor

Depois de procurar a manhã inteira por um apartamento e não encontrar nada, eu já estava cansado e sabia que Angie provavelmente estava muito mais, mesmo que ela não tenha dito nada, nem reclamado de coisa alguma. Olhei para ela pelo espelho do carro me perguntando quando, ou se ela ia falar comigo, muda, alguma coisa me dizia que ela não era. Nós paramos em um cruzamento e eu a observei mais um pouco, Angie brincava com a mesma boneca que ela estava lá na delegacia e parecia murmurar alguma coisa para ela, mas sem emitir som algum. Depois disso tudo acabei chegando à conclusão que devia comprar uns brinquedos pra ela.

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Visitamos mais dois prédios e eu suspirei de frustração, já eram meio dia e ainda não estávamos nem perto de nada, todos eles eram pequenos de mais, ou caros de mais, ou muito longe do meu trabalho, ou eu simplesmente não gostava, já estava cogitando a ideia de voltar a atrás e desistir de me mudar, mas a cena de ontem com Stuart e a ruiva não deixou, e se na próxima vez eles não estivessem vestindo nada? Me livrei desses pensamentos e parei em um restaurante simples porém charmoso.

- Vamos, Angie – chamei indo até o banco de trás para soltá-la. - Você está com fome, certo? – ela sorriu e acenou, tudo bem que eu preferiria uma palavra mais isso está bom por enquanto.

Seguimos para o restaurante e não foi difícil conseguir uma mesa, assim que nos sentamos uma loira sorridente nos atendeu.

- Bem-vindos ao Joe’s, eu sou a Holly e vou servi-los hoje, o que vão querer?

- Só um minuto – pedi olhando o cardápio – Certo, eu quero um hambúrguer duplo bacon e uma coca-cola.

- Certo, e para sua filha? – Holly perguntou e eu demorei uns segundos para processar a pergunta, filha? Angie não parecia minha filha. Tudo bem, tínhamos os cabelos claros e os olhos azuis em comum, mas ainda assim, filha? Só que fora isso ainda havia outra questão. Eu não sabia do que ela gostava. Lá em casa lhe dei cereal e macarrão, alguns biscoitos e ela comeu sem reclamar, mas eu não cheguei nem mesmo a perguntá-la se ela queria algo diferente. Não que ela fosse dizer, não é mesmo?

- Ela não é minha filha.

- Nossa, desculpe, não foi minha intenção...

- Tudo bem – a interrompi. – O que você quer, Angie? – perguntei e ela olhou o cardápio e depois pra mim como se decidindo me dizer ou não, por fim ela apontou para um hambúrguer desenhado no papel. – Certo, mas só por hoje, Ok? – ela assentiu sorrindo e eu acabei abrindo um meio sorriso pra ela também. Depois meu virei para Holly. – Traga um X-salada pra ela e suco, certo, tire o meu refri e traga dois sucos de laranja.

- Certo, já volto – ela deu um ultimo sorriso e saiu.

- Você não vai mesmo falar comigo? – quis saber depois de um tempo olhando para a loirinha sentada a minha frente, e se limitou a levantar os olhos e sorrir pra mim. Acabei por revirar os meus divertidos. Se Angie não tivesse aparecido de surpresa na minha vida, eu provavelmente não estaria almoçando fora em um sábado, possivelmente estaria em casa com os meninos, talvez dormindo ou jogando videogame, por que sábado era literalmente o dia da preguiça, não fazíamos nada nem íamos a lugar algum antes da sete da noite, afinal para Stuart e Jace festas são quase como respirar, eles precisam todo dia. Eu nunca fiz questão de ir, mas às vezes os acompanhava, beijava uma ou duas garotas bonitas, mas era isso, eu não estava a fim de compromisso ou garotas agora. Me livrei desses pensamentos assim que Holly voltou com nossos hambúrgueres e eu me concentrei em comer e observar Angie, até se sujando toda de ketchup ela era uma graça, me livrei desses pensamentos também, não precisava pensar nisso.

Terminamos de comer e seguimos com nossa maravilhosa empreitada, só que não. Agora, às duas da tarde, já não estava me custando mais nada pra desistir e voltar pra casa. Estava passando devagar por uma rua e vi uma casa grande e com paredes braças e uma placa escrito “Vende-se” na frente, na calçada de pé olhando pra ela havia uma mulher morena de costas, ela parecia falar sozinha e aquilo me fez sorrir, desisti de encará-la e segui com o carro, mas não sem antes ver um garotinho de bicicleta a interromper, ela se virou na minha direção, mas não me viu, parecia frustrada de mais pra isso, mas eu reparei em seus olhos escuros, ela era linda. E foi só quando eu quase dei com o carro na caixa de correio de alguém que eu virei pra frente e segui viagem. Paramos em um parque e eu comprei sorvete para nós dois, me sentei em um banco e Angie me acompanhou, ainda não conseguia entender como ela preferia ficar ali comigo do que correr como as outras crianças. Felizmente não tive tempo de fundir meu cérebro pensando nisso, por que meu celular começou a tocar. Era minha mãe.

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- Oi mãe, aconteceu alguma coisa?

- Não. O Raul tá ótimo, já voltamos pra casa, quando vocês vêm? E a procura do apartamento, como está indo?

- Menos perguntas por minuto, por favor – pedi e ela riu. – A procura do apartamento está pior impossível, até agora não achei nada. Então se a senhora não se importar acho que vamos agora, a Angie não falou nada ainda, mas eu tenho certeza de que ela está cansada.

- Certo, eu vou ver umas coisas e ficar esperando.

- Umas coisas? O que a senhora está aprontando, mãe?

- Nada Concon, não confia mais em mim? — ela fez drama e eu ri, nada segura a dona Vera quando ela decide fazer alguma coisa. – Até daqui a pouco, te amo.

- Também te amo, mãe. Até.

Assim que desliguei o telefone me virei para Angie.

- Nós vamos para a casa da minha mãe agora, ela quer muito conhecer você - sorri e ela ficou de pé na mesma hora. - Vou entender isso como um “Também quero conhecê-la”.

O caminho até a casa da minha mãe não era longe e menos de vinte minutos depois estávamos estacionando em frente ao seu jardim enorme e bem cuidado. Havia uma variedade enorme de plantas ali, mas as que prevaleciam eram as amarelas, mamãe tinha alguma coisa que eu não consegui entender com essa cor.

Desci do carro e peguei Angie no banco de trás e juntos seguimos até a entrada, ela parou no meio do caminho para cutucar uma rosa particularmente bonita.

- Essas são uma das minhas favoritas - a voz inconfundível da minha mãe soou da porta de entrada e Angie deu um pulo de onde estava e veio se esconder atrás de mim. Acabei sorrindo com o gesto e dona Vera nos olhou curiosa e depois se abaixou na minha frente para falar com a loirinha atrás de mim. - Desculpe, eu não quis assustá-la. Eu sou a Vera, mãe do Connor e estava muito ansiosa em conhecê-la mocinha. Meu filho não tinha me dito que você era tão bonita.

Angie olhou para minha mãe e depois pra mim como se pedisse uma confirmação, aquilo me surpreendeu, desde quando eu era uma referência para alguém? Mesmo ainda sem entender, eu assenti.

- Minha mãe pode parecer estranha, mas ela é muito legal - garanti a Angie e ela sorriu, ao passo que minha mãe ficou de pé e me deu um tapa no braço, acabei rindo também. - Mãe, essa aqui é a Angelina, mas acho que Angie combina mais com ela.

- Também acho, afinal, ela é um anjinho - minha mãe sorriu e nos chamou para entrar.

A casa da minha mãe era a mesma casa em que eu vivi a vida toda, até decidir que queria morar sozinho e ir dividir o apartamento com os meninos. Eu conhecia cada canto, cada ladrilho do chão, era minha casa também e sempre que eu vinha aqui tinha cheiro de infância, biscoitos e os pratos deliciosos que minha mãe fazia.

Assim que entrei vi Raul na poltrona com o pulso esquerdo em uma tala. O moreno era marido da minha mãe há quase dez anos e um cara incrível, ele fora meu pai tanto e até mais que o meu pai biológico, me ensinou um monte de coisas e acima de tudo, fazia minha mãe feliz, então toda a implicância que eu tinha com ele no início desapareceu assim que eu vi o sorriso dela. Acenei pra ele e o mesmo veio me abraçar.

- Eai Connor, como está?

- Surpreso e perdido - admiti. - Mas e Você? Minha disse que se machucou com a churrasqueira.

- Foi uma coisinha de nada, mas sabe como a sua mãe é exagerada. Quis me levar ao médico e tudo mais. No fim foi só uma torção, eu estava tentando mudar ela de lugar.

- Fico feliz em saber que está bem.

- Então essa é a famosa Angie? - ele perguntou olhando pra trás de mim e eu sorri, Angie o encarava curiosa, Raul sorriu pra ela.

- Essa mesma, ela é minha meia irmã, mas aposto que mamãe já deve ter te contado a versão completa, sabe a coisa toda com meu pai e tudo mais.

Raul riu.

- Com certeza. E desculpe, esse é um assunto delicado e eu aqui fazendo piada.

- Não, tudo bem – garanti. – Eu prefiro rir a pensar nisso de forma séria. Afinal, ainda é tudo meio irreal – admiti e Angie puxou minha camisa, a olhei sem entender e ela olhou sugestiva para Raul. – Ah é, eu não apresentei ele, não é? – perguntei e ela balançou a cabeça negando, e até Raul sorriu. – Esse aqui é o meu padrasto, Raul – ela me olhou sem entender e eu suspirei. – Ele casou com a minha mãe então é como se fosse meu pai, na verdade ele é meu pai mesmo, tipo um pai que eu escolhi – expliquei sorrindo para o moreno a minha frente e ele sorriu de volta, Angie pareceu encantada com o que eu tinha dito. Mas acho que ela devia estar mesmo, afinal logo, logo seria ela a escolher seus novos pais também.

- Eles são meus meninos, Angie – minha mãe sorriu pra ela. – Você gosta de lasanha? – ela quis saber a loirinha assentiu. - Quer me ajudar a preparar uma então? – Angie voltou a confirmar.

As duas sumiram na porta da cozinha e eu e Raul nos sentamos no sofá, falar da derrota arrasadora do nosso time no ultimo jogo tomou bastante do nosso tempo. Quando Raul saiu para atender o celular eu fui até a cozinha para ver as duas. Minha mãe mexia numa panela no fogão e Angie mexia o suco na jarra encima da mesa. Eu sorri com a cena. Assim que a loirinha me viu sorriu também.

- Olha Con! Suco! – ela disse animada e eu parei. Até mamãe se virou para ver o que acontecia. Angie ainda sorria despreocupada como se não tivesse falado comigo pela primeira vez em dois dias. – Amarelo de... – ela parou e olhou para minha mãe em busca de ajuda. Dona Vera sorriu e eu só consegui continuar olhando a cena.

- Maracujá.

- Isso mesmo, Concon. Maracujá – ela sorriu e eu gargalhei incrédulo indo abraçá-la. Angie riu também, do jeito mais espontâneo que eu já a tinha visto até agora.

- Até você com isso de “Concon”, Angie? Olha o que você fez, mãe! – reclamei soltando a garotinha e minha mãe só revirou os olhos.

- Não escute ele, Angie. Concon adora o apelido. – minha mãe garantiu a ela. – Agora vem aqui com a vovó, vamos terminar nossa lasanha o que acha?

Ela assentiu e voltou correndo para o seu suco e eu desejei muito que esse surto de comunicação não fosse só isso, um surto. Felizmente não foi, ela continuou conversando com a “vovó”, comigo e quando Raul voltou até com ele. Estávamos todos na mesa comendo quando Angie olhou pra mim com a boca suja de molho. Ela tinha que parar com isso se não eu ia acabar me apaixonando.

- Con – ela chamou e eu sorri. Aparentemente esse era o meu novo apelido oficial.

- Oi.

- Se a vovó é a vovó, o Raul é o vovô? – ela perguntou toda inocente e eu sorri sem saber o que responder. Nós tínhamos passado uma tarde aqui e já era “Vovó isso”, “Vovó aquilo”. O que aconteceria quando ela fosse embora? Preferia não pensar nisso, pelo menos não agora, então me concentrei em seu sorriso inocente e depois olhei para Raul que aprecia ainda mais encantado que eu.

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- Não sei, Angie. Por que não pergunta a ele se ele quer ser o vovô?

- Raul você é marido da vovó? – ela perguntou e ele sorriu.

- Sou.

- Então você quer ser meu vovô? Eu nunca tive um – ela comentou enfiando uma garfada enorme de lasanha na boca como se não fosse nada. E eu não sabia o que me incomodava mais, saber que uma garotinha linda como essa não teve todo o amor que lhe era de direito ou o fato de ela parecer estar habituada a isso.

- Quero, quero muito – meu padrasto disse depois de um momento. – Vou adorar ser avô de uma garotinha linda como você.

- Oba! – ela disse animada e se virou pra mim. - Ouviu isso, Con? Ele disse que vai ser meu vovô!

- Ouvi sim, agora coma – pedi e ela assentiu enquanto minha mãe nos olhava com um sorriso enorme. – O que foi, mãe?

- Nada, pelo menos por enquanto – ela disse toda enigmática e eu revirei os olhos sorrindo, mamãe adorava um mistério. – Mas eu tenho uma boa notícia pra você.

- Qual?

- Abby, uma velha amiga da escola, tem um prédio e aluga os apartamentos junto com o marido. Raul disse que o marido dela ligou agora a tarde e disse que eles têm um apartamento disponível. Eu disse que você estava interessado e ele disse que se quisesse podia se mudar amanhã de manhã mesmo – ela resumiu e eu a olhei incrédulo.

- Você fez isso tudo num dia, mãe?

- Claro – ela sorriu. – Então, está interessado ou não?

Eu queria ter mais tempo para pesquisar e escolher, mas olhei pra Angie que sorriu pra mim, suspirei. Nem que fosse só até ela ir, eu precisava me mudar.

- Estou mamãe, estou muito. Acho que vou pra casa empacotar minhas coisas então, não que tenha muitas coisas pra levar – comentei e ela riu.

- Depois a gente resolve isso, agora terminem de comer antes de sair.

Nós comemos e depois muitos beijos e “Tchau, vovô. Tchau, vovó!”, nós finalmente saímos, estávamos no meio do caminho quando me lembrei de que nem tinha dito a Angie que iríamos para outro lugar.

- Nós vamos nos mudar, Angie – anunciei e vi seus olhos curiosos pelo espelho do carro.

- Pra outra casa?

- É. Uma só pra mim e você, o que acha?

- Legal. O Stu e o Jace não vão, não?

- Não.

- Eles não vão ficar tristes?

- Tenho certeza que não. Ainda vão poder ficar juntos – garanti a ela que sorriu e voltou a ajeitar o cabelo da boneca em suas mãos.

O resto da nossa viagem não durou muito e quando cheguei em casa nenhum dos dois estava lá, saíram num sábado a noite, que surpresa, não? Depois pensava num jeito de falar com eles, primeiro empacotava as coisas do meu quarto, depois confirmava com a amiga da minha mãe o resto eu via depois. Não demorei muito pra juntar tudo, mas Angie dormiu no meio da arrumação, a deixei no colchão no chão enquanto desmontava a cama, não pagaria um caminhão para levar cinco caixas, uma TV e uma cama, tudo cabia no meu carro sem problema algum. Terminei a arrumação confirmei tudo com o marido da amiga da minha mãe o Charlie, a esposa já estava dormindo, mas ele ficou muito feliz em fechar o negócio comigo. Fui dormir quase duas da manhã sem nem ver sinal dos outros dois moradores dessa casa.

Acordei na manhã seguinte com alguém cutucando meu rosto.

- Con – uma vozinha chamou e eu pisquei perdido, abri os olhos e Angie me encarava fazendo careta. – Quero fazer xixi.

Sua frase me fez despertar na hora. A peguei no colo e quase corri para o banheiro, felizmente não tinha ninguém lá. Depois de evitada a crise, nós juntamos as coisas que faltavam e seguimos para a cozinha, comemos cereal e leite simplesmente por que eu não estava com coragem para fazer qualquer coisa que fosse. Os meninos estavam desmaiados cada um em seu quarto e eu sabia que só acordariam depois do meio-dia, por isso sai sem me despedir mesmo, se eles conseguissem ficar de pé, os veria no fim do dia quando fossem reclamar comigo que sai sem nem avisar. Sorri com o pensamento enquanto terminava de fechar o porta-malas, as partes da cama eu viria buscar mais tarde.

Cheguei ao endereço ao mesmo tempo em que um caminhão de mudanças saia, talvez fosse o ex-morador que tinha vindo buscar alguma coisa, claro que com a minha empolgação em estar indo finalmente para o meu apartamento, eu não percebi que talvez, esse não fosse o caso. Desci Angie do banco de trás e peguei duas caixas, tinha uma senhora regando as plantas e sorri me lembrando de uma foto dela com a minha mãe. Elas eram mais jovens, mas ainda assim, reconheci.

- Sra. Miller – a cumprimentei e ela sorriu assim que me viu, mas seu olhar se tornou confuso no instante em que olhou para as caixas em minhas mãos.

- Você é o filho da Vera. Connor, certo?

- Eu mesmo. Essa é a Angie, minha irmã. Angie diga oi.

- Oi! – ela disse animada e sorri. Mas meu sorriso morreu quando as caixas pesaram.

- Nós vamos subir e guardar as coisas e depois voltamos para cumprimentá-la corretamente.

- Subir? Mas... – ela se interrompeu nos olhando curiosa, como se tentasse juntar as peças de um quebra-cabeça.

- Certo – sorri sem saber mais o que fazer. – Vem Angie.

Nós subimos as escadas e quando chegamos ao corredor a loirinha foi correndo na frente, quando a alcancei estava prestes a repreendê-la, mas parei, a porta do apartamento estava aberta e não era só isso, havia uma morena bonita que eu tive a impressão de conhecer de algum lugar, com uma caixa aberta em cima do balcão da cozinha de onde tirava um escorredor. A olhei sem entender.

- O que está fazendo aqui? – nós perguntamos ao mesmo tempo.